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Preocupações imediatas
o As prioridades são controlar sangramento e conter vazamento do conteúdo
intestinal ou urina. O intestino não sangra muito, mas o mesentério, sim. Se o
vaso sangrante se retraiu entre os folhetos do mesentério, tudo que você
poderá ver será um hematoma em expansão no mesentério. Em vez de perder
tempo tentando identificar o vaso, simplesmente pressione a área com a
mão ou pinças longas.
o Quando a laceração sangrante está perto da raiz do mesentério, cuidado com
uma cilada. Nunca se precipite e clampeie cegamente ou dê um ponto na área
do sangramento porque você poderá lesar definitivamente um vaso
mesentérico superior ou um de seus ramos importantes. O correto é insinuar
sua mão atrás do mesentério e apertar a área sangrante entre o polegar e o
indicador. Isso controla o sangramento. Agora, abra cuidadosamente o
revestimento peritoneal do mesentério, identifique precisamente a lesão e
repare-a.
o Use pinças coprostáticas para controlar um vazamento a partir do estômago ou
de perfurações intestinais. Um orifício no estômago ou intestino poderá
também ser controlado temporariamente com uma sutura em chuleio que
controlará o sangramento da mucosa. Para um controle temporário de uma
perfuração da bexiga, utilize o tamponamento.
Lesões não-percebidas
o Atenção a esses 5 locais em que uma inspeção sumária frequentemente deixa
de identificar orifícios no TGI:
Junção esofagogástrica
Ligamento de Treitz
Borda mesentérica do intestino delgado
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Controle de dano para o intestino
o A maneira mais rápida e eficiente para prevenir vazamento a partir de uma
perfuração (e para obter ao mesmo tempo hemostasia) é suturá-la prontamente
usando uma sutura contínua em plano único. Quando se utiliza a técnica de
controle do dano, entretanto, frequentemente existem múltiplos orifícios em
vários lugares ao longo do trato gastrointestinal, e as condições fisiológicas do
doente e lesões associadas não permitem que você, pacientemente, feche lesão
por lesão. Você necessita de uma solução rápida e eficiente para controlar o
vazamento de secreções. Aqui estão as opções usadas mais frequentemente:
Interrupção do intestino por grampeamento transversal proximal e
distal ao segmento perfurado, com grampeador linear, ou ligando o
intestino com fita de algodão sem ressecção.
Ressecção intestinal sem anastomose. É uma boa opção se além da
lesão intestinal existir um sangramento do mesentério.
Ressecção gástrica parcial com grampeador sem reconstrução é uma
opção para lesão gástrica devastadora.
o Durante a laparotomia de controle de danos evite, se possível, estomas
externos. A parede abdominal incha após a operação e o estoma muitas
vezes se retrai ou se torna isquêmico. Ao criar um estoma você também
tornará mais difícil a realização do fechamento abdominal definitivo.
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Lesões do esôfago distal (abdominal) exigem mobilização da junção
EG. Mobilize a junção esofagogástrica (EG) como se fosse fazer uma
vagotomia. Sabemos que esta técnica está rapidamente se tornando
uma arte antiga, porém nesta situação é a manobra-chave. Corte o liga
mento triangular esquerdo do fígado, dobre para cima o lobo lateral
esquerdo, abra o peritônio posterior que reveste o esôfago ao longo da
"linha alba" e "lace" o esôfago com seu dedo. Isto lhe dará um bom
acesso à lesão. Se você estiver operando, utilizando a técnica de
controle do dano, e não houver tempo para dissecção e tratamento
meticuloso, insira um dreno calibroso dentro do esôfago aberto e
exteriorize-o através da parede abdominal, criando uma fístula
controlada. Esta solução temporária e eficiente cria a oportunidade
para reconstruções posteriores.
Aborde lesões gástricas proximais mobilizando a junção EG.
Tratamos a laceração simples do esôfago distal utilizando sutura em
plano único após o desbridamento da perfuração e sempre drenamos a
região.
