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Fisiologia e condução do Parto

 Conceitos e generalidades do parto


 Factores do parto
 Mecanismo do parto

1 Curso de Enfermagem Geral


ASSISTENCIA AO PARTO
Parto é um processo de expulsão do feto e seus anexos
 Trabalho de Parto: é um processo fisiológico, que a
partir de 28 semanas de gravidez origina contracções
musculares, rítmicas, que conduzem ao apagamento
progressivo e dilatação do colo, descida da parte que
apresenta terminando com a expulsão do produto de
concepção.
 O Trabalho de Parto nas pacientes primíparas, sua
duração varia de 6-18h, enquanto nas multíparas dura
2-10h.

2 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 O parto acontece em condições normais quando o feto


completa o ciclo de vida intra-uterina e a gravidez
chega ao termo (37 a 42 semanas) de gestação.
 Quando acontece após 42 semanas denomina-se parto
pos-termo.
 Quando acontece entre as 28 e 36 semanas denomina-
se parto pré-termo
 Quando acontece antes de 28 semanas denomina-se
aborto.

3 Curso de Enfermagem Geral


Tipos de parto

 Parto Eutócico
 Parto Distócico

 Parto eutócico (normal): quando a grávida chega a


termo ou próximo de termo. Não há complicações e é
único feto que se apresenta na vértice e quando todo o
processo de parto completa-se em 24 horas.

4 Curso de Enfermagem Geral


Factores do Parto

 Produto de Conpção (feto)


 - A bacia
 - A dinâmica uterina

O feto: é o móvel ou objecto que percorre a bacia


impulsionado pelas contracções uterinas

5 Curso de Enfermagem Geral


A cabeça do feto:

 É a parte mais importante do corpo, é a maior parte do


corpo e a menos maleável que geralmente passa em
primeiro lugar pelo canal do parto.
 Se a cabeça passa sem problemas através da pelve, o
resto do corpo passa com relativa facilidade, a não ser
que o feto seja muito grande.
 A cabeça é projectada para suportar a pressão das
contracções uterinas e descer pelo canal de parto.

6 Curso de Enfermagem Geral


Cont.
 Os ossos do crânio do feto são delgados, apresentando
pouca ossificação. Ele é formado de pequenos ossos
levemente curtos, conectados por tecidos
membranosos, elásticos e flexíveis (suturas).

 Esta formação permite a sobreposição óssea e a


redução da circunferência da cabeça do feto,
necessária para que ela passe pelo estreito canal do
parto.

7 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Frequentemente, a cabeça do feto alonga-se no sentido


do diâmetro Antero-posterior.

 Os ossos da cabeça podem se sobrepor nas linhas de


sutura, a medida que ela passa através do canal do
parto, esta sobreposição é chamada moldagem. Que
desaparece alguns dias após o nascimento e a cabeça
retorna ao seu formato normal.

8 Curso de Enfermagem Geral


Anatomia do crânio fetal
O crânio é formado por seguintes ossos:
 Dois ossos frontais,
 Dois ossos parietais,
 Dois ossos temporais
 Um osso occipital.

9 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Os ossos estão separados por suturais: as mais


importantes são a frontal, que separa os ossos frontais,
e a sagital que separa os ossos parietais.

 Existem também duas fontanelas importantes para a


obstetrícia. A fontanela anterior ou grande fontanela,
chamada também a bregma, que tem forma de um
losango, e mede cerca de 3 cm de diâmetro.

10 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 A fontanela posterior, ou pequena fontanela, a


chamada lambidoide, tem a forma de triangular.

 As suturas e fontenelas são importantes para o


diagnóstico durante o trabalho de parto porque
algumas podem ser identificadas por toque vaginal e
determinará a posição do feto.

