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Cirurgia do trato reprodutivo

OHE/OVE/OSH- OVÁRIO-HISTERECTOMIA Indicações:


O ovário direito ocupa uma posição mais cranial do que o - Hiperplasia endometrial cística;
esquerdo, localizado dorsalmente ao duodeno - Cistos ovarianos;
descendente, enquanto o esquerdo localiza-se - Fetos macerados/mumificados;
dorsalmente ao cólon descendente e lateral ao baço. - Torção uterina;
Cada ovário está fixado com seu próprio ligamento ao - Ruptura uterina;
corno uterino e, via ligamento suspensor, à fáscia - Intussuscepção uterina;
transversal localizada medialmente à última ou às duas - Prolapso uterino;
últimas costelas. O pedículo do ovário (meso-ovário) - Doenças hereditárias (DCF).
inclui o ligamento suspensor com sua artéria e veia Terapia auxiliar em casos de:
ovariana e uma quantidade variada de gordura e tecido - Neoplasia mamária;
conjuntivo. (o pedículo em cadelas apresenta mais - Hiperplasia mamária;
gordura do que em felinos, tornando mais difícil - Diabetes;
visualizar a vascularização). - Epilepsia;
O ligamento suspensor é uma banda esbranquiçada e - Distúrbios comportamentais;
firme de tecido que diverge à medida que sai do ovário - Hiperplasia vaginal;
para se fixar nas duas últimas costelas. O ligamento - Pseudociese.
largo (mesométrio) é uma dobra peritoneal que suspende O momento ideal para a OHE é no pré-púbere e pós
o útero. O ligamento redondo vai pela borda livre do púbere, entre o primeiro e segundo cio.
ligamento largo a partir do ovário, através do canal Exames pré-cirúrgicos:
inguinal e do processo vaginal. - Hemograma
O útero é constituído por um corpo curto e cornos - FR
compridos, as artérias e veias uterinas irrigam o útero. - FH
A cerviz é a parte caudal constrita do útero. - Eco e eletrocardiograma;
Vantagens: - Us abdominal.
- Controle populacional; Preparo cirúrgico:
- Territorialismo; - Banho e tosa;
- Risco de neoplasias mamárias; - Jejum.
- TVT; Cão: 8h alimentar e 6h hídrico;
- Piometra/mucometra/hemometra; Gato: 6h alimentar 4h hídrico;
- Metrite; <2kg: 4h alimentar e 2h hídrico;
- Neoplasias no ovário; Neonatos: 2h alimentar e s/hídrico.
- Distocias.
Desvantagens:
- Genitália juvenil;
- Obesidade;
- Incontinência urinária;
- Osteossarcoma;
- Doenças articulares (rup. de
ligamento/displasia…)
Técnica cirúrgica F, Fazer uma sutura circunferencial próxima à primeira
● Ovariohisterectomía/ovariectomía sutura e então colocar uma hemostática no ligamento
suspensório próximo ao ovário. Fazer a transecção do
pedículo ovariano distal ao grampeamento do pedículo.
G, Separar o ligamento largo do corno uterino. Clampear
e suturar o ligamento largo (linha pontilhada) se ele
aparentar vascular.
H, Para ligar o útero, fazer uma sutura em forma de oito
no corpo uterino próximo à cérvix. Fazer uma segunda
sutura circunferencial mais perto da cérvix, colocar uma
pinça de Carmalt distal às suturas e cortar entre a
pinça e as suturas. Verificar se não há hemorragia no
coto uterino (usar uma pinça hemostática mosquito
fixada na parede uterina para dentro do abdômen).
Resuminho —-------------------------------------------
Acesso por laparotomia mediana ventral ou paracostal
(mais em gatas): pré-retro-umbilical; faz uma incisão de
pele com bisturi, seguido de divulsão do subcutâneo até a
exposição da linha alba (aponeurose dos músculos retos
abdominais), visualizado a linha alba faz-se uma
A, Para a ovário-histerectomia, elevar a parede apreensão das pinças Allis lateralmente a linha ou
abdominal com uma pinça e deslizar o gancho de sobre a linha, para que consiga fazer uma suspensão e
ovariectomia contra a parede abdominal, 2 a 3 cm seguida uma incisão com bisturi e amplia a incisão com
caudalmente ao rim. tesoura , a Mayo.
B, Exteriorizar o corno uterino com o gancho e Ampliada a incisão, eleva a parede abdominal esquerda
identificar o ligamento suspensório e a ponta cranial do com uma pinça, desliza com o gancho de ovariectomia
pedículo ovariano. (covault ou snook) com o gancho voltado para parede
C, Esticar ou romper o ligamento suspensório para abdominal, gire o gancho medialmente para agarrar o
permitir a exteriorização do ovário usando o dedo corno uterino, o ligamento largo ou o ligamento redondo,
indicador para fazer uma tração caudolateral no e gentilmente elevá-lo da cavidade abdominal. (algumas
ligamento suspensório, enquanto mantém uma tração pessoas também usam as mãos ao invés do gancho).
caudomedial no corno uterino. *O ovário direito é mais cranial do que o esquerdo.
D, Posicionar duas pinças de Carmalt no pedículo Se o corno uterino não puder ser localizado com o
proximal ao ovário e uma no ligamento próprio (ou gancho, dobre a bexiga para trás e posicione o corpo e
colocar três pinças próximas ao ovário). Remover a mais os cornos uterinos entre o cólon e a bexiga. Com uma
proximal e fazer uma sutura em forma de oito no lugar. tração caudal e medial no corno uterino, identifique o
E, Conduzir a ponta não afiada da agulha através do ligamento suspensor por palpação como uma banda
meio do pedículo (1 a 2), dar uma volta por um lado do fibrosa tensa na ponta proximal do pedículo do ovário.
