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Prof.

Giselmo Pinheiro Lopes

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO
PARTO
ESTATÍSTICA FETAL
 Relação entre a bacia, feto e útero;
 Atitude fetal:
- Durante a gestação, o continente uterino, ao termo
da gravidez, mede 30cm;
- Todo feto com, aproximadamente 50cm de
comprimento, deve adaptar-se ao espaço,
flexionando-se, de forma generalizada (forma
ovóide fetal), que apresenta então 2 pólos: o
cefálico e o pélvico .
ESTATÍSTICA FETAL
ESTATÍSTICA FETAL

 No parto:
- No início do trabalho de parto, a atitude fetal
modifica-se devido a forma cilindróide
assumida pelo útero, obrigando o feto a
diminuir a flexão de maneira a se constituir
um cilindro;
ESTATÍSTICA FETAL
 A cabeça:
- Formada pelo crânio e pela face, onde a primeira
reveste de maior importância obstétrica;
- O crânio é constituído de 2 ossos frontais, 2
parietais, 2 temporais, 1 occipital, 1 esfenóide e 1
etmóide;
- A presença de suturas e fontanelas permitem a
redução do seu volume durante o parto.
ESTATÍSTICA FETAL
 A cabeça:
- As suturas mais importantes

são:
1- Sutura Sagital: entre os
parietais;
2- Sutura Metópica:
Interfrontal;
3- Sutura Coronária: Entre os
frontais e os parietais;
4- Sutura Lambdóide: entre os
parietais e o occipital;
5- Sutura Temporal: entre os
parietais e os temporais.
ESTATÍSTICA FETAL
 A cabeça:
- Fontanelas: São zonas membranosas, nos pontos de

convergência de 3 ou 4 ossos e delas partem as suturas.


1- Fontanela Bregmática (anterior ou grande fontanela):
Configuração losangular, com os lados formados pelos
frontais e parietais. Dela partem as suturas sagital,
metópica e coronária;
2- Fontanela Lambdóide (posterior ou pequena
fontanela): Configuração parcialmente triangular,
limitada pelo occipital e parietais e de onde partem as
suturas sagital e lambdóide.
ESTATÍSTICA FETAL
ESTATÍSTICA FETAL
3- Fontanelas ptéricas
(látero-anteriores): Em
número de duas, tem
como limite o temporal,
o frontal, o parietal e o
esfenóide;
4- Fontanelas astéricas
(látero-posteriores): Em
número de duas, tem
como limite o occipital, o
temporal e o parietal.
SITUAÇÃO FETAL
 Relação entre os eixos longitudinais do feto e do útero.
1- LONGITUDINAL- 99% das gestações a termo
o feto procura acomodar seu maior eixo ao maior eixo uterino;
2-TRANSVERSA- 0,5 A 1% das gestações a termo;
3- OBLÍQUA OU INCLINADA- instável, de transição.
APRESENTAÇÃO FETAL
 Região do concepto que se relaciona com o estreito superior da
bacia
 Na situação LONGITUDINAL:

1- CEFÁLICA:
- Fletida: Vértice ou de occipital;
- Defletida: Bregma, Fronte ou Face.

2- PÉLVICA:
- Completa: Coxa e pernas fletidas
- Incompleta (nádegas): Coxas fletidas contra a bacia e as pernas
se acham estendidas sobre a face anterior do tronco.
- Há, também, o modo de pés e de joelhos.
 Na situação TRANSVERSA:

1- CÓRMICA : Quando o corpo ocupa o estreito mais largo da


pelve
POSIÇÃO FETAL
POSIÇÃO FETAL
A CONTRAÇÃO NA GRAVIDEZ
 É o fenômeno mais importante do trabalho de
parto, indispensável para fazer dilatar o colo e
expulsar o concepto;
 O seu registro em gráfico é denominado tocometria;
 Antes da 30ª semana, a atividade uterina é bem
pequena e restrita a algumas áreas; Algumas vezes
surgem contrações de Braxton-Hicks (2 contrações
por hora) com tono uterino entre 3-8mmHg;
 Após a 30ª semana a atividade uterina aumenta
vagarosa e progressivamente;
A CONTRAÇÃO NO PRÉ-PARTO E PARTO
 Pré-parto: Contração de Braxton-Hicks mais intensas
e freqüentes, que se difundem em áreas cada vez
maiores (até 3 por hora); Tono uterino de 8mmhg;
 No parto: Associado ao desenvolvimento de
contrações rítmicas e dolorosas que condicionam a
dilatação uterina;
- Na dilatação as contração tem intensidade de
30mmHg e freqüência de 2 a 3/10 min. em seu início
e de 40mmHg de 4/10 min. no seu final.
A CONTRAÇÃO NO PRÉ-PARTO E PARTO
- No período expulsivo a freqüência atinge 5/10 min.
e intensidade de 50mmHg;
- Neste período observamos, também, as contrações
dos músculos abdominais com a glote fechada e
esforços respiratórios verdadeiros, chamados puxos
(intensidade média de 50mmHg);
- No secundamento o útero continua a produzir
contrações para a expulsão placentária (indolor),
hemostasia e retração das fibras musculares uterina.
A CONTRAÇÃO NO PUERPÉRIO
 As contrações diminuem até atingir 1/10min.,
decorrida as 12hs de puerpério;
 Esse número reduz ainda mais como o passar dos
dias;
 Durante a amamentação, o útero realiza contrações
que cessam após o fim de cada mamada.
DIAGNÓSTICO DO TRABALHO DE PARTO
 O diagnóstico do trabalho de parto se faz, em
geral, pela presença das seguintes condições:
• Presença de contrações uterinas em intervalos
regulares, que vão progressivamente aumentando
com o passar do tempo, e que não diminuem com
o repouso da gestante. O padrão contrátil inicial
é, geralmente, de uma contração a cada 3-5
minutos e que dura entre 20 e 60 segundos.
• Apagamento e dilatação progressivos do colo
uterino e descida da apresentação fetal.
O PARTO
 Conjunto de fenômenos fisiológicos que ocorrem
dentro de um período determinado de tempo, após
a vigésima semana de gestação;
 Tem como objetivo a expulsão do produto da
concepção;
 O parto (também chamado nascimento) é a saída
do feto do útero materno;
 Pode ser visto como o oposto da morte, dado que é
o início da vida de um indivíduo fora do útero.
PERÍODO CLÍNICO DO PARTO - DILATAÇÃO
 Começa com as contrações do útero, inicialmente com frequência de 2 a
3/10 minutos e com duração aproximada de 40 segundos.
 Ocasionalmente, o parto é precedido da ruptura do saco amniótico,
também chamado de ruptura das águas quando se romper.
 As contracções aceleram até que ocorram com frequência de 5/10
minutos e duração clínica de 70 segundos, quando se aproxima a
expulsão do feto.
 Na expulsão, somam-se as contracções uterinas aos esforços expulsivos
voluntários da mãe. O trabalho de parto pode se iniciar com colo uterino
fechado, abrindo com a força das contracções, ou com dilatação de 2 a 3
cm nas primíparas, e de 3 a 4 cm nas multíparas. Cada contracção dilata
o colo uterino até que ele atinge 10 centímetros de diâmetro.
 A duração do trabalho de parto varia de 12 horas para mulheres
primíparas ou em torno de 8 horas em multíparas.
PERÍODO CLÍNICO DO PARTO - EXPULSIVO
 Inicia com a cervix completamente dilatada
(10 cm) e termina com a expulsão fetal. A
contração da musculatura do diafragma e da
parede abdominal que associados as
contrações comprimem o útero de cima para
baixo e da frente para trás e assim o bebê é
expelido.
PERÍODO CLÍNICO DO PARTO – SECUNDAMENTO OU
DEQUITADURA

 Compreende ao desprendimento, descida e expulsão da


placenta e membranas. Ocorre entre 5 a 10 minutos
após termino do período expulsivo.
 Ocorre pelas contrações uterinas que diminuem o
volume do útero e consequentemente aumentam a
espessura da parede muscular, com esta redução a
placenta se descola pois não possui elasticidade;
 A placenta destaca-se da parede uterina e se dirige a
porção superior da vagina e é expulsa atraves de
contrações ou pelo esforço da mãe de empurrar para
baixo se não estiver sob efeito anestésico.
PERÍODO CLÍNICO DO PARTO - GREENBERG
 O período de Greenberg imediato corresponde à primeira hora depois
da saída da placenta. É de fundamental importância nos processos
hemostáticos.
 Durante esse período há a possibilidade maior de ocorrerem grandes
hemorragias. Os mecanismos que coibem o sangramento do pós-parto
são:
- Miotamponamento: consiste na contração potente da musculatura
uterina, tamponando a saída dos vasos sanguíneos que irrigavam a
placenta;
- Trombotamponamento: depende da formação de pequenos coágulos
que obliteram vasos uteroplacentários.
 Após 1ª hora o útero apresenta-se em condições normais, firmemente
contraído completando assim o mecanismo de hemostasia.
O PARTO NORMAL
# Vantagens do parto Normal
 A recuperação é rápida;

 Não há dor pós-parto;

 A rápida recuperação deixa a mãe mais

tranqüila, o que favorece a lactação;


 A alta é mais rápida, o que possibilita à mãe

retomar seus afazeres prontamente;


 A cada parto normal, o trabalho de parto é mais

fácil do que no anterior;


 O relaxamento da musculatura pélvica não altera

em nada o desempenho sexual;


 A mulher participa ativamento do nascimento do

filho.
O PARTO NORMAL
# Desvantagens do parto Normal
 Possíveis danos à pelve;

 Possíveis danos ao períneo, uretra e ânus;

 Raríssimos casos de incontinência urinária e fecal;

 Dor no períneo, em casos de episiotomia e laceração.