11 Curso de Enfermagem Geral


As suturas mais importantes são:

 Sutura sagital, entre os parietais


 Sutura metópica, interfrontal ou frontal media
 Sutura coronária, entre os frontais e os parietais
 Sutura lambdóide, entre os parietais e o occipital
 Sutura temporal, entre os parietais e os temporais

12 Curso de Enfermagem Geral


Divisão do crânio fetal

O crânio é dividido em quatro áreas que são chamadas:


 Occipito é a região posterior onde se localiza à
pequena fontanela
 Vértice é a região que se situa entre as duas fontanelas
e estende-se de cada lado da cabeça.
 Bregma é a região da grande fontanela.
 Sincipúcio ou frontal que é a área da grande fontanela
formada pelo osso frontal

13 Curso de Enfermagem Geral


Os diâmetros do crânio

 Diâmetro accipital mede: 12cm


 Diâmetro bipariental: 9.5cm
 Diâmetro bitemporal: 8.5cm
 Diâmetro occipitomentoniano: 13.5cm
 Diâmetro suboccipitobregmatico: 9.5cm
 Diâmetro submentobregmatico: 9.5cm

14 Curso de Enfermagem Geral


Existem seis posições occipitais
possíveis

 Occipito anterior esquerda (OAE)


 Occipito posterior esquerda (OPE)
 Occipito transverso esquerda (OTE)
 Occipito anterior direita (OAD)
 Occipito posterior direita (OPD)
 Occipito transverso direita (OTD)

15 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Atitude fetal: é a relação das diversas partes do feto


entre si. Isto é, o feto está flexionado com a cabeça
sobre o peito, os braços e as pernas dobradas e as
pernas aproximadas ao abdómen.

 Situação fetal: é a relação entre os grandes eixos


longitudinais fetal e materno. O ideal é uma relação
paralela em que os eixos longos da mãe e do feto
coincidem.

16 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Posição fetal: é a relação do dorso fetal como o lado


direito ou esquerdo materno. Assim temos:

 Apresentação fetal: é o pólo fetal que se localiza


no estreito superior, ocupando-a em seu todo. É
determinada pela parte do corpo fetal que esta mais
baixa na pelve materna que é capaz de cumprir com
todo o mecanismo do parto normal.

17 Curso de Enfermagem Geral


Cont.
 Na apresentação cefálica temos as flectidas e as
deflectidas. A apresentação cefálica flectida, ou
apresentação de vértice, o pólo cefálico apresenta-se
com o mento próximo a face anterior do tórax.

As apresentações cefálicas defletidas, têm s seguintes


variedades:
 De bregma
 De fronte
 De face

18 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

Nas apresentações pélvicas, duas apresentações podem


ocorrer:
 Apresentação pélvica completa, se as coxas e as pernas
estão flectidas

 Apresentação pélvica incompleta, ou modo de


nádegas, quando flectidas coxas contra a bacia, as
pernas se acham estendidas sobre a face anterior do
tronco.

19 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Altura de apresentação: é a relação da apresentação


com a pelve materna. Distinguem-se os seguintes
graus evolutivos da altura:
 Alta e móvel - quando a apresentação não toma
contacto com o estreito superior.
 Insinuada- quando a maior circunferência da
presentação transpõe a área do estreito superior (I
plano de Hodge).

20 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Fixa- quando pelo palpar não se consegue mobiliza-la


e encontra-se no segundo plano de hodge.
 Encaixada- quando a maior circunstância da
apresentação encontra-se no III plano de hodge a nível
das espinhas ciáticas ou isquiaticas.
 Profundamente encaixada - quando a maior
circunstância da apresentação encontra-se no IV plano
de hodge e esta a nível do assoalho pelvico

21 Curso de Enfermagem Geral


Bacia ou pelve
 É a parte óssea do trajecto ou canal do parto, através
do qual o feto se movimenta e é expulso pelas
contracções uterinas durante o parto.

A bacia é constituída por:


- Partes moles (segmento inferior do útero, cervix,
vagina, região vulvo perineal)
- Partes ósseas (constituída pelos dois ossos ilíacos, o
sacro e o coccígeo) estes ossos entram em contacto
com as respectivas articulações: sinfise púbica, sacro-
iliaca e sacro coccígeo.
22 Curso de Enfermagem Geral
Divisão da bacia ou pelve

A pelve divide-se em: Grande bacia ou pelve falsa e a


Pequena bacia ou pelve verdadeira.

 Grande bacia está formada posteriormente pelas


vértebras lombares, bilateralmente pela parte superior
dos ilíacos e anteriormente pela porção inferior da
parede abdominal.

23 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Pequena bacia tem paredes ósseas mais completas


que as da pelve falsa. formada pelo sacro, pelo cóccix,
e pela porção inferior dos ilíacos.

