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Técnica cirúrgica

Julia Pereira, 6˚ período noturno.


Resumo sobre técnicas de:
- Nefrotomia: é uma cirurgia de abertura e fechamento do rim.
Fazer tricotomia da região e em seguida a assepsia do local, usar clorexidina
alcoólica e passar gaze até limpar, em seguida pode ser usado iodo ou álcool,
a fim de evitar que a cavidade seja contaminada com sujidades.
Após realizar a abordagem ao rim, prosseguimos com a oclusão dos vasos
renais através de um clamp vascular ou com fita umbilical e um tubo de
borracha, por no máximo 24 minutos.
Não deve ocluir o ureter, e devemos procurar manusear o parênquima renal
com delicadeza, evitando a sua compressão contra o cálculo.
É promovido uma incisão longitudinal de pólo a pólo no rim, aprofundando até a
pelve renal. Após chegar na pelve encontraremos as litíases que devemos
remover cuidadosamente.
Depois de remover os cálculos, a pelve deve ser lavada com solução salina
para a remoção de possíveis micro-cálculos.
A técnica de síntese renal é iniciada pela aproximação do parênquima renal por
meio de pontos de reparo horizontais e a cápsula renal é suturada por pontos
contínuos simples ou isolados simples.
Deve ser feita somente a aproximação dos tecidos, pois com a liberação do
fluxo sanguíneo o rim fica inchado atingindo seu tamanho original, sendo assim
se as suturas estiverem apertadas, levará a ruptura do parênquima e cápsula
renal.
Devolve-se o rim a sua posição anatômica e realiza-se a nefropexia (correção
de anormalidades no posicionamento dos rins). A cavidade abdominal é
fechada de forma usual.
É indicado em casos de nefrolitíases e hematúria.
Logo que acaba o procedimento cirúrgico, devemos fazer a limpeza dos pontos
com gaze e álcool e um curativo e se possível usar roupinha cirúrgica para
evitar que o animal tenha contato com uma superfície contaminada e colar
elizabetano a fim de evitar lambeduras ou retirada de pontos, podendo gerar
infecções ou até mesmo abrir a incisão.
Tem como risco pós cirúrgico a insuficiência renal, extravasamento urinário,
obstrução por estenose e hemorragia.
- Nefrectomia: consiste em uma cirurgia para remoção total de um rim.
Fazer tricotomia da região e logo em seguida a assepsia do local, usar
clorexidina alcoólica e passar gaze até que saia limpo, em seguida pode ser
usado iodo ou álcool, a fim de evitar contaminação.
Podemos chegar aos rins com uma abordagem retro-peritonial de flanco ou na
linha média ventral. A abordagem abdominal ventral é favorável pois ambos os
rins podem ser examinados. A incisão inicia na parte cranial do abdome e se
estende caudalmente, normalmente do apêndice xifóide até a cicatriz umbilical.
O rim esquerdo é exposto usando o mesentério do cólon descendente como
uma rede, na tentativa de posicionar as alças intestinais à direita. E o rim direito
é exposto da mesma maneira, através da elevação da porção descendente do
duodeno e pelo posicionamento das outras alças do intestino para a esquerda
do mesoduodeno.
O rim é livre dos seus ligamentos sub-lombares através de dissecação romba,
uma pequena hemorragia pode ocorrer dos vasos capsulares hipertrofiados e
pode ser controlada por meio de cauterização ou pinçamento.
A artéria renal é isolada e ligada por uma ligadura dupla, em cães a veia
ovariana esquerda deve ser identificada, porque a mesma não drena para a
veia cava posterior, mas sim para a veia renal que deve ser preservada.
A veia renal deve ser ligada da mesma forma que a artéria renal. O ureter é
dissecado e duplamente ligado o mais próximo possível da bexiga, evitando a
retenção de urina no ureter remanescente.
A cavidade abdominal é lavada e suturada de forma rotineira.
Logo que acaba o procedimento cirúrgico, devemos fazer a limpeza dos pontos
e um curativo, e, se possível usar roupinha cirúrgica para evitar que o animal
encoste em alguma superfície suja e colar elizabetano para não deixar que
ele(a) lamba ou retire os pontos, podendo gerar infecções ou a abertura da
incisão.
 Em casos de neoplasias ou processos infecciosos, devemos ligar
primeiro a veia renal, evitando metástases durante o procedimento.
É indicado em casos de trauma e hematoma renal, hidronefrose, cisto renal,
neoplasia, abscesso renal, parasita renal, ectopia uretral.
Tem como risco a insuficiência renal, obstrução, extravasamento urinário e
hemorragia.

