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Comentários

Prova Revalida 2022


Ei, você fez a prova do Revalida?

Está com dificuldade de pensar se uma


questão cabe ou não recurso e precisa da
nossa ajuda? Corre aqui!
Atenção:

Aqui você encontra a opinião ARISTO e o comentário das


questões. Caso vá formular um pedido de recurso, não se
esqueça que a Banca da prova pede que você utilize suas
próprias palavras.

Vamos lá?

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QUESTÃO 1

CCQ: Saber que a conduta diante de um BAV total (BAV de 3º grau) é o implante
de marca-passo definitivo

Fala, pessoal! Tudo bem?

Questão com enunciado difícil, mas, um eletro bem típico.

Vamos lá. No paciente tem vários episódios de síncope de provável origem


cardíaca (tontura, borramento de visão, ausculta alterada). O achado de onda a
em canhão e o eletro sem enlace AV sugere BAVT.

BAV de terceiro grau ou BAV total: ausência de P conduzidas, assim não há relação
entre as ondas P e o QRS (dissociação AV), com a frequência atrial maior do que a
frequência ventricular. A frequência cardíaca tipicamente é baixa, geralmente
entre 30 e 50 bpm.

Perceba, no nosso eletro da questão, sobretudo ali em DII longo, que é uma
bagunça total. Não há enlace AV, as ondas P e os complexos QRS não conversam.
Essa dissociação total entre onda p e QRS caracteriza o BAVT.

E qual a conduta?

Pessoal, as bradiarritmias malignas (BAV 2º grau Mobitz II, 2:1, avançado e BAVT)
requerem avaliação de cardiologista e, provavelmente, implante de marca-passo
definitivo.

Mas, e no pronto-socorro, o que fazer?


Se estiver instável: ATROPINA!
Se não houver resposta à atropina: 2ª linha de tratamento =
adrenalina/dopamina/marca-passo provisório.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativas A, B e D – Incorretas: Não são condutas preconizadas para os BAV.

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Alternativa C – Correta: Isso. Primeiro, será feito atropina e, em seguida,
marcapasso provisório. Mas, o tratamento definitivo será com marca-passo
definitivo.

Portanto, a resposta é a alternativa C.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 2

CCQ: Idoso com hematúria isomórfica e tabagista levanta a hipótese de câncer


de bexiga, sendo necessária a uretrocistoscopia

Ei, aluno Aristo, tudo em paz? Questão sobre um tema da urologia: neoplasia de
bexiga. Vamos rever o tema juntos?

Pessoal, sempre que encontrar um paciente com hematúria macroscópica e


tabagista, considere a possibilidade de um carcinoma de bexiga. É uma neoplasia
que acomete tipicamente homens brancos após os 70 anos de idade e as provas
gostam de descrever uma hematúria macroscópica.

A hemácia isomórfica significa que ela não passou pelo sistema de filtração do rim,
saiu do trato urinário e indica que o sangramento não vem do rim, vem de outra
estrutura: bexiga, ureter etc. E se temos uma hematúria assim em um idoso
tabagista é obrigatório pensar em um câncer de bexiga. Lógico que temos outras
hipóteses, como a própria HPB causando uma hematúria, mas precisamos excluir
a causa mais grave. E como fazemos isso? Avaliando a bexiga: com
uretrocistoscopia.

Vamos ver as alternativas:

Alternativa A – Correta: Exatamente o que vimos.

Alternativa B – Incorreta: O que nos indicaria um carcinoma de células renais além


do tabagismo como fator de risco? Massa abdominal e dor em flanco junto à
hematúria.

Alternativa C – Incorreta: Apesar de a questão colocar as ITUs de repetição, para


tentar induzir essa hipótese, não cita cólica renal, dor em região lombar, febre de
repetição... Então não vamos pensar nessa possibilidade.

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Alternativa D – Incorreta: A maioria dos pacientes com esse câncer é
assintomático e o diagnóstico é incidental. Mas note também que a superfície da
próstata ao toque é regular e o aumento pode ser justificado pela HPB. Não temos
motivos para pensar nessa como principal hipótese.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 3

CCQ: Princípios básico da introdução da dieta complementar no lactente

Aluno Aristo, puericultura é uma área da pediatria que tem caído muito nas provas
médicas por também ser uma prática da medicina preventiva e atenção primária.
A orientação da dieta complementar é uma parte importantíssima do primeiro ano
de vida e vai ditar os hábitos alimentares da criança a longo prazo.

Esta criança está em aleitamento materno exclusivo, assim aos 6 meses está
recomendada a introdução alimentar. Veja que sempre precisamos observar os
sinais de prontidão além da idade cronológica. Por ser um bebê a termo (idade
gestacional > 37 semanas ao nascer), não há necessidade de cálculo de idade
corrigida para avaliarmos o desenvolvimento neuropsicomotor. Segundo a
questão, o desenvolvimento é adequado. É a forma de garantir que ela apresenta
todos os sinais de prontidão.

Vamos às alternativas:

Alternativa A – Incorreta: A carne realmente é fonte essencial de vitamina B12,


ferro e zinco. Porém, nenhum alimento deve ser oferecido triturado e peneirado!
Inicialmente devem ser oferecidos amassados, garantindo que o bebê entre em
contato com pequenos pedaços do alimento e estimule a mastigação e deglutição.
No caso da carne, a consistência ideal é cozida e desfiada.

Alternativa B – Correta: Isso mesmo. As frutas são excelente fonte de fibras e


devem ser oferecidas com a ajuda de uma colher no início. Nenhuma fruta é
contraindicada, exceto um caso muito específico da carambola em pacientes com
insuficiência renal.

Alternativa C – Incorreta: Os sucos, tanto os naturais quanto artificiais, devem ser


pouco oferecidos por conter muitas calorias e pouquíssimas fibras (que acabam

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sendo desperdiçadas no preparo). Oferecer a fruta in natura é sempre preferido.
A SBP recomenda no máximo 120 ml por dia entre 1-3 anos.

Alternativa D – Incorreta: Muito pelo contrário. Entre 6 e 12 meses temos a


chamada “janela de oportunidade” para introdução de alimentos alergênicos,
mesmo que haja história familiar. Deixar para introduzir alergênicos após 1 ano de
vida aumenta o risco. O único cuidado que é recomendado é oferecer um alimento
a cada 3-5 dias (leite de vaca, soja, trigo, ovo, peixe e frutos do mar) para
diferenciar a temporalidade caso haja reações. O ovo deve ser oferecido cozido,
tanto a clara quanto a gema.

Fonte: Manual de Alimentação - Da Infância à Adolescência – Departamento de


Nutrologia – SBP – 4ª ed revisada e ampliada – 2018

Gabarito oficial: Alternativa B

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 4

CCQ: Na HPP, devemos seguir uma ordem de investigação, partindo da etiologia


mais frequente para a menos frequente (atonia uterina > trauma > tecido >
trombina)

E aí, aluno(a) Aristo! Essa questão traz como tema os sangramentos pós-
parto/puerperais. Vamos revisar alguns pontos?

Os sangramentos puerperais podem culminar em uma hemorragia pós-parto


(HPP), gerando instabilidade hemodinâmica na mulher e causando, em alguns
casos, a morte (é a principal causa de óbitos maternos). Definimos como HPP uma
perda sanguínea acima de 500 mL após parto vaginal ou acima de 1000 mL após
parto cesariana nas primeiras 24 horas OU qualquer perda de sangue pelo trato
genital que culmine em instabilidade hemodinâmica.

As hemorragias pós-parto são classificadas em: primária (nas primeiras 24h de


pós-parto) e secundária (entre 24h e 6 semanas de pós-parto). As questões sobre
sangramentos pós-parto, geralmente, focam mais nas etiologias. Para isso, o
mnemônico dos 4 T’s ajuda a gravar as principais causas:

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· aTonia uterina (cerca de 70% dos casos);

· Trauma – rotura do útero, lacerações, hematomas (19% dos casos)

· Tecido – acretismo placentário, retenção de tecido placentário e coágulos


(10% dos casos);

· Trombina – uso de anticoagulantes e coagulopatias (1% dos casos).

Antes e durante o parto, alguns fatores de risco devem ser investigados e


avaliados. Nos pré-natais, devemos investigar história de HPP prévia, distensão
uterina, uso de anticoagulantes, grande multípara (4 partos vaginais ou mais OU 3
cesáreas ou mais), anemia gestacional, distúrbios de coagulação, hipertensão
durante gestação (pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional e HAS) etc. Já no
período intraparto, devemos nos atentar aos trabalhos de parto prolongados,
grandes lacerações vaginais, descolamento prematuro de placenta (DPP), parto
induzido, corioamnionite, parada da descida do polo cefálico, parto taquitócito etc.
Esses são os principais fatores de risco para HPP.

Como prevenção da HPP, a melhor estratégia é a ocitocina após o parto,


diminuindo as chances de atonia uterina (principal causa de HPP). Além disso, o
clampeamento oportuno do cordão umbilical, massagem uterina após dequitação
e contato mãe-filho após o parto diminuem a ocorrência de sangramentos
puerperais.

Pensando agora na questão, temos uma adolescente de 14 anos no período


puerperal imediato, apresentando sangramento vaginal, taquicardia e hipotensão
(sinais de choque hipovolêmico), útero contraído abaixo da cicatriz umbilical e
ausência de lesões no canal vaginal. Sendo assim, para resolver essa questão, é
importante lembrar das principais causas de HPP. Não poderia ser atonia uterina,
uma vez que o útero se apresenta contraído. Também não poderia ser trauma, pois
não foram encontradas lesões no canal de parto. Poderia ser algum distúrbio da
coagulação ou algum motivo tecidual; pensando na causa de maior prevalência,
apostaríamos, primeiro, em algum motivo tecidual. Bora para as alternativas?

Alternativa A – Incorreta: Não há indicação de uso de misoprostol nesse momento,


no pós parto. O que poderia ser feito é a administração de ocitocina; mas num
contexto de prevenção de uma HPP, não como tratamento.

Alternativa B – Incorreta: A intervenção cirúrgica seria a última opção para o


manejo do caso

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Alternativa C – Incorreta: A conduta expectante não é indicada nessa situação,
em que a adolescente está evoluindo para um choque hipovolêmico.

Alternativa D – Correta: Como não há atonia uterina e nem sinais de trauma, a


próxima causa a ser investigada seria retenção de tecido placentário, acretismo
placentário ou presença de coágulos, sendo indicada a curetagem.

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 5

CCQ: Diante de um transtorno depressivo que não responde a tratamento


associado a sintomas psicóticos e ideação suicida, deve ser encaminhado ao
especialista

Fala pessoal, tudo bem? Estamos diante de uma questão que envolve o transtorno
depressivo, que é o transtorno do humor mais comum no mundo. A etiologia é
multifatorial, apresentando fatores genéticos, biológicos (bioquímicos, com
alterações hormonais ou de neurotransmissores) e psicossociais (influência do
meio, como a presença de agentes estressores).

O diagnóstico, realizado pela observação clínica e/ou por critérios do DSM-V:

1. Cinco ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes durante o mesmo
período de duas semanas, representando uma alteração a partir do funcionamento
anterior.

Pelo menos 1 dos sintomas é: humor deprimido ou perda do interesse (ou do


prazer, sintoma conhecido como anedonia).
• Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias;
• Interesse ou prazer acentuadamente reduzidos (anedonia);
• Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (por exemplo: mais de
5% do peso corporal em um mês) ou diminuição, ou aumento do apetite.
• Insônia ou hipersonia;
• Agitação ou retardo psicomotor;
• Fadiga ou perda de energia;

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• Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva/inadequada;
• Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão;
• Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação
suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano
específico para cometer suicídio.

2. Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo ou prejuízo no


funcionamento social ou ocupacional, ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.

3. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância


(por exemplo, droga de abuso ou medicamento) ou de uma condição médica geral
(como hipotireoidismo).

4. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por:


transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno
delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno
psicótico especificado, ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico
não especificado.

5. Nunca houve um episódio maníaco ou hipomaníaco.

Mas quando devemos tratar esses pacientes na atenção primária ou encaminhar


para o especialista? Vamos ver as alternativas!

Alternativa A - Incorreta: Estamos diante de uma paciente de 34 anos, já em uso


de medicação de primeira linha para transtorno depressivo (Inibidor Seletivo de
Recaptação de Serotonina) há 6 meses e com manutenção do quadro com
sintomas psicóticos (ouve vozes e vê alguns vultos) e ideação suicida. Nesse caso,
a melhor conduta é encaminhar a um especialista.

Alternativa B - Incorreta: No Brasil preconiza-se a substituição do modelo


asilar/hospitalar para a atenção psicossocial. Assim, a alternativa está incorreta.

Alternativa C - Incorreta: A internação hospitalar ficaria restrita para situações em


que a paciente não tem suporte familiar (nossa paciente tem uma irmã presente e
preocupada com sua situação) e/ou tenha planejamento suicida (a ideação não
indica internação e sim o planejamento).

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Alternativa D - Correta: Como vimos, a melhor conduta é encaminhar a um
especialista. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas suas diferentes
modalidades são pontos de atenção estratégicos: de caráter aberto e comunitário
constituídos por equipe multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar e
realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno
mental e são substitutivos ao modelo asilar.

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.Departamento


de Atenção Especializada e Temática. Centros de Atenção Psicossocial e Unidades
de Acolhimento como Lugares da Atenção Psicossocial nos
Territórios/Orientações para elaboração de projetos de construção, reforma e
ampliação de CAPS e de UA. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

QUESTÃO 6

Ei, aluno Aristo, tudo em paz? Espero que sim. Questão interessante sobre o
tratamento da DRC. Vamos rever o tema juntos.

No paciente com Doença Renal Crônica precisamos nos atentar a complicações e


a causas de mortalidade. As doenças coronarianas são a principal causa de morte
no paciente com DRC e por isso precisamos tratar agressivamente seus fatores de
risco. Nesse sentido, devemos manter a pressão arterial abaixo de 130/80 mmHg
e a hemoglobina glicada abaixo de 7%.

Analisando as pressões da paciente, teríamos uma média de 149x91 mmHg.


Precisamos reduzir a pressão.

Em pacientes hipertensos com DRC associada à proteinúria devemos usar um


inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA) OU um bloqueador do
receptor de angiotensina (BRA) como anti-hipertensivo (nunca os associar),
obrigatoriamente. A paciente usa um diurético (fica de alternativa para pacientes
com edema) e um bloqueador de canal de cálcio (opção quando não há
proteinúria). Pela presença de microalbuminúria, então, vamos adicionar IECA ou
BRA.

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Vamos analisar as alternativas:

Alternativa A – Correta: Exatamente, inclusive o Medicina Interna do Harrison


coloca o seguinte: “Os inibidores da ECA e os BRAs parecem retardar o declínio da
função renal de um modo que vai além da redução da pressão arterial sistêmica,
envolvendo a correção da hiperfiltração e da hipertensão intraglomerulares.”

Alternativa B – Incorreta: Não, pois não haveria benefício aqui de somente trocar
um diurético por outro, o que precisamos são de anti-hipertensivos
nefroprotetores.

Alternativa C – Incorreta: Não há benefício de inicial um novo diurético aqui e o


betabloqueador fica reservado para condições associadas, como condições
cardíacas e tremor essencial.

Alternativa D – Incorreta: Não, pois em nenhum momento a questão cita que o


problema tem sido adesão. Vamos trabalhar a adesão? Sempre, mas precisamos
diminuir os níveis pressóricos do paciente e adequar a medicação anti-
hipertensiva à outra condição de saúde existente: a DRC.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 7

CCQ: Saber que espessamento colônico na TC sugere diverticulite aguda e, na


presença de abscesso, deve ser feita drenagem e ATB

Olá, pessoal! Questão clássica!

Abdome agudo, sem sinais de irritação peritoneal e espessamento de cólon na


TC, sobretudo em pacientes mais velhos = pensar em diverticulite aguda.

O achado de espessamento do cólon da TC é um achado muito sugestivo de


diverticulite aguda. Veja só:

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Mas, como tratar?

- Não-complicada: Pode ser realizado ambulatorialmente (10 a 14 dias de


ciprofloxacino (500mg 2x/dia) e metronidazol (500mg 3x/dia).

- Complicada: Antibioticoterapia IV se faz necessária até que a inflamação esteja


controlada e a dor resolvida, após o paciente passa a utilizar medicação VO por
um curso de 10 a 14 dias.

Abscessos acessíveis através de drenagem percutânea devem ser tratados, a


laparotomia está indicada se o abscesso não for drenado, se não houver melhora
clínica após drenagem ou se houver deterioração de funções (aumento dor, febre,
rigidez abdominal ou leucocitose).

Portanto, nosso paciente tem uma diverticulite aguda complicada e a conduta é


internação + ATB IV + drenagem do abscesso.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativa A – Incorreta: Além do ATB, é preciso drenar o abscesso.

Alternativa B – Correta: Isso mesmo! ATB e drenagem.

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Alternativa C – Incorreta: Não! É um caso de diverticulite aguda complicada e quer
internação, ATB IV e drenagem, como vimos acima.

Alternativa D – Incorreta: Apenas se abcesso não acessível, piora no quadro ou


sinais de irritação peritoneal.

Portanto, a resposta é a alternativa B.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 8

CCQ: Z escore de crescimento abaixo de -2 constitui baixa estatura que,


acompanhada de velocidade de crescimento normal e idade óssea dentro do
esperado indica baixa estatura familiar

Ei, aluno Aristo, tudo certo por aí? Questão sobre um tema muito cobrado nas
provas e vamos revê-lo juntos.

A queixa de “criança com baixa estatura” é frequente. Mas temos alguns passos a
seguir nessa abordagem. O primeiro deles é verificar se há, de fato, uma baixa
estatura. E para isso usamos a curva de crescimento: se p < 3 ou z < -2, temos
uma baixa estatura. No caso acima, confirmados a baixa estatura pelo valor de z
escore fornecido.

O próximo passo agora é avaliar a velocidade de crescimento. Antes da


puberdade, a velocidade de crescimento é de 5–7 cm/ano. Mas olha só na questão:
o paciente está no estágio G2P1. Se saiu do G1P1 já entrou na puberdade. Então a
velocidade de crescimento muda? CUIDADO. A velocidade de crescimento muda
AO ATINGIR O ESTIRÃO. Nos meninos, o estirão puberal ocorre estádio 3 ou 4.
Então no caso acima, a velocidade esperada é de no mínimo 5 cm/ano. A questão
informa uma velocidade de 2.5 cm em 6 meses. Então em 12 meses, teríamos 5
cm: está adequada.

Quando temos baixa estatura e velocidade de crescimento normal, nosso próximo


passo é avaliar a idade óssea. O paciente tem 11 anos e a idade óssea dele é de 11
anos: está adequada. Nosso diagnóstico final então é de uma baixa estatura
familiar. Nesse caso, vamos calcular a estatura alvo e verificar se a criança está na

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linha correspondente. E nem precisamos fazer isso, a questão já nos informa que
sim. A baixa estatura é familiar.

Vamos ver então as alternativas:

Alternativa A – Incorreta: A puberdade do paciente está adequada: nos meninos,


ela começa por volta dos 9 aos 14 anos. Temos uma condição chamada de atraso
constitucional do crescimento e da puberdade, mas nesse caso, a idade óssea é
inferior ao esperado.

Alternativa B – Correta: Esse diagnóstico pode ser resumido da seguinte forma: o


alvo genético de estatura é baixo em relação à população geral, a velocidade de
crescimento é normal e a criança apresenta um crescimento dentro do esperado
para aquele alvo familiar. É exatamente o que temos aqui.

Alternativa C – Incorreta: Não, como vimos, a velocidade de crescimento está


normal e corresponde ao que esperamos nessa idade.

Alternativa D – Incorreta: O distúrbio constitucional é aquele citado na alternativa


A: nesse caso a idade óssea estaria abaixo do esperado, o que não ocorreu.

Gabarito oficial: alternativa B.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 9

CCQ: Sangramento uterino anormal e infertilidade com lesão hiperecoica em


topografia endometrial sugere pólipos uterinos

E aí, Aristos! Beleza? Vamos para mais uma questão sobre o Sangramento Uterino
Anormal (SUA)?