 Tem grande importância obstétrica, pois constitui o


trajecto através do qual o feto é insinuado durante o
parto pelas contracções uterinas.

24 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 A Pequena bacia apresenta três estreitos:


 Estreito superior- que vai do promontório à borda da
sinfice púbica.
 Estreito inferior- se estende da borda inferior da sinfise
à ponta do coccige.
 Estreito médio - constitui o plano de menores
dimensões e passa ao nível das espinhas ciáticas.

25 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Para avaliar a proporção cefalo-pelvica, e dignosticar a


bacia estreita é importante conhecer os diâmetros dos
estreitos que estarão em relação com os diâmetros do
crânio fetal, temos:

26 Curso de Enfermagem Geral


Diâmetros do estreito superior

 Anteroposterior: traçado do promontório à borda


superior da sinfise púbica, chamado conjugata vera
anatómica, medindo 11cm.
 Do mesmo promontório a face posterior da pube:
traça-se a conjugata vera obstétrica (10,5 cm)
 Conjugada diagonalis -que não é do estreito superior
nem do inferior, simplesmente recurso clínico para
avaliar os mencionados diâmetros anteroposteriores do
estreito superior. Tem extensão de 12 cm

27 Curso de Enfermagem Geral


Planos da bacia (planos de hodje)

 Plano: é a relação da parte do feto que se apresenta


com uma linha imaginária traçada entre as espinhas
isquiáticas da pelve materna.
 I – plano: passa pelo bordo superior da sinfise púbica
e pelo promontório
 II – Plano: corresponde o bordo inferior da sinfise
púbico e o sacro
 III – plano: é traçado das espinhas ciáticas
 IV – plano: parte da ponta do coccígea e confunde-se
com o assoalho pélvico.
28 Curso de Enfermagem Geral
Tipos de pelve ou bacia

 Pelve ginecoide ou feminina é aquela que apresenta


dimensões normais onde o estreito superior é quase
redonda ou em forma de coração.
 Antropóide é bacia dos macacos

 Andróide é bacia masculina

 Platipelóide é bacia achatada

29 Curso de Enfermagem Geral


Dinâmica uterina

 São as contracções uterinas que impulsionam o feto


através do trajecto, fenómeno mais importante do
trabalho de parto, indispensável para fazer dilatar o
colo e expulsar o concepto.

 No parto normal, a onda contráctil tem a sua origem


em dois marca passos situados perto das implantações
das tubas, chamadas cornos uterinos.

30 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Do marca-passo a onda propaga-se ao resto do útero


na velocidade 2 cm/Segundos. percorrendo todo o
órgão em 15 Segundos.

 As contracções começam primeiro, são mais intensas e


tem maior duração na partes altas da matriz do que nas
baixas.

31 Curso de Enfermagem Geral


As características das contracções

 Tono: é a menor pressão registada entre duas contracções. O


tono é normal quando entre uma contração e outra pode-se
palpar com facilidade as partes fetais. Os valores normais do
tono são 8-12 mmHg.

 Intensidade: é a força da contracção. Se avalia palpando o


fundo uterino e se avalia a sua dureza durante as contracções.
Que pode ser:
- Fraca (+), Media (++) e
- Forte (+++) Os valores normais da intensidade variam entre 25
– 50 mmHg.

32 Curso de Enfermagem Geral


Cont.
 Duração: é o tempo decorrido desde o início até o seu
final da contracção. Pode durar apenas 15 segundos no
início do trabalho do parto. No fim as contracções
duram 45 segundos e durante a transição, ultima fase
elas duram 60 a 90 segundos.

 Frequência: é determinada pelo tempo entre o


começo de uma contracção, ate o começo da seguinte.
É o número das contracções em 10 minutos. Os
valores normais da frequência variam entre 2 a 5
contracções em 10 minutos.
33 Curso de Enfermagem Geral
Cont.

 Na dilatação, as contracções têm intensidade de 30


mmHg e frequência de 2 a 3 em 10 minutos para
alcançar no final desse período, valores de 40 mmHg e
4 contracções em 10 minutos.

 No período expulsivo a frequência atinge 5


contracções em 10 minutos e a intensidade den50
mmHg.

34 Curso de Enfermagem Geral


As funções da contractilidade uterina
no parto

 Dilatação do istmo e do colo uterino.

 Descida e expulsão do feto.

