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Mecanismo e assistência ao trabalho de parto normal

Pródromos do trabalho de parto:

 “Contrações de treinamento”
o Irregulares, duração variável, pouco dolorosas ou indolores,
impulsionam feto para baixo
 Antecede o trabalho de parto (fase latente) em até 15 dias
 Contrações de baixa intensidade + Alterações bioquímicas = modificações no
colo uterino  Amolecido, apagado, eliminação do tampão mucoso

Trabalho de parto normal:

 Fases clínicas
o Primeiro período do trabalho de parto
 Fase latente (a paciente ainda não está em trabalho de parto)
 0 a 4cm de dilatação
 Contrações irregulares
o 2 contrações em 10 minutos, que duram de 20 a
40 segundos
 Duração variável, com mínimo de 8h, podendo chegar
até 24h
 Fase ativa (é quando a gente fala que a paciente ESTA em
trabalho de parto)
 > 4cm de dilatação
 Contrações regulares, ritmadas e intensas
o 2 contrações em 10 minutos, que duram de 40 a
50 segundos
 2 a 5 contrações que duram de 30 a 50 segundos
o Segundo período
 Expulsão do feto
o Terceiro período
 Dequitação (saída da placenta)
o Quarto período
 1ª hora após o parto (período de Greenberg)

Critérios para falarmos que a paciente está em trabalho de parto:

 Fase ativa do parto


o Dilatação de pelo menos 4cm OU
o Pelo menos 2 contrações efetivas
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EX de dilatação do colo uterino em centímetros:

Assistência ao parto normal:

 Segundo período (expulsivo):


o Inicia-se com a dilatação completa (10cm) e termina com a expulsão do
feto
o Duração de 1 a 2,5h em nulíparas e de 40-60 minutos em multíparas
o OBS  a posição materna é LIVRE

 Terceiro período (dequitação ou secundamento)


o É a saída da placenta e membranas ovulares
o Dura de 5-30 minutos
 Se > 30 minutos = prolongado
o Se a placenta demorar de sair, podemos fazer a tração controlada do
cordão
 Fazemos uma força puxando a placenta de mais ou menos 1kg
o Medidas preventivas:
 Ocitocina (10 UI IM)  deve ser feito em todas as gestantes,
cesárea ou normal
 Massagem uterina a cada 15 minutos  deve ser evitado
OBS  as medidas preventivas devem ser feitas para a paciente ir
para o 4º período do parto sem intercorrências
o Fazemos a revisão da placenta, cordão umbilical e membranas

 4º período (período de Greenberg)


o Começa após a expulsão da placenta até 1h após o parto
 Dura mais ou menos 1h
o Devemos fazer o GLOBO DE SEGURANÇA DE PINARD:
 Observar sangramentos, contração uterina e lacerações de
períneo ou de colo
 Devemos incentivar aleitamento materno (golden hour)

Estudo da bacia (trajeto duro)

 Estreitos da bacia  são regiões da bacia que podem dificultar a passagem do


feto
o Estreito superior  limite superior da Pelve Feminina:
 Promontório até asas do sacro, linhas ileopectineas e margem
superior da sínfise púbica


 Ao Toque vaginal, palpamos apenas a CONJUGATA VERA
DIAGONAL. Em média possui 12 cm e é 1,5 cm maior que a
CONJUGATA OBSTETRICA
 Devemos saber a conjugata obstétrica, mas só é
possível saber a conjugata diagonalis no exame físico,
então devemos fazer a obstétrica = diagonalis – 1,5cm
 Se tiver 10,5 cm da obstétrica  estreito superior é favorável
para parto normal

o Estreito médio  entre S4 e S5 e borda inferior do pube


 Observa-se espinhas ciáticas proeminentes ao toque
 Não precisa decorar isso

o Estreito inferior  observação clínica entre as tuberosidade ciáticas


 Normalmente maior que 8 cm
 Não precisa decorar isso
Mecanismo do parto:

 Planos DeLee (de -5 a +5)

o
o Planos de hodge é parecido com o DeLee, mas o que precisamos saber
é só que o 3º plano de hodge é igual ao plano 0 DeLee

 Relações útero fetais : estática fetal


o 1  situação
 Longitudinal
 Transversa ou
 Obliqua
o 2  apresentação (Parte fetal que insinua no estreito superior da bacia)
 Cefálica
 Pélvica ou
 Córmica
o 3  Atitude
 Relação das diversas partes do feto entre si (flexão
generalizada, pernas sobre as coxas, coxas fletidas sobre a
bacia, etc)
o 4  Posição
 Relação do Dorso Fetal com o lado materno (palpação
obstétrica) = se o dorso fetal está do lado ESQUERDO OU
DIREITO MATERNO

 Relações útero fetais: estática fetal


o Estática fetal  variações de posições cefálicas:
 Fletida
 Toca-se a fontanela posterior:
o Y  o ponto de referência é o osso occipital!


