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1) CELIOTOMIA
Segue-se com a divulsão do subcutâneo com tesoura Romba até que se identifique a linha
Alba. Traciona-se a musculatura adjacente à linha Alba com pinças Allis a fim de afastá-la
dos órgãos internos para realizar uma punço-incisão segura. A punço-incisão é feita
delimitando-se a ponta do bisturi com os dedos e tracionando-a em direção à cavidade
abdominal.
Em animais obesos o bisturi pode ser utilizado após a incisão para ter acesso à linha Alba.
2) CISTOTOMIA
Após a cirurgia o animal deve permanecer sondado pois a bexiga entra em atonia por
aproximadamente 3 dias após manuseio.
A retroflexão da bexiga busca reduzir o posterior contato do fio de sutura com a urina,
proporcionado pela gravidade. A sutura na porção ventral, além de aumentar o risco de
extravasamento, favorece a formação de novos cálculos pela deposição de minerais no fio de
sutura.
A bexiga é um órgão que edemacia com facilidade, podendo formar pontos de aderência que
vão interferir em acessos futuros. É contra-indicado realizar a retroflexão usando pinças Allis ou
pontos sero-musculares devido à friabilidade do tecido e a expessura da parede.
Os ureteres fazem uma tuneilização na parede vesical, desembocando na parede dorsal entre o
meio e a base da bexiga. Se a sutura for feita muito próxima a essa região, a tração do tecido
pode provocar a obstrução da saída dos ureteres.
O Categut não deve ser utilizado na sutura devido ao seu tempo rápido de absorção.
3) GASTROTOMIA
Deve-se sempre observar o órgão externamente para realizar a incisão em sua parte
mais viva e a uma distância segura do piloro.
A artéria gástrica passa pela curvatura menor do estômago e a artéria gastroepiplóica passa
pela curvatura maior. Ambas se originam das artérias espl~enica e celíaca.
A espessura da parede gástrica pode variar se houver, por exemplo, uma gastrite ( aumento
de espessura) ou um processo necrótico ( diminuição na espessura e aumento na
friabilidade).
Incisões muito próximas ao piloro podem provocar obstrução gástrica uma vez que a sutura
pode provocar invaginação excessiva do tecido.
4) ENTEROTOMIA
É a incisão de uma alça intestinal, realizada geralmente para remoção de corpo estranho.
No Intestino Delgado:
Exterioriza-se uma boa porção das alças intestinais adjacentes àquela que será
incisada e realiza-se um ordenhamento destas de modo a afastar o conteúdo intestinal
da área de incisão. Protege-se a abertura da cavidade abdominal com compressas para
evitar extravasamento de conteúdo.
No caso do duodeno, que é fácil de ser localizado mas tem difícil acesso por estar
intimamente aderido ao pâncreas na face anti-mesentérica, a incisão deve ser
lateralizada.
No Intestino Grosso;
A incisão também é realizada na face anti-mesentérica, mas pode ser feita e dois
planos uma vez que o IG se distende facilmente.
Não se faz omentalização, tanto pela distensão quanto pela tração excessiva que pode
exercer sobre o omento devido à sua localização mais caudal. São utilizados fios
absorvíveis sintéticos 3-0 até 4-0.
No caso de corpo estranho linear, que requer múltiplas incisões, as alças já incisionadas que
estiverem fora da cavidade abdominal devem ser enroladas em compressas embebidas com
solução fisiológica morna.
A vascularização do intestino grosso provém da artéria vasa reta, que caminha paralela ao
contorno intestinal.
5) ESPLENECTOMIA
Realiza-se uma incisão abdominal que se estende do processo xifóide até um ponto
caudal ao umbigo (pré-umbilical). Pode ser necessário estender a incisão em casos de
lesões extensas ou para permitir a exploração abdominal completa (pré-retro-
umbilical).
Muitos órgãos são irrigados pelos mesmos vasos principais que irrigam o baço.
Dependendo da localização da ligadura, pode haver necrose e desvitalização por
hipoxia de porções de outros órgãos, e estase sangúinea. Ligam-se, então, os pequenos
ramos secundários que adentram o baço, mas nunca a vascularização principal.
Faz-se a ligadura dos vasos seguida de incisão dos mesmos e retirada do baço.
A artéria esplênica, antes de chegar ao baço, emite ramos para o lado esquerdo do pâncreas,
de onde também parte uma veia que desemboca na veia esplênica.