 Descolamento da placenta.

 Hemóstase puerperal.

35 Curso de Enfermagem Geral


Mecanismo do parto na apresentacao
de vertice
Mecanismo de parto- é um conjunto de movimentos
fetais que permitem a progressão do feto através do
canal do parto, ajudado pelas contrações uterinas.
Os tempos do mecanismo do parto são:
 Insinuação ou acomodação ao estreito superior
 Descida e encaixamento
 Rotação interna ou acomodação no estreito inferior
 Desprendimento
 Rotação externa ou restituição

36 Curso de Enfermagem Geral


Cont.
O feto tem três seguimentos que deve realizar cada um
destes tempos:
 A bacia,
 Ombros e as
 Nádegas.

 O parto normal considera-se aquele que é na


apresentação cefálica na modalidade de vértice.

37 Curso de Enfermagem Geral


Insinuação ou acomodação ao estreito
superior
 É a passagem da maior circunferência da apresentação
através do anel do estreito superior.
 É necessário haver redução dos diamentros da cabeça,
que será obtido pela orientação de diametros e por
flexao.
 Nas nuliparas iniciam o trabalho de parto com cabeça
fixa e a descida se acelera ao final da dilatação.
 Nas multiparas iniciam a dilatação com cabeça
insinuada, o encaixamento se sucede no período da
expulsão

38 Curso de Enfermagem Geral


Insinuação

39 Curso de Enfermagem Geral


Cont.
 Descida e encaixamento- É a migração da cabeça no
mesmg diâmetro oblíquo até que a circunferência
máxima se encontre na altura do estreitomédioda bacia
(encaixammento).

 Rotação interna ou acomodação no estreito inferior


É o movimento da cabeça que leva a sutura sagital ao
sentido anteroposterior da saída do canal. O
movimento da cabeça é turbinal: à medida que o pólo
cefálico roda, vai progredindo no seu trajeto
descendente.

40 Curso de Enfermagem Geral


Rotação interna

41 Curso de Enfermagem Geral


Desprendimento cefálico

 É à saída da cabeça do canal através dum movimento


de deflexão. Ao final do movimento de rotação, o
suboccipital vai se colocar sob a arcada púbica, a
sutura sagital orienta-se em sentido anteroposterior.

42 Curso de Enfermagem Geral


Desprendimento cefálico

43 Curso de Enfermagem Geral


Rotação externa ou restituição

 Livre agora no exterior a cabeça e ligeiro movimento


de flexão, pelo seu próprio peso, e executa uma
rotação de um quarto a um oitavo de circunferência,
voltando o occipital para o lado onde se encontrava na
bacia, é a rotação externa da cabeça.

44 Curso de Enfermagem Geral


Rotação Externa e Desprendimento do Ovóide
Córmico

45 Curso de Enfermagem Geral


Assistência a mulher durante o
Trabalho de parto
Fases do Parto Normal:
O parto tem 3 fases nomeadamente:
1- Fase Latente.
2- Fase Activa.
3- Fase de transição.

1- Fase Latente- É a fase em que as contracções


são fracas, a dilatação cervical é lenta (0 a 3cm)
muitas vezes a parturiente procura informações
sobre a experiência do trabalho de parto.

46 Curso de Enfermagem Geral


Assistência a mulher no Primeiro
Período de parto (cont.)
Fase Latente (Cont).
 A enfermeira pode revisar as sensações que a
parturiente sentirá e as medidas através das quais
obterá alívio.
 Procurar manter se calma, usando as técnicas
respiratórias.
Fase Activa
Nesta fase as contracções tornam se mais frequentes
e intensas. A cérvix dilata de 4 para 8cm.

47 Curso de Enfermagem Geral


Assistência a mulher no Segundo
Período de parto (cont.)

A enfermeira de lembrar a parturiente sobre as


técnicas de respiração e estimula - la a descansar
entre as contracções.
 No final desta fase é importante que a
enfermeira fale lenta, clara e exclusivamente com a
parturiente, dando lhe total atenção.
3: Fase de Transição
Nesta fase as contracções permanecem
frequentes e intensas. A cervix está dilatando (8 a
10 cm ) até atingir a dilatação completa.
48 Curso de Enfermagem Geral
Assistência a mulher no Segundo
Período de parto

Fase de transição (cont.)


