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M3P2- Trabalho de parto 2

1.Descrever a fisiologia das contrações uterinas

A progesterona, principal hormônio da gravidez, consolida as ligações do cálcio no retículo


sarcoplasmático, reduzindo assim a fração livre disponível de cálcio intracelular e,
consequentemente, elevando o limiar de excitabilidade da fibra miometrial. Esse fato torna o
útero quiescente e foi descrito como bloqueio progestagênico. De forma inversa, as
prostaglandinas também modulam o fluxo de cálcio por meio de alterações na permeabilidade
da membrana celular, o que leva ao aumento dos níveis intracelulares de cálcio e favorece a
contração das fibras.

Somado a isso, as células musculares comunicam-se umas com as outras por meio de conexões
proteicas denominadas gap junctions (conexinas). Essas conexões facilitam a sincronização e a
transmissão dos estímulos eletrofisiológicos, aumentam em número com a progressão da
gestação e estão sob a influência dos esteroides placentários, sendo o estrógeno o principal
responsável pelo aumento da concentração dessas proteínas de conexão.

Uma maneira mais simples de avaliar o trabalho uterino durante o parto é por meio da
atividade uterina expressa pelo produto entre a intensidade e a frequência de contrações em
10 minutos, cuja unidade de medida é denominada Unidade Montevidéu (mmHg/10 minutos).
Dessa forma, a análise quantitativa da pressão amniótica avalia as contrações uterinas quanto a
sua intensidade e sua frequência em determinado intervalo. O tônus uterino representa a
menor pressão entre duas contrações. A intensidade de cada contração é dada pela elevação
que ela determina na pressão amniótica acima do tônus uterino, e a frequência corresponde
ao número de contrações no período de 10 minutos.

Saber que tem como avaliar a pressão da contração- só isso, nada muito aprofundado

As contrações são percebidas pela palpação quando sua intensidade é superior a 10 mmHg.
Dessa forma, o início e o fim das ondas contráteis não podem ser percebidos, o que determina
uma subquantificação clínica. A duração clínica da contração uterina (em média 70 segundos,
podendo variar de 40 a 100 segundos) é mais curta que a duração real (200 segundos). As
contrações uterinas tornam-se dolorosas quando a intensidade é superior a 15 mmHg, valor
suficiente para dilatar e distender o útero moldando indiretamente o canal de parto. Esse
efeito sobre o útero permanece por cerca de 60 segundos, ao menos em sua forma palpável. O
tônus uterino é inferior a 10, contudo, em algumas situações patológicas, ele pode ser superior
a 30 mmHg, tornando as contrações imperceptíveis. A principal delas é o descolamento
prematuro da placenta, em que não se observa o tônus uterino de repouso.

CONTRAÇÕES UTERINAS DURANTE O PARTO

As contrações uterinas se iniciam na parte superior do útero, local em que são mais intensas, e
se propagam com intensidade decrescente pelo corpo do útero até atingir o segmento inferior.
Essas três características das contrações uterinas intraparto recebem o nome de tríplice
gradiente descendente.

Durante a fase de dilatação, a frequência das contrações uterinas é de duas a três em 10


minutos, com intensidade de aproximadamente 30 mmHg; já no período expulsivo, pode
chegar a cinco contrações em 10 minutos, com intensidade de 50 mmHg. Nessa fase, soma-se
às contrações uterinas a contração voluntária da musculatura abdominal, denominada puxo,
cuja função é aumentar a pressão abdominal e facilitar a expulsão do feto.

CONTRAÇÕES UTERINAS NO PUERPÉRIO

Após a expulsão fetal, o útero continua a apresentar contrações rítmicas cuja função é
propiciar a dequitação fisiológica e a hemostasia. Esse fenômeno de miotamponamento
determina a “laqueadura viva” dos vasos uterinos e faz com que o útero fique devidamente
contraído, o que foi denominado globo de segurança por Pinard.

DETERMINISMO DO PARTO

A ativação uterina é realizada pelas uterotropinas, cuja principal função é tornar o útero
responsivo aos estímulos contráteis determinados pelas uterotoninas. As uterotropinas são
representadas pelos receptores da ocitocina, receptores de prostaglandinas, gap junctions, IL
(1-beta, 6 e 8) e cicloxigenase (COX). As uterotoninas incluem as prostaglandinas e a ocitocina.

A ocitocina é um peptídio com nove aminoácidos produzido no hipotálamo e armazenado na


neuro-hipófise que, durante a gestação, também é produzido pela decídua. Ao se ligar a um
receptor de membrana nas células miometriais, ativa a formação do trifosfato de inositol,
segundo mensageiro, que libera cálcio armazenado no retículo sarcoplasmático e dessa forma
deflagra contrações uterinas.