A queixa apresentada é a mais comum no âmbito do SUA: aumento da intensidade


e duração do fluxo. Para a FEBRASGO, o fluxo menstrual normal tem como
características:
- Duração: de 2 a 8 dias;
- Intervalo: de 25 a 38 dias;
- Volume: de 5 a 80 mL;

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Na história ginecológica, chama a atenção a história de três abortamentos
espontâneos, que, se consecutivos, fazem o diagnóstico de abortamento
habitual. Portanto, a etiologia do SUA poderia estar relacionada à capacidade
dessa paciente de gestar. Temos ainda o resultado da citologia oncótica, que não
apresenta alterações, e ultrassonografia pélvica, que mostra um volume uterino
normal, endométrio heterogêneo, lesão hiperecoica regular na cavidade uterina e
anexos sem alterações. Com todas essas informações, parece que estamos diante
de uma causa estrutural de SUA, compreendidas pelo PALM do mnemônico PALM-
COIEN:
- Pólipos;
- Adenomiose;
- Leimiomatose;
- Malignidade;

Vamos às alternativas?

Alternativa A – Incorreta: A colpocitologia oncótica, exame utilizado para rastreio


de neoplasia cervical, apresentou um resultado essencialmente benigno,
afastando essa possibilidade.

Alternativa B – Incorreta: A topografia mais comum da gestação ectópica, tubária


na grande maioria dos casos, é afastada com o relato de anexos sem alterações.
Além disso, uma gestação ectópica não levaria a um SUA observado há 8 meses.

Alternativa C – Incorreta: Essa é uma boa alternativa, afinal, os miomas são a


causa mais frequente de SUA e, se submucoso ou intramural, pode impactar na
gestação da paciente. Porém, à ultrassonografia, essas lesões aparecem como
nódulos hipoecoicos regulares e com limites bem definidos, o que não
corresponde à descrição da lesão.

Alternativa D – Correta: Exatamente! As lesões vegetativas glandulares da


cavidade uterina estão fortemente associadas ao SUA e infertilidade, se
apresentando como lesão hiperecoica à ultrassonografia. O tratamento
preconizado é a polipectomia histeroscópica.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso!

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QUESTÃO 10

CCQ: Diante de quadro de ansiedade sem melhora ao tratamento inicial, deve-


se otimizar a dose da medicação e encaminhar a psicoterapia

Fala pessoal, como andam os estudos? Estamos aqui com uma questão de um
tema muito importante, os transtornos de ansiedade. Mas qual é o principal pareto
do tema e que não posso esquecer? Os critérios diagnósticos do Transtorno de
Ansiedade Generalizada segundo o DSM-V!

● Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo


na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou
atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).
● O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
● A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos
seguintes seis sintomas:
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono
insatisfatório e inquieto).
● A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social.
● A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância, ou à
outra condição médica.
● A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: Não estamos diante de uma paciente em franco surto


ou com risco iminente de vida, não sendo indicado a internação hospitalar. Além
disso, preconiza-se a substituição do modelo asilar/hospitalar para a atenção
psicossocial.

Alternativa B - Incorreta: A sertralina está em dose mínima recomendada.


Idealmente temos que otimizar a terapia.

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Alternativa C - Correta: Isso mesmo! Estamos diante de uma paciente com quadro
de ansiedade não muito bem caracterizado, com uma dose mínima de sertralina e
com melhora discreta dos sintomas. Que nas últimas 4 semanas apresentou piora
clínica significativa. O tratamento dessa paciente vai envolver o seguinte tripé:
Indicar psicoterapia + Otimizar a dose da sertralina + Benzodiazepínico para
controle agudo. Assim, deve-se encaminhá-la para um serviço com psicoterapia
estruturada e reavaliar a medicação em uso.

Alternativa D - Incorreta: A clorpromazina não possui indicação nesse momento.


Além disso, não devemos trocar a sertralina sem antes otimizar sua dose.

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.Departamento


de Atenção Especializada e Temática. Centros de Atenção Psicossocial e Unidades
de Acolhimento como Lugares da Atenção Psicossocial nos
Territórios/Orientações para elaboração de projetos de construção, reforma e
ampliação de CAPS e de UA. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

QUESTÃO 11

CCQ: Lesões em alvo são típicas de eritema multiforme, um tipo de


farmacodermia

Olá, estudantes! Essa questão aborda uma das grandes áreas da medicina, que é
a dermatologia – mais especificamente, as farmacodermias. Bora revisar esse
assunto?

Todos os fármacos possuem efeitos adversos quando mal administrados ou se


utilizados em excesso. Muitos deles provocam alterações dermatológicas. Para as
provas, os principais fármacos relacionados a reações de pele são aqueles
iniciados por “A”: Antibióticos (amoxicilina, principalmente), AINES (como o
diclofenaco); Anti-hipertensivos (enalapril e hidralazina), Anticonvulsivantes
(fenitoína/hidantoína) e Alopurinol.

As principais reações dermatológicas são:

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· Urticária: placas eritematosas e pruriginosas, de centro pálido (padrão
típico das urticárias) e, geralmente, transitórias (menos de 24h de
duração). O manejo é feito com suspensão da medicação e uso de anti-
histamínicos;

· Angioedema: pode ser complicação da urticária, cursando com edema


de derme profunda e tecido subcutâneo, causando alterações na
mucosa. Pode ser manejada com suspensão da droga e anti-
histamínicos. Se progredir, pode engatilhar uma anafilaxia, com
obstrução de vias aéreas e choque hipovolêmico, manejada com
adrenalina intramuscular;

· Exantema (rash cutâneo): lesões maculopapulares simétricas em


tronco e MMSS, manejada com suspensão da medicação, anti-
histamínico e/ou corticoterapia;

· Eritema multiforme: as lesões podem possuir diferentes formas, sendo


que a forma mais típica é a lesão em alvo (como as lesões que
apareceram na paciente da questão), com anéis concêntricos
eritematosos/violáceos separados por áreas de palidez. O manejo é
feito, essencialmente, com suspensão do fármaco.

Alternativa A – Incorreta: Pênfigo não é uma doença hereditária; sendo assim, a


história familiar da doença não possui grande relevância, a princípio.

Alternativa B – Incorreta: O Lúpus Cutâneo Subagudo possui lesões


psoriasiformes, escamosas, e não lesões em alvo.

Alternativa C – Incorreta: A síndrome da pele escaldada estafilocóccica é


caracterizada pela formação difusa de bolhas por todo o corpo. Além disso, não
há manifestações sistêmicas (febre, mal estar e calafrios, por exemplo)
condizentes com essa hipótese diagnóstica.

Alternativa D – Correta: Pelos dados da anamnese, com destaque para a mudança


recente de medicação, iniciando o uso de um anticonvulsivante (hidantoína), a
farmacodermia fica como principal hipótese diagnóstica.

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

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QUESTÃO 12

CCQ: Saber que histórico de dor abdominal em hipocôndrio direito associada a


náuseas, vômitos e alimentos gordurosos, além de colúria e acolia fecal, em
paciente estável e com Murphy negativo sugere quadro de colelitíase, que deve
ser tratada com CVL

Fala, pessoal! Tudo certo?

Bom, temos uma questão em que o paciente relata dor em hipocôndrio direito,
associada a náuseas, vômitos e à ingestão de alimentos gordurosos, além de
colúria e acolia fecal. Devemos pensar em doença da vesícula ou das vias biliares.

A ausência de icterícia nos quadros álgicos é muito mais sugestiva de doença da


vesícula.

Mas, e nesse quadro do paciente, o que fazer? Bom, ele chega ao pronto-socorro
estável, sem sinais de irritação peritoneal e nem de inflamação (Murphy negativo
e sem leucocitose). Portanto, a conduta para um quadro de colelitíase estável é a
retirada da vesícula, de preferência por videocirurgia.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativa A – Incorreta: Os cálculos dos ductos biliares tendem a cursar com


icterícia como sintoma associado.

Alternativa B – Incorreta: Não há leucocitose nem Murphy positivo, além de exame


físico inocente. Portanto, não se trata de um quadro agudo.

Alternativa C – Incorreta: Pólipos vesiculares geralmente são assintomáticos.

Alternativa D – Correta: Isso mesmo. Colelitíase = colecistectomia


videolaparoscópica (CVL).

Portanto, a resposta é a alternativa D.

Opinião Aristo: Não cabe recurso

19
QUESTÃO 13

CCQ: Lactente com quadro de resfriado que evolui para sibilância indica
bronquiolite viral aguda, em que o tratamento é de suporte

Ei pessoal, tudo certo por aí? Questão sobre um tema que despenca nas provas.
Vamos rever juntos um pouquinho sobre a Bronquiolite Viral Aguda?

Sempre que tivermos um quadro de um lactente com um quadro gripal que evolui
para sibilância, você deve pensar em bronquiolite. Ao exame podemos ter sibilos
difusos, aumento do tempo expiratório devido à obstrução de vias aéreas
inferiores pelo acúmulo de secreções e a radiografia de tórax (não necessária para
o diagnóstico) pode trazer uma hiperinsuflação e até mesmo áreas de atelectasia.

O tratamento da condição é de suporte, ou seja: tratamos de acordo com a


sintomatologia. E alguns pacientes precisarão de internação. Os critérios para
decidir acerca da internação são:

Analisando o caso da questão temos sinais de desconforto respiratório, certo?


Vemos uma saturação de 88%, taquipneia e sinais de esforço respiratório: tiragem

20
de fúrcula e subcostal. Vamos internar essa criança e fornecer suporte, como
oxigênio suplementar.

Antes de analisar as alternativas, segue duas informações sobre a BVA que as


provas adoram: o principal fator de risco é a prematuridade e o principal agente
causador é o vírus sincicial respiratório.

Vamos analisar cada alternativa:

Alternativa A – Incorreta: Pensaríamos em um resfriado comum se não tivéssemos


a evolução observada: evolução de chiado no peito e dispneia. E outro ponto:
resfriado comum tratamos com sintomáticos, não usamos broncodilatador, exceto
se condições adjacentes que indiquem o uso.

Alternativa B – Incorreta: Pessoal, muito cuidado: algumas questões tentam


induzir que o aluno marque pneumonia ao apresentar um quadro igual a
bronquiolite e com roncos/estertores. A bronquiolite também pode trazer esses
ruídos, tá bem? Nessa questão, pensaríamos em pneumonia bacteriana se
observássemos uma taquipnéia sem sibilo e/ou estridor. Note inclusive que a
questão tenta jogar com o aluno ao colocar aqui duas coisas que faremos:
internação e oxigenioterapia, mas o diagnóstico não fecha.

Alternativa C – Correta: Opa, temos aqui nosso diagnóstico. E vamos oferecer


suporte e monitorizar, pois essa criança requer internação pelos sinais
comentados acima.

Alternativa D – Incorreta: Cuidado, a questão tentou induzir um diagnóstico de


asma ao colocar a história da mãe, que é asmática. Mas justamente pelo quadro
de BVA, não vamos pensar em asma exceto que temos uma alta suspeita, como
exacerbações frequentes e dermatite atópica.

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

21
QUESTÃO 14

CCQ: A dispareunia é comumente causada por falta de lubrificação, que pode


estar relacionada ao uso de contraceptivos hormonais

E aí, Aristos! Beleza? Bora para uma questão sobre Dispareunia?

A dispareunia, ou dor genital durante o coito, está inserida no contexto da dor


genitopélvica/penetração, juntamente como vaginismo, vulvodínia e dor pélvica
crônica. Acomete até 21% das mulheres adultas. Para o DSM, o diagnóstico de
dispareunia implica:
- Presença de dor recorrente ou persistente associada ao intercurso sexual que
cause sofrimento ou dificuldade interpessoal;
- A dor não é causada exclusivamente por vaginismo ou falta de lubrificação;
- Não está associada a outra condição médica ou distúrbio psiquiátrico;

A dispareunia pode ser classificada como superficial, quando percebida em região


vulvar no início da penetração, ou durante a relação sexual, com a penetração em
si. As etiologias para a dispareunia superficial são múltiplas e incluem
hipoestrogenismo, infecções, lubrificação inadequada e prolapso. Já a
dispareunia profunda está presente quando há dor na vagina proximal e
hipogástrio, estando associada a causas de dor pélvica crônica, como a
endometriose. Vale lembrar que, na maioria das vezes, as disfunções sexuais são
multifatoriais e relacionadas a fatores psíquicos, ambientais, biológicos e
relacionais.

Vamos às alternativas?

Alternativa A – Incorreta: As causas psicossociais devem ser abordadas na


investigação da dispareunia, por contribuírem de forma importante para a
disfunção sexual. Podem influenciar na dispareunia o vínculo conjugal,
sentimentos de culpa, negação da sexualidade e violência sexual.

Alternativa B – Incorreta: A endometriose é uma importante causa de dispareunia


profunda e frequentemente gera dor pélvica crônica, ou seja, não relacionada ao
ciclo menstrual.

Alternativa C – Correta: A falta de lubrificação é uma queixa frequente em


consultório ginecológico e pode ser causa da dispareunia superficial. Os

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contraceptivos hormonais, principalmente os combinados, podem afetar a
lubrificação e gerar dispareunia.

Alternativa D – Incorreta: Como mencionado, a dispareunia de penetração pode


ser causada por lubrificação inadequada, prolapsos genitais, hipoestrogenismo e,
também, infecções.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso!

QUESTÃO 15

CCQ: Saber que devemos ouvir tanto percepções positivas como negativas dos
participantes sobre o tema para assim elaborar nossos argumentos

Fala pessoal! Temos uma aqui uma questão de preventiva bem interessante!

Veja que vamos organizar uma atividade com café da manhã com o objetivo de
diminuir a resistência com a vacinação contra a COVID-19.

Em primeiro lugar, temos que saber que de nada adianta fazermos uma palestra,
pois isso geraria muito desinteresse! Então, ficamos com as opções de roda de
conversa.

Esta é uma atividade bem interessante, onde aqui vamos ouvir os participantes
para depois argumentarmos e tentarmos convence-los. O ponto é que temos que
ouvir tanto as percepções positivas, como as negativas (geralmente estas últimas
são as que fazem o paciente não querer tomar a dose da vacina), para então
elaborarmos os argumentos!

Vamos às alternativas:

Alternativa A e C - Incorretas: Palestras gerariam desinteresse por parte da


população! Devemos ter uma conversa com eles, para que assim consigamos
abordar os problemas que os usuários estão tendo.

Alternativa B - Incorreta: Alternativa bem capciosa, veja que aqui a banca cita que
ouviríamos apenas os pontos positivos! O que não é o mais adequado, pois, temos
que ouvir tanto os pontos positivos como negativos.

Alternativa D- Correta: Exato! A melhor maneira seria uma roda de conversa,


ouvindo pontos positivos e negativos e assim elaborar nossos argumentos para

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convencer a população, ao final mostrando dados científicos para fortalecer nosso
argumento.

Gabarito oficial: Alternativa D.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

QUESTÃO 16

CCQ: Saber que o Genfibrozil é um hipolipemiante (fibrato) que pode causar


rabdomiólise

Fala, pessoal! Temos aqui uma questão bem difícil.

A paciente apresenta obesidade grave e Síndrome Metabólica.

A paciente já usava rosuvastatina e foi adicionado uma outra droga para abaixar
os níveis de triglicérides. Queixava de dor muscular, urina avermelhada e também
o achado da enzima CK-MB > 10.000 (VR 30-200). Esse quadro condiz com
rabdomiólise (destruição de fibras musculares).

Qual fármaco hipolipemiante pode ter como efeito adverso esse evento? Estatinas
e fibratos. Mas, qual dos dois? Ambos! Aqui temos a junção de duas classes de
drogas que podem fazer isso. Mas, a paciente já usava a estatina e evoluiu com
esse quadro após a adição de uma nova droga para os triglicérides que, portanto,
deve se tratar de um fibrato.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativas A, C e D – Incorretas: A rabdomiólise não é um efeito adverso


esperado dessas drogas.

Alternativa B – Correta: Isso. Como vimos acima, esse é um possível efeito dos
fibratos, sobretudo do Genfibrozil.

Portanto, a resposta é a alternativa B.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

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QUESTÃO 17

CCQ: Abscesso drenado é igual a abscesso tratado

Fala pessoal, estamos diante de uma questão clássica de coloproctologia, os


abcessos anais. A apresentação é bastante clássica: abaulamento perianal com
sinais flogísticos e dor intensa, podendo ter febre associada.

O fator desencadeante é o traumatismo local, devido à passagem de fezes


endurecidas, levando à obstrução e posterior infecção das glândulas perianais,
conhecidas como glândulas de Chiari. Lembre-se que conforme o processo evolui
e cronifica, os abscessos podem evoluir para fístulas.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: Em geral, os antibióticos sozinhos não são eficazes no


tratamento de abscessos. O uso de antibióticos pode ser necessário, em adição à
drenagem, quando, por exemplo, houver suspeita de que o paciente tenha
problemas imunológicos.

Alternativa B - Correta: Já ouviu que abscesso diagnosticado é abscesso


drenado? Aqui não é diferente. Ao diagnosticar um abscesso agudo, a drenagem
é imperativa. As bancas adoram colocar uma pegadinha sobre o momento da
drenagem do abscesso. Lembre-se: não é necessário aguardar um ponto de
flutuação para o abscesso ser drenado!

Alternativa C - Incorreta: A termoterapia local, que pode ser realizada através do


banho de assento, não é eficaz para o tratamento de abscessos, seu uso é mais
bem indicado para tratamento de hemorroidas.

Alternativa D - Incorreta: Caso não seja possível estabelecer o diagnóstico com


exame físico, podemos solicitar exames de imagem para melhor caracterização do
quadro. Mas no caso do nosso paciente não restam dúvidas.

Gabarito oficial: alternativa B.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Rocha, José Joaquim Ribeiro. Coloproctologia - Princípios e Práticas.


Editora: Atheneu. 2ª edição. 2011.

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QUESTÃO 18

CCQ: Reconhecer a clínica da taquipneia transitória do recém-nascido e que a


asma materna é um dos fatores de risco

Dentro da clínica neonatal, os distúrbios respiratórios do recém-nascido são um


grande destaque principalmente em relação aos diagnósticos diferenciais, os
fatores de risco e o padrão radiológico.
Neste caso, temos um recém-nascido pré-termo tardio (entre 34 e 36+6), PIG (seu
peso de nascimento está abaixo do p10 esperado para idade gestacional), nascido
de parto cesárea por descompensação da diabetes materna gestacional. Nasceu
bem, com bom apgar, mas desenvolveu desconforto respiratório. Pelo relatado,
precisou de ventilação não invasiva (provavelmente CPAP) com melhora
progressiva.
Os quatro principais diagnósticos diferenciais nesse caso são:
● Síndrome do desconforto respiratório: a famosa doença da membrana
hialina. O principal fator de risco é a prematuridade. Apesar do paciente da
questão ter nascido abaixo de 37 semanas, ainda é acima de 34 semanas.
A SDR é mais frequente abaixo de 34 semanas. Além disso, costuma
apresentar piora progressiva nos primeiros 3 dias de vida e não melhora.
● Síndrome da aspiração meconial: Não temos fatores para pensar. É mais
comum em RN termo e nosso paciente estava banhado em líquido
amniótico claro.
● Pneumonia neonatal: descartada pelo hemograma e PCR normais.
● Taquipneia transitória do recém-nascido: tudo indica que sim! Acomete
mais RN a termo e pré-termo tardio (nosso paciente). Muito associado a
cesárea sem trabalho de parto. Geralmente a resolução acontece entre 3 e
5 dias de vida. Geralmente tem evolução benigna e autolimitada mas alguns
podem precisar de suporte ventilatório. A radiografia de tórax com linhas
opacificadas sugere cisurite, ou seja, atraso na absorção do líquido alveolar.
E quais são os outros fatores de risco além da cesariana eletiva? Parto
abaixo de 39 semanas, diabetes gestacional e asma materna!

Alternativa A – Incorreta: Cor do recém-nascido não é fator de risco para nenhum


desconforto respiratório.