Nesta fase é importante que o enfermeiro
mantenha a gestante e seu acompanhante
informado sobre a evolução do trabalho de parto,
elogiando os esforços que ela está fazendo.

49 Curso de Enfermagem Geral


Assistência a mulher no Segundo
Período de parto

 Período Expulsivo
O período expulsivo do trabalho de parto começa
quando a cérvix está completamente dilatada
(10cm) e termina com o nascimento da criança.
 Assistência ao durante o Período Expulsivo
 No período expulsivo a parturiente deve estar
sempre acompanhada pela enfermeira.

50 Curso de Enfermagem Geral


Assistência a Mulher no Segundo
Período de Parto

Entre as contracções a mulher poderá sentar se


ou ficar deitada de lado esquerdo para descansar.

A parturiente pode continuar no mesmo leito em


esteve durante a dilatação até o parto ocorrer, em
condições de privacidade e sempre que possível
na presença de um acompanhante da escolha da
mulher.

51 Curso de Enfermagem Geral


Assistência ao Parto no Segundo
Período Normal Humanizado
 Realizar assépsia com savlon ou outro anti
séptico nas coxas , região perineal, vulva e
abdómen.
 O foco deve ser auscultado durante o intervalo
das contracções.
 Verificar se a dilatação está efectivamente
completa e se a apresentação está descida e em
caso afirmativo verificar se as contracções são
efectivas.

52 Curso de Enfermagem Geral


Assistência no segundo Período do
Parto Normal Humanizado

 Com os esforços maternos inicia se a expulsão


da cabeça. A expulsão deverá ser gradual.
 A expulsão deverá ser gradual. O enfermeiro
deverá apoiar a cabeça com a mão e, se
possível, proteger o períneo com a outra mão
para evitar laceração do períneo.
 Assim que a cabeça sair, com auxílio de uma
pêra deverão ser aspiradas as secreções da
boca e nariz.

53 Curso de Enfermagem Geral


Assistência ao Parto Normal
Humanizado (cont.)
 As circulares do cordão umbilical, à volta do
pescoço da criança, deverão ser identificadas e
libertadas suavemente até que os ombros
afloram a vulva. Se não for possível, pinça se o
cordão com pinças hemostáticas e corta se.

 Para libertar o ombro anterior, pega se na


cabeça com as mãos e faz se uma tracção suave
em direcção ao sacro materno. Para se libertar o
ombro posterior faz se uma tracção suave em
direcção à sínfise púbica.
54 Curso de Enfermagem Geral
Assistência ao Parto Normal
Humanizado no Segundo Período
(cont.)
 A continuação do período expulsivo faz se
normalmente com os esforços da mãe.

 Depois da criança nascer, esta deve ser


colocada ao mesmo nível do plano materno e o
cordão deve ser cortado a 3 centímetros após o
nascimento.

55 Curso de Enfermagem Geral


Assistência a mulher no Terceiro
Período de parto
Assistência de Enfermagem durante o Terceiro
Período (Dequitadura)

 Logo após os cuidados ao recém nascido, deve


se proceder a expulsão da placenta, mediante a
realização do manejo activo do terceiro período
do trabalho de parto.
 Após a expulsão deve se examinar a placenta
cuidadosamente para assegurar que não falta
algumas partes da placenta.

56 Curso de Enfermagem Geral


Assistência ao Parto Normal
Humanizado no Terceiro Período
(cont.)

 A parturiente e o recém nascido deverão


permanecer sob vigilância constante durante a
primeira hora após o parto, devendo ser
observados a cada 15 minutos para detectar
precocemente qualquer complicação que possa
surgir neste período.

57 Curso de Enfermagem Geral


Assistência a mulher no terceiro
Período de parto Humanizado (cont.)

 O manejo activo do terceiro período ajuda a


prevenir a hemorragia pós parto e inclui:
 Administração de oxitocina logo após a expulsão
fetal.
 Tracção controlada do cordão com contra
tracção uterina.
 Massagem uterina.

58 Curso de Enfermagem Geral


Assistência ao Parto Normal
Humanizado no Quarto (cont.)
Administração de oxitocina logo após a
expulsão fetal:

 Dentro de 1º minuto após o parto palpe o


abdómen para certificar que não há outro bebé e
administre imediatamente 10UI de oxitocina, por
via IM, para facilitar o descolamento e a expulsão
da placenta.

