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• Dimensões do feto;
No início dessa fase, a cabeça fetal encontra-se acima do estreito superior da bacia,
em flexão moderada, com a sutura sagital orientada no sentido do diâmetro oblíquo
esquerdo ou do transverso e com a pequena fontanela — fontanela lambdoide —
voltada para esquerda (Obstetrícia, 2017). Os autores franceses, no que têm sido
seguidos pelos demais latinos, consideram a variedade de posição mais frequente,
cerca de 60%, a occipito-esquerda-anterior (OEA), que designam de primeira
posição (Obstetrícia, 2017).
• Teoria de Lahs: define que as pressões laterais exercidas sobre a cabeça pelo canal
do parto alcançam níveis diferentes, sendo o mais baixo, o lado occipital. A ação das
linhas de força em sentido oposto resulta no abaixamento do occipital;
• Assinclitismo anterior:
• Assinclitismo Posterior:
Essa fase tem início quando o polo cefálico entra em contato com o assoalho
pélvico, no qual se inicia o acotovelamento do canal de parto, o que significa que a
circunferência máxima da cabeça fetal se encontra ao nível das espinhas isquiáticas
— plano 0 de De Lee. A rotação interna tem por finalidade colocar a linha de
orientação no diâmetro anteroposterior do estreito inferior da bacia materna.
Geralmente, o lambda loca-se abaixo do pube com a rotação interna da cabeça, ou
seja, há rotação para a posição occipitopúbica. A rotação ocorre sempre no sentido
da menor circunferência a percorrer e vai depender da posição da cabeça fetal no
momento do encaixamento, sendo menor nas posições occipitoanteriores — por
volta de 45° — e maior na occipitoposteriores — por volta de 135°.
Figura 6.8 - Variedade de posição fetal occipitodireita anterior
Começa quando a cabeça fetal chega ao nível do períneo. Após o término da rotação
interna, o lambda se encontra sob a sínfise púbica, com a sutura sagital no sentido
anteroposterior (Ginecologia e obstetrícia: manual para concurso, 2007).
• Desprendimento: deflexão;
• Causas: vício pélvico, laceração perineal, rotura prematura das membranas ovulares
e placenta prévia.
Figura 6.16 - Apresentação defletida de primeiro grau
Quanto maior o polo insinuado melhor é o teste para a bacia, assim, as pélvicas
completas tem melhor chance no parto normal pela insinuação da circunferência
sacrotibial, de maior extensão (Obstetrícia, 2010). A rotura das membranas somente
deve ocorrer no período expulsivo e não se deve tracionar o feto (Obstetrícia, 2017).
6.7.1 Insinuação
Logo após a saída do tronco fetal, seu dorso deve ser posicionado para cima,
apreendendo-o com os polegares ao longo das coxas e os quatro dedos restantes de
cada mão aplicados sobre a região lombossacra (Obstetrícia, 2017) realizando a alça
de cordão, evitando a compressão e o estiramento do cordão. Quando o ângulo da
escápula anterior surge na vulva, o feto é levantado em direção ao abdome materno,
próximo a sínfise púbica — manobra de Bracht (Obstetrícia, 2010).
• Não deve ser aplicada força em excesso sobre a cabeça ou o pescoço nem exercer
pressão no fundo do útero, porque essas manobras não deslocam o ombro
impactado e podem lesionar a mãe e o feto;
• Apagamento cervical;
• Nulíparas: mais que três horas com analgesia de parto e mais que duas horas e meia
sem analgesia de parto;
• Multíparas: mais que duas horas com analgesia de parto ou mais que uma hora sem
analgesia de parto.
• Fase inicial ou passiva: dilatação total do colo sem sensação de puxo involuntário
ou parturiente com analgesia e a cabeça do feto ainda relativamente alta na pelve;
• Fase ativa: dilatação total do colo, cabeça do bebê visível, contrações de expulsão
ou esforço materno ativo após a confirmação da dilatação completa do colo do útero,
na ausência das contrações de expulsão (Assistência aos quatro períodos do parto
de risco habitual, 2018).