pedículo (3 a 4), então reconduzir a agulha pelo orifício Estique ou rompa o ligamento suspensor próximo ao rim
original na mesma direção (5 a 6), e dar uma volta na sem romper os vasos do ovários, para permitir a
outra metade do pedículo (7 a 8). Apertar firmemente a exteriorização do ovário. Para isso, use o dedo indicador
sutura (1 e 8). para aplicar uma tração caudolateral no ligamento
suspensor enquanto mantém uma tração caudomedial no
corno uterino. Faça um orifício no ligamento largo Acompanhe o corno uterino até o corpo uterino. Segure
caudal ao pedículo do ovário. Coloque duas ou mais o outro corno uterino e o acompanhe até o ovário
pinças de Crile ou Rochester-Carmalt através do oposto. Coloque os clampes e as suturas como foi
pedículo do ovário proximal (profundo) ao ovário e um descrito. Faça uma janela no ligamento largo adjacente
através do ligamento adequado do ovário. ao corpo uterino e à artéria e à veia uterina. Coloque, de
Após exposto, realiza uma dupla ligadura abaixo do cada lado, uma pinça de Carmalt através do ligamento
ovário: posicione o fio de sutura em forma de oito largo e faça a transecção. Faça uma sutura ao redor do
proximal à pinça do pedículo do ovário (abaixo). ligamento largo se o paciente estiver no estro ou for
*IMPORTANTE: precisa tomar cuidado para não ficar gestante, ou se o ligamento largo estiver intensamente
nenhum resquício de ovário, para que futuramente não infiltrado por vasos ou tecido adiposo. Aplique tração
de a síndrome do ovário remanescente ou piometra de cranial no útero e suture o corpo uterino cranialmente à
coto. cérvix.
Escolha o material de sutura absorvível para as Faça uma sutura em forma de oito através do corpo
ligaduras (i.e., 2-0 ou 3-0 polidioxanona [PDS], usando a ponta da agulha, circundando os vasos
poligliconato [Maxon®], poliglecaprona 25 [Monocryl®], uterinos de cada lado. Faça uma ligadura circunferencial
glicômero 631 [Biosyn®] ou poliglactina 910 [Vicryl®]). próxima à cérvix. Coloque uma pinça de Carmalt no
Inicie conduzindo a ponta afiada da agulha pelo meio do corpo uterino cranialmente às suturas. Segure a parede
pedículo, dê a volta em um lado do pedículo, então uterina com clampes ou pinça hemostática mosquito,
reconduza a agulha pelo orifício original na mesma cranialmente às suturas. Promova a transecção do
direção e dê a volta na outra metade do pedículo. Aperte corpo uterino e verifique se não há hemorragia. Suture
firmemente a sutura. Remova a pinça ou solte, enquanto novamente caso haja sangramento. Alguns cirurgiões
aperta a sutura para permitir a compressão do pedículo. colocam de uma a três pinças de Carmalt no corpo
Coloque uma segunda sutura circunferencial próximo à uterino antes da ligadura. Em gatos, o clampeamento
primeira (abaixo) para controlar a hemorragia que pode pode cortar em vez de segurar o útero ingurgitado ou
ocorrer em função da punção de vasos à medida que a friável, e causar a transecção antes da realização da
agulha passa pelo pedículo. Alguns cirurgiões preferem ligadura. Uma alternativa para a ligadura é a utilização
colocar a ligadura circunferencial ou nó de Miller antes de bisturi ultrassônico, selante vascular ou grampos.
da ligadura transfixante para eliminar a hemorragia, se Recoloque o coto uterino para dentro do abdome antes
um vaso é perfurado durante a transfixação. de soltar os clampes ou a pinça hemostática. Feche a
Coloque uma pinça hemostática mosquito no ligamento parede abdominal em três camadas (fáscia/linha alba,
suspensor próximo ao ovário. Faça uma transecção no tecido subcutâneo e pele).
pedículo do ovário entre a pinça de Carmalt e o ovário. Complicações
Abra a bursa ovariana e examine o ovário para ter ● Hemorragias
certeza de que o mesmo foi removido por completo. - Pedículo ovarianos
Remova a pinça de Carmalt do pedículo do ovário e - Parede e vasos uterinos
observe se há hemorragia. Recoloque a pinça e suture - Vasos de ligamento largo e
novamente o pedículo se houver sangramento. Realize o suspensor.
mesmo procedimento do outro lado. ● Piometra de coto uterino
Para a ovariectomia, coloque uma ou mais ligaduras ● Ligadura do ureter
circundantes de material de sutura absorvível bem ● Estro recorrente (ovário remanescente)
caudal ao ligamento próprio na ponta do corno uterino. ● Fístulas e granulomas
Transeccionar o meso-ovário e o ligamento próprio e ● Infecções
remova o ovário. ● Deiscência.
Diestro- 60 dias
Piometra Anestro- 20 dias (intervalo entre cios).
É uma infecção bacteriana com grande acúmulo de pus Tratamento: ovariohisterectomia, retirada total do
no lúmen uterino, endométrio, que sofreu hiperplasia útero. De forma geral, realizar incisão para adentrar a
cística devido a uma prolongada estimulação hormonal. cavidade abdominal, ligaduras duplas em ambos os
Ocorre mais na fase de diestro. pedículos e ligadura com sutura de parker-kerr no corpo
- Aberta: secreção vulvar e cérvix aberta. uterino, sempre confirmando se não há sangramento ou
- Fechada: sem secreção, cérvix fechada. secreção purulenta(também pode usar a técnica das
Sinais clínicos três pinças aqui), assim, finaliza com miorrafia e
- Secreção vaginal purulenta ou sanguinolenta; dermorrafia para o fechamento da cavidade abdominal.
- Distensão abdominal evidente; Pós-operatório:
- Anorexia parcial a completa; - Antibiótico
- Letargia; - Anti-inflamatório
- Poliúria; - Análgesico
- Polidipsia; - Limpeza da ferida e colar elizabetano
- Vômitos; - Controle de hemograma e função renal até a
- Diarreia; alta.
