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Questoes de prova sobre

trabalho de parto
•USP-SP 2020 – O partograma abaixo caracteriza:

•Partograma da primeira das 5 questões sobre


parto comentadas
•A. Fase de latência.

•B. Vício pélvico.

•C. Distocia funcional.

•D. Expulsivo prolongado.


Papo reto: o que temos aqui? Estamos diante da fase ativa do trabalho de parto
e, veja bem, a dilatação (representada pelo triângulo) parou! Logo, temos uma
parada secundária da dilatação. Duas causas possíveis para essa situação:
distocia funcional (falta de contrações) e a desproporção cefalopélvica! Olha só
o partograma, a paciente apresentava contrações até que, a partir das
04h00min, elas começaram a diminuir! O tratamento, aqui, consiste no uso de
ocitocina e/ou a amniotomia para estimular contrações! Logo, já temos nosso
gabarito! Ué, mas não houve parada da descida também? Veja bem, só vamos
dar esse diagnóstico quando estivermos no período expulsivo (dilatação total),
beleza?. Vamos às alternativas:
A. Incorreta. Já passamos dessa fase, uma vez que
foi ultrapassado os 3-4 cm de dilatação e estava
dilatando 1 cm/h.

B. Incorreta. Também chamado de distocia óssea, o


vício pélvico é uma das causas de desproporção
cefalopélvica. Seria a resposta se as contrações
estivessem boas!

C. Correta. Como já explicamos acima.

D. Incorreta. Período expulsivo é quando temos


dilatação e prolongado quando o tempo é maior que
2 h nas multíparas e 3/4 h nas primíparas!
Unicamp 2020 – Mulher, 25a, G2P1C0A0, idade gestacional de 41
semanas. Trabalho de parto induzido com ocitocina, queixando-se de
muita dor. Toque vaginal: colo com 8 cm de dilatação, cefálico, plano -1
de De Lee, bolsa rota espontânea líquido claro com grumos grossos.
Cardiotocografia: A conduta no momento é:
A. Suspender ocitocina, analgesia e monitorização contínua dos
batimentos cardiofetais.

B. Hidratação e cesárea de urgência sob raquianestesia.

C. Manter ocitocina e parto fórceps Simpson com bloqueio


pudendo bilateral.

D. Aumentar ocitocina, analgesia e monitorização intermitente dos


batimentos cardiofetais.
Comentário
Temos nessa questão uma paciente G2P1, termo, em
franco trabalho de parto, sem outras alterações no
enunciado da questão. O problema aqui é a relação
com o cardiotoco. Interpretando com calma a
cardiotocografia temos uma paciente com diversas
contrações (cerca de 5 contrações em 10 min) em uso
de ocitocina em fase ativa do trabalho de parto e, no
traçado do batimento fetal, temos algumas
desacelerações de aspecto variável, com relação incerta
com as contrações, às vezes tardias em relação à
contração (DIP II). A conclusão que tiramos que o feto
aqui está com sinais de sofrimento e precisamos fazer
algo a respeito. Então vamos lá:
B. Incorreto. Somente hidratação, mas mantendo a ocitocina, não
seria o suficiente de medidas de ressuscitação no caso. Além disso, a
via alta tem indicação aqui se as medidas não forem efetivas e
paciente manter padrão de vitalidade ruim, mesmo após!

C. Incorreta. Não marcamos essa alternativa porque a própria


ocitocina pode estar prejudicando a oxigenação fetal com as
contrações recorrentes (taquissistolia), que não dá tempo para o
relaxamento uterino adequado entre contrações, prejudicando o
aporte de O2 para o feto. Além disso, o fórceps ainda não tem
indicação, visto que o feto está com apresentação alta (-1 em plano
de De Lee) e a dilatação ainda não é total.

D. Incorreta. Não, né? Já falado aqui os malefícios de aumentar ou


manter a ocitocina no caso, já excluindo a alternativa logo de cara.
o cardiotoco aqui inicialmente assusta, e muito! Mas precisamos ter muita
calma na hora de indicar ou não interrupção de gestação, especialmente em
pacientes que têm parto vaginal prévio, em fase ativa do trabalho de parto e
sem fatores de risco ou comorbidades que poderiam comprometer a reserva
metabólica fetal, indicando um período expulsivo caótico.

