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CONTROLO PRENATAL ATENÇÃO AO

PARTO E PóS- PARTO

Por: Cândida
TRABALHO DE PARTO
⚫ Conceito
O Trabalho de Parto (TP) compreende o conjunto de
fenômenos fisiológicos que está associado ao
desenvolvimento de contracções progressivas,
fortes e rítmicas do útero que condicionam
apagamento e dilatação do colo uterino, e permite
que o produto da concepção seja expulso através
do canal de parto
Definição
⚫ É o processo através do qual o
produto da concepção é expulso
através do canal de parto pelas forças do
parto.
⚫ Produto da concepção:
⚫ Feto
⚫ Anexos fetais: placenta, cordão umblical,
liquido amniótico
CANAL DO PARTO
⚫ Bacia óssea
⚫ Tecidos moles pélvicos: segmento inferio do útero, o
colo e a vagina.
⚫ Forças do parto:
⚫ Contrações uterias,
⚫ Os esforços expulsivos maternos
TRAJECTO

⚫ Para a expulsão do feto, o mesmo deverá vencer os


obstáculos impostos pela estrutura óssea da pelve.
⚫ A pelve possui dois estreitos: o superior e o
inferior. O diâmetro transverso do estreito superior
mede 13 cm eo diâmetro anteroposterior do estreito
inferior mede cerca de 11,5 cm (contando com o
afastamento do cóccix).
⚫ O feto (principalmente a relação com a
cabeça)deverá passar pela pelve obedecendo os
diâmetros maiores desses estreitos.
Ossos do cranio e bacia femenina
Cont.
⚫ 4º Tempo Desprendimento cefálico: a primeira
parte da cabeça que aparece é o occipto.
⚫ 5º Tempo Rotação Externa: a cabeça volta à
posição da insinuação.
⚫ 6º Tempo Desprendimento do tronco: saída dos
ombros, primeiro o posterior e depois o anterior, e
finalmente o resto do corpo.
FENÔMENOS MECÂNICOS DO
PARTO
⚫ 1º Tempo Insinuação: é a fixação da cabeça no
estreito superior da bacia
⚫ 2º Tempo Descida ou Progressão: a cabeça abaixa
do estreito superior para o estreito inferior
⚫ 3º Tempo Rotação interna: Acontece para que um
menor diâmetro da cabeça do bebê fique no maior
diâmetro da bacia da mãe.
INICIO DO PARTO
⚫ O parto começa quando as contracções uterinas
provocam a dilatação progessiva do colo uterino.
⚫ O diagnóstico no inicio pode ser dificil devido:
⚫ Contracções irecorrentes que podem aparecer por
dias ou semanas antes do inicio do trabalho de parto
⚫ Colo das multiparas pode dilatar 4 cm por dias e
semanas antes do inicio doparto
Cont.
⚫ O verdadeiro trabalho de parto pode ser diagnostico
quando há contracções uterinas recorrentes
acompanhadas por:
⚫ Dilatação cervical progessiva
⚫ Dilatação cervical de 5cm ou mais
⚫ Rolhão mucoso por vezes acompanhado com sangue
PERIODOS DO TRABALHO DO
PARTO
⚫ 1⁰ periodo de dilatação
⚫ Começa com a dilatação progressiva até completa , há
descida simultânea da apresentação.
⚫ Fase latente: começa com inicio do trabalo de parto,
vai até 4 cm. Caracterizada pelas contracções e um
progresso lento de dilatação.
⚫ Este periodo varia de minutos nas( multiparas ) ate
24 nas( nuliparas).
Fase activa

⚫ Começa com 4 cm de dilatação, com contracções


regulares, com uma dilatação rápida e progressiva de
1 cm por hora.
✔ Há descida da apresentaçã
✔ Há roptura expontâneo das membranas
✔ Este periodo não ultrapassa 9 h nas multiparas e 12
em nulípara.
Cont.
⚫ No começo do período, ocorre 1 ou 2 contrações em
10 minutos de 10 a 15 segundos de duração.
⚫ No final, podem chegar a 4 ou 5 contrações em 10 min.
com 45 a 60 segundos de duração
2⁰ estadio: periodo expulsivo

⚫ As contrações intensificam-se, até atingir 5


contrações/10'. O útero vai empurrando a criança
pelo canal do parto.
⚫ Nesse momento, a criança vai se movendo conforme
vai descendo, encontrando a melhor maneira de
passar.
⚫ Essa fase dura mais ou menos 50' para as primíparas,
20' para as multíparas.
3ª Fase – Dequitação ou
Secundamento:
⚫ É o período final do parto, que começa
imediatamente após o nascimento da criança e
termina com a expulsão da placenta e das membranas.