- Perda de peso. —--------------------------------------------------------
Animais com endotoxemia ou septicemia podem Orquiectomia
apresentar choque , hipotérmicos e/ou moribundos. Indicado para:
Exames complementares: - Eliminar função reprodutiva;
US: Corpo uterino acentuadamente dilatado por - Modificar comportamento (micção em locais
conteúdo anecogênico com pontos ecogênicos suspensos inapropriados);
(celularidade, pode ser sangue ou pus) - Diminuir a agressividade;
Também pode ter alteração no fígado por toxemia. - Neoplasias e traumas;
Hemograma e bioquímico: as alterações mais comuns são - Orquite e epididimite;
neutrofilia com desvio para esquerda, monocitose e - Hiperplasia prostática
toxicidade das células sanguíneas brancas. O número de - Hérnia perineal.
leucócitos normalmente excede 30.000/uL em piometra Técnica cirúrgica
fechada. Acesso:
A leucopenia pode indicar infecção generalizada e - Perineal tem difícil exposição.
septicemia ou sequestro uterino de neutrófilos. - Escrotal: maiores complicações no
Pode ocorrer discreta anemia normocítica normocrômica pós-operatório.
não regenerativa. - Pré-escrotal: mais indicado.
No bioquímico é comum hiperproteinemia, Procedimento:
hiperglobulinemia e azotemia. Incisão cutânea pré-escrotal, exposição do testículo e
Complicações: ruptura do ligamento escrotal com arrancamento
- Doença renal aguda: glomerulonefrite por digital, em seguida aplica-se 3 pinças Halted no cordão
depósito de imunocomplexos. espermático, secção do testículo entre a pinça distal e a
pinça intermediária e aplicação de ligadura do sulco
Relembrando…………... Ciclo Estral………………………………. deixado pela pinça proximal- fio absorvível 3-0, libera o
Proestro- 3 a 21 dias coto e inspeciona para ver se não tem hemorragia.
Estro- 6 a 9 dias
Exposição do outro testículo, através da incisão de pele pode ser infértil (não produz gametas masculinos
já existente, mesmos passos, libera o coto e verifica se suficientes para reproduzir) ou subfértil (produz
não tem hemorragia. menos gametas, mas ainda assim pode cruzar e se
Redução de espaço morto e aproximação dos bordos reproduzir - algo totalmente contraindicado).
cutâneos, padrão contínuo e fio absorvível 3-0.
- Abdominal
Dermorrafia, padrão simples com fio inabsorvível 3-0
- Inguinal
(nylon).
Diagnóstico:
Complicações:
- US
- Automutilação;
- Palpação
- Hematoma escrotal;
Complicações
- Edema escrotal;
- Neoplasias testiculares
- Infecções.
Cesárea
Indicações:
Criptorquidismo
- Distocia: ausência de dilatação e contração
É uma condição na qual o cão ou gato apresenta apenas
- Raças braquicefálicas
um ou nenhum testículo no saco escrotal, sendo mais
- Maceração/sofrimento fetal.
comum na espécie canina. O macho criptorquida pode
Hormônios envolvidos:
ter um testículo normal, que completou sua descida até o
- Progesterona: responsável pelo desenvolvimento
saco escrotal normalmente, e um segundo que não
endometrial, mantém a integridade
completou esse desenvolvimento no tempo esperado. O(s)
placentária e reduz a atividade miometrial.
testículo(s) retido(s) pode estar na região inguinal
- Estrógeno: responsável por fazer
(virilha) ou abdominal. É preciso diferenciar essa
descolamento da placenta, dilatação da cérvix
condição do macho monorquida, que realmente tem
e aumenta a sensibilidade uterina.
apenas um testículo ou do anorquida, que não
- Ocitocina: responsável pela contração
desenvolveu nenhum. A presença do testículo fora do
miometrial e liberação de PGF2 alfa
saco escrotal é um problema porque em outras
placentária.
localizações, a temperatura do órgão é maior e isso
Na gestação: aumenta a progesterona e diminui o
aumenta a predisposição à hiperatividade hormonal e
estrógeno.
posteriores tumores.
No parto: diminui a progesterona e aumenta o estrógeno
Nos cães, os dois testículos devem estar Distocia
posicionados no escroto até, no máximo, seis meses A distocia pode ser por várias causas, sendo elas: fetos
de idade. Já nos gatos, a descida testicular de tamanho grande, síndrome do feto único, distúrbios
completa ocorre após cinco dias do nascimento. A nutricionais, obesidade, disfunção hormonal, morte fetal
partir deste período já se considera esta condição e doença sistêmica.
uma doença. O testículo tem seu desenvolvimento Já a distocia fetal por estática é devido ao mau
inicial da cavidade abdominal e completa sua posicionamento do feto, a apresentação eutócica
descida passando pela região do anel inguinal, (normal) é longitudinal anterior ou posterior, dorsal. Já
a apresentação distócica pode ser transversal, flexão
subcutâneo e saco escrotal. A causa é
cervical ou de membros.
desconhecida, mas existe componente genético
Tratamento:
envolvido, onde os pais passam os genes da doença
- 1 feto: manobras
aos machos da ninhada. Um macho criptorquida - Vários fetos sem obstrução: medicamentoso
50-100 ml de solução glicofisiológica + cálcio (0,5-5
ml/IV/animal), ocitocina (3-10 UI/animal).
- Cirúrgico:
Em casos de insucesso de manobras obstétricas,
insucesso de drogas embólicas, sinais de sofrimento
fetal, sinais de endotoxemia/septicemia, distocias
anteriores e morte fetal.
Técnica cirúrgica
- Histerotomia-histerorrafia
Útero viável ou interesse reprodutivo.
- Histerotomia- ovariohisterectomia
Útero não viável, sem interesse reprodutivo e distocia
materna.
- Ovariohisterectomía “en bloc”
Pacientes de risco, diagnóstico prévio de morte fetal, se
os fetos tiverem vivos (60seg), é contra-indicado em
fetos bradicárdicos.
Semiologia do aparelho locomotor - Alinhamento ósseo.