Nosso caso é a prova viva disso. O exame é ruim e manter a paciente nas
condições que ela se encontra, nesse padrão de vitalidade, é pôr a vida do feto
em risco; porém, sempre importante lembrar-mos de medidas não invasivas
que podemos fazer para evitar intervencionismos desnecessários nesse
período! Muitas vezes, com a suspensão da ocitocina e analgesia, a atividade
uterina reduz e há uma perfusão fetal adequada, com melhora substancial do
padrão de vitalidade. Se não houver melhora e o exame obstétrico se manter,
aí sim pensaríamos em resolver a gestação por via alta; ou então, se houver
maior insinuação e dilatação cervical, poderíamos instrumentalizar o parto com
o fórceps!
B. Incorreto. Somente hidratação, mas mantendo a ocitocina,
não seria o suficiente de medidas de ressuscitação no caso.
Além disso, a via alta tem indicação aqui se as medidas não
forem efetivas e paciente manter padrão de vitalidade ruim,
mesmo após!

C. Incorreta. Não marcamos essa alternativa porque a própria


ocitocina pode estar prejudicando a oxigenação fetal com as
contrações recorrentes (taquissistolia), que não dá tempo para
o relaxamento uterino adequado entre contrações,
prejudicando o aporte de O2 para o feto. Além disso, o fórceps
ainda não tem indicação, visto que o feto está com
apresentação alta (-1 em plano de De Lee) e a dilatação ainda
não é total.

D. Incorreta. Não, né? Já falado aqui os malefícios de aumentar


ou manter a ocitocina no caso, já excluindo a alternativa logo
de cara.
Visão do aprovado: o cardiotoco aqui inicialmente assusta, e muito! Mas precisamos ter muita calma na hora de indicar ou
não interrupção de gestação, especialmente em pacientes que têm parto vaginal prévio, em fase ativa do trabalho de parto
e sem fatores de risco ou comorbidades que poderiam comprometer a reserva metabólica fetal, indicando um período
expulsivo caótico.

Nosso caso é a prova viva disso. O exame é ruim e manter a paciente nas condições que ela se encontra, nesse padrão de
vitalidade, é pôr a vida do feto em risco; porém, sempre importante lembrar-mos de medidas não invasivas que podemos
fazer para evitar intervencionismos desnecessários nesse período! Muitas vezes, com a suspensão da ocitocina e analgesia,
a atividade uterina reduz e há uma perfusão fetal adequada, com melhora substancial do padrão de vitalidade. Se não
houver melhora e o exame obstétrico se manter, aí sim pensaríamos em resolver a gestação por via alta; ou então, se
houver maior insinuação e dilatação cervical, poderíamos instrumentalizar o parto com o fórceps!
SUS 2021 – Frente a um diagnóstico de distócia por hiperatividade
(parto taquitócico) sem obstrução à passagem do feto, a melhor
orientação será a realização da:

A. cesárea, evitando-se assim a ocorrência de rotura uterina.

B. amniotomia precoce, sem analgesia, auxílio manual à ampliação do


canal de parto (colo e períneo).

C. amniotomia precoce com agulha de raquianestesia, uterolítico e


observação rigorosa da dinâmica uterina.

D. ocitocina em bomba de infusão, bloqueio pudendo, rápida


hidratação venosa e ampla episiotomia.

E. amniotomia tardia, analgesia precoce, revisão cuidadosa do canal de


parto e observação rigorosa do recém-nascido.
Parto taquitócito (ou precipitado) é quando a
dilatação, descida e expulsão fetal ocorrem
em menos de 4h. Um parto taquitócito traz
risco maior de atonia uterina, hemorragia
puerperal e de lacerações do canal de parto.
Bora lá então:
A. Incorreta. Não faz nenhum sentido, né?! Se não
há obstrução à passagem, vamos apenas assistir o
trabalho de parto, evitando intervenções excessivas
e medidas uterotônicas (farmacológicas ou
mecânicas, como ocitocina e amniotomia precoce)

B. Incorreta. Gente, isso é desumano… Imaginem


fazer amniotomia precoce (que estimula contrações)
e auxiliar a ampliação do canal de parto, ainda por
cima SEM ANALGESIA?!

C. Incorreta. Devemos sim observar a dinâmica


uterina, mas não precisamos inibir as contrações
(usar uterolíticos) se não houver obstrução à
passagem. Não devemos realizar amniotomia, muito
menos com agulha de raqui…

D. Incorreta. O parto já está taquitócito com


hiperatividade das contrações uterinas, não vamos
Unifesp 2020

Parturiente de risco habitual, 26 anos de idade, 38


semanas completas de gestação, em trabalho de parto
espontâneo e sem bloqueio neuraxial. A frequência
cardíaca fetal antes, durante e após as contrações
uterinas é de 136 batimentos por minuto. Paciente
encontra-se em período expulsivo há 4 (quatro) horas, a
apresentação é cefálica em OP e plano +3 de DeLee. O
diagnóstico mais provável e a conduta mais adequada
são, respectivament
A. Período expulsivo prolongado; parto vaginal operatório.