⚫ Nesse período, a mulher sente um relaxamento e


alívio das contrações. O útero continua contraindo-se.
Dura + ou – 15 minutos.
⚫ Quando a placenta esta totalmente descolada, ela
desliza para a vagina, pelo orifício do colo ainda
aberto.
Fatores intervenientes ao parto:
⚫ Para acontecer o trabalho de parto e parto é
preciso ter interação de três fatores: Feto- “o
Objeto”, Bacia- “O trajeto”, Contração uterina- “
O motor”.
O Objeto: O Feto

⚫ Durante o parto, o feto é o móvel ou objeto que
percorre o trajeto, sendo impulsionado pelo motor,
que é a contração uterina. A cabeça fetal é constituída
por crânio e face, sendo o crânio o mais importante
em obstetrícia.
⚫ O crânio é formado por dois ossos frontais, dois
parietais, um occipital, um esfenoide e um etmoide.
Estes ossos são separados por tecidos membranosos
que permitem o seu cavalgamento e amoldamento.
Estes tecidos são chamados de suturas e fontanelas.
O Objeto: O Feto
⚫ As suturas mais importantes na obstetrícia são:
sutura sagital entre os parietais e a sutura lambdoide,
entre o occiptal e parietais.
⚫ As fontanelas são áreas membranosas no ponto de
convergência de três ou mais ossos. As principais são:
⚫ fontanela bregmática, ladeada pelos frontais e
parietais. É o principal ponto de referência para o
diagnóstico de variedade posição; fontanela
lambdoide ou pequena fontanela, é limitada pelo
occipital e parietais;
Relações Útero Fetais


⚫ O feto se relaciona com o útero e trajeto de diferentes
maneiras e a depender da maneira que se relaciona,
facilitará ou não o trabalho de parto.
⚫ Situação: é a relação do maior eixo fetal com o
maior eixo do organismo materno. Pode ser
longitudinal ou transversa.
⚫ Apresentação: é a parte do feto que se situa no
estreito superior, podendo ser cefálica (a cabeça
vindo primeiro), pélvica (a pelve vindo primeiro) e
córmica (quando o corpo fetal ocupa o estreito
superior);
Relações Útero Fetais

⚫ Atitude: é a relação entre as partes fetais. As


principais são: flexão (quando o queixo fetal
aproxima-se do tórax e extensão (quando o occipício
se aproxima da costa fetal, podendo ainda ser
indiferente (quando não há flexão nem extensão;
⚫ Posição fetal: constitui a relação da parte de
apresentação (occipital, sacro, mento ou sincipúcio)
com os quatro quadrantes da pelve materna
(posterior, anterior, direita ou esquerda).
Trajecto Duro e Mole: Bacia,
cérvice, vagina
⚫ O trajeto corresponde ao canal , percurso que o feto
deve percorrer do útero até o meio externo.
⚫ Este trajeto estende-se do útero à fenda vulvar e é
composto pelo bacia óssea (trajecto duro); segmento
inferior do útero, cérvice, vagina e região
vulvoperineal (trajeto mole).
Trajeto duro- BACIA óssea
⚫ É o conjunto de ossos ilíaco, sacro o cóccix que
formam a pelve feminina.
⚫ A pelve divide-se em grande bacia e pequena bacia.
Grande Bacia
⚫ Tem pequena importância em obstetrícia. É limitada
lateralmente pelas fossas ilíacas, coluna vertebral e
músculos retos abdominais.
⚫ Sua forma e dimensão podem dar noções da forma e
dimensão da pequena bacia ou pelve verdadeira.
⚫ As bacias mais favoráveis para o parto normal é a
ginecoide seguida da androide, já as demais trazem
maior risco de distócia ou seja situações que podem
dificultar ou impedir o trabalho de parto e parto.
Pequena bacia ou bacia
obstétrica ou pelve verdadeira
⚫ Importante porque tem que ser compatível com a
biometria fetal.
⚫ Divide-se em estreito superior, médio e inferior.
⚫ Cada estreito apresenta diferentes dimensões conforme
uma linha imaginária traçada onde tem-se :
⚫ Diâmetro anteroposterior: do promontório à borda
superior da síntese púbica: 11 cm.