Carpo e metacarpo
Histórico - Fraturas
Resenha: raça, idade, sexo. - Mau alinhamento
Informações do proprietário: trauma, membro afetado, - Desvio: valgo e varo, rotação.
evolução, tra tamento prévio e resultado, Palpação em pé:
comportamento, clima, exercício, ao se levantar, etc Carpo e cotovelo
Informações do paciente: febre, apetite, letargia, - Extensão e flexão dos dígitos.
emagrecimento. - Cor, abrasões, corpo estranho.
Exame clínico - Palpação dos sesamóides
Estado e conformação corporal, alteração de apoio, - Flexão e extensão do carpo: osteodistrofia
assimetria, edema, atrofia muscular, alinhamento e hipertrófica.
aprumos. - Flexão e extensão do cotovelo: não união do
● Claudicação: processo ancôneo.
Evidenciar antes do exame físico, animal andando e Ombro
trotando, fazendo curvas e transpor obstáculos. - Extensão e flexão da articulação.
*O animal pode não claudicar na sala de exame. - Osteocondrite dissecante
● Palpação em pé - Tendinite do bíceps.
Investigar simetria dos membros: se tem edema, MEMBROS PÉLVICOS
conformação, temperatura, atrofia, se tem diminuição Referências específicas:
do diâmetro do músculo, a evidência de proeminências - Crista ilícas, trocanteres femorais,
ósseas- trocanter maior do fêmur e acrômio. tuberosidades isquiáticas, aparelho extensor
● Palpação em decúbito: (quadríceps, patela e ligamento, tuberosidade
Avaliação mais meticulosa dos achados no primeiro tibial, alinhamento), aparelho flexor
exame, a maioria dos testes não provoca dor, precisa (calcâneo, gastrocnêmio e tensão
palpar e testar o lado bom primeiro, buscando gastrocnêmio).
instabilidades, crepitação, dor e amplitude de movimento. Pelve
MEMBROS TORÁCICOS - Assimetria, se tem fraturas em pelve, colo e
Referências específicas: cabeça femorais
- acrômio, espinha da escápula, tubérculo maior - Luxação: triângulo imaginário
e epicôndilo maior e epicôndilos umerais,
olécrano, osso acessório do carpo.
Região escápulo-umeral
- Inspeção: posicionamento e alinhamento,
posição do tubérculo maior do úmero: luxação e
tumores.
- Palpação: atrofia muscular- acrômio Joelho
Cotovelo e antebraço - Relação da tróclea com tuberosidade tibial.
- Incongruências congênitas - Edema articular: caudal e lateral ao ligamento
- Fraturas patelar.
- Efusão articular: porção medial entre o Tarso
epicôndilo medial umeral e olécrano, e a - Edema: entre tíbia distal e osso tarsal fibular.
fragmentação do processo coronóide. - Tendão do gastrocnêmio.
Palpação em decúbito - Espiral;
Metatarso e tarso - Múltipla;
- Extensão e flexão dos dígitos - Comunicativa;
- Extensão e flexão da articulação - Fissura;
tarso-metatársica: instabilidade, crepitação. - Em galho verde.
Joelho Quanto à posição:
- Patela: luxação de patela - Proximal;
- Ligamento cruzado cranial: movimento de - Diafisária;
gaveta, deslocamento cranial da tíbia. - Distal.
Art. coxo femoral Classificação das fraturas da linha fisária:
- Flexão e extensão do coxal: crepitação, dor, - Tipo I
DCF, necrose asséptica - Tipo II
- Teste de ortolani: flacidez da art. coxo femoral - Tipo III
- Manipulação e extensão das asas ilíacas: - Tipo IV
instabilidade lombo-sacra - Tipo V
- Tipo VI
Fraturas Na descrição da fratura precisa ter: linha de fratura,
local da fratura, presença, número e tamanho de
A fratura é a perda da continuidade óssea, decorrem da fragmentos, deslocamento dos fragmentos e condição
aplicação de força sobre o osso, depende de força e dos tecidos moles (edema).
velocidade.
Existem tipos de forças que produzem deformações
ósseas, são elas: tração, compressão, arqueamento,
cisalhamento, torção e combinadas.
Deformações ósseas:
- Deformação elástica:
Osso se deforma e após a interrupção da força retorna
à sua forma original.
- Deformação plástica:
Osso se deforma e após a interrupção da força não
retorna à sua forma original, perde as propriedades
mecânicas.
- Fratura
A resistência óssea é vencida e o osso se parte, pode ser
por trauma e força, e isso tudo ajuda em como essa
fratura vai ser estabelecida.
- Intensidade alta: grandes danos adjacentes.
- Baixa intensidade: preservação de tecidos
adjacentes.
- Prognóstico da consolidação.
→Classificação das fraturas:
- Transversa:
- Oblíqua:
MANEJO DE FERIDAS EM
● Ferida por incisão: é o ferimento
PEQUENOS ANIMAIS criado por objeto cortante e com
bordas irregulares;
A pele é o maior órgão dos vertebrados,
compõe 24% do peso corporal de filhotes e ● Ferida por laceração: é criada
14% do peso corporal de adultos. A pele é pelo rompimento dos tecidos e
uma barreira ao meio externo e previne a apresenta bordas irregulares e
perda de fluidos, eletrólitos e calor. causa lesão variável ao tecido
superficial e profundo. Ocorre por
Composta por: derme, epiderme e
exemplo em casos de ferida por
hipoderme. arame farpado;
Causas de feridas:
● Fatores extrínsecos: ● Incisão cirúrgica: é feita por um
- Incisões cirúrgicas; bisturi cirúrgico onde as bordas são
- Lesões acidentais. regulares e a lesão causada é
● Fatores intrínsecos magistral;
- Infecções; ● Desnuvamento: desintegra a linha
- Úlceras crônicas: de tensão da pele;
vasculares, metabólicas ou
por neoplasia. ● Úlcera de pressão: ocorre devido
A ferida ocorre devido ao trauma e logo a bandagens e talas; Nesse caso,
depois do trauma o processo de ocorrem lesões isquêmicas, devido
cicatrização já começa a ocorrer, passando ao alcochoamento inadequado e
por várias fases para assim no final se ter o bandagens úmidas;
fechamento completo da pele. A
cicatrização ocorre quando há: umidade, ● Lesão por cisalhamento: ocorre a
não há infecção e / ou necrose, não há exposição de tecidos e ossos e em
toxinas, sujidades ou fibras soltas, em uma alguns casos fraturas expostas.
