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- Inicia com as modificações cervicais

(esvaecimento do colo e dilatação cervical)


até a dilatação completa do colo (10 cm)
- Nas primíparas, primeiro há o esvaecimento,
- O parto é caracterizado por contrações das de cima para baixo, e depois a dilatação do
fibras miometriais, cujas principais funções orifício externo; já nas multíparas, são
são a dilatação cervical e a expulsão do feto simultâneos.
através do canal de parto.
- Esvaecimento ou apagamento do colo:
- As contrações são dolorosas, mas o útero consiste na incorporação do colo à cavidade
sofre alterações fisiológicas e bioquímicas uterina. Próximo ao termo, ocorre aumento de
locais juntamente ao aumento da frequência infiltrado inflamatório no canal cervical
de contrações indolores (contrações de decorrente de mudanças locais que
Braxton Hicks), até que o verdadeiro trabalho promovem a maturação cervical e da lise de
de parto seja deflagrado. fibras de colágeno.
- Dilatação do orifício externo do colo:
finalidade de ampliar o canal de parto e
completar a continuidade entre útero e
vagina. À medida que a dilatação cervical
progride, surge um espaço entre o polo
cefálico e as membranas ovulares (âmnio e
cório), no qual ficará coletado o líquido
amniótico (bolsa de água), cuja função é
auxiliar as contrações uterinas no
deslocamento do istmo.
- A bolsa se forma no polo inferior do ovo no
decorrer do trabalho de parto, e sua rotura
causa a saída parcial do seu conteúdo
líquido, ocorrendo, geralmente, quando a
dilatação é maior que 6 cm.
- A quiescência é a ausência de resposta a - Fase latente: possui contrações mais
agentes que determinam a contratilidade eficazes (em termos de coordenação e
uterina. Ela se inicia com a implantação do intensidade), mas não possui modificações
zigoto e perdura por quase toda gestação significativas na dilatação. Geralmente dura 8
horas com dilatação de 0,35 cm/h. essa fase
- A fase de estimulação (3) é dividida em
será prolongada quando durar mais de 20
dilatação, expulsão e dequitação
horas em primíparas e mais de 14 em
- Para um adequado trabalho de parto, as multíparas
contrações devem ter frequência entre 2 a 5
- Fase ativa: quando se inicia a dilatação
contrações em 10 minutos
cervical de 4 cm e dura em média 6 horas nas
- A involução (fase 4) caracteriza-se pelo primíparas, e 3 horas nas multíparas
puerpério
Dilatação
- Inicia-se com as primeiras contrações
dolorosas, cuja principal ação é a modificação
da cérvix.
Expulsão
- O feto é expelido do útero através do canal
de parto por meio da ação conjugada das
contrações uterinas e das contrações
voluntárias dos músculos abdominais (puxos)
- O segundo período tem início com a
dilatação completa e se encerra com a saída
do feto
- Uma vez completa a dilatação, o útero fica
imobilizado pela ação de contenção dos
ligamentos largo, redondo e uterossacro.
- A descida do polo cefálico compreende duas
fases: fase pélvica e fase perineal. A primeira
caracteriza-se pela dilatação completa e pela
apresentação acima do plano +3 de De Lee,
enquanto a segunda apresenta a cabeça
rodada e em um plano inferior a +3 de De
Lee.
- Pode durar em média 30 minutos nas
multíparas e 60 minutos nas primíparas.
- Na gestação a termo, a situação longitudinal
é muito mais comum do que as transversas e
oblíquas, assim como a apresentação cefálica
fletida é mais comum do que as restantes.

Relações uterofetais
Atitude:
- Consiste na relação das diversas partes
fetais entre si. Assim, a atitude fetal depende
da disposição dos membros e da coluna
vertebral.
- Geralmente o feto apresenta atitude de
flexão durante toda a gestação e parto, o que
configura a formação do aspecto oval, com
duas extremidades representadas pelos polos
cefálico e pélvico

Situação: - Emprego de 3 letras como nomenclatura


que define apresentação, posição e variedade
- Consiste na relação entre o maior eixo da de posições fetais:
cavidade uterina e o maior eixo fetal
 A primeira letra diz respeito ao ponto
- Longitudinal, transversal e oblíqua de referência da apresentação fetal: O
Apresentação: (occipício), B (bregma), N (naso), M
(mento), S (sacro) e A (acrômio)
- A região fetal que ocupa a área do estreito  A segunda letra refere-se ao lado
superior e nela vai se insinuar materno para o qual está voltado o
ponto de referência fetal (posição): D
- Não existe apresentação antes do sexto
(direita) e E (esquerda)
mês ou quando a parte fetal é um membro,
 A terceira letra indica a variedade de
visto que os respectivos diâmetros são muito
posição, conforme o feto esteja
inferiores aos da bacia
voltado para o ponto de referência
- Situação fetal longitudinal: a apresentação ósseo da bacia materna: A (anterior) –
pode ser cefálica ou pélvica eminência ileopectínea, T (transversa)
– extremidade do diâmetro transverso,
- Situação transversa: apresentação córmica P (posterior ou púbis) – sinostose
(dorso fetal se apresenta anterior ou sacroilíaca ou púbis, S (sacro) –
posterior) ou as apresentações dorsais materno.
superior e inferior, que o dorso se apresenta
inferior ou superior
- Plano 0 de De Lee (nível das espinhas
isquiáticas maternas)
- Mecanismo de flexão cefálica: incialmente, a
cabeça fetal possui diâmetro occipitofrontal
(12 cm), onde, posteriormente, há a flexão e
ocorre a substituição por diâmetros menores:
suboccipitofrontal (10,5 cm) e
suboccipitobregmático (9,5 cm). O
mecanismo de flexão é resultado da pressão
axial do feto.