⚫ do promontório à face interna da sínfise púbica (Real


espaço do trajeto fetal): 10,5 cm.

⚫ do promontório à borda inferior da sínfise púbica: 12 cm.


Cont.
⚫ Diâmetros oblíquos: eminências iliopectínicas até
articulação sacroilíacas: 12,5 cm.
⚫ Diâmetro transverso: linha terminal de um lado
para o outro, geralmente a 4 cm do promontório: 13
cm.
⚫ Os menores estreitos que o feto deverá passar é do
promontório (protuberância anatômica formada
pelas 5 últimas vertebras sacral) à face interna da
sínfise púbica e entres as espinhas isquiáticas. Ambos
os estreitos com cerca de 10,5 cm.
Trajeto Mole
⚫ . É constituído pelo segmento inferior do útero, pela
cérvice, pela vagina e região vulvoperineal.
⚫ a. O Segmento inferior do corpo uterino:
corresponde à parte inferior do corpo uterino, que se
estende até o orifício interno do colo uterino ou
cérvice.
⚫ b. A cérvice: é delimitada pelos orifícios interno e
externo durante toda a gestação sofrendo
importantes modificações e no TP especialmente
sofrerá o apagamento ou esvaecimento e dilatação,
que irão permitir a ampliação do canal do parto.
Cont.
⚫ c. A vagina: é um conduto cilíndrico,
músculomembranoso que se estende do útero à vulva.
Suas paredes, especialmente por causa de ação
hormonal da gravidez apresentam grande
elasticidade, o que permite a passagem do feto sem
sofrer lacerações importantes.
⚫ d. A região vulvo-perineal: constituída pela vulva e
pelo períneo. O períneo é constituído por seis
músculos que são o isquiocavernoso, bulbo cavernoso,
transverso superficial do períneo, o esfíncter do ânus,
levantador do ânus e o isquiococcígeo.
Cont.
⚫ Os músculos levantadores do ânus e isquiococcígeos
formam o assoalho ou diafragma pélvico, que divide o
trajeto em duas porções:
⚫ a superior e inferior, totalmente independentes e
dá passagem na região anterior, à uretra, vagina e reto.

⚫ No momento do desprendimento do polo fetal, todos


os músculos se distendem e se dilatam, para a
ocorrência do parto.
Motor- a Contração Uterina

⚫ A presença da contração uterina é uma constante em
todo o ciclo gravídico-puerperal. Contudo, em cada
período clínico deste ciclo tem uma finalidade e
intensidade diferente.
⚫ A contração é o encurtamento da célula miometrial
em resposta a um estímulo, com retorno ao seu
comprimento original, após cessado o estímulo.
Boas contrações
⚫ Frequencia -2 à 3 em 10 minutos
⚫ Duracao -30 a 90 segundos
⚫ Intensidade- moderada à forte
Algumas definições sobre a
contração uterina:
⚫ Tono: a menor pressão intrauterina registrada entre
duas contrações.
⚫ Intensidade ou Amplitude: é o aumento da
pressão intrauterina provocada pela contração. É
medida sempre a partir da linha de base ou tono, e os
valores normais oscilam entre 30 e 50 mmHg.
⚫ Frequência: número de contrações a cada 10 minutos.