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Alternativa B – Incorreta: Restrição do crescimento intrauterino é fator de risco
para pneumonia neonatal e síndrome de aspiração meconial. Mas lembre-se:
quase todo RCIU é PIG mas nem todo PIG é RCIU.
Alternativa C – Incorreta: Sexo masculino que é fator de risco para síndrome do
desconforto respiratório (SDR).
Alternativa D – Correta: Conforme explicado acima!

Fonte: Tratado de Pediatria Sociedade Brasileira de Pediatria - 5ªed

Gabarito oficial: Alternativa D

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 19

CCQ: A cirurgia bariátrica aumenta a demanda do organismo, que associado ao


aumento fisiológico de demanda da gravidez pode gerar maior risco de
prematuridade e de parto de recém-nascidos pequenos para a idade
gestacional

Pessoal, temos aqui uma questão mais difícil que envolve conhecimento de
obstetrícia e de cirurgia. Se após comer uma pessoa com cirurgia prévia de
gastroplastia sente mal estar e tontura devemos pensar em Sd. de Dumping.

Relacionada à passagem rápida de alimento com alta osmolaridade do estômago


para o duodeno. Com a hiperosmolaridade há um rápido transporte de líquido
extracelular para o lúmen intestinal, com consequente distensão da alça e resposta
autonômica.

Apresentação Clínica: alguns minutos após a ingestão de uma refeição.

Sintomas gastrointestinais: Náuseas e vômitos; Plenitude epigástrica;


Eructações; Dor abdominal em cólica e diarreia, muitas vezes explosiva.

Sintomas cardiovasculares: Palpitações; Taquicardia; Sudorese; Desmaios;


Tontura; Rubor; Visão turva.

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Normalmente é autolimitada, não necessitando de terapia específica. Medidas
dietéticas podem ser úteis em caso de sintomas persistentes, como: Evitar
alimentos que contêm grandes quantidades de açúcar; Alimentação fracionada de
pequenas porções ricas em proteína e gordura; e Separação de líquidos de sólidos
durante uma refeição.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Correta: Isso mesmo, de acordo com a literatura, uma cirurgia


bariátrica aumenta a demanda do organismo, que associado ao aumento
fisiológico de demanda da gravidez pode gerar maior risco de prematuridade e de
parto de recém-nascidos pequenos para a idade gestacional. Recomenda-se pelo
menos 1 ano (idealmente pelo menos 2 anos) para a concepção.

Alternativa B - Incorreta: Todas as gestantes que têm glicemia de jejum normal no


primeiro trimestre devem fazer o TOTG independente de risco para diabetes
gestacional. Além disso, deve-se evitar fazer TOTG para pacientes com sd de
dumping, pois a ingestão de carboidratos pode agravar os sintomas.

Alternativa C - Incorreta: A reposição do ferro deve ser feita por via oral, mesmo
com bariátrica prévia.

Alternativa D - Incorreta: Pelo contrário, não se deve aumentar a ingesta de


carboidratos de absorção rápida pois isso levaria aos sintomas descritos.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Teitelbaum EN, Hungness ES, Mahvi DM. Stomach. In: Townsend, Sabiston
Textbook of Surgery: The Biological Basis of Mordern Surgical Practice. 20th Ed.
Philadelphia: Elsevier; 2017;48:1237-1238.

QUESTÃO 20

CCQ: A dislipidemia é tratada com estatinas, cujo principal efeito colateral são
dores musculares

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Dae querido aluno!

Essa questão do Revalida 2022 propõe um raciocínio inverso do que nos é pedido
normalmente: a partir do efeito colateral, devemos presumir o fármaco por trás
desse efeito adverso e, por fim, pressupor a doença que o paciente trata. O
segredo era pensar: essa doença é tratada com um remédio que causa esse
sintoma?

Vamos lá: temos um paciente masculino de meia idade que relata dores
musculares. Ele próprio relaciona esse sintoma ao uso de um remédio novo.

A mialgia pode ter diversas causas, mas uma muito comum é o uso de fármacos!
Especialmente, o uso de estatinas - que é extremamente prevalente - é causa
corriqueira de mialgia, podendo inclusive evoluir para rabdomiólise - quando causa
a elevação da CPK e há dano renal potencial.

Outros medicamentos relacionáveis à mialgia são:

- Fluoroquinolonas - em especial o Ciprofloxacino;


- Bifosfonatos - utilizados no tratamento da osteoporose;
- Inibidores da aromatase, como Letrozol;
- A descontinuação do tratamento com antidepressivos.

Algo a mais: Não necessariamente a mialgia é sintoma de rabdomiólise. Alguns


fármacos causam mialgia sem potencial de rabdomiólise, já outros são
especialmente associados à segunda, sendo os mais comuns: as estatinas, os
macrolídeos, a ciclosporina, os antimaláricos, os antipsicóticos e os inibidores
de protease.

Agora vamos analisar alternativa por alternativa.

Alternativa A - Incorreta: Primeiramente, a obesidade não é diagnosticada por


exames laboratoriais, mas sim, clínicos. Também, o tratamento farmacológico da
obesidade só é feito em caso de refratariedade às mudanças no estilo de vida. Os
principais fármacos utilizados são o Orlistate, a Sibutramina e a Semaglutida, e a
mialgia não é efeito colateral esperando em nenhum desses remédios.

Alternativa B - Correta: Sim! A dislipidemia é diagnosticada pelo perfil lipídico


laboratorial e, o principal medicamento utilizado nesse caso são as Estatinas. E
você já sabe né? Sempre que nosso paciente estiver em uso dessa classe e
apresentar mialgia, nós temos que pensar nesse sintoma como efeito adverso,
podendo evoluir, inclusive para rabdomiólise.

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Alternativa C - Incorreta: O hipotireoidismo é tratado com Levotiroxina. Os
principais efeitos adversos deste medicamento são palpitações, insônia,
ansiedade, cefaleia e, a depender da dose, o próprio hipertireoidismo
farmacológico. A mialgia não é um sintoma comum.

Alternativa D - Incorreta: O tratamento da diabetes mellitus vai desde


hipoglicemiantes orais até o uso de insulina. Mas aqui o segredo era não procurar
pêlo em ovo: os hipoglicemiantes não são comumente associados à mialgia. As
estatinas são causa infinitamente mais comum desse sintoma.

Gabarito oficial: alternativa B.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 21

CCQ: Saber que o teste da uréase em amostra de biópsia gástrica é o exame


mais indicado para detecção de infecção por H. pylori em paciente submetido à
EDA

Alô, time Aristo! Tudo certo?

Temos aqui uma questão sobre um tema recorrente nas provas – H. pylori.

O paciente foi submetido a uma EDA devido a sintomas dispépticos refratários ao


tratamento clínico.

Queremos saber, então, qual exame mais indicado para diagnóstico de infecção
por H. pylori nesse paciente. Segundo o Consenso Brasileiro de Infecção por H.
pylori, o teste da urease em biópsia gástrica é o exame mais indicado para detectar
a infecção. Já em relação ao exame mais indicado para confirmar a erradicação,
trata-se do teste respiratório com carbono marcado.

Lembrando que a 1ª linha de tratamento para infecção por H. pylori é a seguinte:

- Amoxicilina 1000mg 12/12 + Claritromicina 500mg 12/12 + IBP dose plena


(Omeprazol 20mg 12/12h), por 14 dias.

- O teste de confirmação de erradicação deve ser feito algumas semanas após o


término do tratamento e o uso de IBPs deve ser suspenso alguns dias antes da
realização do teste respiratório.

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Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativa A – Correta: Isso. Diagnóstico: padrão-ouro é esse!

Alternativa B – Incorreta: Mais utilizado para confirmação de erradicação ou


quando temos alta suspeição, mas queremos evitar a EDA. Como o paciente já foi
submetido à EDA, vamos de padrão-ouro.

Alternativas C e D – Incorretas: Exames com acurácia bem menor e não indicados


como primeiras opções, ainda mais no paciente já submetido à EDA.

Portanto, a resposta é a alternativa A.

Um adendo: O uso de IBPs reduz a sensibilidade diagnóstica desse exame. Mas, a


literatura é clara em relação à indicação de teste invasivo em paciente que já será
submetido à EDA. Além disso, a possibilidade de serem colhidas várias amostras
gástricas na EDA ‘’ameniza’’ essa redução da sensibilidade trazida pelo uso de IBP.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 22

CCQ: Saber que a prótese endoscópica é o método de escolha para um aporte


nutricional mais fisiológico em tumores de esôfago

Olá aluno(a) Aristo. Tudo bem contigo? Espero que sim. Questão interessante
sobre uma paciente de 75 anos na qual foi diagnosticada um carcinoma de esôfago
médio (cerca de 28 cm dos dentes incisivos), apresentando cerca de 5 cm de
extensão, que apesar de ser estenosante, permite uma permeabilidade de
aparelho para estômago. Infelizmente, há a presença de múltiplas metástases
pulmonares. Diante desta informação, sabemos que se trata de um tumor
irressecável.

A banca pergunta qual seria a melhor forma de administrar um aporte nutricional


para esta paciente. Vamos analisar as alternativas e discuti-las?

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Alternativa A – Incorreta: A jejunostomia estaria indicada em outras situações,
como em episódios importantes de refluxo e risco de aspiração caso a dieta fosse
colocada no estômago, ou alguma outra razão que não permite a passagem de
alimentos do estômago para o intestino delgado (como um câncer gástrico), o que
não é o caso de nossa paciente, pois a localização de obstrução é a nível de
esôfago.

Alternativa B – Incorreta: Seria até uma opção interessante se não fosse o fato de
que a duração da sonda nasoenteral não deve ultrapassar 4 semanas de utilização.
Como nossa paciente terá que utilizar por um tempo indeterminado, teremos que
pensar em outra maneira para garantir um aporte nutricional adequado.

Alternativa C – Incorreta: É uma opção para nossa paciente, porém temos uma
alternativa que apresenta uma via mais fisiológica possível e com menos
intercorrências para uma paciente em cuidados paliativos (há risco de acumular
alimentos e sofrer deteriorações ao longo do tempo, extravasamento de fluídos),
que seria a prótese endoscópica.

Alternativa D – Correta: De fato, a melhor opção para nossa paciente por ter uma
rápida resposta clínica e baixa incidência de recorrência da disfagia como
principais vantagens, sendo a melhor opção por ser a mais fisiológica para
pacientes com tumores de esôfago irressecáveis.

Gabarito Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 23

CCQ: Paciente com deformidade na coluna e teste de Adams positivo possui


hipótese diagnóstica de escoliose e deve passar por exames complementares
para determinar tratamento

Ei, pessoal, questão pouco comum, mas que vamos rever juntos.

A questão conta de uma adolescente com deformidade na coluna e nos informa


algo importante: O teste de Adams mostrou assimetria da caixa torácica. Esse
teste serve de base para o diagnóstico de uma escoliose. Consiste em pedir para
o paciente flexionar o tronco para frente com os pés juntos e observar se há ou
não deformidade. Se houver, temos um teste positivo e aí temos uma escoliose. A
escoliose significa a curvatura anormal da coluna no plano coronal (lateral).

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A escoliose é mais comum quando há histórico familiar de deformidades. Mas o
diagnóstico aqui precisa ser pautado na avaliação radiográfica, pois é por meio
dela que observamos o grau de escoliose e calculamos o chamado ângulo de
Coob: uma medida para diagnosticar a escoliose e para analisar o grau de
curvatura e acompanhá-lo. Então o diagnóstico é clínico, mas deve ser assegurado
pela radiografia, que inclusive ajuda na avaliação posterior. Inclusive, o cálculo
desse ângulo irá guiar o tratamento, de forma que:

O tratamento não cirúrgico é feito para paciente com ângulo de Coob abaixo de
50 que ainda estejam em fase de crescimento, como é o caso acima.

Vamos ver as alternativas:

Alternativa A – Incorreta: Escoliose familiar faz até sentido, considerando o


histórico familiar da paciente. Mas sem exames complementares não: é preciso
avaliar o grau de curvatura para guiar o tratamento.

Alternativas B e D – Incorretas: Teste de Adams positivo já fala a favor da


escoliose e nos permite eliminar qualquer alternativa que não contenha a
escoliose.

Alternativa C – Correta: Exatamente o que vimos.

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 24

CCQ: Se resultado citopatológico for células glandulares atípicas de significado


indeterminado (AGC), realizar colposcopia

E aí aluno Aristo, bora para mais uma questãozinha! Dessa vez de Ginecologia.

Temos um caso de uma mulher que foi realizar seu exame preventivo, que mostrou
o seguinte resultado: células glandulares atípicas de significado indeterminado
(AGC). E que seu último, há três anos atrás, tinha dado negativo. Lembrando que,
segundo o Ministério da Saúde (MS), o exame deve ser realizado anualmente e,
após dois exames consecutivos negativos, a periodicidade muda para de três em
três anos, como a paciente realizou.

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Bom, então aqui temos que lembrar qual é o próximo passo, e pra isso temos
aquela tabelinha para guardar no coração:

Agora vamos analisar as alternativas:

Alternativa A - Correta: Isso mesmo! A conduta nesse caso é seguirmos com a


colposcopia, e se tivermos algum achado suspeito, realizamos a biópsia.
Lembrando que em casos de resultado citológico AGC (células glandulares
atípicas), como foi o nosso, a avaliação endocervical também é recomendada

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independentemente da visualização da JEC.

Alternativa B - Incorreta: A colpocitologia pode ser feita de 3 em 3 anos, segundo


o MS, e além disso, não é a conduta nesse caso.

Alternativa C - Incorreta: Essa possibilidade só poderá ser avaliada após a


colposcopia.

Alternativa D - Incorreta: Não é nossa conduta no momento.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 25

CCQ: Em caso de gestante com VDRL positivo, e com sífilis de duração


indeterminada, tratar com benzilpenicilina benzatina em 3 doses

Pessoal, temos uma primigesta que teve resultado do VDRL, com titulação de 1:4.
Como a paciente não recordava ter sido diagnosticada com sífilis nem ter feito
tratamento contra essa doença, devemos considerar como sífilis de duração
incerta, sendo tratada como tardia. E lembrando que na gestação, sempre vamos
iniciar o tratamento com apenas um resultado

positivo!

Agora vamos analisar as alternativas:

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Alternativa A - Incorreta: Na ausência de teste confirmatório (teste treponêmico)
temos que considerar para o diagnóstico de sífilis as gestantes com VDRL
reagente, com qualquer titulação, desde que não tratadas anteriormente. E com
isso, devemos instituir a terapêutica imediatamente.

Alternativa B - Incorreta: A benzilpenicilina benzatina é a única opção segura e


eficaz para o tratamento adequado das grávidas. Qualquer outro tratamento
realizado durante esse período, para fins de definição de caso e abordagem
terapêutica de sífilis congênita, é considerado tratamento não adequado da mãe.
Logo, nesses casos temos que realizar a dessensibilização para penicilina nessas
gestantes alérgicas, e iniciar o tratamento o quanto antes.

Alternativa C - Incorreta: Na gestante, o monitoramento do VDRL deve ser mensal!


Além disso, é preciso uma queda na titulação dos testes em pelo menos até 2
diluições para ser considerado que a paciente apresentou resposta imunológica
contra a infecção (ex.: de 1:8 para 1:2).

Alternativa D - Correta: Na sífilis tardia, que abrange a sífilis latente tardia - mais
de 1 ano de evolução; ou latente com duração ignorada; ou sífilis terciária, o
tratamento é feito com : benzilpenicilina benzatina 2.4 milhões UI via IM em 3
doses (1.2 milhão em cada glúteo), com intervalo de uma semana entre as doses.

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 26

CCQ: Saber que diarreia crônica com colonoscopia mostrando lesão de


paredes, acometendo do reto ao cólon esquerdo, sugere retocolite ulcerativa e
o tratamento é feito, sobretudo, com prednisona

Fala, pessoal! Tudo certo? Questão sobre um tema super importante!

Temos um caso de diarreia crônica e colonoscopia alterada, mostrando lesões em


parede. Portanto, devemos pensar em DII.

Características histológicas de inflamação crônica auxiliam no diagnóstico das DII.


Distorção arquitetural, aumento de celularidade na lâmina própria e plasmocitose

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basal sugerem cronicidade, assim como metaplasia de células de Paneth em cólon
esquerdo. Áreas de mucosa normal micro e macroscopicamente em meio a
mucosa afetada sugerem o diagnóstico de DC.

Vamos rever as diferenças entre DC e RCU?

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativa A – Incorreta: O acometimento de cólon esquerdo e reto, descrito


como ascendente, é bem mais sugestivo de RCU. Além disso, a descrição de
alterações apenas na mucosa e abcessos sugere RCU.

Alternativas B e D – Incorretas: Essas colites são quadros mais agudos, de


evolução mais rápida. Além disso, como discutimos acima, os achados da colono
são bem sugestivos de DII clássica.

Alternativa C – Correta: Isso. Como discutimos, o quadro crônico, as alterações


da colono de evolução ascendente, acometendo mucosa e com abcessos é bem
sugestivo da RCU. O tratamento é feito, sobretudo, com corticoterapia.

Portanto, a resposta é a alternativa C.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

37
Questão 27

CCQ: Saber que o manejo inicial em uma possível obstrução por bridas é a
sondagem nasogástrica e observação clínica

Fala Aluno Aristo!! Tudo bem com vocês?? Questão bem interessante, que nos
fornece dados essenciais para chegar a um possível diagnóstico e sua devida
conduta não é mesmo? Vamos rever o caso...

A banca nos apresenta um homem de 55 anos, apresentando vômitos biliosos, dor


abdominal tipo cólica e parada de eliminação de gases e fezes há cerca de três
horas, com isso já devemos ligar um alerta para um quadro de obstrução intestinal,
mas e qual seria a causa dessa possível obstrução? A banca ainda nos informa que
esse homem possui um histórico de cirurgia por úlcera perfura há 5 anos, com um
exame físico apresentando devida cicatriz, com abdome pouco distendido e
doloroso a palpação profunda, sem sinais de irritação peritoneal, e ainda nos
apresenta uma radiografia onde podemos confirmar a nossa hipótese diagnóstica
de obstrução intestinal, pois apresenta uma distensão central das alças, presença
de níveis hidroaéreos e o sinal de "empilhamento de moedas".

Pensando uma obstrução intestinal por bridas (histórico de cirurgia), nossa


conduta mais adequada além da reposição hidroeletrolítica é a realização da
sondagem nasogástrica para realizar uma descompressão e observação clínica.
Tudo bem?

Vamos analisar as alternativas...

Alternativa A - Incorreta: Não é necessário submeter o paciente a uma


videolaparoscopia diagnóstica, uma vez que pela sintomatologia, histórico
cirúrgico e radiografia conseguimos chegar a um diagnóstico e sua possível causa.

Alternativa B - Incorreta: Não iremos realizar laparotomia exploradora de


emergência, pois o paciente não apresenta instabilidade hemodinâmica, não
apresenta sinais de irritação peritoneal, nada o que nos leve a pensar na realização
de medidas mais invasivas de forma emergencial.

Alternativa C - Correta: Exatamente!! O manejo inicial em casos de obstrução


intestinal por bridas é o manejo clínico. O paciente encontra-se estável
hemodinamicamente, sem sinais de peritonite, podendo receber essa medida
inicialmente com reposição hidroeletrolítica, jejum, sintomáticos, passagem de

38
sonda nasogástrica para descompressão e observar sua evolução clinicamente.
Caso essa conduta não seja eficaz, ai sim poderíamos pensar em algo cirúrgico.

Alternativa D - Incorreta: A descompressão colônica por retossigmoidoscopia


serve para o volvo de sigmóide, e que como vimos não seria nossa hipótese
diagnóstica nesse caso.

Portanto, o gabarito correto é alternativa C!

Opinião Aristo: Não cabe recurso

QUESTÃO 28

CCQ: Saber que massa abdominal palpável que ultrapassa a linha média + HAS
+ aumento de ácido vanilmandélico= pensar em neuroblastoma.

Então, aluno aristo, questões sobre oncologia pediátrica são cada vez mais
comuns e é bom você estar atento a alguns detalhes.