Muito raramente você irá se de parar com uma lesão devastadora que
tenha destruído a junção EG e requeira ressecção do esôfago distai e do
estômago proximal- gastrectomia proximal. Estes pacientes
frequentemente apresentam múltiplas lesões associadas e exigem
tratamento com cirurgia abreviada. Corte transversalmente o estômago
através do corpo usando grampeador linear, preservando o máximo
possível de estômago distal. Levante a parte proximal do estômago
lesado e mobilize-o ao longo da pequena e grande curvatura para cima
até o esôfago. Seccione o esôfago mobilizado tão distalmente quanto
possível e remova a parte destruída do estômago proximal. Fixe o coto
esofágico aberto no diafragma para evitar retração para dentro do tórax
e coloque um dreno de aspiração fechado na luz do órgão. Esta opção
de controle do dano deixa o doente com um segmento gástrico distal
grampeado e um coto esofágico aberto drenado.
o O intestino delgado
Antes de tratar uma lesão no intestino delgado certifique-se de que as
bordas da perfuração estejam sadias e sangrando bem. Se a parede
intestinal estiver azulada ou traumatizada, desbride-a.
O consenso recomenda que o tratamento de perfurações intestinais seja
feito com sutura transversal em vez de longitudinal, para evitar
estenose da luz. Juntar lesões adjacentes em uma única laceração
poupará tempo e aborrecimento. Perfurações na borda mesentérica do
intestino podem ser difíceis de tratar. Mobilize com cuidado o
mesentério adjacente para ver claramente a lesão inteira antes de
iniciar a sutura.
Trate o intestino utilizando a técnica com a qual se sente mais
confortável. Alguns preferem usar sutura contínua em plano único para
a maioria das suturas do trato Gl (incluindo o estômago), enquanto que
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outros preferem a técnica de dois planos. Ambas são seguras desde que
realizadas corretamente, com linha de sutura invertida bem
vascularizada sem tensão. Se tiver de fazer uma ressecção intestinal,
preserve o máximo possível da extensão do intestino e reduza o
número de suturas. Quanto menos suturas você fizer, tanto melhor.
Preserve a maior extensão possível do intestino e reduza o número
de suturas ao mínimo.
o Cólon e reto
Se puder fechar a laceração do cólon com uma sutura simples- faça-o.
Se necessárias ressecções:
Cólon ascendente ou transverso: hemicolectomia direita e
anastomose o íleo terminal no cólon transverso.
Cólon descendente: anastomose primária do cólon OU Hartman
OU Colectomia direita ampliada + anastomose do íleo com o
cólon descendente (raramente usada pois toma tempo).
Evitar ressecção e anastomose. Dê preferência para ressecção e
colostomia. Ocasionalmente fazemos uma anastomose colo-cólica para
lesão isolada do cólon em paciente jovem estável que pode tolerar
deiscência. Muitos cirurgiões falam de anastomose colo-cólica para
trauma; poucos a fazem.
Trate uma lesão do reto intraperitoneal exatamente como você trataria
um cólon esquerdo perfurado.
Lesão do reto extraperitoneal:
Tente identificar a lesão com um retossigmoidoscópio rígido.
Caso suspeite de lesão retal mas não puder provar sua
existência, realize uma derivação empírica do cólon.
Colostomia temporária é um aborrecimento, mas lesão retal
distal não percebida pode ser fatal.
Faça uma colostomia em alça do sigmoide. O cólon distal à
colostomia pode ser fechado com grampeador linear ou você
pode simplesmente suturar o sigmoide com fio grosso de
prolene e ancorar o fio na aponeurose.
Não irrigue o coto retal e não coloque um dreno pré-sacral.
Nenhum dos dois procedimentos é necessário.
Desvie o trânsito intestinal para longe das lesões retais
extraperitoneais.
o Lesão de bexiga e ureter