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AMANDA KÉZIA

ESTÁTICA FETAL E MANOBRAS OSBTÉTRICAS


EXAME OBSTÉTRICO
Avalia o que está acontecendo no momento do parto e qual a conduta a ser tomada, por meio da
avaliação:
1. Dilatação do canal do parto  via fetal mole e via fetal dura
a. Avalia se o espaço é suficiente para o feto passar, tamanho do feto e espaço da
pelve.
b. Vaginoscopia – por espéculo vaginal
c. Sem dilatação: cesariana
d. Com dilatação: avaliar a estática fetal
2. Viabilidade do feto (vivo ou morto)
a. Por meio do reflexo de sucção, beliscar o espaço interdigital, colocar o dedo no
globo ocular (reflexo corneano).
b. Em trabalhos de parto muito longo – o feto pode estar vivo e não responder aos
estímulos – importante fazer o uso de avaliação por US.
3. Lubrificação do canal do parto
a. Quando a placenta rompe – lubrifica o canal do parto
b. Se o parto demora – o líquido seca, necessário lubrificar:
i. Introduzindo mucina no canal do parto
4. Estática fetal

ESTÁTICA FETAL
É a situação do feto no momento de sua insinuação no quadrante pélvico materno por ocasião
do parto.

Para saber como o feto está no canal do parto, são avaliados: Quando mais o feto
estiver insinuado
1- Apresentação no canal do parto,
É a relação entre os eixos longitudinais da coluna do feto e da coluna da mais paralelo sua
coluna vai estar a
mãe. coluna da mãe.

a) Apresentação longitudinal
 É quando a coluna vertebral da mãe está paralelo a coluna vertebral do feto.

o Anterior – quando sai primeiro a parte


cranial do feto
o Posterior – quando sai primeiro a parte
caudal do feto.

b) Apresentação transversal
 É quando a coluna do feto está perpendicular a coluna da mãe.
 Feto “atravessado”.

Transversal horizontal – coluna do feto na


horizontal, formando uma cruz deitada em relação
a coluna da mãe.

o Dorsal – quando o dorso do feto está virado


para a vulva
o Ventral – quando o ventre/membros do feto
está virado para a vulva.
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Transversal vertical – a coluna do feto está
vertical e a da mão horizontal, formando uma
cruz em pé.

o Dorsal – quando as costas do feto está


virada para vulva.
o Ventral – quando o ventre/membros do
feto está virada para vulva.

2- Posição
É a relação do dorso do feto com o dorso da mãe.

 Superior – quando o dorso do feto está virado para cima


 Inferior – quando o dorso do feto está virado para baixo - distócico
 Lateral – quando o dorso do feto está de lado.

3- Atitude
As extremidades do feto com o seu próprio corpo.

 Condições eutócicas (normais)


o Atitude estendida: membros torácicos, pescoço e cabeça estendidos.
o Não é levado em consideração a flexão dos membros pélvicos.
 Condições distócicas
o Membros torácicos estendidos + flexões: pescoço e membro pélvico
o Cabeça estendida e membros torácicos flexionados.

Particularidades das espécies

Equinos
 Ele passa toda gestação na apresentação longitudinal anterior e posição inferior.
 No momento do parto ele dá um giro e fica na apresentação longitudinal anterior e posição
superior.
 Isso é possível porque a pelve da égua é arredondada e grande.

Pequenos ruminantes
 Comum ter partos gemelares
 Pode ocorrer dos dois fetos se insinuarem ao mesmo tempo: problema!!
o Confunde a palpação e a tração.

Suínos
 Nascem com a cabeça insinuada e os membros torácicos voltados para trás  normal da
espécie.

Cão
 Nascem na apresentação longitudinal posterior ou anterior.
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Meios de resolver um parto distócico


 Manobras obstétricas
 Fetotomia
 Cesariana.