Atividade uterina: pode ser avaliada por vários


métodos. O mais utilizado na prática clínica é com
uso cardiotocografia.
Origem da contração:
⚫ A onda contrátil tem sua origem em dois marca-
passos situados próximos às inserções tubárias,
bilateralmente(localizada no fundo do útero).
⚫ Do marca-passo à onda, se propaga ao resto do útero,
porém tem maior duração no fundo uterino.
⚫ Assim, a onda contrátil eficaz tem tríplice gradiente
descendente, ou seja, tem propagação descendente,
tem maior duração no fundo uterino e a intensidade
diminui no sentido cefalocaudal.
Diagnóstico do trabalho de parto
O diagnóstico do TP está baseado em dois principais
eventos:
⚫ A. Presença de contrações frequentes: no mínimo
2 em 10 minutos;
⚫ B. Modificações cervicais caracterizadas por
dilatação maior que 2,0 cm e/ou esvaecimento
(apagamento) do colo maior que 50%.
⚫ Outros sinais que podem aparecer são: abaulamento
(protrusão da bolsa amniótica), amniorrexe
(rompimento da bolsa d’água), eliminação de tampão
mucoso com estrias de sangue. ·

Sinais de parto:
⚫ Insinuação: a “barriga desce”. Isto acontece nos
últimos dias de gravidez.
⚫ Perda do tampão vaginal: também pode acontecer
alguns dias ou horas antes do trabalho de parto
⚫ Perda de líquido amniótico: pode ser total ou parcial.
⚫ Contrações uterinas em intervalos regulares.
⚫ Dilatação do colo uterino.
⚫ Perda de mucosidade com ou sem sangue.
⚫ Abaulamento do períneo: parto iminente.
Diagnóstico do trabalho de parto
⚫ · Enquanto o apagamento significa o encurtamento
progressivo do colo do útero e o afilamento de suas
paredes, a dilatação refere-se a à ampliação
progressiva do orifício cervical em cm aproximados.
⚫ A dilatação cervical que começa em menos de 1 cm,
chega a cerca de 10 cm (dilatação completa)
permitindo a passagem do feto do útero para a vagina.
A avaliação tanto do apagamento ou dilatação é feita
através do “toque vaginal” que será descrito
posteriormente.
Diagnóstico Diferencial: Falso
Trabalho de Parto
⚫ No final da gravidez podem aparecer contracções com
uma frequência irregular, incómodas mas de pouca
intensidade, que não conduzem à dilatação do colo do
útero, podendo-se tratar de um falso trabalho de parto.
⚫ Desta forma, muitas vezes a gestante e/ou familiar pode
ser tomada de grande ansiedade, requerendo do
profissional maior habilidade para informar o fato.
⚫ Contudo, nas fases mais iniciais do trabalho de parto, nem
sempre é possível fazer o diagnóstico diferencial entre
verdadeiro e falso trabalho de parto com uma avaliação
isolada.

Cont
⚫ Nesses casos, reavaliar a gestante entre 2-3 horas após
o primeiro exame para confirmar o diagnóstico,
mantendo-a preferencialmente no serviço de saúde..
Aspectos TP falso
Contracções- irregulres
Intervalos das contrações- sem altreacao
Duração das contrações- sem alteracao
Intensidade das contrações -Sem alteração
Alterações de colo - Sem alteração
Descida da apresentação - Sem alteração
Localização da dor Região - Apenas no abdomen
Acção dos analgésicos As contracções cessam
Aspectos TP Verdadeiro
Contracções- Regulres
Intervalos das contrações- Cada vez mais reduzidas
Duração das contrações- Aumento gradual
Intensidade das contrações -Aumento gradual
Alterações de colo -Dilatação e apagamento
Descida da apresentação- Progressiva
Localização da dor -Região Lombar e abdómen
Acção dos analgésicos -As contracções continuam
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
⚫ ZIEGEL, Erna.; CRANLEY, Mecca. Enfermagem
Obstétrica. 8. ed, Rio de Janeiro,
GuanabaraKoogan,1985.
⚫ REZENDE, Jorge.; MONTENEGRO, Carlos. A. B.
Obstetrícia Fundamental. 8. Ed. Rio de Janeiro,
Guanabara Koogan, 1995.
Povy. Conduta obstetrica 1ᵃ Edição. MISAU; 1990
Machungo F, et all.Manual de cuidados obstetricos
essenciais 1ᵃ Edição, MISAU; 2002

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