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Estática Fetal

CONCEITO
Estática fetal é um dos sinônimos de relação útero-fetal, que se refere à forma
espacial em que o útero e bacia maternos e o produto conceptual se
relacionam. Sabe-se que o mecanismo de parto é o conjunto de movimentos ativos e,
principalmente, passivos do feto durante sua passagem pelo canal de parto. A estática
influencia diretamente em como se dará este fenômeno e, consequentemente, seu
desfecho. Por isso, é de imprescindível conhecimento para o médico obstetra e
também para o generalista. Estática fetal abrange: atitude, situação, posição e
apresentação.
SITUAÇÃO FETAL
Consiste na relação entre maior eixo fetal e cavidade uterina. No final da gestação,
99% dos fetos estão em situação longitudinal, em que ambos os eixos coincidem. O
restante se enquadra em transversa – eixos em sentidos discordantes – e oblíqua,
sendo esta uma situação transitória para o correto posicionamento do feto.

Longitudinal;

Transversa.

Oblíquo

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A situação determina quais serão as possíveis apresentações:

Situação longitudinal: cefálica (96% de todas as gestações) e pélvica (3%) – a


depender de qual polo do ovoide fetal está se insinuando.

Situação transversa: córmica – ou de ombro (3%) - em que o dorso se apresenta


anterior ou posterior; e dorsal superior e inferior (plano coronal materno
perpendicular ao fetal – situação extremamente rara).

APRESENTAÇÃO FETAL
O conceito de apresentação é: Região fetal que ocupa a área do estreito superior da
bacia (limite entre pelve falsa e verdadeira) e nela vai se insinuar. Relevante, pois a
insinuação é a primeira parte do mecanismo de parto, influenciando diretamente em
como se darão as próximas fases. Podemos dizer sobre apresentação apenas a partir
do sexto mês, visto que essa só existe quando há obstáculo para passagem pelo canal.
Por isso, não se fala em “apresentação” de membros ou de fetos antes de seis meses
(nenhuma medida fetal classifica-o como obstáculo até esse estágio). No caso em que
os membros se projetam através do estreito, o termo correto é procidência ou prolapso.
Se há uma parte menor do feto se apresentando junto a um dos polos, ou seja, uma
laterocidência, há a denominada apresentação composta.

Apresentação Cefálica - (Situação longitudinal)

Apresentação Pélvica - (Situação longitudinal)

Apresentação Córmica - (Situação transversa)

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ALTURA DA APRESENTAÇÃO
Alguns autores consideram os termos a seguir apresentados como parte da estática
fetal. Outros, contudo, os utilizam apenas como complemento para a melhor
compreensão do mecanismo de parto. O primeiro deles é a altura fetal, podendo ser
analisada após o início do trabalho de parto, quando o feto começa a se insinuar.
Tendo como referência o diâmetro biespinha ciática, usamos o critério de DeLee para
expressar a altura: quantos centímetros acima do plano expressamos com sinal
negativo (-3, -2, -1), abaixo com sinal positivo (+1, +2, +3, +4, +5), e coincidente ao
plano, 0.

PLANO DE DE LEE
Um conhecimento relevante é o de assinclitismo da cabeça, apresentação lateralizada
que esta pode adotar. É posterior, se sutura sagital mais próxima ao púbis (Litzmann).
Será chamada posterior, apesar do púbis estar anterior ao feto, porque o parietal
posterior que irá primeiramente penetrar na escavação. Da mesma forma, há
assinclitismo anterior (Nagele), se sutura mais próxima ao sacro. Se não há
lateralidade, possuímos o sinclitismo.
Traçar uma linha imaginária entre as espinhas isquiáticas - plano 0 de De Lee.

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Inclinação da cabeça. Sinclitismo (A), assinclitismo posterior (B) e anterior (C).

POSIÇÃO FETAL

Para que lado está o dorso do feto

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ATITUDE FETAL

Atitude em flexão generalizada, é a relação entre as partes fetais entre si.