Estamos diante de um paciente com relato de palpação, durante o banho, de


massa abdominal que ultrapassa a linha média. Essa história é clássica do
Neuroblastoma, tumor sólido mais comum em menores de 2 anos.

Um exemplo de tumor do sistema nervoso é o neuroblastoma, que surge a partir


das células do gânglio simpático primitivo e têm capacidade de sintetizar e
secretar catecolaminas. Esses tumores normalmente têm localização fora do
sistema nervoso central, especialmente intra-abdominal, e fazem importante
diagnóstico diferencial com outras massas abdominais. Mas vamos ao que importa
para a sua prova:

Quadro clínico: massa abdominal palpável que ultrapassa a linha média associada
a dor e distensão abdominal. Pode gerar metástase com rapidez, como neste caso
que, por já ter acometimento ocular com proptose e equimose periorbitária, sugere
que já estamos diante de uma metástase orbitária.

Diagnóstico: Um exame laboratorial que sugere o neuroblastoma é a dosagem do


ácido vanilmandélico, principal metabólito da epinefrina, que estará, portanto,
aumentado. Porém, a confirmação diagnóstica só é dada com biópsia com
confirmação histológica.

39
Tratamento: quimioterapia e cirurgia a depender do tamanho, estadiamento e
localização do tumor.

Dito isto, vamos às alternativas:

Alternativa A- Incorreta: Aqui teríamos sintomas mais sistêmicos como fadiga,


febre e/ou calafrios, perda ponderal, dores. Além disso, teríamos aumento dos
linfonodos.

Alternativa B- Correta: Exatamente isso! A massa abdominal palpável + HAS +


quadro sugestivo de metástase (neste caso orbitária por apresentar proptose e
equimose) + aumento de ácido vanilmandélico = pensar em neuroblastoma.

Alternativa C- Incorreta: Esse é o principal diagnóstico diferencial, mas temos que


lembrar que nos casos de tumor de wilms (ou nefroblastoma), temos uma massa
abdominal que NÃO atravessa a linha média + HAS + hematúria.

Alternativa D- Incorreta: O feocromocitoma também é um tumor secretor de


catecolaminas, mas se apresentaria com uma criança com HAS, frequência
cardíaca aumentada, diaforese, cefaléia intensa, tremores, palidez entre outros.

Opinião Aristo: Não cabe recurso

QUESTÃO 29

CCQ: Cisto torcido de ovário cursa com quadro álgico agudo constante (ou
intermitente que evolui para constante), com ausência de fluxo ao Dopple na
USG transvaginal e cistos com septação interna

Olá, estudantes! Aqui temos uma questão que aborda causas de dor pélvica na
mulher. Vamos conversar um pouco sobre isso?

Há diversas doenças ginecológicas que podem cursar com dor pélvica. Entre elas,
podemos citar: doença inflamatória pélvica (DIP), endometriose, dismenorreias,
massas ovarianas que se rompem ou que sofrem torção, miomas uterinos que
pressionam estruturas ao redor, doenças gastrointestinais etc. Dependendo do
quadro clínico, ficamos mais inclinados para um ou outra causa. Amenorreia,
enjoos matinais e sensibilidade mamária apontam para uma possível gravidez,

40
febre, calafrios e secreções vaginais podem apontar para uma infecção; dores
abdominais e mudança do hábito intestinal fala mais a favor de alterações
gastrointestinais; e assim por diante.

Vamos ver qual alternativa se encaixa mais no quadro sintomatológico


apresentado?

Alternativa A – Correta: Essa característica aguda, com dores intermitentes, fala


a favor de cistos torcidos (torcem e distorcem várias vezes, causando dores
quando estão torcidos; até que sofrem torção e não retornam à posição normal,
causando dor intensa e ininterrupta). Além disso, a imagem com septação interna
e sem fluxo ao doppler nos aproxima do diagnóstico de cisto torcido de ovário.

Alternativa B – Incorreta: Não há sinais sistêmicos infecciosos (febre, calafrios,


hipotensão etc) que falam a favor de um possível abscesso.

Alternativa C – Incorreta: O endometrioma possui um curso clínico mais crônico,


com uma imagem ultrassonográfica de cisto com debris, não com septação.

Alternativa D – Incorreta: Um cisto hemorrágico causaria alterações


hemodinâmicas na paciente, tornando-a instável – fato que não ocorreu na
situação apresentada na questão.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 30

CCQ: Pensar em dermatite irritativa, de contato ou alérgica em pacientes cujos


sintomas melhoram ao se afastar do trabalho

Fala aluno Aristo! Suave?

Questãozinha da prova do Revalida 2022, sobre Dermatologia!

Ela nos traz uma paciente que é técnica de enfermagem, com queixa de vesículas,
eritema e fissuras em ambas as mãos. Não fica claro se o surgimento das lesões
se deu há um ano ou há seis meses, no entanto, não vamos brigar com a questão
pois essa informação não altera nosso raciocínio. A paciente relata melhora do

41
quadro no seu período de férias. Molezinha, não é?

Podemos facilmente presumir que nossa paciente, nos períodos em que trabalha,
é exposta à algum alérgeno que provoca os sintomas, e, provavelmente, se trata
do látex!

Apenas com o quadro clínico, torna-se difícil diferenciarmos entre os principais


tipos de dermatite, por isso a questão dá um arrego e torna a resposta mais
generalizada. A título de aprendizado, vamos revisar os principais tipos:

1. Dermatite atópica: é a dermatite mais comum, e pode ser difícil de


diferenciar da dermatite de contato. Também é conhecida como eczema.
Costuma se manifestar em áreas de dobras, como joelhos e cotovelos, além
do rosto e couro cabeludo.
2. Dermatite de contato: pode ser irritativa (80% dos casos) ou alérgica.
Surge após a exposição a um agente causador, e, normalmente é resolvida
controlando-se a exposição.
3. Dermatite esfoliativa: é uma doença grave e generalizada, geralmente
acometendo pacientes com história prévia de doenças dermatológicas
como psoríase ou eczema. Pode ser provocada pelo uso de fármacos como
Penicilina e Fenitoína.
4. Dermatite herpetiforme: é a dermatite associada a intolerância alimentar
ao glúten.
5. Dermatite ocre: é a dermatite causada pela estase venosa, causando
acúmulo de hemossiderina nas pernas e nos tornozelos, dando a tonalidade
amarronzada.
6. Dermatite seborreica: é causa de descamação e vermelhidão,
principalmente em couro cabeludo, mas também pode afetar áreas da face,
como sobrancelhas e cantos do nariz, orelhas e tórax.

Com essa lembrança, vamos às alternativas:

Alternativa A - Incorreta: A fotodermatite é uma reação à luz, e seria esperado


que outras partes do corpo também expostas fossem afetadas. O fato de piorar
no trabalho - um ambiente sem exposição solar - nos afasta dessa alternativa.

Alternativa B - Incorreta: A ceratose actínica é uma lesão pré-maligna causada


pelo sol. Normalmente surge em áreas expostas como face, orelhas, couro
cabeludo em calvos, colo, dorso das mãos e antebraços. São mais comuns em
pacientes idosos, diferentemente da nossa paciente. Também, tem aspecto de
mancha escamosa, e não coça. Nossa paciente refere vesículas, eritemas e

42
fissuras que coçam.

Alternativa C - Correta: Tudo certinho aqui! De fato, nossa paciente possui uma
dermatite relacionada ao trabalho, que pode ser de contato, irritativa ou alérgica.
Para diferenciá-las, poderíamos realizar o Patch test, no entanto, a suspensão de
agressores mais comuns - como o látex - são nossa primeira opção de
tratamento.

Alternativa D - Incorreta: Nada a ver né? Justamente o fato de melhorar no


período de férias nos faz suspeitar que algo no ambiente de trabalho seja um
alérgeno em potencial!

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 31

CCQ: Em pacientes com HAS, o uso de medicamentos pode levar à hipotensão,


sendo necessário o ajuste de dose conforme tolerância

Salve salve Aristoter!

Essa questão do Revalida assusta pelo enunciado, que traz uma paciente em
polifarmácia, com múltiplos sintomas.

Mas, tcharam! A pergunta era mais tranquila do que o esperado: quais medidas
devemos tomar em pacientes que apresentam tendência à hipotensão?

1. Ajustar as medicações: nossa paciente é hipertensa em uso de Losartana,


Nimodipino e Propatilnitrato. Todos esses medicamentos podem levar à
hipotensão isoladamente e, nossa paciente os utiliza em dose máxima.

2. Estimular ingesta hídrica: evitar desidratação é imprescindível para afastar


episódios de hipotensão.

3. Levantar com cuidado, evitar movimentos bruscos que possam causar


hipotensão postural.

4. Evitar longos períodos em ambientes quentes.

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Com essa breve lembrança, vamos analisar alternativa por alternativa:

Alternativa A - Correta: Exatamente! Nossa paciente tem apresentado episódios


de hipotensão que podem levar à quedas, com consequências sérias. Como é
hipertensa e faz uso de múltiplos hipotensores em dose máxima, nosso primeiro
passo seria o ajuste de medicação e verificação do controle da PA com doses
mais baixas.

Alternativa B - Incorreta: Dificilmente a contenção química e mecânica será a


resposta correta, de qualquer questão. Essa é uma prática resguardada para
situações extremas na qual o paciente oferece risco a si e a terceiros. Não é o caso
da nossa paciente.

Alternativa C - Incorreta: A presença de acompanhantes não irá resolver o


problema da paciente, que são crises de hipotensão. O ajuste de medicamentos é
simples e garante autonomia ao paciente.

Alternativa D - Incorreta: Mesmo argumento da alternativa B. A contenção não é,


nem de longe, a melhor solução para nossa paciente. É mais apropriado o ajuste
de medicamentos.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 32

CCQ: Saber que o achado de lesões de alto risco na colonoscopia (adenoma


viloso; lesões > 1cm ou displasias de alto grau) necessitam acompanhamento
com intervalos menores – colono a cada 3 anos

Fala, pessoal! Câncer colorretal é um tema super frequente nas provas.

Vamos rever um pouco sobre isso?

Vamos relembrar os diferentes tipos de pólipos adenomatosos:

- Adenoma tubular: com glândulas tubulares ramificadas, é o subtipo mais comum


(65–80%), e é geralmente benigno e pediculado.

44
- Adenoma viloso: com longas projeções digitiformes do epitélio, é o mais raro (5–
10%); é mais comumente séssil e o mais associado à neoplasia.

- Adenoma túbulo-viloso: com elementos de ambos os padrões celulares.

E o tamanho importa? SIM! Lesões < 1 cm possuem menos de 5% de risco de


evoluir para adenocarcinoma, enquanto adenomas vilosos > 2 cm tem cerca de
50% de chance de malignização.

Na colonoscopia, esses pólipos são retirados e levados para análise


histopatológica. De acordo com o resultado, veremos o intervalo de repetir a
colono.

- Caso o pólipo ressecado não apresente displasia ou tenha margens livres,


histologia bem definida e ausência de invasão linfovascular, a ressecção foi
curativa!

- Após a polipectomia, deve ser realizado controle com colonoscopia três anos
após o procedimento. Caso esta seja negativa, ou seja, não sejam identificadas
novas lesões, devemos passar para um controle a cada 5 anos.

- Lesões de alto risco (adenomas vilosos, lesões > 1 cm ou com displasia de alto
grau) devem ser reavaliadas de forma mais precoce, a cada 3 anos!

Nossa paciente tem um dos pólipos caracterizado como tubuloviloso –


características de lesão de alto risco de malignização. Portanto, como vimos
acima, o intervalo até a próxima colonoscopia deve ser de 3 anos.

- Uma observação: se não houvesse nenhum pólipo de característica


maligna/grave, a colono poderia ser repetida a cada 5 anos. Mas, a maioria das
referências indica que, como havia um problema (pólipos), seja repetida em 3 anos.
O achado de pólipos malignos reforça essa indicação.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativa A – Correta: Isso! Como tem um túbulo-viloso (lesão grave), a próxima


deve ser em 3 anos.

Alternativas B, C e D – Incorretas: Não. O intervalo deve ser de 3 anos.

Portanto, a resposta é a alternativa A.

45
Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 33

CCQ: RN assintomático com lesões puntiformes de halo eritematoso sugere


eritema tóxico

Quando o assunto é exame físico do recém-nascido, as lesões de pele têm grande


importância. São muito prevalentes e geram preocupações nas mães, que irão
procurar o médico pediatra para avaliação.
Veja que neste caso, o bebê tem exame físico normal e a única queixa que a mãe
traz são essas lesões de pele que se iniciaram no 2º dia de vida e permanecem
ainda no 5º dia de vida. São vesículas, pápulas e pústulas pequenas e com halo
eritematoso (vulgo “bolinhas vermelhas de todos os tipos”). A clínica sugere o
famoso eritema tóxico.
É autolimitado, assintomático e benigno. Surgindo com 2-3 dias de vida e
melhoram em 1 semana. A etiologia não é determinada ainda mas acredita-se em
fatores ambientais, irritação mecânica e química.

Alternativa A – Incorreta: A miliária é sudorese associada à obstrução das


glândulas sudoríparas. Assim, piora em circunstâncias de aumento de temperatura.

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A miliária rubra (conhecida como brotoeja) é uma obstrução mais profunda, na
derme e faz pápulas eritematosas. Geralmente, começa após 1 semana de vida.
Como é muito parecida com o eritema tóxico, o que os diferencia é quando se
iniciam.

Alternativa B – Correta: Conforme explicado acima.

Alternativa C – Incorreta: A pustulose cefálica neonatal se apresenta com pápulas


eritematosas e pústulas que começam em região malar e evoluem para face e
couro cabeludo, e podem ir para tronco e membros superiores. É reacional ao
fungo Malassezia furfur. Se inicia com 1 mês de vida e se resolvem
espontaneamente.

Alternativa D – Incorreta: A melanose pustulosa transitória neonatal é muito


menos comum que o eritema tóxico, são presentes já ao nascimento (no caso do
enunciado começou no 2º dia de vida), são vesículas e pústulas que acometem
qualquer lugar do corpo e que quando se rompem deixam manchas hipercrômicas.
A melhora é espontânea.

Fonte: Tratado de Pediatria Sociedade Brasileira de Pediatria - 5ªed

Gabarito Oficial: Alternativa B

47
Opinião Aristo: NÃO cabe recurso

QUESTÃO 34

CCQ: Saber que lesão ulcerada em vulva em paciente pós-menopausa,


sobretudo havendo líquen esclerotrófico, devemos pensar em câncer de vulva

Olá, pessoal! Questão difícil sobre um tema não muito frequente nas provas.

Aqui, temos que lembrar que toda lesão ulcerada deve levar o alerta para suspeita
de neoplasia.

Mas, quais outros fatores descritos na questão aumentam as chances de essa


lesão se tratar de uma neoplasia de vulva?

Pós-menopausa e presença de líquen esclerotrófico.

- O líquen escleroatrófico é dermatose inflamatória crônica benigna, mas, que


consiste em um fator de risco para neoplasia de vulva.

48
MATTIP, E., et al. 2011.

Portanto, a descrição de área hipocrômica e apagamento de pequenos lábios é


sugestiva de líquen escleroso e atrófico.

Logo, devido à idade, presença de líquen e localização da lesão ulcerada, nossa


principal hipótese é a neoplasia de vulva e, diante de uma lesão sugestiva, sempre
devemos biopsiar.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

49
Alternativas A e B – Incorretas: Lesões muito menos frequentes nessa faixa etária,
sobretudo em associação com o líquen.

Alternativa C – Correta: Isso. Como discutimos acima, líquen + pós-menopausa +


lesão ulcerada = provável neoplasia de vulva. Biopsiar sempre!

Alternativa D – Incorreta: A localização é externa e, portanto, tem provável origem


vulvar.

Portanto, a resposta é a alternativa C.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 35

CCQ: A educação popular em saúde tem como princípios: diálogo, amorosidade,


problematização, construção compartilhada do saber, emancipação e
compromisso com a construção do Projeto Democrático Popular

Fala pessoal, como vocês estão? Espero que estejam focados nos estudos! Hoje
vamos falar sobre Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS).
Mas antes de discutir as alternativas, vamos estudar sobre o tema?
Instituída pela Portaria do Ministério da Saúde n. 2.761, de 19 de novembro de 2013
a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS) tem como
princípios teóricos e metodológicos fundamentais:

1. Diálogo;
2. Amorosidade;
3. Problematização;
4. Construção compartilhada do saber;
5. Emancipação;
6. Compromisso com a construção do Projeto Democrático Popular.

Seu objetivo geral é: Implementar a Educação Popular em Saúde (EPS) no âmbito


do SUS, contribuindo com a participação popular, com a gestão participativa, o
controle social, o cuidado, a formação e as práticas educativas em saúde.

Agora ... Vamos às alternativas!

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Alternativa A - Incorreta: Quando falamos de educação popular em saúde, busca-
se uma construção compartilhada do conhecimento através do diálogo, ou seja,
de forma horizontal. As palestras não se encaixam bem nesse modelo, pois a
transmissão do saber ocorre de forma verticalizada do palestrante (que ficaria
como o detentor do saber) para o público presente.

Alternativa B - Incorreta: Novamente ao focar nas falas dos coordenadores do


grupo, vemos que essa transmissão do saber também é verticalizada, ou seja, não
se faz através do diálogo.

Alternativa C - Incorreta: Acho que vocês já entenderam, né? Na EPS não


buscamos que um detentor do saber repasse o conhecimento, todos possuem voz.

Alternativa D - Correta: Isso mesmo! Além de trazer o diálogo e a construção


compartilhada do saber, essa opção levanta a problematização que deve ocorrer
ao se implementar a EPS.

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Portaria do Ministério da Saúde n. 2.761, de 19 de novembro de 2013.

QUESTÃO 36

CCQ: Saber que a Doença de Parkinson cursa com bradicinesia, rigidez,


tremores, alterações do olfato e sono, e a RNM confirma o diagnóstico quando
há redução da espessura da pars compacta e hipointensidade no putâmen

Dae querido aluno Aristo! Vamos analisar juntos esse caso clínico em Neurologia?

Nele, a chave era procurar por elementos chave, que nos levariam em direção ao
diagnóstico etiológico específico.

Temos um paciente masculino, idoso, com queixa de bradicinesia há 6 meses,


sensação de instabilidade ao caminhar, tremores em mãos de repouso, rigidez,
alteração de olfato, constipação intestinal, alteração no padrão de sono. Nega

51
alterações de memória e cognição.

Ao exame físico apresenta alterações na expressividade facial, diminuição dos


movimentos dos braços, tremores assimétricos das mãos na manobra dos braços
estendidos, movimentos alternados com assimetria e lentidão, e hipertonia em
roda dentada.

Por fim, uma ressonância magnética constatou redução da espessura da pars


compacta e maior grau de hipointensidade de sinal no putâmen.

Meu caro aluno, esse é um caso clássico de Doença de Parkinson! E, se você tinha
dúvidas, a ressonância magnética descrita é compatível com essa doença.

Os sintomas mais clássicos, como tremor assimétrico, bradicinesia e hipertonia


em roda dentada, aposto que você lembrou. Mas, outros sintomas menos
discutidos podem ter te confundido:

- A perda de olfato pode ser um dos primeiros sintomas de Doença de


Parkinson. Você sabia?
- A constipação é uma queixa comum na Doença de Parkinson, e é
decorrente de acometimento autonômico.
- Os pacientes com essa doença também frequentemente se queixam de
alterações do sono. Em geral, têm dificuldade de iniciar o sono, possuem
sono fragmentado e sonolência excessiva durante o dia.

Agora sim, vamos analisar alternativa por alternativa:

Alternativa A - Incorreta: A demência vascular cursa com sintomas cognitivos e


alterações mentais, numa progressão descrita como “stepwise decline”, ou seja,
um declínio em degraus, com alterações súbitas nas habilidades. À ressonância
magnética, esperaríamos múltiplos focos de lesões isquêmicas de diferentes
idades de evolução.