59 Curso de Enfermagem Geral


Assistência a mulher no Quarto
Período de parto

Quarto período ( recuperação imediata)


 Útero: Avaliar a altura do fundo uterino, a
localização e a consistência. Massagear o útero
e remover os coágulos. Útero macio e esponjoso
deve ser comunicado ao médico ou outro técnico
qualificado.
 Lóquios: A eliminação vaginal mais de um
penso higiénico em 15 minutos deve ser
comunicada.

60 Curso de Enfermagem Geral


Assistência a mulher no Quarto
Período do Parto
 Bexiga: Avaliar a distensão a cada 30 minutos.
Bexiga distendida aumenta o risco de
hemorragia.
 Períneo: Avaliar a integridade do períneo. Um
hematoma causará edema, secreção da
episiotomia ou do local da laceração devendo ser
comunicado.
 Desconforto do períneo: Aplicar imediatamente
gelo no períneo, para reduzir o edema causado
pelo traumatismo do parto ou pela episiotomia.

61 Curso de Enfermagem Geral


Assistência ao Parto Normal
Humanizado
Assistência da Mulher no período imediato:
 Estado de Hidratação: dar líquidos por via oral, se forem
tolerados. Providenciar alimentação, se a mulher tiver
fome.
 Sinais vitais: Avaliar a pressão arterial, o pulso e a
respiração a cada 15 minutos, durante no mínimo numa
hora.
 Observar os sinais de possível choque devido à perda
excessiva de sangue.
 Comportamento: Avaliar a fadiga e proporcionar
ambiente propício ao descanso.

62 Curso de Enfermagem Geral


Importância da relação enfermeira
parturiente

 Um bom relacionamento entre a enfermeira de SMI e a


grávida no período de trabalho de parto permite:
 A colaboração da grávida no processo, avaliação do
trabalho de parto,
 Ter a confiança e a empatia necessárias.
 Facilitar uma boa comunicação entre provedores de
cuidados, a mulher e seus acompanhantes
 O apoio empático e físico contínuo que permitirá um
trabalho de parto mais curto.

63 Curso de Enfermagem Geral


 Obrigada Pela Atencao

64 Curso de Enfermagem Geral


Dequitadura patologica

 Retenção patológica – quando o período da


dequitadura não se completou decorridos 30 minutos
depois da saída do feto.
Etiologia/causas:
 Distocias dinâmicas – quando o útero se contrai
insuficientimente.
 Distocias anatómicas (placenta acreta) – quando
existem anomalias anatómicas na aderência
placentária.

65 Curso de Enfermagem Geral


Distocias dinâmicas ( inercia ou
hipocinesia

 É um quadro caracterizado por uma actividade


contratil insuficiente para descolar ou expulsar a
placenta.
Factores predisponentes:
 Uso exagerado
 Malformações congénitas
 Sobre distensão abdominal
 Partos arrastados
 Infeccao amniotica
66 Curso de Enfermagem Geral
Quadro clinico

 Ausência de dor, sinal característico que anuncia o


desprendimento.
 Hipotonia
 A placenta permanece apegada ao local de implantação
 Fundo do útero está elevado
 Hemorragia externa quando o desprendimento é
parcial.

67 Curso de Enfermagem Geral


Tratamento
 Deve-se extrair a placenta o mais cedo possível através
da remoção manual da placenta.
 Avaliar os sinais
 Algaliar de modo a esvaziar a bexiga e a mantê-la
vazia;
 Administrar oxitocina, 40 UI em 1000ml de dextrose a
5% (ou lactato de ringer, soro fisiológico), a uma
velocidade de 40 gotas por minuto;
 Tentar a tracção controlada do cordão. Se for bem-
sucedida, examinar a placenta para assegurar que está
completa, manter o útero contraído massajando o
fundo.
68 Curso de Enfermagem Geral
Cont.