temperatura de 35 à 37º. C e pH 6. Além disso, na lesão por
cisalhamento, pode ocorrer o
Classificação das Feridas desgaste do osso que está exposto;

De acordo com o tipo: ● Punctória: produzida por


elementos perfurantes como pregos
● Ferida por abrasão: ocorre perda e estiletes. Não atinge
de epiderme e partes da derme. É o cavidades/órgãos;
ralado. As feridas abrasivas podem
ocorrer por fricção, acidentes ● Punctória Lacerativa: ocorre
automobilísticos, etc; normalmente por mordidas, onde o
animal que está mordendo
● Ferida por “chacoalha” e com isso perfura e
avulsão: avulsiona/lacera o tecido lacera o tecido também;
e suas inserções ocasionando o
despregamento do tecido ● Penetrante: ocasiona a perfuração
subcutâneo, resultando no de todas as camadas alcançando
arrancamento da pele. cavidades (abdome, tórax, seios
Normalmente ocorre devido a faciais, etc), onde geralmente
atropelamentos e mordeduras;
resultam em perfuração de principalmente em animais picados
vísceras; por aranha marrom, onde nesses
deve-se monitorar o rim, por
● Ferida Empalante: perfuração na causas da liberação dessas toxinas.
qual o objeto penetrante está Em casos de mordidas por gatos,
parcialmente exteriorizado. Esse deve-se ter bastante cuidado, pois
tipo de ferida ocorre quando o pode ocasionar abscessos e
animal pula o portão, por exemplo, necrose.
e acaba caindo sobre a grade, e
com isso a grade perfura o corpo ● Queimaduras: o contato da pele
do animal, fazendo assim uma com superfícies cuja temperatura é
ferida empalante; <42°C, não promove alterações
proteicas, a desnaturação da
● Feridas por arma de fogo: a proteína celular inicia a partir dos
ferida por arma de fogo pode variar 50°C e a coagulação proteica, com
quanto ao calibre, velocidade e posterior morte celular, ocorre em
distância do disparo, bem como temperaturas > 60°C, variando
grau de fragmentação dentro da conforme o tempo de exposição.
ferida, danificação tecidual e As queimaduras são classificadas
órgãos acometidos. Com o tiro, se em grau I, II, III e IV; Para queimaduras, é
tem também uma dispersão de de
energia da bala que pode causar extrema importância determinar a
esmagamento e estiramento sua extensão, onde para cães com
muscular, fraturas, perfurações de mais de 50% do corpo queimado é
órgãos importantes, hemorragia e indicado a eutanásia. As
até mesmo pode causar o óbito do queimaduras podem ocorrer por:
animal. o Queimaduras elétricas,
quando o filhote acaba
● Úlceras de decúbito: acontece comendo algum fio. No
mais em raças grandes e gigantes. local da queimadura a
Acomete região de cotovelo e mucosa fica branca esse
jarrete, ocorrendo a formação de desenvolve para necrose de
granulomas e úlceras. As úlceras forma lenta.
de decúbito podem ser abertas ou o Queimaduras secas, onde
fechadas, sendo que nas abertas acontece em animais
pode ocorrer infecção. anestesiados, devido ao
colchão térmico, animais
● Perfuração: as lesões por que ficam encostados em
perfuração podem ocorrer devido a escapamentos de carros.
picadas (aranha, cobra), mordidas o Queimaduras úmidas, que
(cão, gato), gravetos. Em caso de geralmente são ocasionadas
picada de aranhas e cobras, ocorre por água quente
a inoculação de substâncias o Queimadura por radiação
químicas, podendo causar no
animal reação anafilática e edema Gravidade: proporcional à temperatura e
de glote. Ocorre edema, dor, o tempo de exposição, classificada em:
infecção, necrose tecidual, pode
ocorrer arritmia, hipotensão, ● Grau I: mais superficiais, afetam
náusea e sendo bastante comum somente a epiderme, no local fica
pode causar nefrotoxicade, dolorido, espessado, eritematoso e
escamativa. A cicatrização ocorre ● Ferida Limpa: são as feridas que
de 3 a 6 dias. foram criadas em ambiente
● Grau II: mais profundas e de cirúrgico e em condições
espessura parcial, causa edema assépticas;
subcutâneo e inflamação notável, ● Limpas-contaminadas: são as
além dos pelos tornarem-se feridas que possuem uma mínima
facilmente removíveis. Geralmente contaminação, porém esta pode ser
essas lesões cicatrizam sem a efetivamente removidas;
colocação de enxertos, podendo ● Contaminadas: as feridas
levar meses até a recuperação contaminadas são aquelas em que a
completa, como consequência pode contaminação é intensa, devido à
deixar marcas extensas e evidentes. presença de corpos estranhos
● Grau III: espessura total, a lesão porém não há sinais de infecção;
ocorre por completo, atingindo os ● Sujas e Infectadas: essas feridas
tecidos mais profundos, há são caracterizadas pela presença de
formação de crostas reação inflamatória e destruição de
marrom-escuras, insensíveis e tecidos, além de processo
rígidas. Essas queimaduras são infeccioso em curso.
menos dolorosas tendo em vista
que há destruição da inervação
total. FASES DA CICATRIZAÇÃO
● Grau IV: carbonização, alta
temperatura gera redução parcial 1. Fase Inflamatória: inicia-se logo após
ou total dos tecidos, provoca a ocorrência da ferida, ocorrendo um
fraturas de ossos longos e de calota extravasamento de sangue e linfa, que
craniana, abertura da cavidade limpam e preenchem a ferida. A fase
torácica e abdominal com inflamatória tem duração entre um e
exposição visceral, destruindo as quatro dias, faz a ativação do sistema de
extremidades dos membros e as coagulação sanguínea e à liberação de
partes moles superficiais. mediadores químicos. Nesta fase a ferida
pode apresentar edema, vermelhidão e dor.