Alternativa B - Incorreta: O tremor essencial inicia já na juventude, não sendo


comum seu início tardio. É caracterizado pelo tremor de intenção e tende a
melhorar com a ingesta de álcool. Não apresenta alterações à RNM.

Alternativa C - Correta: Exatamente caro aluno! A sintomatologia é clássica e, o


exame de imagem comprova nossa hipótese.

Alternativa D - Incorreta: A doença de Alzheimer é marcada por alterações


cognitivas e de memória. Nosso paciente não apresenta essas queixas.

52
Gabarito oficial: alternativa C.
Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 37

CCQ: Saber que em casos de acidente de trânsito envolvendo motociclistas,


devemos retirar o capacete, rolar o paciente em bloco e, em seguida, colocar o
colar cervical

Fala, pessoal! Tudo certo? Questão sobre atendimento inicial ao paciente


politraumatizado, tema super importante!
A retirada de capacete de paciente em posição ventral é similar e exige adaptação
do posicionamento para o controle manual da cabeça e rolagem 180º antes da
colocação do colar cervical.
O capacete não deve ser retirado nos casos de excessiva dor ou parestesia ao
movimento e na presença de objetos transfixados. A exceção para esses casos é
a necessidade de acesso às vias aéreas comprometidas, situação na qual torna-
se imprescindível a retirada do capacete.
Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativa A – Incorreta: É preciso realizar o rolamento antes de colocar o colar


cervical.

Alternativas B e D – Incorretas: Pessoal, não é possível colocar o colar cervical


antes de retirar o capacete.

Alternativa C – Correta: Isso. Uma outra opção seria rolar, retirar o capacete e
colocar o colar. O que não tem jeito é colocar o colar antes de tirar o capacete e
nem colocar o colar antes de rolar.

Portanto, a resposta é a alternativa C.


Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 38

CCQ: Abaulamento inguinal redutível após choro indica hérnia inguinal com
necessidade de cirurgia eletiva

53
Ei, aluno Aristo, questão interessante sobre hérnias e bem elaborada, vamos rever
juntos o tema?
A hérnia ocorre quando há o deslocamento de uma estrutura para uma outra
região. E a questão traz dois pontos importantes para observarmos: a criança é
prematura e a sintomatologia descrita é em lado direito. A última fase da descida
testicular relaciona-se ao peritônio, por isso em prematuros a incidência da hérnia
é maior. E o lado esquerdo desce primeiro, por isso a incidência do lado direito é
maior.
A suspeita da hérnia inguinal é feita considerando os fatores de risco citados e o
quadro clínico: abaulamento na região que piora com aumento da pressão intra-
abdominal, seja por choro, tosse ou esforço evacuatório. O importante aqui é
considerar outro ponto: o conteúdo é redutível? Se sim, podemos programar a
cirurgia, se não, temos o que chamamos de encarceramento e a abordagem deve
ser imediata.
No caso acima, temos uma hérnia redutível: vamos operar, mas temos um
tempinho de pedir o básico, como um hemograma, e programar a cirurgia. Ah, e a
transiluminação negativa é o que ajuda a fechar o diagnóstico de hérnia e não
considerar o diagnóstico de hidrocele.
E uma dúvida que pode ter acontecido: pedimos ultrassom? Ele não é necessário
para diagnóstico e costuma somente atrasar o tratamento. Então reservamos o
pedido de ultrassonografia para casos duvidosos.

Vamos ver as alternativas:

Alternativa A – Correta: Como vimos, podemos marcar a cirurgia de forma eletiva,


pois a hérnia é redutível.

Alternativa B – Incorreta: Opa, como vimos, nesse caso, em que o quadro é típico,
a ultrassonografia somente vai atrasar a indicação da cirurgia, então não é
necessária.

Alternativas C e D – Incorretas: Pessoal, a hérnia não é um quadro com resolução


espontânea e inclusive, uma espera tão longa irá somente aumentar o risco de
complicações.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

54
QUESTÃO 39

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

CCQ: Em gestante com história pessoal de pré-eclâmpsia, trombofilia e


trombose, está indicado ácido acetilsalicílico 100 mg/dia e enoxaparina em
dose terapêutica

Fala, Aristos! Vamos para mais uma questão sobre Gestação de Alto Risco?

A PE com sinais de gravidade implica o diagnóstico prévio de PE (pressão arterial


≥ 140x110 mmHg + proteinúria ≥ 3 g/24 hrs ou lesão de órgão alvo a partir da 20°
semana) e a presença de sinais de gravidade, como pressão arterial ≥ 160x110
mmHg, oligúria < 500 mL/24 hrs, síndrome HELLP ou sinais de iminência de
eclâmpsia. Em pacientes de alto risco para PE, como as que apresentam história
pessoal ou familiar de PE, está indicado o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) em
baixas doses (até 150 mg/dia) para prevenção de PE, devendo ser iniciado antes
da 20° semana de gestação.

A gestação é um estado pró-coagulante, já que temos diminuição das proteínas


da cascata de coagulação, particularmente o fibrinogênio. Com a presença de uma
trombofilia hereditária de base, como no caso, esse efeito pró-trombótico pode
ser potencializado. Uma vez que a paciente apresenta história prévia de trombose
e deficiência de antitrombina, a mais trombogênica das trombofilias, o Ministério
da Saúde, no Manual de Gestação de Alto Risco, indica a heparinização de baixo
peso molecular em dose terapêutica, associada ao AAS de 100 mg.

Mas atenção! O Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica da Prevenção de


Tromboembolismo Venoso em Gestantes com Trombofilia, em consonância com
algumas diretrizes americanas, indica apenas o AAS 100 mg associado a
enoxaparina em dose profilática, ou seja, 40 mg/dia. Por discordância entre os
documentos oficiais do Ministério da Saúde, a alternativa C também poderia ser
adequada.

Vamos às alternativas?

Alternativa A – Incorreta: Essa é a dose profilática da enoxaparina, que está


indicada para gestantes com trombofilias (excetuando homozigose para FV de

55
Leiden ou mutação 20210A da protrombina) sem história de trombose pessoal
prévia, o que não é o caso.

Alternativa B – Incorreta: O AAS está indicado, mas não compreende a estratégia


farmacológica completa para essa paciente.

Alternativa C – Correta: O PCDT do Ministério da Saúde, disponibilizado em 2020,


permite essa estratégia terapêutica em pacientes com trombofilia de alto risco e
evento trombótico prévio.

Alternativa D – Correta: O Manual de Gestação de Alto Risco indica o AAS 100


mg/dia, tanto para prevenção de PE quanto de tromboembolismo, e a enoxaparina
em dose terapêutica, 1 mg/kg, de 12 em 12 horas.

Opinião Aristo: CABE recurso!

QUESTÃO 40

CCQ: Saber que a esporotricose linfocutânea se manifesta com úlceras e


nódulos lineares

Fala pessoal! Questão realmente compatível com o quadro de esporotricose, onde


temos várias formas (cutâneo fixa, cutânea múltipla….), sendo a mais comum a
linfocutânea, onde temos a evolução de uma ferida (que geralmente sofreu um
trauma, sendo que pode muitas vezes não estar descrito na questão) de um nódulo
para uma lesão necrótica.

A partir deste local temos evolução para afetação das vias linfáticas, tendo um
padrão linear. Apesar de não ser no antebraço, podemos ter uma noção de como
é a evolução da doença com a imagem abaixo:

56
Como a banca nos dá um paciente com uma descrição de lesão com evolução para
ulceração que agora apresenta nódulos lineares a ela, nossa principal hipótese
deve ser de esporotricose.

Vamos às alternativas:

Alternativa A - Correta: Sim, é a nossa principal hipótese.

Alternativa B - Incorreta: É uma infecção causada por fungos pigmentados, onde


temos manchas enegrecidas.

Alternativa C - Incorreta: Leishmaniose tem como característica uma úlcera única


indolor de bordes elevados, fundo limpo… Então, também não é nossa principal
hipótese.

Alternativa D - Incorreta: Esta seria a paracoccidioidomicose, é uma infecção que


afeta principalmente mucosas (oral e nasal), onde o paciente apresenta
granulomas ulcerativos.

Gabarito oficial: Alternativa A.


Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

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QUESTÃO 41

CCQ: Saber que linfadenopatia cervical e massa mediastinal associada a


sintomas B sugerem o diagnóstico de linfoma

Fala pessoal! Temos aqui nesta questão um paciente com 55 anos que apresenta
linfoadenopatia cervical e axilar há 2 meses, agora vem alguns sintomas muito
importantes: Febre, sudorese noturna e perda de peso.
Estes 3 sintomas são os famosos sintomas B! Que estão muito associados aos
linfomas, claro somente por eles não pensaríamos em linfoma, mas com um quadro
de linfoadenopatia e massa mediastinal associado, linfoma deve ser a nossa
principal hipótese diagnóstica.
Como os linfonodos aumentados estão superficiais (cervicais e axilares), a nossa
melhor conduta aqui é realizar uma biópsia dos mesmos. Então, quando a banca
nos questiona o provável diagnóstico e o exame complementar que deve ser
solicitado (já foram solicitados HMG, PCR, TC de tórax), temos como a melhor
alternativa a B.

Vamos às alternativas:

Alternativa A - Incorreta: Pessoal, CMV não causaria os sintomas B, classicamente


cursa com uma síndrome mono-like

Alternativa B - Correta: Exato, é a alternativa que deveríamos marcar.

Alternativa C - Incorreta: Mononucleose infecciosa cursaria com


faringoamigdalite, linfoadenomegalia e hepato-esplenomegalia. Então, também
não é nossa principal hipótese.

Alternativa D - Incorreta: Linfoadenomegalia crônica não é uma apresentação


típica de carcinoma de tireoide, então, não é a nossa hipótese mais provável.

Gabarito oficial: Alternativa B.


Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

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QUESTÃO 42

CCQ: Saber que sintomas oftalmológicos inespecíficos com crostas em região


palpebral, é típico de blefarite por S. aureus

Fala, pessoal! Tudo certo? Questão difícil sobre um tema bem atípico.
Prurido e lacrimejamento são sinais típicos de diversas patologias. Mas, vemos que
a hiperemia conjuntival é pobre e que o que nos chama mais a atenção é a
hiperemia, edema e secreção na região palpebral.
A blefarite anterior divide-se em estafilocócica e seborreica. A primeira apresenta
crostas duras na base dos cílios e é resultado de uma resposta celular anormal aos
componentes da parede celular do Staphylococcus aureus (S. aureus). A segunda
está frequentemente associada à dermatite seborréica generalizada e apresenta
crostas moles, gordurosas que grudam nos cílios.

Veja mais um exemplo para guardar:

Manual MSD.
Perceba o destaque das secreções, formando uma espécie de crosta e o edema e
hiperemia presentes na pálpebra.
Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativa A – Incorreta: Esses agentes tendem a causar conjuntivites. Vimos que


a apresentação do paciente é mais proeminente nas pálpebras e poupa boa parte
da conjuntiva.

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Alternativas B e D – Incorretas: Herpes acomete, também, a córnea.

Alternativa C – Correta: Isso. Vimos que os sinais mais proeminentes nas


pálpebras é sugestivo de blefarite. Como há secreções/crostas, a principal
suspeita é de S. aureus.

Portanto, a resposta é a alternativa C.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 43

CCQ: Crise convulsiva tônico-clônica após quadro febril e sem alterações pós-
ictais é um quadro benigno

Fala, aluno Aristo, tudo certo? Espero que sim! Essa questão cobra um tema
essencial e que as provas adoram: a crise convulsiva febril.
A crise convulsiva febril é a desordem neurológica mais comum na infância. Ocorre
geralmente em crianças entre 6 meses e 5 anos, com pico aos 18 meses. São crises
convulsivas tônico-clônica generalizada que duram menos de 15 minutos. O
estado pós-ictal apresenta sonolência ou torpor, mas sem déficits focais. A crise
não se repete nas 24 horas seguintes.
O maior “problema” da crise convulsiva febril é a preocupação dos pais. O quadro
é benigno e nossa função é tranquilizar os pais acerca dessa benignidade.
Note que, na questão acima, temos uma criança que só possui essas crises
convulsivas em episódios de febre e a recuperação depois é total, sem alterações,
sem novas crises, sem sinais e sintomas neurológicos.
A vulnerabilidade social e a morte súbita anterior não possuem relação com o
quadro atual da criança, que pode ocorrer em qualquer condição social. Vamos ver
as alternativas:

Alternativa A – Incorreta: Não há sinais de violência infantil, o quadro está bem


explicado. Vamos suspeitar de violência quando observamos alterações que não
são explicadas, como lesões relacionadas a uma queda que não aconteceriam com
o tipo de queda relatado.

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Alternativa B – Incorreta: Não, o passado de morte súbita do irmão não é
relacionado ao quadro atual da criança, que possui a crise convulsiva febril, quadro
benigno, como explicamos.

Alternativa C – Correta: Exatamente: o quadro é benigno e vamos acompanhar de


forma longitudinal.

Alternativa D – Incorreta: O quadro é sim comum e pela benignidade não


precisamos de novas investigações.

Gabarito oficial: alternativa C.


Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 44

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

CCQ: Em um câncer de mama ductal invasivo menor que 2 cm, a presença de


linfonodos positivos é o fator de pior prognóstico

Fala, Aristos! Vamos para mais uma questão sobre Mastologia?

Temos uma paciente de 49 anos que notou nódulo mamário à esquerda e derrame
papilar esverdeado bilateral. O padrão de derrame papilar não é característico do
câncer (CA) de mama, sendo considerado suspeito se unilateral, espontâneo,
sanguinolento ou com água de rocha. O exame clínico das mamas (ECM)
confirmou o achado de um nódulo indolor medindo 1,5 cm em mama esquerda. O
próximo passo seria uma mamografia diagnóstica, exame de escolha em pacientes
maiores de 40 anos. A paciente foi encaminhada à ressecção do tumor e a análise
histopatológica demonstrou um carcinoma intraductal infiltrante, com 2 linfonodos
sentinelas acometidos e receptores hormonais positivos.

Os principais fatores prognósticos associados ao CA de mama são:


- Tamanho do tumor: quanto maior o tumor e a proporção mama/tumor, pior o
prognóstico;
- Tipo histológico: o ductal é menos agressivo que o tipo lobular; quanto menos
diferenciado, maior a agressividade;

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- Condição do linfonodo regional: quando acometido, expressa uma doença
estendida localmente;
- Invasão angiolinfática e vascular: define a presença de metástase;

Vamos às alternativas?

Alternativa A – Incorreta: O tipo ductal, apresentado pela paciente, é o mais


frequente e apresenta melhor prognóstico se comparado ao tipo lobular e
inflamatório.

Alternativa B – Incorreta: O tumor primário é considerado pequeno, pois é menor


que 2 cm.

Alternativa C – Incorreta: Ao contrário, o subtipo molecular de pior prognóstico é


o triplo negativo, que não apresenta receptores hormonais positivos ou
hiperexpressão de HER-2. A presença de receptores amplia o arsenal terapêutico,
propiciando a hormonioterapia.

Alternativa D – Correta: Exatamente! A presença de linfonodos positivos faz com


que essa lesão seja considerada localmente avançada e configura pior
prognóstico. A abordagem é multimodal e pode incluir neoadjuvância, cirurgia e
adjuvância.

ATENÇÃO! Apesar de não haver dúvida sobre a resposta correta, existe um erro
conceitual no enunciado da questão. O termo carcinoma intraductal diz respeito
a uma lesão in situ, ou seja, dentro do ducto mamário. Ao falar em um carcinoma
de células ductais que está localmente avançado, ou seja, acomete linfonodos, a
nomenclatura adequada é o carcinoma ductal invasivo. Por isso, caso você tenha
errado essa questão, pode tentar um recurso afirmando esse erro de classificação.
Referência: Doenças da Mama – Guia de Bolso Baseado em Evidência, 2022.

Opinião Aristo: CABE recurso!

QUESTÃO 45

CCQ: No Brasil temos uma inequidade de acesso aos serviços de saúde


relacionada ao determinantes sociais

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Fala pessoal, beleza? Temos aqui uma questão sobre inequidade em sáude. Mas,
antes de analisar as alternativas, vamos ver sobre os determinantes sociais em
saúde?
Segundo a OMS, os determinantes sociais da saúde estão relacionados às
condições em que uma pessoa vive e trabalha. Também podem ser considerados
os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores
de risco à população. Portanto, entendemos a importância do setor saúde se
somar aos demais setores da sociedade no combate às iniquidades.
Vamos ver um esquema para ajudar a entender como os fatores interagem? Bora!

( DAHLGREN ; WHITEHEAD, 1991)

Mas por que enfatizar os determinantes sociais?


- Eles possuem impacto direto na saúde.
- Os determinantes sociais estruturam outros determinantes da saúde.
- São as “causas das causas”.

Agora ... Vamos às alternativas!

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Alternativa A - Incorreta: As pessoas de raça/etnia indígena representam 0,4%
das mortes, inferior aos 2,6% relacionados às pessoas de raça/etnia amarela.

Alternativa B - Correta: As pessoas brancas representam 65,1% das internações


e 56.6% dos óbitos, ou seja, uma relação de 56,6/65,1 = 0,86 quando comparamos
óbitos e internações. Para as demais raças temos 34,9% de internações e 43,4 %
de óbitos, ou seja, uma relação de 43,4/34,9 = 1,2 quando comparamos óbitos e
internações. Assim, podemos inferir que as pessoas brancas tiveram melhor
sobrevida do que as pessoas das outras raças/etnias juntas.

Alternativa C - Incorreta: As pessoas de raça/etnia preta representam 5,4 % das


internações, inferior aos 26,9 % de pessoas pardas.
Alternativa D - Incorreta: As pessoas de raça/etnia amarela e indígena juntas
representam 2,3 + 0,3 % = 2,6 %, um número inferior aos 5,4 % de pessoas de
raça/etnia preta.

Gabarito oficial: alternativa B.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: PANUGANTI, B. A. et al. Moving Health Education and Behavior Upstream:


Lessons From COVID-19 for Addressing Structural Drivers of Health Inequities.
Health Education & Behavior, v. 47, n. 4 p. 519–524, Aug. 2020. DOI:
10.1177/1090198120929985. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32408770/

QUESTÃO 46

CCQ: O exame de escolha para investigação de TVP é a ultrassonografia com


doppler

Oi, pessoal! Essa questão traz um quadro clínico bastante sugestivo de trombose
venosa profunda (TVP). Bora dar uma olhada nesse tema?

A trombose consiste na formação de coágulos em alguns locais do organismo sem


um estímulo aparente, como sangramentos e traumas. Os locais que mais geram
trombos em nosso corpo são os membros inferiores, no sistema venoso profundo.
Os sintomas de TVP incluem: dor e inchaço de panturrilhas, aumento da

64
temperatura local, endurecimento da região e mudança da coloração da pele. A
TVP ocorre mais em pessoas de idade avançada (como o caso do paciente da
questão, com o adicional, ainda, de ser um paciente oncológico), dislipidêmicas,
com história recente de cirurgias e hospitalizações, obesas, tabagistas e etilistas,
com imobilidade e/ou que fazem uso de anticoncepcionais.

Quando esse trombo é formado, ele pode se desprender e seguir o circuito venoso
até chegar aos pulmões. Lá, ele causará obstrução no sistema venoso pulmonar,
culminando em tromboembolismo pulmonar (TEP), que pode terminar em morte.
Pacientes com risco aumentado de TVP, devem receber tratamento com
anticoagulantes.

Alternativa A – Incorreta: A flebografia é uma “radiografia da veia”, permitindo a


visualização da anatomia dessa estrutura com o auxílio de um contraste. Esse
contraste é injetável, tornando invasivo esse procedimento. Além disso, possui um
custo maior. Não deve ser o primeiro método diagnóstico a ser considerado.

Alternativa B – Incorreta: A arteriografia é um exame utilizado para a avaliação de


obstruções ou aneurismas no sistema arterial (principalmente na aorta e em seus
ramos).

Alternativa C – Correta: O melhor exame para a investigação de trombos no


sistema venoso é a ultrassonografia com doppler.

Alternativa D – Incorreta: A ultrassonografia de partes moles não identificaria


trombos, pois estes estarão presentes no sistema venoso.