O manejo ativo do terceiro período pode ser realizado na conduta ativa, para diminuir
a chance de hemorragia: utiliza-se uterotônicos — 10 UI de ocitocina após o
desprendimento dos ombros ou logo após o nascimento —, tração controlada do
cordão — cuidado com inversão uterina — após a separação placentária (Who
recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience, 2018) e
massagem uterina após secundamento. O uso de ocitocina, 10 UI, IM, após
dequitação placentária é conduta preconizada em muitos serviços como forma de
diminuir a chance de hemorragia. Sempre revisar a placenta para confirmar que saiu
inteira (Obstetrícia, 2017).
A perda sanguínea média total no parto vaginal é de, aproximadamente 300 a 500
mL. Nesse período, pode ocorrer hemorragias significativas, principalmente por
atonia uterina. Fatores associados a alterações nesse período, com sangramento
uterino aumentado: trabalho de parto prolongado ou excessivamente rápido,
gestações múltiplas, fetos macrossômicos e polidramnia.
Figura 6.27 - Evolução do parto dividido funcionalmente
6.11 PARTOGRAMA
O partograma é a representação gráfica do trabalho de parto, que torna possível
acompanhar a sua evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada
de condutas apropriadas para a correção dos desvios, evitando intervenções
desnecessárias (Obstetrícia, 2017). Uma revisão sistemática da Cochrane, ao
contrário do demonstrado em estudos observacionais previamente conduzidos pela
OMS (1996), não se encontrou diminuição das taxas de cesárea nem melhora de
resultados perinatais com o uso de partograma. Todavia, foi possível observar que,
em países de baixa renda, existe diminuição da taxa de cesárea com a aplicação do
instrumento. Dessa maneira, considerando a assistência ao parto no Brasil, país
ainda desfavorecido e com elevadíssima taxa de cesárea, o uso do partograma é
fundamental e recomendado pela OMS e pelo Ministério da Saúde. Além disso, o
registro gráfico garante a documentação necessária, demonstrando adequada
avaliação da vitalidade da mãe e do bebê em casos de desfecho desfavorável e/ou
litígio (Obstetrícia, 2017).
A identificação das distocias é feita pela observação das curvas de dilatação cervical
e de descida da apresentação expressas no partograma.
Dilatação do colo uterino ocorre lentamente, numa velocidade menor que 1 cm/h. A
curva da dilatação ultrapassa a linha de alerta e, às vezes, a linha de ação. Essa
distocia geralmente decorre de contrações uterinas não eficientes — falta de motor.
A correção é feita inicialmente pelo emprego de técnicas humanizadas de estímulo
ao parto normal, por exemplo, estimulando-se a deambulação e, se necessário,
posteriormente pela administração de ocitocina ou rotura artificial da bolsa das
águas (Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher, 2001).
Figura 6.33 - Fase ativa prolongada
Fonte: Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher, 2001.
Caracterizada por dois toques sucessivos, com intervalo de duas horas ou mais, com
a mulher em trabalho de parto ativo. Nesse tipo de distocia, a dilatação cervical
permanece a mesma durante duas horas ou mais, ultrapassa a linha de alerta e, por
vezes, a linha de ação. Sua principal causa é a desproporção cefalopélvica. Se
absoluta, a indicação é de cesárea. Considera-se desproporção cefalopélvica relativa
quando existe defeito de posição da apresentação, como deflexão, transversas ou
posteriores e, nesses casos, a deambulação, a rotura artificial da bolsa das águas ou
a analgesia peridural podem favorecer a evolução normal do parto. Se essas medidas
não funcionarem, realizar cesárea (Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada
à mulher, 2001).
Figura 6.34 - Fase secundária da dilatação
Fonte: Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher, 2001.
Diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de uma hora ou mais,
desde que a dilatação do colo uterino esteja completa. Considera-se que há parada
secundária da progressão da apresentação quando ocorre cessação da descida por
pelo menos uma hora após o seu início com dilatação total.