De acordo com o grau de contaminação: O objetivo na fase inflamatória é reduzir a
contaminação da ferida para favorecer as
● Grau I ou Super Aguda: são as defesas do hospedeiro e prevenir o
feridas limpas ou as que tem desenvolvimento de infecção.
mínima contaminação, onde o
período de ocorrência da ferida é 2. Fase de Debridamento: tem duração de
de 1 a 6 horas; um a seis dias e se inicia mais ou menos 6
● Grau II ou Aguda: são as feridas horas após a ocorrência da lesão tecidual.
que ocorreram de 6 à 12 horas, A fase de debridamento é a fase de
onde nessas lesões há presença de limpeza da ferida, onde os neutrófilos em
contaminação significativa; degeneração liberam enzimas e produtos
● Grau III ou Crônica: são as tóxicos do oxigênio, facilitando dessa
feridas com 12 à 24 horas que forma a destruição das bactérias, resíduos
ocorreram, essas feridas são extracelulares e do material necrosado.
bastante contaminadas.
3. Fase de Proliferação: é a fase
Ainda de acordo com o grau de regenerativa, podendo durar entre cinco e
contaminação: vinte dias. É caracterizada pela
proliferação de fibroblastos, sob a ação de
citocinas que dão origem a um processo ● Hospedeiro: idosos, desnutrição,
denominado fibroplasia. Ao mesmo HAC, diabetes e hepatopatas.
tempo, ocorre a angiogênese e infiltração ● Ferimento: materiais estranhos,
densa de macrófagos, formando assim o traumas, atadura justa e acúmulo
tecido de granulação. de fluido no espaço morto.
● Externos: drogas (corticóides,
4. Fase de Maturação: inicia-se após a aspirina, quimioterapia) e
fase de proliferação e pode durar meses. radioterapia.
Nessa fase ocorre a transição do tecido de
granulação para a maturação cicatricial,
onde é produzida a remodelação de TRATAMENTO DE QUEIMADURA:
colágeno. A densidade celular e a ● Resfriamento da área atingida com
vascularização da ferida diminuem, água corrente; Para queimaduras
enquanto há maturação das fibras extensas requer o cuidado com a
colágenas. O alinhamento das fibras é hipotermia, sendo contraindicado o
reorganizado a fim de aumentar a resfriamento de queimados com
resistência do tecido e diminuir a mais de 15% da superfície da pele
espessura da cicatriz. atingida.
● Remoção da necrose e de corpos
TECIDO DE GRANULAÇÃO estranhos do leito da ferida (c.e,
infecções e edema interferem no
Para que a cicatrização ocorra é processo de cicatrização).
necessário que se forme o tecido de ● Tricotomia.
granulação, e para o tecido de granulação ● Evitar a auto-mutilação (colar
ser formado a ferida deve estar limpa, sem protetor).
infecção e ser úmida. No cão o tecido de ● Solução salina estéril, para
granulação se forma a partir do minimizar o traumatismo mecânico
subcutâneo, já no gato se forma da borda e químico. Sendo levemente
para o centro da ferida, e com isso as aquecida para evitar a hipotermia
chances de se ter uma ferida crônica em da região afetada e para estimular a
um gato é mais comum. mitose durante a granulação e
Toda ferida aberta em articulação epitelização.
obrigatoriamente deve ser fechada antes de ● Soluções para antissepsia:
retrair a ferida, pois ocorre uma fibrose hipoclorito de sódio diluído à
entre os tendões impedindo o deslizamento 1:1000 não apresenta toxicidade
correto dos mesmos. Se a ferida está com para os fibroblastos, quando muito
sinais de infecção, não se pode utilizar concentradas, soluções
nada que estimule a formação de células antissépticas podem apresentar
pluripotentes. efeito nocivo sobre a ferida, o que
A ferida pode ser fechada retarda a cicatrização, não
cirurgicamente, a partir do momento em consistindo mecanismo eficiente
que a mesma está com início de tecido de para a redução da contagem
granulação, onde significa que a ferida está bacteriana.
limpa. Além disso, para o tratamento não é Primeiro grau:
necessário fechar borda com borda, ● Controle de dor e cuidados locais;
pode-se fazer o fechamento da ferida com ● Analgésicos via oral;
enxerto, com retalhos. ● Compressas de água fria para
aliviar a dor;
Fatores que podem interferir no processo ● Proteção da luz solar a fim de
de cicatrização: evitar discromias residuais.
● Agentes tópicos- antimicrobiano e um antibiótico que tenha ação na pele
corticoide, produtos naturais, como cefalexina. Já o uso de analgésico é
clorexidina e sulfatiazina de prata. necessário dependendo da ferida (ferida
Segundo grau: por cisalhamento, feridas extensas), onde
● Curativo associado ou não a gera muita dor, podendo dar para cães
sulfatiazina de prata a 1% metadona ou morfina, e para gatos
● Desbridar tecidos necrosados e tramadol. Se a ferida for simples abrasiva,
combater a infecção local, 2x ao não é necessário o uso de analgésico,
dia: podendo dar somente dipirona.
- gram-negativas: Escherichia coli, Pode usar antibióticos tópicos e
Enterobacter, Klebsiella sp e sistêmicos, de amplo espectro, como
pseudomonas aeruginosa sulfadiazina de prata, gentamicina e
- gram-positivas: Staphylococus nitrofurazona.
aureus e Candida albicans.