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 47

CCQ: Saber que em caso de dispepsia refratária ao tratamento clínico e havendo


suspeita e neoplasia gástrica, o exame padrão-ouro é EDA com biópsia

Fala, pessoal! Tudo certo? Questão tranquila sobre um tema muito frequente nas
provas.

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Os sintomas de dor torácica retroesternal, pirose, disfagia e tosse seca são bem
sugestivos de DRGE, certo?!

Nesse caso, é indicado tratamento empírico com inibidor de bomba de prótons


(IBP) e observar a evolução do quadro.

O tratamento com mudanças comportamentais, sobretudo dietéticas, e uso de IBP


tem boa resposta na grande maioria dos casos. Mas, em caso de refratariedade,
devemos suspeitar de infecção por H. pylori e/ou neoplasia gástrica. O exame
padrão-ouro para esse diagnóstico é a EDA com biópsia.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativa A – Incorreta: É utilizada no diagnóstico da acalasia.

Alternativa B – Incorreta: Utilizada para diagnóstico de DRGE. Nesse caso, o que


queremos saber é se a causa da DRGE seria neoplasia ou infecção por H. pylori e,
por isso, essa não é a melhor opção.

Alternativa C – Correta: Isso. Suspeita de H. pylori ou neoplasia gástrica = EDA


com biópsia é o padrão-ouro.

Alternativa D – Incorreta: Pode haver neoplasia e infecção H. pylori sem que haja
nenhuma obstrução. Portanto, esse exame pode vir normal e, por isso, não é
indicado.

Portanto, a resposta é a alternativa C.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 48

CCQ: Os acidentes preveníveis mais comum com um ano de idade são asfixias,
quedas e aspiração de corpo estranho

Ei, pessoal, tudo certo? Essa questão traz a epidemiologia dos acidentes na
infância. Vamos revisar o tema juntos.

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A prevenção de acidentes na infância é essencial, uma vez que a maioria dos
acidentes é evitável. Cada faixa etária tem os acidentes mais prevalentes. De
maneira geral temos:

- Até os 4 meses de idade: queimaduras, trauma/quedas e sufocamento

- 5 meses até os 12 meses: quedas, queimaduras, choques e afogamentos

- 12 meses a 4 anos de idade: quedas

Mas também podemos raciocinar de acordo com os marcos do desenvolvimento:


no começo da vida, a criança é totalmente dependente, então predominam os
acidentes por descuidos dos responsáveis. Depois, quando começa a se
locomover, já temos novas formas de acidente, como as queimaduras elétricas e
as intoxicações, por exemplo.

Vamos raciocinar juntos com cada alternativa pensando em uma criança de um


ano de idade:

Alternativa A – Incorreta: Aqui, a queimadura solar não é tão importante causa de


acidente, mas pense no atropelamento: com 1 ano de idade a criança ainda está
aprendendo a andar, seria esse um acidente que predomina em uma faixa etária
que mal sabe caminhar? Certamente não.

Alternativa B – Incorreta: Mesma justificativa da alternativa A em relação ao


atropelamento.

Alternativa C – Correta: Opa, se está começando a aprender a caminhar, a


estabilidade ainda não é muito boa e as quedas costumam ser frequentes. Além
disso, temos uma idade de descobrimento e a criança tende a explorar colocando
coisas na boca, no nariz, no ouvido... E se começou a se locomover temos que
tomar muito cuidado com afogamentos e asfixias: a criança pode se afogar até
mesmo no vaso sanitário.

Alternativa D – Incorreta: A queimadura por água na banheira costuma ser mais


comum no início da vida, com a pele sensível do bebê.

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

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QUESTÃO 49
CCQ: É permitido o uso do Whatsapp e plataformas similares para
comunicação entre médicos e seus pacientes para elucidar dúvidas, tratar de
aspectos evolutivos e passar orientações ou intervenções de caráter
emergencial

Fala pessoal, temos aqui uma questão baseada no parecer do Conselho Federal
de Medicina nº14 de 2017 que dispõe sobre o uso de plataforma de
telemensagens. De acordo com esse parecer:

É permitido o uso do Whatsapp e plataformas similares para comunicação


entre médicos e seus pacientes, bem como entre médicos e médicos, em
caráter privativo, para enviar dados ou tirar dúvidas, bem como em grupos
fechados de especialistas ou do corpo clínico de uma instituição ou cátedra,
com a ressalva de que todas as informações passadas tem absoluto caráter
confidencial e não podem extrapolar os limites do próprio grupo, nem
tampouco podem circular em grupos recreativos , mesmo que composto apenas
por médicos.

Além disso, o parecer permite a troca de informações entre pacientes e


médicos, quando se tratar de pessoas já recebendo assistência, é permitida para
elucidar dúvidas, tratar de aspectos evolutivos e passar orientações ou
intervenções de caráter emergencial. Se relevante, deve orientar o paciente a
comparecer ao consultório e registrar em prontuário ou ficha clínica, no primeiro
momento em que o médico tiver acesso ao mesmo.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Correta: Além do parecer do Conselho Federal de Medicina nº14


de 2017, temos o art. 37 do Código de ética médica que prevê : “É vedado ao
médico prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do
paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade
comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente após
cessar o impedimento.” Podemos dizer que nossa paciente está em uma situação
de emergência, pois a anticoncepção de emergência deve ser prescrita em até 72
horas.

Alternativa B, C e D - Incorretas: Como vimos, todas essas alternativas estão


incorretas, pois o médico pode realizar a prescrição em caráter emergencial.

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Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 50

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

CCQ: Saber que o tratamento da HAS estágio 2 deve ser iniciado com duas
drogas de primeira linha

Pessoal, temos aqui uma questão sobre HAS, tema mais do que recorrente nas
provas. A paciente teve 3 medidas alteradas, ou seja, HAS confirmada.

Uma PA de 162x90 configura estágio 2. Vamos rever como classificar?

Bom, agora, temos que avaliar se ela possui fatores de risco e definir a terapia mais
adequada e a meta de PA.

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De acordo com a diretriz, a meta para idosos hígidos é de uma PAS entre 130-139
e PAD entre 70-79.

Como se trata de HAS estágio 2, devemos começar com 2 drogas.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativas A, B, C, e D – Incorretas: Como discutimos acima, a meta é uma PA <


140x80 e o tratamento deve ser iniciado com duas drogas de 1ª linha. Portanto,
todas as alternativas estão incorretas.

Gabarito oficial: Alternativa A.

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Opinião Aristo: Cabe recurso.

FONTE: Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2020.

QUESTÃO 51

CCQ: Saber que em paciente tabagista com histórico da várias pneumonias em


associação a hiporexia, perda de peso, astenia, devemos suspeitar de um tumor
pulmonar complicando com quadros infecciosos

Fala pessoal! Temos aqui um paciente com carga tabágica importante e que já está
em sua 2ª internação por quadro similar em 3 meses. Agora, vem um ponto
importante: Refere que entre as internações, apresentou perda de peso, astenia e
hiporexia!

Galera, lembre-se que os tumores pulmonares podem causar obstrução das vias
intra-pulmonares, o que provoca estase de secreções e predispõe a infecções.

Então, este quadro é de uma pneumonia no momento, mas que esta associada a
um tumor pulmonar, isso explicaria as internações também.

Ao exame físico temos um paciente com MV abolido em hemitórax direito e


macicez à percussão em base de hemitórax direito, isso é um exame compatível
com derrame pleural (pode ser tanto da neoplasia ou da pneumonia, mas isso não
importaria para resolvermos a questão).

A banca nos questiona quais são os diagnósticos a serem cogitados neste


paciente, seriam 3: Pneumonia pós obstrutiva (obstrução pela própria neoplasia
pulmonar), derrame pleural e neoplasia pulmonar. Vamos às alternativas:

Alternativa A - Incorreta: Não temos um quadro sugestivo com nenhuma destas


doenças, talvez a TB tenha te deixado em dúvida, mas veja que o paciente
melhorou com o uso da amoxicilina-clavulanato, então afastamos esta hipótese
também, no caso da silicose não temos histórico compatível e o pneumotórax não
é compatível com o exame físico do paciente.

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Alternativa B - Correta: Sim, como explicado anteriormentes estas são nossas 3
hipóteses que estão presentes no paciente.

Alternativa C - Incorreta: Tromboembolismo pulmonar causaria uma dispneia


súbita, enquanto não temos dados sugestivos de neoplasia de cabeça e pescoço.

Alternativa D - Incorreta: Granulomatose eosinofílica com poliangeite é a famosa


síndrome de Churg-Strauss, associada principalmente com asma de difícil
controle, além de afetação pulmonar. Não é nossa principal hipótese, além de que,
temos claramente uma infecção pulmonar e não de via aérea superior.

Gabarito oficial: Alternativa B.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

QUESTÃO 52
CCQ: Realizar toracocentese em caso de suspeita de derrame pleural sec. à
pneumonia

Querida galera da Aristo, pneumonia e suas complicações é um grande Pareto!

A suspeita clínica de pneumonia deve ser sempre feita em toda tosse seca ou com
escarro mucoide, purulento ou sanguinolento + febre, como em nossa paciente.
Apesar do diagnóstico ser clínico, foi reforçado radiologicamente pela presença de
consolidação lobar.

A pneumonia pode gerar complicações, como o derrame pleural. No caso, a dor


pleurítica (ventilatório-dependente) levantou a suspeita e o diagnóstico foi
fechado através de radiografia (velamento radiográfico de base de hemitórax)!

Salvo exceções, como derrames muito pequenos ou de origem indiscutivelmente


associada à insuficiência cardíaca congestiva (ICC), deve ser coletado através de
punção, por toracocentese, para avaliação do fluido:

- Transudato (sec. a ICC, cirrose, síndrome nefrótica): concentração proteica e


celular baixas.

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- Exsudato (sec. a infecções, neoplasias, paraneoplasias): concentração
proteica e celular altas. A presença de qualquer uma das relações abaixo (Critérios
de Light) é diagnóstico de exsudato:

- Proteína do líquido pleural / proteína sérica > 0,5.

- LDH do líquido pleural / LDH sérico > 0,6.

- LDH do líquido pleural > 2/3 do limite superior do valor de referência do LDH
sérico.

Algo a mais: o tratamento ambulatorial de PAC, em pacientes sem fatores de risco,


pode ser feito com um beta-lactâmico ou macrolídeo.

Alternativa A - Incorreta: Derrame pleural é elucidado através da análise


bioquímica, a TC de tórax não permite distinguir a sua etiologia.

Alternativa B - Correta: Exatamente!

Alternativa C - Incorreta: A radiografia de tórax é suficiente para o diagnóstico de


derrame pleural, a USG não acrescentaria nada ao caso.

Alternativa D - Incorreta: Exame de escarro com pesquisa de BAAR é realizado na


suspeita de tuberculose, em que o quadro tende a ser mais crônico, com febre
vespertina e outros estigmas.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 53

CCQ: Saber que ausência de cicatriz vacinal ou teste tuberculínico negativo não
indicam a revacinação.

Olá, aluno Aristo, as provas adoram as questões sobre imunizações, não é


mesmo!? Essa é sobre algo bem direto: indicação de revacinação da BCG, vamos
entendê-la.

Então, a BCG é aplicada em dose única por via intradérmica (ID), ao nascer,
podendo ser aplicada até os 5 anos incompletos. Previne contra formas graves de
tuberculose (miliar e meníngea, principalmente). Ela é conhecida por gerar uma
cicatriz vacinal que evolui da seguinte forma:

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1. Nódulo local: após a administração, de 3 a 4 semanas, surge um nódulo no
local.
2. Pústula: entre 4 e 5 semanas, o nódulo evolui para uma pústula.
3. Úlcera: em seguida, a pústula evolui para uma úlcera de 4 a 10 mm de
diâmetro.
4. Crosta: após 6–12 semanas surge uma crosta.

Dentre as contraindicações da vacina, temos: RN abaixo de 2 kg; filhos de mães


bacilíferas; portadores de imunodeficiência grave e lesão de pele grave no local de
aplicação.

Outras particularidades:

• Contactantes acima de 1 ano de pacientes com hanseníase devem receber uma


segunda dose de BCG (exceto aqueles que possuem duas cicatrizes).

E em casos de ausência de cicatriz, o que fazer?

Aqui vai uma atualização de 2018 que cai repetidamente nas provas. O novo
documento emitido pela OMS refere que a ausência de cicatriz de BCG após a
vacinação não é indicativa de ausência de proteção. Desta forma, a partir desse
posicionamento da OMS, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) emitiu uma
nota informativa atualizando a conduta e passando a não mais indicar a
revacinação das crianças que não desenvolveram a cicatriz vacinal.

O teste tuberculínico também não tem indicação no caso descrito, apenas em


casos de contato com tuberculose.

Dito isto, vamos às alternativas:

Alternativa A- Incorreta: A recomendação da OMS e do PNI é que mesmo na


ausência de cicatriz, não é necessária a realização do teste tuberculínico nem da
revacinação.

Alternativa B- Incorreta: Segundo atualização da OMS, a ausência de cicatriz não


indica revacinação!

Alternativa C- Incorreta: A ausência de cicatriz não está relacionada a


imunodeficiência, não sendo esse um parâmetro que deve ser utilizado para
indicação ou não de investigação.

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Alternativa D- Correta: Como dito anteriormente, a ausência de cicatriz não indica
revacinação nem realização de prova tuberculínica.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 54

CCQ: Em gestante com história de parto pré-termo anterior, está indicada a


progesterona diária via vaginal

E aí, Aristos! Beleza? Vamos para mais uma questão sobre Prematuridade, a maior
causa de morbimortalidade perinatal no mundo? Temos uma secundigesta com 16
semanas informando um trabalho de parto pré-termo (TPPT) anterior, com 21
semanas, e apresentando uma ultrassonografia transvaginal com a medida do colo
de 43 mm.

Toda paciente com prematuridade em gestação anterior é de risco para um


trabalho de parto prematuro atual. Também são fatores de risco a sobredistensão
uterina (gemelaridade, macrossomia, polidramnia), infecções materno fetais,
malformações uterinas, drogadição e tabagismo. Por isso, a prevenção primária
da prematuridade inclui eliminação dos fatores de risco, tratamento das doenças
de base e prevenção do risco de TPPT. Com esse objetivo, as sociedades de
obstetrícia orientam o rastreamento do comprimento cervical durante a
ultrassonografia morfológica do segundo trimestre, entre 20 e 24 semanas de
gestação, para as pacientes de baixo risco. Para as pacientes de alto risco, por sua
vez, essa avaliação é feita mais precocemente, entre 14 e 26 semanas,
quinzenalmente. As condutas diagnósticas, de acordo com a FEBRASGO, são:

- Se história de TPPT anterior, está indicada a progesterona via vaginal, 200


mg/dia, até 36 semanas;
- Se colo < 25 mm e idade gestacional superior a 20 semanas, diagnosticamos colo
curto e devemos iniciar progesterona vaginal, 200 mg/dia, até 36 semanas;
- Se história clássica de insuficiência istmo cervical (IIC, definida por dilatação
cervical indolor, com 2 abortamentos tardios e/ou partos prematuros), está
indicada a cerclagem do colo uterino entre 14 e 16 semanas de gestação;
- Se colo < 15 mm e janela adequada para cerclagem, essa opção pode ser
considerada; o uso de pessário é controverso e pode ser empregado a partir da
30° semana;

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Vamos às alternativas?

Alternativa A – Incorreta: Não está definido que essa paciente apresenta IIC,
indicação absoluta de cerclagem. Como o TPPT prévio não foi mais bem
caracterizado e a medida colo está superior a 25 mm, essa medida não é
adequada.

Alternativa B – Correta: Exatamente! A progesterona micronizada está indicada


para essa paciente, mesmo com o colo acima de 25 mm, já que ela é de alto risco
para prematuridade, vide o TPPT anterior.

Alternativa C – Incorreta: A suplementação de ácido fólico, vitamina D e ômega 3


não mostraram benefício na prevenção da prematuridade.

Alternativa D – Incorreta: O rastreamento para infecção por GBS com swab vaginal
e anal não deve ser antecipado em caso de risco de prematuridade, permanecendo
entre a 35° e 37° semana de gestação.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso!

QUESTÃO 55

CCQ: Saber que sintomas gerais de febre, cefaleia, mialgia, ageusia, além de
prova do laço positiva, sugere quadro de dengue

Olá, time Aristo!

Temos aqui um quadro bastante sugestivo de Dengue, vamos relembrar quais


sintomas devem levantar alerta para caso suspeito de dengue?

Considera-se caso suspeito de dengue todo paciente que apresente doença febril
aguda, com duração máxima de sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos
sinais ou sintomas como cefaleia, dor retro-orbitária, mialgia, artralgia, prostração
ou exantema, associados ou não à presença de sangramentos ou hemorragias,
com história epidemiológica positiva, tendo estado nos últimos 15 dias em área
com transmissão de dengue ou que tenha a presença do Aedes aegypti.

76
Também pode ser considerado caso suspeito a criança proveniente ou residente
em área endêmica que apresente quadro febril, sem sinais de localização da
doença ou na ausência de sintomas respiratórios.

A PL positiva é uma manifestação frequente nos casos de dengue, principalmente


nas formas graves, e apesar de não ser específica, serve como alerta, devendo ser
utilizado rotineiramente na prática clínica como um dos elementos de triagem na
dengue, e na presença da mesma, alertar ao médico que o paciente necessita de
um monitoramento clínico e laboratorial mais estreito. A prova do laço positiva
também reforça o diagnóstico de dengue.

Ministério da Saúde.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativa A – Incorreta: COVID tende a se manifestar, na grande maioria dos


casos, com sintomas respiratórios, que estão ausentes nesse paciente.

Alternativas B e C – Incorreta: Galera, outras arboviroses também entram no


diagnóstico diferencial. Porém, chikungunya tende a cursar com acometimento e

77
dor articular intensa, enquanto Zika possui um quadro geral mais leve. Além disso,
a prova do laço positiva é sugestiva de Dengue.

Alternativa D – Correta: Isso. Os sinais e sintomas do paciente, juntamente à prova


do laço positiva, sugerem Dengue. O paciente deve ser tratado ambulatorialmente,
notificar o caso e intensificar as medidas preventivas na região.

Portanto, a resposta é a alternativa D.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 56

CCQ: Saber que opacificação radiográfica em hemitórax ocorre na pneumonia

Fala, galera, o diagnóstico clínico e etiológico de pneumonia é pareto! Pneumonias


são infecções do parênquima pulmonar, causadas principalmente por bactérias,
sendo o S. pneumoniae o mais prevalente. São caracterizadas por:

- Suspeita clínica: toda tosse seca ou com escarro mucoide, purulento ou


sanguinolento + febre é sempre suspeito de pneumonia.

- Exame respiratório:

- Inspeção: sinais de esforço respiratório;

- Palpação/percussão: aumento do frêmito toracovocal (pela condensação


pulmonar) ou diminuição (derrame pleural); submacicez (pela condensação
pulmonar) ou macicez (derrame pleural), expansibilidade preservada ou diminuída
(pelo edema de pulmão);

- Ausculta: redução de murmúrios vesiculares (a condensação ocupar o espaço


em que o ar entraria), estertores crepitantes (pelo edema), sopros brônquicos,
sibilos (broncoespasmos na tentativa de eliminar o muco e o infiltrado) e atrito
pleural (se derrame pleural).

- Exame radiológico: consolidação lobar (quando o espaço alveolar está


preenchido por exsudatos e células, como ocorre na pneumonia, o raio X não
atravessa a área consolidada e, por isso, vê-se uma opacificação na radiografia) e
possíveis complicações, como derrame pleural (velamento do seio costofrênico e
parábola de Damoiseau).

78
Considerando que o paciente preenche os parâmetros grifados em negrito, foi
levantada a suspeita de pneumonia, especificamente a adquirida em comunidade,
pois o quadro clínico se iniciou em até 48h da admissão hospitalar.

Alternativa A - Correta: Exato!

Alternativa B - Incorreta: Na pneumonia, há preenchimento do espaço alveolar


com células, proteína e demais partículas, impedindo o Raio X de atravessá-los e
chegar até a placa. Caso chegasse, haveria transparência.