- Entre os pontos de referência, é importante


diferenciar, ao exame de toque vaginal, a
fontanela lambdoide (forma de Y) e a
fontanela bregmática (em forma de losango)
para determinar corretamente a variedade de
posição.

Assinclitismo e sinclitismo:
- Quando a sutura sagital se aproxima da
pube e o parietal posterior desce até
ultrapassar o promontório materno, diz-se que
há assinclitismo posterior.
- Quando a sutura sagital está mais próxima
ao sacro, mais baixo está o parietal anterior, e
o assinclitismo é chamado de anterior.
Apresentação cefálica fletida
- No trabalho de parto, há um momento em
- Divide-se o mecanismo de parto em 6 que o parietal insinuado ultrapassa o ponto de
tempos para fins didáticos referência da bacia óssea e, com o aumento
da área abaixo do estreito superior, é possível
Insinuação:
mover lateralmente o polo cefálico. Isso traz a
- Passagem do maior diâmetro da parte sutura sagital à mesma distância entre o
apresentada, perpendicular à linha de púbis e o promontório, e a cabeça fica em
orientação fetal, pelo estreito superior da sinclitismo.
bacia materna.
- Em primíparas, a cabeça fetal mostra-se
mais em assinclistismo posterior. Nas
multíparas ocorre assinclitismo anterior
- Além de flexão e assinclistimo, o processo
de cavalgamento dos ossos do crânio fetal
contribui para a insinuação. Esse fenômeno
reduz as dimensões do polo cefálico, onde o
maciço frontal e o occipital se locam por baixo - Fatores que impedem a rotação: contrações
do parietal. de baixa intensidade, ausência de flexão
cefálica e fetos grandes.
- A analgesia peridural pode predispor às
rotações incompletas, por diminuir a força da
musculatura abdominal e relaxar a
musculatura pélvica.
Desprendimento cefálico:
- Ocorre com a descida final da cabeça fetal
em posição occipitopúbica, até que seja
possível a locação do suboccipício no
subpúbis materno.
- Como o polo cefálico está em flexão, é
necessário que ocorra movimento de deflexão
ou extensão da cabeça para ocorrer
exteriorização do maciço frontal.
- Por meio de duas forças antagônicas
(contração uterina e resistência perineal), o
feto é impulsionado para baixo e para fora do
Descida:
canal de parto. Ao vencer tal resistência, a
- É o momento definido pela passagem do cabeça fetal desfere movimento abrupto de
polo cefálico do estreito superior para o extensão, externando os diâmetros
estreito inferior da pelve materna anteroposteriores do polo cefálico na
sequência: suboccipitobregmático,
- Contribui para a descida: contração uterina, suboccipitofrontal e suboccipitomentoniano.
contração dos músculos abdominais, pressão Então, ocorre a exteriorização do bregma, da
do líquido amniótico e extensão do ovoide fronte, do nariz e do mento do feto.
fetal, que se transforma em cilindro.
Rotação interna:
- O objetivo da rotação interna é coincidir o
diâmetro anteroposterior do polo cefálico com
o maior diâmetro da bacia materna.
- Durante a descida, ocorre movimento de
rotação para locar o polo cefálico sob o púbis.
A linha de orientação (sutura sagital) fica
orientada na direção do maior diâmetro do
estreito inferior (anteroposterior) ao terminar a
descida.
Rotação externa:
- Leva o occipício a voltar-se para o lado
materno que ocupava no interior do canal de
parto.
- A sutura sagital apresenta-se em sentido
transversal ao da fenda vulvar ao fim desse
tempo.
- As espáduas rodam, trazendo o diâmetro
biacromial para o diâmetro anteroposterior do
estreito inferior.
Desprendimento do ovoide córmico:
- Exteriorização das cinturas escapular e
pélvica do feto
- Após a rotação das espáduas, o ombro
anterior fixa-se no subpúbis, apresentando a
inserção braquial do deltoide como ponto de
apoio, e desprende-se por movimento de
abaixamento. Desprende-se então o ombro
posterior por movimento de elevação e, em
seguida, completa-se a expulsão da cintura
escapular.
- Depois do desprendimento do ombro, o
resto do ovoide é expelido sem resistência.

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