● Queimaduras de 2o e 3o grau 2) ESTABILIZAR O PACIENTE: Como
abaixo de 15% de superfície a ferida é decorrente de um trauma a
corporal atingida deve ser evitada, primeira coisa a ser feita é o A, B, C do
pois poderá prejudicar a avaliação trauma, após isso com o paciente
da área queimada a qual poderá estabilizado, avalia-se a ferida, de acordo
progredir nas primeiras 48 horas. com o tipo de trauma que ocorreu e com
● Método alternativo: hidroalginato período de ocorrência da ferida.
associado à prata
Graves de segundo e terceiro grau: 3) PROTEGER A FERIDA: é
● Atingindo mais de 15% da importante proteger a ferida com gases ou
superfície total da pele, devem ser hidrogel estéril, para assim evitar a
tratadas sistemicamente com contaminação da mesma com os pelos e
medicações analgésicas outras sujidades.
endovenosas e a assistência deve
ser preferencialmente em ambiente 4) TRICOTOMIA: tricotomia ampla ao
hospitalar, com controle de função redor da ferida. Após a tricotomia, o
respiratória, hemodinâmica, dor, hidrogel ou a compressa devem ser tirados
suporte nutricional e controle de e então em volta da ferida deve ser lavado
infecção. com clorexidina e álcool.
Terceiro grau:
● Requer desbridamento e em 5) LAVAR A FERIDA: até que esteja
algumas situações, retalhos locais extremamente limpa, isso vai depender do
ou a distância, recobrindo tendões, grau de contaminação, se há material
cartilagem e ossos. estranho, tecido necrótico e se há também
fatores externos como bactérias, presença
de pus, tecido esverdeado, fragmentos de
PASSOS PARA O MANEJO DA asfalto, terra, sujidades em geral. Para a
FERIDA lavagem da ferida pode ser usado Solução
Fisiológica ou Ringer Lactato, preferível a
1) TRATAMENTO SISTÊMICO: antes ringer com lactato, pois a fisiológica tem
da lavagem da ferida é necessário fazer um sal que desidrata ainda mais a ferida. Usar
swab da secreção e coletar se possível um jato ou gotejamento dependendo da fase de
fragmento para assim mandar para o cicatrização que a ferida encontra-se,
exame de cultura. Porém como resultado porém sempre de forma contínua. Na
do antibiograma é demorado, o paciente já lavagem não é bom usar clorexidine, pois
deve ser tratado, com isso pode ser usado este fica depositado no tecido e
consequentemente há a deposição de isso é indicada em feridas com
surfactante que é tóxico para o tecido de tecido desvitalizado. Essa pomada
granulação. é refrescante para a ferida, pode ser
usada depois do desbridamento
6) DEBRIDAMENTO DA FERIDA: é a cirúrgico, sendo contra indicada em
remoção do tecido necrótico, dos corpos feridas com cicatrização por
estranhos e das bactérias concomitantes, e primeira intenção.
estimula a cicatrização. Pode ser feito por ● AÇÚRCAR CRISTAL: pode ser
abrasão, compressas, fricção ou usado devido a sua osmolaridade,
cirurgicamente. Os materiais que podem diminui o edema da ferida, atrai
ser utilizados são: tesouras de metzenbaum macrófagos que ajudam por sua
ou mayo, pinça de adson, allies, bisturi e vez no processo de cicatrização,
lâminas 11 ou 15, solução estéril, luva faz com haja a aceleração do
estéril e compressa ou campo estéril. processo de descamação do tecido
desvitalizado, promove a formação
● Debridamento em Camada: é a de uma camada protetora de
forma mais comum. Para este tipo proteína na ferida e por fim, ajuda
de debridamento é utilizado bisturi. na formação do tecido de
Deve-se fazer a excisão de bordas granulação, porém o açúcar não
irregulares, estruturas necróticas e possui efeitos anti-inflamatórios,
remoção de debris celulares, antes mas possui ação antibacteriana.
de progredir para tecidos mais Para o tratamento com açúcar
profundos. cristal, este deve ser colocado no
● Debridamento em Bloco: a ferida leito da ferida, devendo ser trocada
de classificação contaminada se a cada 4 horas.
converte para uma ferida de ● MEL: promove a diminuição do
classificação limpa-contaminada. edema inflamatório, possui
No debridamento em bloco deve-se enzimas como a catalase que
fazer a remoção completa e ampla auxilia na cicatrização e promove o
da lesão, onde se deve remover a efeito osmótico, que inibe o
borda irregular. crescimento microbiano (inibe o
● Debridamento não Cirúrgico: é crescimento de cepas
feito no início do tratamento da gram-negativas e gram-positivas
ferida, e é utilizado em feridas com pelo seu baixo pH), faz com haja a
pouca desvitalização tecidual e aceleração do processo de
com muito exsudato. Neste caso, as descamação do tecido
bandagens utilizadas podem ser as desvitalizado, desbridação,
bandagens curativas, sendo que promove a formação de uma
estas podem ser as bandagens secas camada protetora de proteína na
ou as bandagens úmido-secas. Para ferida e ajuda na formação do
o debridamento não cirúrgico é tecido de granulação. Pode causar
utilizado os curativos que irritação e dor no leito da ferida.
estimulam a formação do tecido de
granulação. 8) MEDICAÇÕES TÓPICAS: ajudam a
reparar e criar um ambiente favorável para
7) AGENTES ENZIMÁTICOS a cicatrização, e são mais eficazes na
DESBRIDANTES prevenção da infecção da ferida do que no
seu tratamento. O uso de antibióticos
● COLAGENASE: age degradando tópicos nas feridas tem o intuito de reduzir
o colágeno do tecido necrótico, por
o número de microrganismos, além disso, manuseio melhoram a adesão ao
ajudam no processo da cicatrização. tratamento. Quando nos membros, a
imobilização deve ser feita em posição
● COLÁGENO BIOLÓGICO: O anatômica evitando a retração tecidual,
colágeno é um dos principais porém isso não impede sequelas funcionais
fatores para a fase de epitelização e motoras.
da ferida. Promove diminuição da As bandagens são divididas fisicamente
inflamação e do edema e acelera o em camadas primária, secundária e
processo de cicatrização. terciária.