 A maior parte dos danos ocorridos durante o parto normal é

causado pela má condução do mesmo, especialmente quando


são utilizadas manobras e intervenções desnecessárias, muitas
das quais condenadas pela Organização Mundial de Saúde -
como episiotomia, manobra de kristeller e uso corriqueiro de
ocitocina.
PARTO NORMAL
 Indicações
 Três fatores devem ser levados
em consideração para
determinar a possibilidade ou
não do parto normal:
 Bacia (quadril) ou também
chamada trajeto do parto,
 Força das contrações uterinas e
o próprio feto.
 Caso não haja nenhuma
intercorrência na gestação, pré-
parto e trabalho de parto.
PARTO NORMAL
 Riscos :
 Ruptura uterina durante o trabalho de parto caso
este tenha sido submetida a uma cirúrgia
anteriormente - como cesariana ou miomectomia
(cerca de 0,5% de risco);
 Mortalidade materna (menor do que na cesariana);
 Mortalidade neonatal (menor do que na cesariana);
 Prolapso anal.
PARTO CESÁREO
# Vantagens da cirúrgia cesárea
 O nascimento é menos demorado;
 Preservação do aparelho genital;

 Mãe pode decidir quando será o nascimento;


 É realizada no mesmo dia da internação;

 A mulher não sente dores

durante o processo devido à


anestesia;
 Ter a disponibilidade do

médico que a acompanhou


durante o pré-natal.
PARTO CESÁREO
# Desvantagens da cirurgia cesárea
 Recuperação mais lenta do que no parto normal;
 Retirada dos pontos;
 Recuperação mais demorada e difícil;
 A mãe não participa ativamente do nascimento;
 Risco de morte da mãe é 16 vezes maior do que no parto normal;
 Dobro na permanência hospitalar;
 Risco de infecção, inflamação, perda do útero, hemorragia;
 Aumenta as chances de sofrer novas ceráseas;
 O útero fica com uma cicatriz em seu músculo que é sempre um

ponto mais frágil;


 Na região pode haver perda da sensibilidade, dor, quelóides e

aderências;
PARTO CESÁREO
 A ruptura uterina acontece em 0,2 a 1,3% das mulheres que tiveram
uma a três cesáreas e pode representar risco de morte para mãe e bebê
 O pulmão do bebê não é comprimido durante a cesárea e ele têm
maior risco de ter desconforto para respirar após ser extraído.
 A mulher deve ficar sem pegar peso e fazer esforço físico nem
ginástica por pelo menos 2 meses após a cirurgia;
 Cirurgias pélvicas como de miomas se complicam devido às
aderências e às cirurgias anteriores;
 Prejuizo na disposição sexual;
 Interfere com o estabelecimento do vínculo com a criança e atrasa a
primeira amamentação.
 O nascimento é muito mais violento para o bebe, o qual sofre sérios
traumas, que poderá carregar para o resto da vida.
PARTO CESÁREO
# Riscos
 Hemorragia (10x maior);

 Problemas com a incisão cirúrgica;

 Aumenta a probabilidade de outra cesárea;

 Riscos da anestesia (choque anafilático);

 Morbidade materna (sete a vinte vezes maior do que no parto

normal);
 Riscos maiores de doenças respiratórias no RN;

 Aumento da mortalidade neonatal;

 Risco de ruptura uterina em gestação/ parto subsequentes;

 Risco de desencadeamento de trombose em membros inferiores;

 Riscos de paralisação dos intestinos.


COMPLICAÇÕES
 Ocasionalmente surgem complicações durante o
trabalho de parto:
- Não progressão do trabalho de parto;
- Sofrimento fetal (definido por um padrão não
tranquilizador da frequência cardíaca fetal intraparto);
- Não progressão da expulsão (a cabeça, ou parte que
se apresente primeiro, não é expulsa apesar das
contrações): isto pode determinar intervenções como
mudança de posição materna, manobras, versões
internas, extração a fórceps e em último caso
cesariana;
COMPLICAÇÕES
- Hemorragia durante ou após o
nascimento. Severas perdas de
sangue podem causar choque
hipovolêmico;
- No parto normal não
necessariamente a episiotomia é
necessária. A episiotomia
rotineira, por se tratar de uma
laceração de segundo grau, tem
vindo a ser considerado perigosa,
e seu uso não está associado a
proteção da bexiga e assoalho
pélvico.

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