 Defletida:
 Primeiro grau ou bregmatica  Toca-se o Bregma
 Segundo grau ou de fronte  Toca-se a Glabela ou raiz
do nariz
o É a única que tem a indicação absoluta de
cesárea
 Terceiro grau ou de face  Toca-se a face

 Nomenclatura  variedade de posição cefálicas


o É a relação da cabeça fetal em relação à pelve materna
 OEA  Occipito Esquerda Anterior
 OET  Occipito Esquerda Transversa
 OEP  Occipito Esquerda Posterior
 ODP  Occipito Direita Posterior
 ODT  Occipito Direita transversa
 ODA  Occipito Direita Anterior
OBS  Nas apresentações pélvicas o ponto de referência será o sacro
OBS  Nas apresentações córmicas o ponto de referência será o
acrômio

Mecanismo do parto:
1) Insinuação
o É a passagem do maior diâmetro da apresentação pelo estreito superior
da bacia
2) Descida
o É a passagem do polo cefálico do estreito superior para o estreito
inferior da pelve materna
o Ocorre concomitante à insinuação, e à rotação interna


3) Rotação interna
o É quando o polo Cefálico fica posicionado sobre o púbis  (chance de
assinclitismo)
 Assinclitismo é quando a cabeça do bebe não está na mira do
buraco pra sair
4) Desprendimento
o A cabeça do feto se desprende do estreito inferior pelo movimento de
DEFLEXÃO


5) Rotação externa
o Fora da Genitália, a cabeça faz um movimento retornando o occipital
para onde se encontrava na insinuação + rotação interna das espáduas
o Nessa parte, não fazemos nada, a rotação externa o bebê vai fazer
sozinho!!!

Parto distócico

 Distocia = dificuldade no parto


o A distocia acontece de 3 maneiras possíveis:
 Trajeto (óssea ou de partes moles)
 Óssea
o Dificuldade do parto pela presença de anomalia
na constituição da bacia óssea materna
 Partes moles
o Anormalidade em algum dos componentes do
canal de parto: colo, vagina ou vulva
 Fetal (de objeto = problema no feto)
 É a do caso clínico
 Funcional (motor / de contração = problema no útero)
 Exemplos de distocia de trajeto (óssea ou partes moles)
o Placenta Prévia Total
o Colo do útero com rigidez cicatricial (CAFs)
o Prolapsos
o Veias Varicosas
o Condilomas acuminados gigantes
o Tumores prévios

OBS  Quase totalidade dos casos não se deve insistir em parto vaginal !!!

 Distócia fetal (de objeto)


o O feto apresenta condições que dificultam, complicam e/ou impedem o
parto por via vaginal
 Essas condições que dificultam podem ser na apresentação,
atitude, situação ou volume fetal
o Exemplos de distócia fetal (de objeto)
 Sinclitismo
 A sutura Sagital fica na mesma distância entre o púbis e
o promontório
 É a progressão normal do trabalho de parto
 Assinclitismo
 A cabeça que deveria descer reta, lateraliza, o que pode
ser transitório por conta da contração ou fixo

 Distócia funcional (motor  útero)


o Acontecem quando há contrações uterinas inadequadas para apagar e
dilatar o colo do útero na FASE ATIVA DO TRABALHO DE PARTO!!
o Partograma normal tem:
 Fase latência completa
 Contrações uterinas ausentes, com duração menor que 15
segundos ou em número reduzido, em 10 min (> 2 horas)
 Sem mudanças dilatação cervical (> 2 horas)
o Condutas na distócia funcional (motora)
 Estimular Deambulação
 Ocitocina
 Amniotomia
 Cesariana

Partograma:

 É o método clínico preconizado pela OMS para acompanhamento do Trabalho


de parto  tem uma representação gráfica
 É considerado o método mais efetivo para acompanhamento do Trabalho de
parto, com diagnóstico precoce e reversão de complicações
 ATENÇÃO à ABERTURA INTEMPESTIVA AINDA NA FASE LATENTE DO
TRABALHO DE PARTO, E NÃO NA FASE ATIVA
o Ela vai cobrar partograma na prova, mas não deve pedir pra gnt
completar o partograma na prova (fazer do zero)

Exemplo e como preencher o partograma:

Principais situações que achamos no partograma:


Parada secundaria da dilatação:
 Ausência na progressão da dilatação em dois toques vaginais consecutivos,
com intervalo > 2 horas
 As contrações uterinas são eficazes e regulares
 Conduta:
o Mobilizar a gestante para posições verticalizadas

Período pélvico prolongado

 Descida fetal lenta  > 2horas por plano DeLee


 Causa:
o Contrações Ineficazes
 Conduta:
o Ocitocina
o Amniotomia
o Estimular Deambulação

Parto taquitócito

 Período entre o começo da fase ativa e da expulsão fetal (< 4horas)


 Causa:
o Uso iatrogênico de Ocitocina
o Grande multípara
 O parto taquitócito é um fator de risco para Hipotonia Uterina
Parada secundaria de descida

 Parada da descida fetal por pelo menos 1 hora, tendo dilatação cervical
máxima
 Causa:
o Desproporção Cefalo-Pélvica
 Conduta:
o Verticalização da paciente OU
o Cesariana

Fase ativa prolongada

 Dilatação lentificada, cruzando a linha de alerta


 Causa:
o Contração Uterina Ineficaz (Distócia motora)
 Conduta:
o Ocitocina
o Rotura de Membranas (Amniotomia)
o Mobilizar gestante para posições verticalizadas

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