● HIDROGÉIS: São utilizados em ● Camada Primária: também
feridas secas e com pouco chamada de camada de contato.
exsudato, em feridas ulcerativas, Essa camada está diretamente em
em queimaduras de grau I e II, em contato com a ferida e por isso
feridas abrasivas leves. O hidrogel deve ser estéril. Tem a função de
acelera processo cicatricial e é proteger, debridar, absorver o
muito utilizada em diabéticos. Os exsudato, manter os medicamentos
hidrogéis são utilizados na fase tópicos que foram utilizados,
inflamatória da cicatrização, analgesia e promover a
proporcionam um ambiente úmido, cicatrização. Pode ser usada gaze
facilitando o debridamento e a seca, gaze úmido-seca, malha ou
remoção de crostas secas e algodão.
reduzindo a dor no local da ferida. ● Camada Secundária: ou camada
● SULFADIAZINA DE de apoio. Essa camada é
PRATA: age como uma barreira responsável pela absorção e
antimicrobiana e acelera o processo retenção de agentes prejudiciais à
de cicatrização. Pode ser usada em cicatrização. Para a camada de
queimadura, ferida infectada, ferida apoio é usado algodão, ataduras
com tecido necrótico, escara de gessadas ou ataduras elásticas. A
decúbito e em ferida com tecidos espessura da camada secundária é
de granulação. Em feridas determinada pela quantidade de
profundas é mais usado na exsudação do ferimento, uma vez
concentração de 2,5% e em feridas que tem a função de absorção. O
mais superficiais a de 1%. algodão utilizado pode ser o
hidrofóbico ou hidrofílico,
9) BANDAGENS: Feridas sem bandagem dependendo do tipo de ferida.
desidratam, levando a atrasos de ● Camada Terciária: ou camada
cicatrização e maior incidência de externa. Esta camada é feita para
infecções. A bandagem tem a função de dar sustentação à bandagem e
proteger a ferida de bactérias e de material proteção para as camadas
estranho; absorver o exsudato; prevenir a anteriores. Pode ser feita com
perda de calor e de líquido, promover faixas e esparadrapos,gaze em rolo,
compressão para minimizar o seroma e malha tubular ou atadura cirúrgica,
eliminar o espaço morto, e criar um porém não deve ser muito apertada,
ambiente fechado quente e úmido para pois pode diminuir a absorção da
facilitar a produção de tecido de camada secundária.
granulação e o processo de epitelização e
minimizar a dor.
A escolha do curativo deve ser feita de 10) CAMADA PRIMÁRIA
modo a facilitar a aceitação do tratamento,
pois os menos dolorosos e demais fácil
● Aderente: é utilizada quando há as fenestras dessa membrana,
tecido necrótico, manejo da ocorre o impedimento da
infecção, onde se remove as dissipação da pomada que pode ser
bactérias da camada de contato. utilizada, mantendo a pomada
Além disso, permite que as defesas durante mais tempo no leito da
do organismo controlem a infecção ferida. Essa membrana pode ser
e se estabilizem. A camada de usada na fase de reparo, ou seja, a
contado aderente pode ser: seca ou membrana de silicone agiliza a
seca- úmida, com a utilização de proliferação do tecido de
filmes semipermeáveis. A camada granulação nessa fase. Ela só pode
aderente seca ou úmida pode ser ser usada na fase de reparo e início
utilizada com apenas uma gaze ou da epitelização. Essa membrana
então uma malha tubular. Também permite também que o exsudato
pode ser usar os filmes sanguinolento passe pelas fenestras
semipermeáveis tegaderm e o da mesma.
tegaderm espuma. O tegaderm é
um filme permeável ao oxigênio e ● Não aderente oclusivas: Para a
ao vapor da água oferencendo uma camada de contato não aderente
barreira contra líquidos e bactérias. oclusivas é usado o hidrocoloide e
Esse filme acelera a cicatrização e a espuma de poliuretano. A
estimula a formação do tecido de película de hidrocoloide é usada na
granulação. O tegaderm espuma é fase de formação do tecido de
utilizado para feridas com muito granulação, pois estimula bastante
exsudato. Esse filme reduz a a sua produção. É utilizada em
maceração tecidual e acelera a feridas com pouco ou nenhum
cicatrização. exsudato, ferimentos por
queimaduras e feridas por
● Não aderente semi oclusivo: pode desenluvamentos. Além disso, essa
ser permeável à gás ou vapor, película produz muito líquido, e
permitindo o escape da umidade por isso não pode ser usado em
através da membrana. Devido à feridas muito úmidas. É usada por
retenção de líquidos e hidratação três dias e depois deve trocá-la,
dos tecidos, facilitam o pois caso contrário a ferida fica
debridamento do tecido necrosado muito úmida. A espuma de
residual e auxiliam na contenção de poliuretano deve ser utilizada na
componentes celulares e fase inflamatória e de reparo. Pode
extracelulares da cicatrização. Pode ser usada em feridas profundas,
ser usado o alginato de cálcio e a com pouco exsudato e, além disso,
membrana de silicone. O alginato é usada em feridas inguinais e
de cálcio é usado em feridas com axilares.
pouco exsudato e na fase
inflamatória e reparo, onde vai ● Bandagens de Roberto Jones:
ajudar a minimizar o processo imobilização ortopédica.
inflamatório existente na ferida.
Essa película libera fatores que dão
a sensação na ferida de diminuição OBSERVAÇÃO: As pomadas colagenase,
de ardência, e por isso é utilizado hidrogéis, hidrocoloides, açúcar e mel são
para queimaduras também. A utilizadas no início do tratamento até o
membrana de silicone é um início da formação do tecido de
curativo de proteção, onde devido granulação, ou seja, quando a ferida
começa a ficar mais avermelha, sem a
presença de contaminação e com um
tecido irregular no leito da lesão, com isso
assim deve-se mudar a pomada a ser
utilizada.

CICATRIZANTES NATURAIS:
● Mel e açúcar
● Própolis
● Calêndula: planta conhecida
também como margarida, aumenta
a epitelização de feridas e possui
propriedades anti-inflamatórias,
podendo ser utilizada para
estimular a cicatrização de
queimaduras.
● Aloe Vera: babosa, pode usar em
queimaduras, cicatrização, alívio
de dores, hidratantes, tem ação
anti-inflamatória e antimicrobiana.

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