B. Período expulsivo adequado; continuação do período expulsivo.

C. Período expulsivo prolongado; cesárea.

D. Desproporção cefalopélvica absoluta; cesárea.

E. Desproporção cefalopélvica absoluta; parto vaginal operatóri


A definição mais aceita de período expulsivo prolongado é a
seguinte:

Primíparas com analgesia: 3 horas


Primíparas sem analgesia: 2 horas
Multíparas com analgesia: 2 horas
Multíparas sem analgesia: 1 hora
Pensa assim: a analgesia aumenta o tempo de TP, certo? A dor
atua como estímulo para a parturiente fazer força. Além disso,
multíparas apresentam tempo de parto menor que primíparas
naturalmente. Com certeza 4 horas é prolongado!

Agora, o feto está em +3 no plano de De Lee, ou seja ele já está


lá embaixo, período expulsivo prolongado, bolsa rota, feto vivo,
apresentação cefálica; hmmm, não parece que os critérios de
aplicação de fórcipe foram satisfeitos? Parece sim! Um parto
fórcipe é menos traumático que um parto cesárea. Aqui é uma
ótima indicação, o feto está lá embaixo não precisa de cesárea.

Repare que a vitalidade fetal está preservada também, estados


tranquilos.
A. Correta. Fórcipe é um parto operatório, aqui é uma ótima
indicação. Além disso, temos os critérios de aplicabilidade do
fórcipe: dilatação total, variedade de posição conhecida, abaixo
de +2, feto vivo e mãe estável.

B. Incorreta. Não mesmo, é período expulsivo prolongado

C. Incorreta. Não é o momento para cesárea, vamos tentar o


fórcipe de alívio antes

D. Incorreta. Jamais estaria tão baixo em +3!

E. Incorreta. Novamente, não estaria tão baixo em uma


desproporção cefalo pélvica absoluta!
USP-RP 2020 – Primigesta, 30 anos, com 40 semanas, é internada na
fase ativa do trabalho de parto, com boa vitalidade fetal na admissão.
Pré-natal sem intercorrências. Ela traz um plano de parto no qual
rejeita o uso de ocitócicos, analgesia farmacológica e episiotomia. A
parturiente se mantém bastante ativa, com alternância de posturas.
As 21 horas, ela é reavaliada, apresentando sinais vitais normais,
altura uterina de 37 cm, atividade uterina de 4 contrações de 50
segundos/10 minutos e batimentos cardíacos fetais sem
desacelerações. O registro gráfico do trabalho de parto está
representado na figura. Escolha a alternativa com a melhor conduta
nesse caso.
A. Indicar resolução de gestação por
parto cesárea.

B. Promover corioamniorrexe artificial


imediatamente.

C. Convencer a paciente a aceitar


analgesia farmacológica.

D. Explicar sobre a necessidade de


ocitocina endovenosa.
Uma das questões clássicas de manejo
de trabalho de parto. Bora lá. Paciente
G1, com IG de 40 semanas, em fase ativa
de trabalho de parto. A paciente não
quer ocitocina, analgesia farmacológica
ou episio. A dinâmica uterina está ótima,
a bolsa íntegra, a vitalidade fetal sem
alterações… o “problema” aqui é a
dilatação x descida fetal. Pelo
partograma, vemos uma dilatação e
descida estagnadas.
confundir mesmo. O partograma sugere equivocadamente uma
desproporção céfalo-pélvica, mas não temos o quadro
completo para esse diagnóstico, já que a bolsa está íntegra e,
portanto, o polo fetal não fica 100% apoiado insinuando sobre
o colo; além de não termos a dilatação cervical total.

B. Correta. Continuando o raciocínio acima, uma das medidas


para reversão dessa “parada de dilatação” é justamente a
ruptura artificial de membranas. Outra possível atitude seria a
analgesia farmacológica, porém está na lista de medidas que a
paciente não quer realizar. Uma vez feito a amniorrexe artificial,
podemos aguardar e reavaliar a descida fetal nos planos de De
Lee e a dilatação cervical, com progressão do trabalho de parto
ou indicação de cesárea (aí sim) por DCP.

C. Incorreta. Gente, se a paciente não quer, a paciente não


quer. Sim, podemos oferecer novamente, porém o plano de
parto deve ser respeitado, ainda mais em um momento de
fragilidade que é a fase ativa. Caso a paciente solicitasse e
mudasse de opinião, poderia sim tentar ser realizado para
avaliar progressão ou DCP, igual a alternativa acima.

D. Incorreto. Idem acima! O famoso “não é não!”. Outro ponto


aqui que exclui essa alternativa é que a dinâmica uterina está
excelente (mais que 3 contrações moderadas em 10 min), sem

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