Variações na atitude fetal

Adentrando na apresentação cefálica, possuímos:

cefálica fletida (vértice, occipício);

cefálica defletida de primeiro grau (bregmática), de segundo grau (de fronte) e de


terceiro grau (de face).

Diâmetro: O menor diâmetro da cabeça fetal é o suboccíptobregmático.

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A - CÉFALICA FLETIDA - VÉRTICE

B - DEFLEXÃO 1º GRAU - BREGMA (B) E SUTURA SAGITOMETÓPICA

C - DEFLEXÃO 2º GRAU (FRONTE) - NASO (N) E SUTURA METÓPICA

D - DEFLEXÃO 3º GRAU (FACE) - MENTO (M) E LINHA FACIAL

REGRINHA MNEMÔNICO

Bucha Sempre = (1º Grau) Bregma e sutura sagitometópica

No Meu = (2º Grau) Naso e sututa metópica

Mês Foda = (3º Grau) Mento e Linha facial

VARIEDADE DE POSIÇÃO FETAL

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É definida pelo lado materno ao que se projeta o dorso fetal, sendo esquerda (primeira
posição) ou direita (segunda posição). Em virtude à lordose lombar materna,
dificilmente o feto estará completamente voltado para o ventre ou dorso maternos. A
vantagem de se conhecer a posição é para a melhor ausculta dos batimentos
cardíacos fetais, que se projeta ipisilateralmente ao dorso na grande maioria das vezes.
A exceção se encontra na apresentação cefálica defletida de terceiro grau, quando os
batimentos são melhores ouvidos do lado contraletral.

LADO MATERNO AO QUE SE PROJETA O DORSO FETAL

Variedade de posição: relaciona ponto de referência da apresentação fetal a um


ponto de referência ósseo da bacia materna.

Ponto de referência fetal: occipício ou lâmbda, bregma, nariz ou glabela, mento e


sacro;

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Lambda, bregma, glabela, mento, crista sacrococcígea e acrômio

Lado materno para o qual está voltado o ponto de referência fetal: esquerdo,


mais comum, ou direito. Esta parte é suprimida se apresentações anteroposteriores
(sacral e púbica), pois não há um lado materno em evidência;

Ponto de referência materno: púbis (anterior), eminência íleopectínea,


extremidades do diâmetro transverso, sinostose sacroilíaca e sacro.

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Pontos de referência materno: (1) púbis; (2) eminência íleopectínea (variedades
esquerda e direita anterior); (3) extremidades diâmetro transverso (variedade
esquerda e direita transversa); (4) articulação sacroilíaca (variedades esquerda e
direita posterior); (5) sacro.

Linha de orientação, do feto em relação ao diâmetro materno de insinuação, auxilia


também para delimitar melhor o posicionamento fetal. Elas são:

Sutura sagital: cefálica fletida;

Sutura sagital e metópica: defletida de 1º grau;

Sutura metópica: defletida de 2º grau;

Linha facial: defletida de 3º grau;

Sulco interglúteo: pélvica.

Para expressar qual a variedade de posição encontrada, usam-se, consagradamente,


três letras, sendo respectivamente: ponto de referência fetal, lado materno ao qual esse
se volta, e ponto de referência materno. Exemplo: occípto esquerda anterior (OEA),

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sendo essa a mais comum. Na tabela abaixo constam as possíveis variedades de
apresentação, segundo a situação fetal.

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Occipto Esquerda Anterior - OEA

Occipto Direita Anterior - ODA

Occipto Esquerda Posterior - OEP

Occipto Direita Posterior - ODP

Occipto Esquerda Transversa - OET

Occipto Direita Transversa - ODT

ASSINCLETISMO

PARIETAL ANTERIOR (Cabeça voltada para o promontório)

PARIETAL POSTERIOR (Cabeça voltada para a sínfise púbica)

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