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Módulo I – P1F2

Beatrice Mendes – Turma XXIX

Objetivo I 1: Descrever a anatomia da pelve materna e crânio fetal;

Estruturas ósseas do crânio

É preciso identificar: os dois ossos frontais, os dois ossos parietais e o osso occipital. Esses ossos são separados pelas suturas,
sendo a interfrontal a sutura que separa os dois ossos frontais, a sagital a sutura que separa os ossos parietais, a coronária a
sutura que separa os ossos frontais dos parietais e a lambdoide a sutura localizada entre os ossos parietais e o osso occipital.

No momento do parto deve-se fazer também a identificação das fontanelas que são formadas nos encontros das suturas,
sendo elas a bregmática, que é o ponto de encontro das suturas interfrontal, sagital e coronária, e a fontanela occipital, que
é formada pelo encontro das suturas sagital e da lambdoide. Essas fontanelas são identificadas no exame pélvico, mas a
presença de membranas amnióticas íntegras e de bossa serossanguínea dificultam a avaliação delas.

Medidas do crânio

Diâmetros importantes:

➢ Occipito-frontal: 11cm
➢ Occipito-mentoniano: 13,5cm
➢ Suboccipito-bregmático: 9,5

Ao avaliar a circunferência do crânio, deve-se identificar a maior circunferência, uma vez que essa pode dificultar ou impedir
a passagem pela bacia óssea da mãe. Essa grande circunferência passa pelas bossas parietais direita e esquerda e a sua
distancia até o vértice (topinho da cabeça) é de aproximadamente 4 cm. Dessa forma, é possível determinar a altura da
grande circunferência na bacia óssea materna.

A pelve ou bacia e dividida em pelve maior e pelve menor, sendo esta chamada
de bacia obstétrica. A pelve maior e a menor são separadas pela linha
inominada, uma margem óssea encurvada que vai do promontório sacral
(articulação da vertebra L5 com a S1) até a margem superior da sínfise púbica.
Assim, a linha terminal delimita a abertura superior da pelve menor, ou bacia
obstétrica. A pelve e constituída por quatro ossos que possuem uma forma
anelar e através dos quais o peso do corpo e transmitido para os membros
inferiores

A parte posterior é formada pela união da 5ª vértebra lombar com a primeira


vértebra sacral, a saliência que elas formam = promontório. A parte lateral é
composta pelos ossos ilíacos tanto o direito quanto o esquerdo e na parte anterior, é composta pelo pube.

A bacia maior e limitada lateralmente pelas fossas ilíacas internas e posteriormente pela coluna vertebral e o limite anterior
se faz com os músculos da parede anterior do abdome. A bacia menor e também denominada, obstetricamente, escava,
escavação ou, ainda, bacia obstétrica. Didaticamente, quando da abordagem obstétrica, ela e dividida nos estreitos superior,
médio e inferior

Estreito superior da bacia

Esse estreito é a entrada da pequena bacia. Posteriormente é formada pela 5ª lombar e 1ª sacral, lateralmente pelas asas do
sacro, articulações sacroilíacas, linhas inominadas e eminências ileopectinas. Na parte anterior ela é formada pela sínfise
púbica. É importante saber 3 diâmetros:

➢ Diâmetro ântero-posterior: vai representar a distancia o promontório e a sínfise púbica. Ela apresenta as seguintes
subdivisões:
▪ Diâmetro promontopúbico superior ou conjugata vera ou conjugata vera anatômica: é a distancia entre o
promontório e a borda superior da sífise. Apresenta cerca de 11 cm.
▪ Diâmetro promontopúbico menor ou conjugata obstétrica: é a distância entre o promontório e a região
média da sínfise. Apresenta cerca de 10,5 cm.
▪ Diâmetro promonto-subpúbico ou conjugata diagonalis: é a distância entre o promontório e a borda inferior
da sínfise púbica. Ele apresenta cerca de 12 cm. Esse, dos diâmetros citados, é o único que pode ser medico
clinicamente através do toque vaginal (vai avaliar com os dedos a distancia entre os dois pontos citados).
Através dessa medida é possível descobrir a conjugata oobstétrica, é só pegar o valor encontrado e subtrair
1,5 cm.
➢ Diâmetro transverso: vai da linha inominada até o outro lado da pelve. Apresenta em torno de 13 cm, está 5 cm na
frente do promontório e 6 cm atrás da sínfise.
➢ Diâmetros oblíquos: começa na iminência ileopectínea, direita e esquerda, e termina na articulação sacroilíaca,
esquerda e direita respectivamente. Medem em torno de 12,5 cm.