 Se a tracção não for bem-sucedida, deve-se fazer


exame vaginal. Se se sentir a placenta saindo através
do colo deve-se segurá-la com dedos e com firmeza
retirá-la do útero, enquanto a outra mão apoia o útero
através da parede abdominal.
 Se a placenta não pode ser expulsa, deve-se fazer a
remoção manual (descrita abaixo) depois de proceder
com a estabilização hemodinâmica

69 Curso de Enfermagem Geral


Técnica de Remoção Manual da
Placenta
 Desinfectar à volta da vagina e área perineal com uma
solução antisséptica
 Lavar bem as mãos e os braços
 Calçar as luvas estéreis. Em seguida a mão que será
introduzida na vagina deverá calçar a luva comprida
(que cobre o antebraço) e estéril por cima da curta. Isto
irá prevenir a introdução das bactérias a partir do
antebraço.
 Introduzir uma mão com a forma de cone, afunilando
as pontas dos dedos na vagina, enquanto a outra segura
o cordão umbilical.
70 Curso de Enfermagem Geral
Cont.

 Com uma rotação suave e passando através do orifício


cervical chega-se até a cavidade uterina. Seguir o
cordão até encontrar a placenta (uma vez introduzida a
mão no útero não pode sair até ter separado a placenta
e trazê-la consigo). Não se pode meter e tirar a mão
pois aumenta o risco de infecção.

71 Curso de Enfermagem Geral


Cont.

 Alcançar a placenta e procurar os bordos. Introduzir os


dedos entre o bordo da placenta e a parede uterina.
Com a palma da mão em contacto com a placenta, use
movimentos laterais, para com delicadeza separar a
placenta. Não despedaçar a placenta (não romper com
dedos).
 Quando toda a placenta estiver separada e na palma da
mão, estimule uma contracção com a mão externa.

72 Curso de Enfermagem Geral


Cont.
 Delicadamente tirar a placenta com a mão exploratória, durante
a contracção. Não puxar um pedaço da placenta porque ela
pode separar-se do resto da placenta. As membranas seguirão a
placenta expulsa.
 Puxe-as lentamente e cuidadosamente pois elas podem separar-
se e ficar no útero, dando origem a hemorragia ou infecção.
 Examinar a placenta removida e verificar se está completa.
 Explorar a cavidade uterina com a mão, para ver se há qualquer
resto placentário (disco placentário ou membranas).
 Massajar o útero para ter certeza de que está contraído
 Feita a remoção manual administrar Oxitocina 10UI

73 Curso de Enfermagem Geral


Cont.
 Se ainda houver pedaços de placenta retidos e a
mulher precisar de curetagem, fazer curetagem.
 Iniciar antibióticos de largo espectro e oxitócicos,
mantê-los por 5 dias:
 Ampicilina 1g 6/6h endovenoso (passar para oral após
24 horas de tratamento se não houver complicações:
amoxicilina 500 a 1000 mg oral de 8/8 horas até
completar 5 dias de tratamento).
 Metronidazol 500mg 8/8h oral.

74 Curso de Enfermagem Geral


Placenta acreta

 É uma anomalia na qual as vilosidades da placenta se


implantam directamente no miométrio (camada
muscular). É portanto uma implantação da placenta
para além da camada endometrial de decídua onde
normalmente se forma o plano de clivagem.
 Não havendo um plano normal de clivagem, o
descolamento da placenta acaba sendo difícil e
hemorrágico.

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Etiologia

Há causas predisponentes:
 Idade da gestante (mulheres acima de 35 anos)
 Multiparidade
 Factores uterinos (malformacoes, cicatrizes da
cesarianas anteriores e outros)
 Factores placentarios predisponentes como a
nidificacao baixa segmentaria baixa do ovo.

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Quadro clinico
 Manifesta-se essencialmente pela ausência de expulsão
da placenta na primeira meia hora depois do parto e
por sangramento.
 Hemorragia variável
 Se a placenta for totalmente acreta não há hemorragia
e se for parcial haverá sangramento abundante
Tratamento
 Histerotomia e medidas gerais:
 Manter vias aéreas permeáveis, colher sangue para
amostra do Gs e Hgb, canalizar veias para
administração de soros, posição trendlemburg.
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Bibliografia

 PATCHARD, Jack A. Williams/Obstetrícia. 20º


Edição. Guanabara Koogan; 2000.
 RESENDE J. Obstetrícia Fundamental. 9ªEdição.
Guanabara Koogan; 2003
 Manual de Formação para Técnicos de Medicina
Geral, 2 Semestre, Saúde Sexual e Reprodutiva
II; obstetrícia. MISAU, 2012

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