Não há queda de progesterona antes do trabalho de parto nos seres humanos. Em


contrapartida, evidências atuais sugerem que possa haver modificações locais nos receptores
de progesterona, o que poderia interferir no estado de quiescência uterina.

Efeitos das contrações sobre o organismo materno: – elevação da PA, principalmente sistólica
– elevação da FC por aumento do retorno venoso à custa do esvaziamento das paredes
uterinas – compressão da aorta e veia cava inferior pelo útero

Efeitos das contrações sobre o feto: – compressão do pólo cefálico sobre as estruturas pélvicas
podendo levar à bossa, hemorragias intracranianas e estímulo vagal – compressão do cordão
umbilical – diminuição da perfusão útero-placentária

IMPORTANTE:
2. Identificar os tipos de pelve materna e sua relação com trabalho de parto; SABER COM
muitos detalhes

Os fatores que influenciam no tipo da bacia incluem raça, condição socioeconômica,


hábitos de vida, sedentarismo, atividade laboral e atividade física. Por mais que na
realidade exista uma variedade ainda maior, são quatro os tipos fundamentais que
aparecem nas provas de maneira didática:

 Ginecóide: que corresponde à bacia feminina mais comum, também


denominada pelve típica. Tem estreito superior arredondado, diâmetro
transverso eqüidistante do promontório e do pube, o ângulo subpúbico tem
abertura média, paredes pélvicas paralelas, diâmetros transversos espaçosos e a
escavação (pelve menor) é bastante ampla. Possui excelente prognóstico para o
parto vaginal.
 Andróide: Presente em até 20% das mulheres, é semelhante a bacia masculina
normal. Tem estreito superior triangular, com o diâmetro transverso próximo ao
promontório, paredes pélvicas convergentes, espinhas ciáticas salientes e ângulo
sub-púbico fechado.
#Ponto importante: A pelve masculina não é feita para o parto não é mesmo? Logo, esta
é a pelve com pior prognóstico para parto vaginal.

 Antropóide: semelhante a bacia encontrada nos gorilas, têm estreito superior


elíptico, alongado no sentido ântero-posterior, diâmetro transverso máximo
diminuído, paredes pélvicas divergentes e ângulo subpúbico levemente
estreitado. Se o bebê insinuar, o prognóstico do parto vaginal é bom. Além
disso, como o maior diâmetro é anteroposterior, as variedades de posição do
pólo cefálico anteroposterior tem melhor prognóstico nesta pelve. Pode fazer
parto normal

 Platipelóide: Menos comum de todas, é achatada com estreito superior oval,


diâmetros transversos máximos e ântero-posteriores diminuídos e ângulo
subpúbico muito aberto. Como o maior diâmetro é transversal, as variedades de
posição do pólo cefálico transversas tem melhor prognóstico nesta pelve. Parto
normal pode

De melhor para pior para o parto vaginal: ginecoide, antropóide, platipelóide


e andróide

Estreitos da bacia:
Dentro do estreito superior tem 3 conjugatas: É formado por três diâmetros ântero
posteriores:

Conjugata vera anatômica: da borda superior da sínfise púbica até o promontório, medindo
em média 11 cm. É a entrada da bacia

Conjugata diagonalis: da borda inferior da sínfise púbica até o promontório, medindo em


média 12 cm.

Conjugata obstétrica: É a medida que realmente importa no parto e que representa o trajeto
da cabeça fetal. Vai da face interna (corda posterior) da sínfise púbica até o promontório, mas
não é possível calcular diretamente. É a menor

O estreito médio apresenta diâmetros ântero posterior e transverso e planos de maiores


diâmetros da pelve, cujas medidas são de 12,5 cm tanto transverso quanto ântero-posterior.
No entanto, apresenta outro plano onde o diâmetro transverso (biespinhal pq vai de uma
espinha a outra) possui menor tamanho e é o local de maior importância nesse estreito.
O esterito inferior tem diâmetro transverso que mede 11cm e a conjugata exitus- saída da
bacia, que representa o diâmetro ântero-posterior, medindo 9,5 cm em posição estática, mas
pode alcançar 11 cm após a retropulsão do coccige.

3. Conceituar: atitude, situação, posição e apresentação no trabalho. Saber esses 4 principais

Atitude:
Situação:

Posição fetal é importante para escutar o BCF: a partir do dorso- que costuma estar mais para
esquerda

Apresentação: como ele vai apresentar no canal do parto (estreito superior da bacia materna)

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