MANOBRAS OBSTÉTRICAS
 Utilizada para resolver um parto distócico, desde que:
o Haja dilatação suficiente no canal do parto (via fetal mole e dura).
o O feto estiver vivo
o A estática fetal seja possível de corrigir por manobra

 Ela visa maior facilidade no atendimento e menor risco para o paciente.


o Instalações adequadas e limpas
o Tronco de contenção com piso antiderrapante e cinta que segura o animal embaixo.
o Posição quadrupedal ou decúbito lateral
 Importante!
o Paramentação adequada
o Tranquilizante e anestesia epidural
o Higiene rigorosa da região perineal e antissepsia
o Avaliar a dilatação das vias fetais
o Avaliar a estática fetal
o Avaliar número de fetos e se estão vivos ou mortos
o Uso de lubrificantes (mucilagem)
o Não se deve fixar as correntes e cordas obstétricas em regiões de articulação
o Proteção manual do útero
o Proteção manual do períneo ou realização de episiotomia
o Não exercer tração excessiva
 Instrumentos utilizados
 Corda, corrente obstétrica
 Punhos – auxiliam na tração das correntes
 Borboleta – utilizado para passar a corda por trás da cabeça do feto
 Gancho – usado para casos de fetotomia
 Muleta obstétrica – auxilia girar ou empurrar o feto

Tipos de manobras:

 Retropulsão
 Ato de “empurrar” o feto insinuado no canal pélvico para o útero  serve para criar
espaço.
o Manualmente ou com auxílio de muletas obstétricas
o Sempre a cada intervalo entre contrações uterinas
 Extensão
 Ato de estender partes flexionadas (cabeça e membros)
o Manualmente ou com auxílio de correntes, corda ou ganchos.

Exemplo de caso:
 Membros torácicos insinuados, mas cabeça flexionada para
baixo
 A conduta é empurrar o feto e puxar o focinho para estender
 Como está muito apertado para fazer  faz-se a
retropulsão= empurra a testa dele para trás e extensão=
puxa o focinho para frente ao mesmo tempo.
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Outra situação:
 Feto com apresentação longitudinal posterior, posição superior.
Distocia: flexão de ambos os membros pélvicos – insinuados
parar dentro do útero.

 Vaca com dilatação e lubrificação boa.

Conduta:
 Introduzir a mão e identificar um membro pélvico
 proteger o casco com a mão – para não lacerar a mucosa
do útero
 Fazer retropulsão na bunda do feto + extensão do
membro pélvico para trás.
o Fazer em um membro por vez
 Tração nos membros para retirar o feto.

 Tração É importante
 Ato de tracionar o feto pelas suas partes insinuadas (cabeça ou membros) corrigir a estática
o Manualmente ou com auxílio de correntes, cordas ou ganchos fetal antes de
o Jamais utilizar força mecânica tracionar

 Rotação
 Ato de girar o feto sobre seu eixo longitudinal com intuito de alterar a posição do mesmo
(inferior para superior)
 Não é muito comum de ocorrer
 Mais comum em éguas – porque a pelve é maior
o Intensidade das contrações uterinas e abdominais dificultam a rotação normal para
insinuação
 Deve ser executada com auxílio de muletas

 Versão
 Ato de alterar a apresentação transversal dorsal ou ventral para longitudinal anterior ou
posterior.
o Pode ser executada com auxílio de muletas
 É uma manobra muito complicada, porque necessidade de muito espaço
 É uma manobra agressiva também

O indicado nesse caso é fazer a extensão da cabeça com o auxílio da corda e borboleta
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EPISIOTOMIA
 Corte para ampliar o diâmetro da vulva para o feto conseguir sair.
 É feito quando:
o Canal do parto está dilatado (via fetal mole e dura),
o Passa pela pelve, cérvix, vagina,
o Mas não passa pela vulva.
 Essa incisão é feita na diagonal, porque se fizer reta – pode romper
para baixo.

FETOTOMIA
 Secção do feto em partes para retirada.
 Feito quando o feto está morto e tem dilatação.
 Pode ser parcial ou total
 Indicações:
o Fetos mortos
o Monstros fetais
o Fetos enfisematosos
 Menor risco para a parturiente
o Em casos de fetos enfisematomoso – tem infecção no útero, então é arriscado
fazer cesariana.
 Instrumentos: fetótomo, fio de gibi, borboleta e gancho.
o O fio só pode ter contato com o feto, não pode ter contato com a mucosa do útero.

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