- Uretrostomia: abertura de uma fístula permanente nessa estrutura


Fazer tricotomia da região e a assepsia no local, usar clorexidina alcoólica e
passar gaze até que saia limpo, em seguida pode ser usado iodo ou álcool, a
fim de evitar que a cavidade aberta seja contaminada com sujidades.
Pode ser feita na região pré-escrotal, escrotal, perineal ou pré-púbica, e pode
depender do local da obstrução.
Se tiver escolha e o paciente puder ser castrado, prefere-se a uretrostomia
escrotal, já que nessa região a uretra é ampla e superficial com menos tecido
cavernoso (gerando menos hemorragia).
É feito uma incisão cutânea elíptica, contornando o escroto para a realização
da uretrostomia escrotal. Devemos preservar pele suficiente para não ter
tensão no momento de sutura. A incisão uretral deve conter seis a oito vezes
seu diâmetro luminal.
Suturar a mucosa uretral à pele com padrão de sutura interrompido simples,
começando na face caudal da incisão. Nesse caso fica a preferência de usar fio
não-absorvível, ou absorvível.
É indicada no caso de uretrólitos obstrutivos que não podem ser removidos por
uretrotomia ou retroidropropulsão, em animais que já passaram por cistotomia,
uretrotomia, ou estenose uretral.
Após o procedimento, deve ser feito a limpeza da região com gaze e álcool, e
um curativo, se possível usar roupinha cirúrgica para evitar que o animal
encoste em alguma superfície suja e colar elizabetano para não permitir que
lambedura ou retirada de pontos, gerando infecções ou abertura da incisão.
Deve ser levado em consideração os riscos que essa abordagem pode trazer,
como: formação de contrições em gatos ou extravasamento da urina
subcutaneo em uretrostomia perineal, e formação de tecidos de granulação
subsequente, incontinência urinária e fecal pode acontecer se os nervos forem
danificados durante a cirurgia, pielonefrite, insuficiência renal causada por
doença renal em estágio final, disfunção neurológica, acidose metabólica,
diarreia com irritação perineal.
- Cistotomia: remoção de cálculos vesicais e uretrais.
Fazer tricotomia da região e logo em seguida a assepsia do local, usar
clorexidina alcoólica e passar gaze até que saia limpo, em seguida pode ser
usado iodo ou álcool, a fim de evitar que a cavidade aberta seja contaminada.
Feito com uma incisão abdominal na linha média caudal nas cadelas, e nos
cães machos uma incisão paralela e adjacente ao prepúcio, bexiga deve ser
elevada e isolada do restante da cavidade abdominal com compressas
umedecidas.
Suturas de fixação são colocadas em cada extremidade da incisão.
Podemos colocar suturas de retenção lateralmente à incisão para auxiliar na
abertura da bexiga e permitir que possamos analisá-la.
É esvaziada a bexiga por cistocentese ou cateterização. A incisão pode ser na
face dorsal (que reduz as chances de formação de cálculos e aderências na
parede abdominal) ou ventral da bexiga (que facilita a visualização do trígono),
deve ser distante dos ureteres e da uretra.
São removidos os urocistólitos e lavado a bexiga com fluido morno.
Examinar e corrigir defeitos na mucosa e introduzir um cateter uretral para
certificar-se da ausência de demais cálculos. Caso ainda tenha é indicado a
uroidropropulsão retrógrada, fazendo a sua remoção.
Suturar a bexiga em um ou dois planos, cuidado para não atingir o lúmen
vesical.
Em bexigas normais, o fechamento com o padrão invaginante provê um bom
selamento, e em bexigas com paredes espessadas, a sutura simples
interrompida é indicada.
Pode-se suturar uma porção do epíplon no local da incisão para ajudar na
cicatrização e minimizar o risco de peritonite
Atualmente, a cistotomia também pode ser feita por laparoscopia, o que é uma
alternativa menos invasiva. Apesar da existência de diferentes técnicas de
cistotomia laparoscópica, esse procedimento ainda não é usual no tratamento
da litíase vesical.
Logo que acaba o procedimento cirúrgico, devemos fazer a limpeza dos pontos
com gaze e álcool e um curativo, e, evitar que o animal tenha contato com a
região para que ele não lamba ou retire os pontos, podemos indicar roupa
cirúrgica e colar elizabetano.
É indicado em casos de: remoção de cálculos vesicais, neoplasias e a
verificação da posição do orifício da uretra.
Tem risco de extravasamento urinário e formação de estenose pós operatórios,
perfuração intestinal por implantação percutânea imprópria, hematúria
transitória, uroabdome, remoção prematura do cateter e quebra ou remoção
incompleta do cateter.
Referencias:
https://www.bibliotecaagptea.org.br/zootecnia/sanidade/livros/PRINCIPIOS
%20DE%20CIRURGIA%20VETERINARIA.pdf
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/121530/
tanaka_as_tcc_bot.pdf?sequence=1#:~:text=A%20cistotomia%20compreende
%20a%20t%C3%A9cnica,procedimentos%20para%20remo
%C3%A7%C3%A3o%20de%20c%C3%A1lculos.
https://www.revistaveterinaria.com.br/uretrostomia-em-caes/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595157859/
epubcfi/6/88[%3Bvnd.vst.idref%3DB9788535292800000242]!/4/2/10/2[s0010]/
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