O ramo ventral, tanto da veia quanto da artéria esplênica, emite ramos para o ligamento
esplenocólico e omento maior, que por sua vez emitem outro ramo apenas para o omento
maior.Também emitem as artéria e veia gastroepiplóicas esquerdas, que vão para o
estômago e omento menor.
O ramo dorsal, além dos vasos pequenos que adentram o baço, emite as artéria e veia
gástricas menores.
6) OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA (OSH)
Faz-se uma incisão entre a pinça mediana e a distal, retirando esta última com o
ovário. Após verificar a hemostasia do pedículo ovariano e a firmeza dos nós, retira-se
a pinça mediana.
Técnica das Três Pinças Modificada:
Utilizada em pacientes cujo pedículo ovariano é muito curto (fêmeas obesas ou com pouco
relaxamento anestésico). É uma técnica desenvolvida para evitar acidentes.
Após aplicar uma das duas técnicas no pedículo, segue-se à divulsão com tesoura Romba do
ligamento largo, de modo que o excesso do ligamento fique no animal, ajudando na
cicatrização do coto uterino.
No útero, repete-se a técnica das três pinças, posicionando-as logo distal à cervix. O fio
utilizad9o é absorvível e preferencialmente sintético.
Em cadelas os ovários são mais presos que nas gatas. A veia ovariana direita drena direto
para a cava caudal e é muito próxima dela. Quando o pedículo é muito curto ou não
apresenta a distendibilidade necessária, o posicionamento das 3 pinças pode obstruir a
inserção da veia ovariana direita na cava caudal, possibilitando uma hemorragia de difícil
controle na hora da incisão.
A veia ovariana esquerda drena primeiro para a veia renal, e em seguida, para a cava caudal.
Veia ovariana esquerda e veia renal estão muito próximas e a colocação das três pinças no
pedículo pode lesionar a veia renal esquerda, tanto na incisão quanto na ligadura,
provocando estase renal.
Em casos de piometra a transfixação não deve ser feita devido ao risco de extravasamento
de pus.
Em fêmeas que já pariram os vasos adjacentes ao útero são mais calibrosos e evidentes,
então afasta-se os vasos com a pinça mosquito e realiza-se a ligadura deles separadamente
do coto uterino.
7) CELIORRAFIA
Peritônio + Musculatura:
O padrão de sutura utilizado é o Sultan (ou X) por dar mais segurança e sustentar
bastante tecido e peso, principalmente em animais com parede abdominal espessa.
Feita com fio absorvível preferencialmente sintético, variando o calibre com a
espessura da parede.
Em casos de animais que despertam da anestesia no decorrer da sutura deve ser
realizada uma cerzidura (simples continua) ou uma sutura festonada (mais rápida e
segura que a cerzidura).
Subcutâneo:
Deve ser aproximado a fim de reduzir o espaço morto e diminuir a formação de edema
e seroma.
A sutura é feita no padrão Cushing, também com fio absorvível sintético. Esse padrão
aproxima bem as bordas da pele diminuindo a tensão sobre a sutura de pele.
Pele:
Fêmeas obesas ou muito grandes requerem pontos de pele que ofereçam maior firmeza
como o U horizontal (captonado ou não – pode ser feito continuo quando demandar
rapidez).
8) ORQUIECTOMIA
No cão:
Realiza-se uma incisão com a ponta do bisturi na pele do espaço pré escrotal, em
direção única, e uniforme.
Faz-se uma pressão no testículo, empurrando-o para que apareça encoberto pela
túnica, que é incisionada com bisturi.
Gatos:
Incisão sobre a pele escrotal sobre cada testículo, já fazendo pressão sobre o testículo,
pois quase não há tecido subcutâneo, possibilitanto expor a túnica vaginal em um
único corte. Pode-se realizar uma única incisão escrotal na rafe mediana em gatos
magros ou com pouca pele escrotal.
Segue-se o mesmo procedimento realizado no cão.
Na região abaixo do subcutâneo se encontram o corpo peniano, a uretra e, por cima destes, o
músculo retrator do pênis. Se a aproximação do subcutâneo for profunda há o risco de se
suturar o músculo junto a ele, assim, quando o cão urinar não haverá exposição da glande,
fazendo com que a urina caia dentro do prepúcio queimando a mucosa prepucial.