Estreito médio da bacia

E delimitado no sentido posteroanterior pela concavidade do osso sacro (precisamente entre a vertebra S4 e a S5), passa
pelo processo transverso da vertebra S5, pela borda inferior dos ligamentos sacrisquiáticos e pelas espinhas isquiáticas, e
segue anteriormente até a margem inferior da sínfise púbica. Dois diâmetros devem ser citados: o sacromediopubico
(anteroposterior), que vai do meio da concavidade do osso sacro (S4/S5) até o meio da face posterior da sínfise púbica,
medindo 12 cm; e o bi isquiático (transverso), que se estende de uma espinha isquiática a outra, mede 10,5 cm e é o ponto
de maior estreitamento do canal de parto.
Está localizado entre as espinhas ciáticas e mede em torno de 10 cm.

Estreito inferior da bacia

É a saída da bacia. Esse estreito e representado por dois triângulos, tendo como base uma linha que passa pelas
tuberosidades isquiáticas. Longitudinalmente ela vai da extremidade do cóccix até a borda inferior da sínfise púbica, com um
tamanho médio de 9,5 cm. Como no momento do nascimento o polo fetal empurra a articulação sacrococcígea, esse
estreito passa a medir, aproximadamente, 10,5 cm.
Transversalmente, esse estreito vai de um lado ao outro da tuberosidade isquiática e apresenta cerca de 10,5 cm.

Avaliação da bacia óssea

Na prática, a avaliação realizada é a clínica, que vai tentar determinar as dimensões da bacia através da pelvimetria interna.
A avaliação clínica da bacia por meio de toque ginecológico deve ser efetuada de preferência no final do
pré-natal, já próximo do termo, para que se obtenha melhor avaliação incluindo a totalidade das modificações
gravídicas.

➢ Pelvimetria: pode ser interna ou externa.


▪ Externa: faz a medição do diâmetro bituberoso do estreito inferior. A distância entre as margens internas da
tuberosidade isquiática é medida coma fita métrica.
▪ Interna: avalia, de forma indireta, o estreito superior através da medida da conjugata diagonalis pela relação
de Smellie (tira 1,5 cm do valor encontrado) = conjugata vera obstétrica. É feito pelo toque ginecológico
mensurador. Introduz o dedo indicador por trás do colo uterino e tenta palpar a saliência do promontório.
Caso seja inatingível, considera que a conjugata diagonalis é maior que 12cm e a conjugata obstétrica maior
que 10,5 cm. Uma vez atingido o promontório, marca-se, com o dedo da outra mão, o ponto de encontro
entre a face anterior do púbis e a mão que já o tocava. Retirada a mão que realiza o toque de dentro da
vagina, mede-se com o pelvímetro a conjugata diagonalis.
➢ Pelvigrafia
▪ Externa: avalia o ângulo subpúbico. Representa o ápice do triangulo anterior do estreito inferior. Quanto
maior o ângulo, melhor a adaptação do polo cefálico e ele deve ser maior ou igual a 90°.
▪ Interna: avalia o estreito superior por meio do arco anterior e o estreito médio por meio da caracterização da
espinha isquiática.

Planos da bacia

➢ Planos de Lee: define a altura da apresentação. O plano biespinha isquiática é o plano 0. A partir desse plano a
apresentação é dada em valores positivos caso o feto o tenha passado e em valores negativos se o feto não tiver
alcançado. É o plano mais usado no acompanhamento do trabalho de parto.
➢ Planos de Hodge: não possuem grande aceitação.
▪ Primeiro plano: é delimitado pela borda superior do pube e do promontório. Corresponde ao estreito
superior da bacia.
▪ Segundo plano: vai da borda inferior do pube até o meio da segunda vértebra sacral.
▪ Terceiro plano: delimita-se nas espinhas ciáticas e corresponde ao estreito médio.
▪ Quarto plano: é tratado pela ponta do cóccix.

Objetivo II: Identificar os sinais, critérios diagnósticos, assistência e acompanhamento (PARTOGRAMA) do trabalho de parto;

A contratilidade uterina é o fenômeno mais importante do trabalho de parto, indispensável para fazer dilatar o colo e
expulsar o feto. As últimas horas da gravidez humana são caracterizadas por fortes contrações uterinas que produzem
dilatação do colo uterino e forçam a passagem do feto pelo canal do parto. Essas contrações são dolorosas, porém, antes do
seu início, o útero sofre modificações fisiológicas e bioquímicas locais concomitantes ao aumento da frequência de
contrações indolores (contrações de Braxton Hicks), até que o verdadeiro trabalho de parto seja deflagrado.
É esperado que o recém-nascido apresente índice de Apgar maior ou igual a 7 no 5º minuto, pH no sangue do cordão
umbilical de 7,2, ausência de bossa serossanguínea e tocotraumatismo. Já na mãe é esperado que não tenham alterações
anatômicas nem funcionais dos órgãos envolvidos na gestação e no parto.

Trabalho de parto

O trabalho de parto representa um risco para o feto e somente aqueles que estão em boas condições conseguem superar o
esforço do parto. A avaliação do feto é feita por meio do registro de sua frequência cardíaca (normalmente, são encontrados
valoresde 110-160 bpm) e pela coloração do líquido amniótico (observado quando há bolsa rota ou na realização de
amniotomia) e quando esse líquido está esverdeado, denominando líquido meconial, indica sofrimento fetal.

A prova do trabalho de parto é realizada com o objetivo de comprovar de o polo cefálico penetra a bacia e atinge o plano
zero De Lee. O padrão desejado de contrações uterinas é de 3 a 4 contrações uterinas com duração de 30-40s em um
intervalo de 10 minutos. Essas contrações são estimuladas com ocitocina e com amniotomia.

Na amniotomia é realizado o descolamento das membranas amnióticas, com isso, permite o escoamento do líquido e a
visibilidade da apresentação fetal se torna possível. Quando essa amniotomia por si só não resolve, faz a administração de
ocitocina.

A presença de contrações é comprovada através da palpação do útero sob o abdome → coloca a palma da mão na região do
corpo uterino e busca por endurecimentos seguidos de relaxamentos. A gestante deve informar quando sente uma cólica e
quando deixou de sentir. Ainda, no exame pélvico é avaliado se se as contrações provocam mudanças no canal uterino.
Quando esse trabalho de parto acontece nas gravidezes pré-termos, que são aqueles com período maior ou igual a vinte ou
menor que 37 semanas, pode tentar inibir o parto ou dar continuidade nesse parto, dependendo da condição.

Fases do parto:

➢ Dilatação: vai do início do trabalho de parto até a dilatação completa. As fases do trabalho de parto, estão
presentes aqui:
▪ Fase latente: que apresenta uma duração variável, dilatação do colo lenta (até 3 cm) e padrão contrátil
irregular.
▪ Fase ativa: apresenta dilatação rápida ( 3-10 cm) e padrão contrátil regular e doloroso. Ela é subdividida em
aceleração, aceleração máxima e desaceleração.
➢ Expulsão: é o período entre a dilatação completa e o desprendimento do concepto. É caracterizada pela descida e
apresentação do feto.
➢ Dequitação: é o período ente a expulsão do feto e saída da placenta e membranas ovulares.
➢ Primeira hora pós parto: é a primeira hora após a expulsão da placenta.

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