Alternativa C - Incorreta: O paciente tem derrame pleural à esquerda


concomitante e, por isso, deve haver velamento do seio costofrênico.

Alternativa D - Incorreta: Linhas horizontais ocorrem no edema do pulmão. O


paciente não tem crepitação que sugira isso.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 57

CCQ: Saber que na queimadura elétrica a extensão do ferimento na pele não tem
relação com a gravidade

Fala pessoal! Questão clássica do revalida, onde temos um paciente jovem vítima
de queimadura elétrica.

Lembre-se que esta queimadura geralmente apresenta lesões puntiforme na


entrada e na saída da corrente e estas, são bem pequenas comparadas a real lesão
causada por este tipo de queimadura.

Por isso, realmente, não consideramos as lesões de pele para definirmos a


gravidade destas queimaduras.

Vamos às alternativas:

Alternativa A - Incorreta: Pessoal, o paciente caiu e pode ter sofrito um


traumatismo craniano, podendo explicar a perda de consciência, então, apesar de
uma arritmia poder ter gerado a perda de consciência, não podemos afirmar isso.
Por isso, alternativa incorreta.

79
Alternativa B - Incorreta: As lesões de entrada e saída nos demonstram sim o
trajeto desta corrente no corpo do paciente.

Alternativa C - Incorreta: Não pessoal, como vimos as lesões cutâneas não se


relacionam com o grau ou gravidade da queimadura, geralmente são puntiformes,
então se levássemos em conta as mesmas, provavelmente subestimaríamos a
queimadura.

Alternativa D - Correta: Exato! As lesões cutâneas neste tipo de queimadura não


têm relação com a gravidade do caso.

Gabarito oficial: Alternativa D.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

QUESTÃO 58

CCQ: Diferença maior ou igual a 3% na saturação entre os membros no teste do


coraçãozinho indica repetição do exame em 1 hora

Querido aluno Aristo, tudo bem por aí? Espero que sim. Interpretação de teste do
coraçãozinho é Pareto e vamos revisar o tema juntos.

O teste do coraçãozinho é um dos testes de triagem neonatal. Ele é realizado entre


24 e 48 horas após o nascimento. É feito da seguinte forma: coloca-se um oxímetro
no membro superior direito (saturação pré-ductal) e um outro oxímetro no membro
inferior (saturação pós-ductal). Assim, vamos rastrear cardiopatias que precisam
da patência (perviedade) do ducto arterioso antes que ele feche.

A interpretação e condução do resultado pode ser resumida no fluxograma abaixo:

80
O recém-nascido do caso apresentou: saturação de 99% em membro superior
direito e 95% em membro inferior direito. Ou seja, diferença de 4%. Se a diferença
é maior que 3% entre as medidas, vamos repetir o exame em 1 hora.

Vamos ver as alternativas:

Alternativa A – Incorreta: Não, pois há uma alteração ao exame: vamos confirmar


se temos mesmo uma alteração e investigar se necessário.

Alternativa B – Correta: Exatamente.

Alternativa C – Incorreta: Não, primeiro confirmamos a alteração, mesmo porque


a simples alteração de temperatura dos membros pode falsear o exame. Se a
alteração persistir após uma hora, aí sim pedimos o ecocardiograma.

Alternativa D – Incorreta: Esse exame não faz parte da abordagem do caso,


havendo ou não alterações ao teste.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

81
QUESTÃO 59

CCQ: A SOP cursa com aumento do LH e diminuição/inalteração do FSH,


causando aumento da relação LH/FSH pra mais de 2,5

E aí, estudantes. Essa questão cobra conhecimentos, de forma direta, sobre a


Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). Vamos revisar esse tema?

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é caracterizada pela ausência ou


irregularidade da ovulação, associada ao excesso de hormônios androgênicos na
mulher. É uma doença muito relacionada à obesidade e à resistência insulínica (RI).

O quadro clínico é composto por irregularidade ou ausência de ciclo menstrual,


sinais de hiperandrogenismo (hirsutismo, alopecia e acne) e, eventualmente,
acantose nigricans (devido à resistência insulínica). Nos exames laboratoriais,
notamos aumento na concentração de hormônios androgênicos e adrenais,
estrogênio, insulina e LH. O FSH permanece diminuído ou inalterado. Sendo assim,
pelo aumento do LH e diminuição/inalteração do FSH, a relação LH/FSH aumenta.

Para diagnóstico de SOP, utilizamos os critérios de Rotterdam (a presença de 2


dos 3 pontos a seguir fecha diagnóstico):

· Ano/oligovulação;

· Hiperandrogenismo (clínico ou laboratorial);

· Ovários policísticos evidenciados na ultrassonografia (12 ou mais


folículos de 2 a 9 mm de diâmetro OU volume ovariano maior que 10
cm³). Importante dizer que a presença de cistos ovarianos não é
obrigatória para fechar o diagnóstico de SOP (os outros dois critérios já
são suficientes).

O tratamento é feito com mudanças do estilo de vida, perda de peso e manejo de


comorbidades (diabetes, HAS etc), além de medicamentos, se necessário. Se a
mulher deseja engravidar, o tratamento é feito com indutores de ovulação, como
o clomifeno (a metformina pode ser associada no caso de refratariedade ao
clomifeno). Se a mulher não quiser engravidar, o tratamento pode ser feito com
anticoncepcionais orais.

Vamos para as alternativas?

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Alternativa A – Incorreta: Mulheres com SOP, na verdade, possuem
hiperinsulinemia.

Alternativa B – Incorreta: O LH sistêmico permanece mais alto na vigência de SOP.

Alternativa C – Incorreta: Os critérios de Rotterdam consistem no padrão-ouro


para o diagnóstico de SOP.

Alternativa D – Correta: Nos casos de SOP, o aumento do LH e a diminuição ou


inalteração do FSH pode causar a inversão da relação LH/FSH (podendo
ultrapassar 2,5).

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 60

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

CCQ: Obesidade com IMC >40 e baixo peso no início da gestação (IMC <18) são
critérios para a indicação para o alto risco na gestação

Beleza galera? Questão relacionada à uma atualização fresquinha do Ministério da


Saúde o Novo Manual de Gestação de Alto Risco de 2022
(https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2022/03/manual_gestacao_alto_risco.pdf). A questão foca nos
critérios para encaminhar uma gestante como pré-natal de alto risco. Vamos
aproveitar esse contexto para revisar?

A definição de risco gestacional não é tarefa fácil, e listas e critérios de definição


de risco gestacional apresentam muita divergência na literatura especializada.
Segundo o Ministério da Saúde, devemos incluir:

Características individuais e condições sociodemográficas:


● Idade <15 anos e >40 anos.
● Obesidade com IMC >40.
● Baixo peso no início da gestação (IMC <18).

83
● Transtornos alimentares (bulimia, anorexia).
● Dependência ou uso abusivo de tabaco, álcool ou outras drogas.

História reprodutiva anterior:


● Abortamento espontâneo de repetição (três ou mais em sequência).
● Parto pré-termo em qualquer gestação anterior (especialmente <34
semanas).
● Restrição de crescimento fetal em gestações anteriores.
● Óbito fetal de causa não identificada.
● História característica de insuficiência istmocervical.
● Isoimunização Rh.
● Acretismo placentário.
● Pré-eclâmpsia precoce (<34 semanas), eclâmpsia ou síndrome HELLP.

Condições clínicas prévias à gestação:


● Hipertensão arterial crônica.
● Diabetes mellitus prévio à gestação.
● Tireoidopatias (hipertireoidismo ou hipotireoidismo clínico).
● Cirurgia bariátrica.
● Transtornos mentais.
● Antecedentes de tromboembolismo.
● Cardiopatias maternas.
● Doenças hematológicas (doença falciforme, púrpura trombocitopênica
autoimune (PTI) e trombótica (PTT), talassemias, coagulopatias).
● Nefropatias.
● Neuropatias.
● Hepatopatias.
● Doenças autoimune.
● Ginecopatias (malformações uterinas, útero bicorno, miomas grandes).
● Câncer diagnosticado.
● Transplantes.
● Portadoras do vírus HIV.

Intercorrências clínicas/obstétricas na gestação atual:


● Síndromes hipertensivas (hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia).
● Diabetes mellitus gestacional com necessidade de uso de insulina.
● Infecção urinária alta.
● Cálculo renal com obstrução.
● Restrição de crescimento fetal.
● Feto acima do percentil 90% ou suspeita de macrossomia.

84
● Oligoâmnio/polidrâmnio.
● Suspeita atual de insuficiência istmo cervical.
● Suspeita de acretismo placentário.
● Placenta prévia.
● Hepatopatias (por exemplo: colestase gestacional ou elevação de
transaminases).
● Anemia grave ou anemia refratária ao tratamento.
● Suspeita de malformação fetal ou arritmia fetal.
● Isoimunização Rh.
● Doenças infecciosas na gestação: sífilis (terciária ou com achados
ecográficos sugestivos de sífilis congênita ou resistente ao tratamento com
penicilina benzatina), toxoplasmose aguda, rubéola, citomegalovírus,
herpes simples, tuberculose, hanseníase, hepatites, condiloma acuminado
(no canal vaginal/colo ou lesões extensas localizadas em região
genital/perianal).
● Suspeita ou diagnóstico de câncer.
● Transtorno mental.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: A cirurgia uterina anterior, IMC de 33 kg/m2, e idade de


36 anos não estão entre os critérios de indicação para o alto risco.

Alternativa B - Incorreta: O IMC de 19 não entra nos critérios de alto risco.

Alternativa C - Incorreta: A cirurgia anterior e idade não estão entre os critérios


de indicação para o alto risco.

Alternativa D - Incorreta: O Ministério da Saúde prevê que obesidade com IMC


>40 e baixo peso no início da gestação (IMC <18) são critérios para a indicação
para o alto risco. Assim, um IMC de 33 não entra nesses critérios.

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não há alternativa correta. Portanto, cabe recurso.

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.


Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Gestação de Alto

85
Risco [recurso eletrônico] / High-risk pregnancy manual. 1ª edição – 2022 – versão
preliminar. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.

QUESTÃO 61
CCQ: O tratamento da bulimia nervosa envolve psicoeducação, reeducação
alimentar, terapia cognitiva-comportamental e fluoxetina 40-60 mg/dia

Fala pessoal, como anda a revisão com questões? Temos aqui uma questão de um
tema super relevante na atenção primária, os transtornos alimentares. Vamos
aproveitar para revisar sobre a bulimia nervosa?

Trata-se de um transtorno alimentar com prevalência de 1-1,5%, com predomínio


em adultas jovens de 16-35 anos. Em geral, possuem peso normal ou elevado, com
problema de controle de impulsos. A paciente, no geral, reconhece o problema e
sente vergonha da situação.

O quadro clínico se caracteriza por episódios bulímicos ( episódios de grande


ingesta alimentar, sem controle e em curto espaço de tempo) e purgação (vômitos,
laxantes e atividade física extenuante).

E o tratamento... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: O citalopram além de não controlar a compulsão, se


usado por longos períodos, pode causar ganho de peso e aumento da gordura
abdominal.

Alternativa B - Incorreta: A venlafaxina tem seu uso principal na depressão,


transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade social e transtorno
do pânico. Seu uso é limitado em transtornos alimentares.

Alternativa C - Correta: O tratamento da bulimia nervosa envolve psicoeducação,


reeducação alimentar, terapia cognitiva-comportamental e, em adendo, fluoxetina
até 60 mg/dia (em geral, 40-60 mg/dia). A fluoxetina ajuda a reduzir os episódios
de compulsão alimentar, como segunda linha de tratamento, podemos pensar no
Escitalopram, Fluoxetina e Sertralina.

86
Alternativa D - Incorreta: O topiramato tem aplicação, principalmente, nas
epilepsias e profilaxia da migrânea. Seu uso é limitado em transtornos alimentares.

Gabarito oficial: alternativa C.


Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: American Psychiatric Association. Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais - DSM-5. Porto Alegre: Artmed; 2014.

Cordioli AV, Gallois CB, Isolan L. Psicofármacos - Consulta rápida. 5a edição.


Artmed; 2015.

QUESTÃO 62

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

CCQ: No paciente vítima de trauma hemodinamicamente estável, a TC é o


exame preferencial

Fala, pessoal! Questão sobre atendimento inicial ao paciente vítima de trauma,


tema muito importante para as provas. No paciente hemodinamicamente estável,
podemos realizar uma TC. A TC permite identificar a presença e a extensão de
algumas lesões de órgãos específicos, além de facilitar a visualização das
estruturas retroperitoneais e pélvicas que, muitas vezes, não são bem avaliadas
por exames, como físico, FAST e LPD.

Perceba que nosso paciente está estável hemodinamicamente, sem sinais de


irritação peritoneal nem indicações de laparotomia imediata.

Portanto, de acordo com o ATLS, o exame inicial, sempre que possível, deve ser a
tomografia. A radiografia é uma opção para a avaliação de uma possível fratura de
membros, pelve ou costelas, ou quando houver indisponibilidade/contraindicação
para TC. Fora dessas situações, a TC deve ser o exame de escolha.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativas A e D – Incorretas: Não são exames preconizados para o atendimento


inicial ao politraumatizado.

87
Alternativa B – Incorreta: Como discutido acima, apenas no caso de
contraindicação/indisponibilidade de TC.

Alternativa D – Correta: Esse seria o melhor exame.

Gabarito oficial: Alternativa B.

Opinião Aristo: Alternativa D - Cabe recurso.

FONTE: ALTS, 10a edição.

QUESTÃO 63

CCQ: Icterícia após 18 horas de vida indica um quadro não fisiológico e quando
acima de 8 mg/dl nas primeiras 24 horas indica fototerapia

Ei, aluno Aristo. Temos aqui mais um tema super importante para as provas:
icterícia no recém-nascido. Vamos rever o tema juntos.

A icterícia neonatal é bem comum e costuma não trazer complicações. A condição


pode ou não ser fisiológica e temos alguns fatores de risco que indicam uma
icterícia não fisiológica, como: Icterícia nas primeiras 24 a 36 horas de vida,
prematuridade ou baixo peso ao nascer, incompatibilidade ABO, Rh ou por
antígenos irregulares, céfalo-hematoma ou sangramento significativo, perda
ponderal acentuada, irmão com icterícia neonatal tratado com fototerapia,
bilirrubina total na zona de alto risco (percentil maior que 95) ou intermediária
superior (percentil de 75 a 95) antes da alta hospitalar, aumento súbito da
bilirrubina com velocidade de crescimento maior que 5 mg/dl ao dia, descendência
asiática, filhos de mãe diabética e clampeamento de cordão umbilical muito tardio.

Note que marcamos em negrito tudo que a criança apresenta. Mas como sabemos
a zona de risco? Analisando o normograma de Bhutani, veja só:

88
Então a criança possui fatores de risco importantes e tudo indica que temos aqui
uma icterícia não fisiológica. Mas antes de vermos a conduta, que tal revisar as
zonas de Kramer, uma vez que a questão cita que a icterícia está presente até a
zona 2.

89
Sempre que o percentil estiver acima de 95, ou seja alto risco, vamos iniciar a
fototerapia e reavaliar a bilirrubina a cada 4-8 horas.

Vamos ver cada alternativa:

Alternativa A – Correta: Exatamente o que faremos nesse caso.

Alternativa B – Incorreta: Não, se não agirmos, temos o risco que a questão coloca
no enunciado: que a criança desenvolva uma condição que traz sequelas
neurológicas decorrentes da impregnação de bilirrubina no encéfalo, chamada de
Kernicterus.

Alternativa C – Incorreta: Não, o quadro aqui não é relacionado à desidratação.

Alternativa D – Incorreta: Não. As indicações de exsanguinotransfusão são: logo


após o nascimento, quando BT > 4 mg/dL e/ou hemoglobina < 12 g/dL (na suspeita
doença hemolítica) em sangue de cordão e elevação da BT ≥ 0,5–1,0 mg/dL/hora
nas primeiras 36 horas de vida.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 64

CCQ: Morte obstétricas indiretas são aquelas que não ocorrem devido a causas
obstétricas diretas, mas devido à causas que foram agravadas pelos efeitos
fisiológicos da gravidez

Fala pessoal, temos aqui uma questão muito prevalente nas provas do Revalida e
que sempre merece nossa atenção, a morte materna. Nesse contexto, vamos
revisar sobre o tema?

Morte materna: É a morte de uma mulher, ocorrida durante a gestação ou até um


ano após seu término, independentemente da duração ou da localização da
gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou
por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou
incidentais.

As mortes maternas podem ser subdivididas em dois grupos:

90
1. Mortes obstétricas:
a) Mortes obstétricas diretas: Aquelas resultantes de complicações obstétricas
na gravidez, parto e puerpério, em virtude de intervenções, omissões, tratamento
incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer das causas acima
mencionadas.
b) Mortes obstétricas indiretas: Aquelas resultantes de doenças existentes antes
da gravidez ou de doenças que se desenvolveram durante a gravidez, não devido
a causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos
da gravidez.

2. Mortes incidentais (não-obstétricas):


Morte materna não obstétrica é a resultante de causas incidentais ou acidentais
não relacionadas à gravidez e seu manejo. Também chamada por alguns autores,
como morte não relacionada. Estes óbitos não são incluídos no cálculo da razão
de mortalidade materna.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: O COVID-19 que foi a causa base da morte e não uma
complicação obstétrica direta.

Alternativa B - Correta: O COVID-19 que foi a causa base da morte e a infecção


foi agravada pelos efeitos fisiológicos da gravidez. Assim, temos uma morte
obstétrica indireta.

Alternativa C - Incorreta: Não existe o conceito morte materna suspeita. Logo,


está incorreta.

Alternativa D - Incorreta: Em geral, as mortes incidentais ou não-obstétricas estão


relacionadas à causa externa. Uma doença como o COVID-19 é agravada pelos
efeitos fisiológicos da gravidez, logo é considerada uma causa obstétrica.

Gabarito oficial: alternativa B.


Opinião Aristo: não cabe recurso.
Fonte: Ministério da Saúde (BR). A declaração de óbito: documento necessário e
importante. 3a ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2009.

91
QUESTÃO 65

CCQ: Quando estamos diante de uma gestante com IgM negativo e IgG reagente
para toxoplasmose, interpretamos como gestante imune e seguimos o pré-natal
normalmente

Beleza galera? Questão relacionada à uma atualização fresquinha do Ministério da


Saúde o Novo Manual de Gestação de Alto Risco de 2022
(https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2022/03/manual_gestacao_alto_risco.pdf). A questão foca na
interpretação da sorologia para a toxoplasmose e a conduta a ser tomada. Vamos
aproveitar esse contexto para revisar seguindo a nova atualização? Observe:

● Gestante com IgM e IgG negativos: Interpretamos que trata-se de uma


gestante suscetível. Devemos. Orientar a paciente quanto às medidas de
higiene e dieta, e repetir o exame de 2/2 ou 3/3 meses até o parto.

● Gestante com IgM negativo e IgG reagente: Interpretamos que se trata de


uma gestante imune e a conduta é manter pré-natal normal, não precisa
solicitar sorologias novamente.
● Gestante com IgM reagente e IgG não reagente para toxoplasmose. Veja:

● Gestante com IgM e IgG reagentes. Veja:

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: Estamos diante de uma gestante com IgG reagente e


IgM não reagente. Interpretamos que se trata de uma gestante imune e a conduta
é manter pré-natal normal, não precisa solicitar sorologias novamente e nem
encaminhar ao pré-natal de alto risco.

Alternativa B - Incorreta: Trata-se de uma gestante imune e não uma infecção


aguda.

Alternativa C - Correta: Isso mesmo! diante de uma gestante com IgM negativo e
IgG reagente para toxoplasmose, interpretamos como gestante imune, ou seja,
infecção pregressa. Nesses casos, a conduta é manter o pré-natal normal.

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Alternativa D - Incorreta: Se fosse susceptível, esperaríamos tanto IgM como IgG
negativos.

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.


Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Gestação de Alto
Risco [recurso eletrônico] / High-risk pregnancy manual. 1ª edição – 2022 – versão
preliminar. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.

QUESTÃO 66

CCQ: Saber que o flumazenil consiste no principal antídoto nas intoxicações por
benzodiazepínicos

Olá Aluno(a) Aristo. Tudo tranquilo contigo? Agora que passou a prova acredito
que sim não é mesmo? Maravilha. Temos uma questão bem interessante cobrando
o Pareto sobre intoxicações e antídotos.

Temos o relato de uma paciente de 22 anos, que se intoxicou por


benzodiazepínico, mais especificamente por clonazepan. Ao exame físico,
constata-se uma intensa sonolência e relaxamento muscular, diminuição dos
reflexos e confusão mental, ou seja, um quadro típico de depressão do sistema
nervoso central, principal manifestação deste tipo de intoxicação.

Diante de tal quadro, a banca nos pede qual a conduta mais interessante. Vamos
analisar as alternativas?

Alternativa A – Incorreta: Alternativa tentadora, se não fosse o fato de dizer que


o clonazepam apresenta uma taxa de meia-vida curta, sendo que na realidade seu
tempo de meia-vida é bastante longo.

Alternativa B – Incorreta: A esta altura do campeonato, com a paciente


apresentando a sintomatologia de intoxicação por benzodiazepínico, indicando
que a droga já está na corrente sanguínea, a lavagem gástrica seria ineficaz (a
banca não informa quanto tempo levou para a paciente ingerir os fármacos, pois
no intervalo de até 2 horas, até poderia ser uma abordagem interessante). No

93
entanto, o principal erro da alternativa é oferecer naloxona para paciente,
medicação utilizada em intoxicações por opioides, e não benzodiazepínicos.

Alternativa C – Correta: Exato, a melhor alternativa. Porém vale ressaltar que


muitos estudos vêm sendo feitos em relação a utilização de flumazenil na
intoxicação por um benzodiazepínico. Algumas revisões afirmam que intoxicações
isoladas (ou seja, apenas com benzodiazepínicos de benzodiazepínicos se
resolveriam através apenas do suporte clínico (monitorização com hidratação e
oxigenioterapia. No entanto, a utilização de flumazenil não é uma contraindicação,
e por isto, é a nossa melhor alternativa.

Alternativa D – Incorreta: Como mencionado anteriormente, não temos mais


indicação para se realizar lavagem gástrico na paciente. Além disso, nossa conduta
não inclui administrar metadona, um opioide, e como tal, neste contexto pode
rebaixar ainda mais a paciente.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 67

CCQ: Saber que quadro de obstrução intestinal com perda de peso, anorexia e
radiografia demonstrando dilatação de cólon sugere obstrução por neoplasia
com válvula ileo-cecal competente

Temos uma paciente idosa com dor abdominal em cólica há 3 dias, acompanhada
de distensão, náuseas, hiporexia e parada de eliminação de flatos e fezes. Até
aqui esta claro que temos um quadro de obstrução intestinal.

A pegadinha que banca queria fazer aqui era diferenciarmos entre uma obstrução
somente de cólon ou uma obstrução de delgado e cólon! Isso se dava pela
radiografia, onde podemos ver a presença de dilatação somente do cólon
(dilatação mais periférica, presença de haustrações e não de válvulas coniventes).

Esta distensão de cólon isolada pode estar presente em casos de obstrução baixa
com válvula ileo-cecal competente. Neste caso, temos como principal hipótese
uma neoplasia de cólon, pelo quadro associado de perda de peso e anorexia +
epidemiologia favorável (idosa), mas isso não era importante para resolvermos a

94
questão! O mais importante era reconhecer o quadro de obstrução intestinal e que
somente o cólon estava dilatado na radiografia.

Vamos às alternativas:

Alternativa A - Incorreta: Esta foi a alternativa que gerou mais dúvidas! Mas veja
que não temos a presença de válvula coniventes, empilhamento de moedas e
obstrução centralizada, estamos vendo somente uma distensão do cólon.

Alternativa B - Incorreta: Não temos a observação de pneumoperitônio.

Alternativa C - Correta: Exato! É a nossa principal hipótese aqui. Presença de


haustrações e distensão periférica demonstra dilatação de cólon.

Alternativa D - Incorreta: Claramente a paciente está com obstrução, pois não


está apresentando eliminação de flatos e fezes.

Gabarito oficial: Alternativa C.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

QUESTÃO 68

CCQ: Vômitos não biliosos, em jato, logo após a alimentação, sugerem estenose
hipertrófica do piloro, confirmada por meio de ultrassonografia

Pessoal, temos aqui uma questão sobre estenose hipertrófica do piloro, tema
comum nas provas.

A estenose hipertrófica de piloro é uma hipertrofia progressiva da musculatura


pilórica, que provoca estreitamento do canal pilórico e dificuldade de
esvaziamento do estômago. É um quadro que precisa ser considerado até 12
semanas de vida e representa a principal causa de cirurgia na infância.

A questão nos traz um quadro bem clássico: vômitos não biliosos, em jato, que
ocorrem logo após a alimentação. Os vômitos vão persistindo até que o paciente
apresente hipocalemia e alcalose metabólica hipoclorêmica. E vômitos frequentes
após se alimentar? Podemos ter desidratação e alteração do ganho de peso.

95
No exame físico, podemos ter uma massa muscular hipertrófica no quadrante
superior direito, conhecida como sinal da oliva.

Como confirmamos nossa hipótese? Com a ultrassonografia. Nela, notamos


aumento do espessamento pilórico (tipicamente ≥ 4 mm; normal, < 2 mm) e
alongamento do piloro (> 16 mm).

Vamos ver as alternativas:

Alternativa A – Correta: Exatamente o que faremos nesse caso para confirmar a


nossa suspeita.

Alternativa B – Incorreta: Não, aqui a ressonância não tem indicação e se temos


um exame mais sensível e mais barato, é ele que vamos usar.

Alternativa C – Incorreta: Veja o que a SBP coloca sobre a radiografia nesse caso:
“A radiografia simples de abdome, embora não seja suficiente para confirmação
diagnóstica, é capaz de sugerir sinais indiretos da obstrução pilórica.” A questão
quer o exame para confirmação diagnóstica.

Alternativa D – Incorreta: Mesma justificativa da alternativa B.

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Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 69

CCQ: É permitido o uso do Whatsapp e plataformas similares para


comunicação em grupos fechados de especialistas ou do corpo clínico de
uma instituição com ressalvas

Pessoal, novamente temos uma questão baseada no parecer do Conselho Federal


de Medicina nº14 de 2017 que dispõe sobre o uso de plataforma de
telemensagens. Como vimos, de acordo com esse parecer:

É permitido o uso do Whatsapp e plataformas similares para comunicação


entre médicos e seus pacientes, bem como entre médicos e médicos, em
caráter privativo, para enviar dados ou tirar dúvidas, bem como em grupos
fechados de especialistas ou do corpo clínico de uma instituição ou cátedra,
com a ressalva de que todas as informações passadas tem absoluto caráter
confidencial e não podem extrapolar os limites do próprio grupo, nem
tampouco podem circular em grupos recreativos , mesmo que composto apenas
por médicos.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: Como vimos acima, o grupo pode ser criado, desde que
inclua apenas médicos, respeitando o sigilo e não extrapolem o próprio grupo.

Alternativa B - Incorreta: O sigilo médico deve ser mantido, independente de


autorização ou não do paciente.

Alternativa C - Incorreta: Todos os médicos que integrarem um grupo de


compartilhamento de mensagens devem se responsabilizar pelo conteúdo.

Alternativa D - Correta: O CFM apenas dispõe sobre grupos com médicos e a


proposta do enunciado é um grupo multiprofissional. Assim, o grupo só poderá
incluir profissionais médicos, com a ressalva que as informações passadas têm
caráter confidencial e não podem extrapolar os limites do grupo.

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Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte:
1. Código de ética médica.
2. Parecer do Conselho Federal de Medicina nº14 de 2017:
https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/pareceres/BR/2017/14

QUESTÃO 70

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

CCQ: A faixa etária para a realização do exame preventivo para câncer de colo
uterino é de 25 a 64 anos, porém a conduta para LSIL repetir em 6 meses

Pessoal, o HPV é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de


colo uterino.

Os tipos de HPV podem ser divididos em baixo risco oncogênico (responsáveis


pelos condilomas) e alto risco oncogênico (responsáveis pela neoplasia
intraepitelial de alto grau e câncer).

- Principais tipos de HPV de baixo risco -> 6 e 11.

- Principais tipos de HPV de alto risco -> 16 e 18.

A maioria das pessoas vai ter contato com o vírus HPV em algum momento da vida,
mas a maior parte das infecções desaparece em 6 a 24 meses. Quando ocorre
infecção persistente por HPV de alto risco oncogênico, há maior chance de
desenvolvimento de lesões precursoras e câncer de colo uterino.

Nesse contexto, no Brasil, existe a recomendação do rastreio através da


colpocitologia - famoso Papanicolau ou exame preventivo.

Pelo Ministério da Saúde, devem ser rastreadas as mulheres sexualmente ativas


com idade igual ou superior a 25 anos. Os dois primeiros exames devem ser feitos
com intervalo anual e, se negativos, o rastreamento pode ser feito a cada três
anos.

98
No caso da nossa paciente, ela realizou o rastreio e apresentou uma lesão de baixo
grau pelo HPV. Com esse resultado, temos grandes chances de clareamento nos
próximos meses, e essa lesão se resolver espontaneamente. Para responder
adequadamente, a questão deveria ter apresentado a idade da paciente. Mas
levando em consideração que ela está dentro da faixa etária para triagem, a
indicação é repetir o exame em 6 meses!

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Vamos ver as alternativas:

Alternativa A – Incorreta: Não apresenta o período correto de rastreamento.

Alternativa B – Incorreta: A faixa etária para a realização do exame preventivo de


fato é de 25 a 64 anos, porém a conduta para a paciente é repetir em 6 meses
devido a alteração de lesão de baixo grau.

Alternativa C – Incorreta: O exame deve ser realizado anualmente e, após dois


exames consecutivos negativos, a periodicidade muda para de três em três anos.

Alternativa D – Incorreta: Não apresenta o período correto de rastreamento.

Gabarito oficial: Alternativa B.

Opinião Aristo: CABE RECURSO (sem alternativa correta)!

QUESTÃO 71

CCQ: Proteinúria > 3,5 g já caracteriza uma síndrome nefrótica, que também
pode aparecer com edema periorbitário e/ou ascite, hipoalbuminemia e
hiperlipidemia

E aí, pessoal! Todos bem? Essa questão traz como tema a síndrome nefrótica em
uma mulher com adenocarcinoma ductal infiltrante de mama. Mas revisar alguns
pontos dessa patologia renal?

Definimos como um portador da Síndrome Nefrótica qualquer indivíduo com mais


de 3,5g de proteinúria na urina de 24h. Apenas esse achado já é suficiente para o
diagnóstico. Além disso, outros achados clínicos-laboratoriais importantes são:

· Edema periorbitário e/ou ascite;

· Hipoalbuminemia (< 3 g/dl);

· Hiperlipidemia (podendo ter lipidúria associada).

Essa síndrome pode ter origem primária, acometendo diretamente do glomérulo


(lesão mínima, glomérulo-esclerose segmentar e focal, glomerulonefrite

100
proliferativa mesangial, glomerulonefrite mesangiocapilar e nefropatia
membranosa) ou secundária (devido a inflamações, por exemplo).

O quadro clínico é composto por urina espumosa e edema, geralmente. Ademais,


nessa síndrome ocorre perda de antitrombina III, predispondo fenômenos
trombóticos (como a trombose venosa profunda).

Como tratamento, devemos fazer orientação dietética geral, como aporte calórico
e proteico adequado, restrição líquida (em caso de hiponatremia e
hiposmolaridade sérica), controle do peso diariamente e medida de volume
urinário em 24h, elevação de MMII durante o repouso e restrição de sódio para
controlar o edema. Já o tratamento medicamentoso inclui corticoesteroides e
imunossupressores, anti-hipertensivos (captopril, losartana, espironolactona,
hidroclorotiazida, furosemida) e reposição de albumina (em hospitais).

O enunciado nos traz uma paciente com edema palpebral bilateral, edema de MMII,
urina espumosa, hipercolesterolemia, hipoalbuminemia de 2,4 g/dl e proteinúria >
3,5g na urina de 24h. Esse é o quadro clínico típico da síndrome nefrótica. Bora
para as alternativas?

Alternativa A – Incorreta: Não há sinais clínicos e laboratoriais de disfunção


hepática e/ou hipertensão portal.

Alternativa B – Incorreta: Não há informações que nos levem a acreditar em um


angioedema precipitado pela quimioterapia.

Alternativa C – Incorreta: A paciente não apresenta insuficiência cardíaca,


segundo os dados trazidos pelo enunciado.

Alternativa D – Correta: Nefropatia membranosa possui grande relação com


neoplasias sólidas, e os sinais clínicos e resultados laboratoriais nos levam a
acreditar em uma síndrome nefrótica.

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

101
QUESTÃO 72

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

CCQ: Na avaliação de nódulo tireoidiano, caso o nódulo seja hipoecoico, deve-


se realizar PAAF

Querida galera da Aristo, neoplasia de tireoide é Pareto!

Paciente com nódulo tireoidiano, o primeiro passo foi investigar a função da


tireoide (TSH e T4L). Caso o TSH estivesse baixo, deveria ser realizada
cintilografia. Como o TSH estava normal, seguiu-se com a USG, a fim de procurar
achados sugestivos de malignidade: hipoecoico, microcalcificação, margens
irregulares, vascularização central, sólidos, diâmetro anteroposterior maior que o
transverso. É recomendado realizar **Punção Aspirativa por Agulha Fina**:

● Nódulo maior ou igual a 1 cm: sólido hipoecoico OU nódulo parcialmente


cístico com componente sólido que tenha pelo menos um dos achados
sugestivos de malignidade;

● Nódulo maior ou igual a 1,5 cm: nódulo isoecoico OU hiperecoico OU


parcialmente cístico com componente sólido independente de outros
achados sugestivos de malignidade;

● Nódulo maior ou igual a 2 cm: nódulo espongiforme OU parcialmente cístico


independente de outros achados sugestivos de malignidade;

● Não puncionar (para fins diagnósticos): nódulo puramente císticos OU


hipercaptantes OU maiores do que 01 cm!

Apesar do nódulo da nossa paciente não ter outros achados sugestivos de


malignidade, como é sólido e tem 01 cm, caso fosse hipoecoico deveria ser
realizada a PAAF. Por isso, faltam informações para definir a conduta diagnóstica.

Algo a mais: suspeitar de doença de Plummer em caso de tireotoxicose em nódulos


maiores (3 cm) ou hipertireoidismo subclínico + nódulo palpável ou identificado em
USG + ausência de outras causas de tireotoxicose.

Alternativa A - Incorreta: A paciente não tem disfunção tireoidiana para se


beneficiar de supressão hormonal.

102
Alternativa B - Incorreta: O diagnóstico citológico e/ou patológico pode definir a
conduta cirúrgica e não a USG.

Alternativa C - Correta: Se o nódulo não for hipoecoico, pode-se realizar


seguimento clínico.

Alternativa D - Correta: Caso o nódulo seja hipoecoico, deve-se realizar PAAF.

Opinião Aristo: cabe recurso.

Referência utilizada pelo Harisson 20 edição: American Thyroid Association

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4739132/

QUESTÃO 73

CCQ: Lactente com trissomia 21 e dificuldade de ganho de peso deve ser


avaliado pela equipe multidisciplinar que envolva nutrição, fonoaudiologia,
fisioterapia, odontologia e terapia ocupacional.

Aluno Aristo, o enunciado dessa questão já é a própria explicação do motivo dessa


questão não ter um gabarito correto.

Estamos diante de um lactente de 1 mês de vida com sucção fraca e,


provavelmente por isso, com dificuldade de ganho de peso. É esperado que os
portadores da síndrome de Down tenham uma hipotonia generalizada, e isso
também inclui os músculos orofaciais. Sem dúvida, esse é o grande motivo da
sucção débil. Ou seja, a dificuldade de ganho de peso tem origem na própria
hipotonia da síndrome genética. Como o próprio enunciado diz, esse paciente deve
ser avaliado pela equipe multidisciplinar que envolva nutrição, fonoaudiologia,
fisioterapia, odontologia e terapia ocupacional.

É claro que diante de qualquer lactente com ganho de peso inadequado devemos
investigar a causa (que será mais profundamente avaliada pela equipe multi) e
precisamos intervir de alguma forma. Porém essa intervenção não é uma única
resposta. As ações dependem de uma série de fatores, desde a parte médica até
a parte financeira e educacional da família.

Alternativa A - Incorreta: Não há nenhum motivo para iniciar a fórmula apenas à


noite. Se iremos complementar o aleitamento materno, podemos fazê-lo após cada
mamada, por exemplo.

103
Alternativa B - Incorreta: Devemos sim fazer a estimulação perioral mas manter
apenas fórmula infantil não mudará o risco de broncoaspiração da criança.

Alternativa C - Incorreta: Se a criança for avaliada e tiver boa coordenação da


deglutição não há motivos para suspender o aleitamento materno. Muito pelo
contrário, devemos sempre incentivar.

Alternativa D - Incorreta: Para contraindicar a alimentação por via oral, precisamos


de um estudo detalhado que indique que a criança apresenta risco de
broncoaspiração por disfagia. Não temos como contraindicar sem antes fazer a
avaliação completa pela equipe multiprofissional.

Assim, o enunciado não nos traz dados suficientes para decidir sobre o aporte
nutricional desta criança.

Gabarito oficial: Alternativa A

Opinião Aristo: CABE recurso!

QUESTÃO 74

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

CCQ: Na gestação, níveis tensionais elevados por mais de 4h indicam crise


hipertensiva e devem ser manejados na maternidade com avaliação laboratorial
e redução da PA de 20-30% com Nifedipino ou Hidralazina.

Olá, aluno Aristo! Questões sobre pré-eclâmpsia despencam nas provas, por isso
é muito importante conhecer os sinais indicativos de gravidade.

A pré-eclâmpsia é definida como HAS (PAS ≥140 ou PAD ≥90) na gestação a partir
de 20 semanas associada a proteinúria ≥300mg/dL, principalmente, mas também
pode ser associada a qualquer um dos seguintes fatores:

- Proteinúria/Cr > 0,3

- Sinais de iminência de eclâmpsia

- Alterações laboratoriais sugestiva de disfunção orgânica

É uma complicação da gestação relativamente comum e seu tratamento definitivo


é a resolução da gestação. Mas, isso não significa que devemos interromper a

104
qualquer momento! Devemos manejar com suporte e observar os sinais de alarme,
são eles:

- Crise hipertensiva

- Eclampsia/ Iminência de eclampsia

- Sinais de encefalopatia hipertensiva

- Coagulopatias

- Síndrome HELLP

- Dificuldade de controle da PA com 3 drogas

- Oligúria

- Comprometimento fetal

Dessa forma, durante o acompanhamento ambulatorial, a presença dos seguintes


sinais e sintomas demanda retorno imediato ao hospital:

-PA ≥ 150/100mmHg;

-Proteinúria na fita ++ ou mais;

-Aumento exagerado de peso;

-Cefaleia grave e persistente.

-Dor abdominal persistente, principalmente na região epigástrica e hipocôndrio


direito;

-Sangramento vaginal;

-Presença de contrações uterinas regulares;

-Presença de distúrbios visuais como diplopia, fotofobia, escotomas etc.;

-Náusea ou vômitos persistentes;

-Diminuição dos movimentos fetais.

Assim, vamos então analisar as alternativas:

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Alternativa A – Correta: A proteinúria está presente na pré-eclâmpsia, mas nesses
níveis indica gravidade e merece avaliação laboratorial

Alternativa B – Incorreta: Consideramos Creatinina >1,1 como sinal de gravidade.

Alternativa C – Incorreta: Consideramos DHL> 600, como sinal de gravidade

Alternativas D– Correta: Níveis tensionais elevados por mais de 4h indicam crise


hipertensiva, sendo considerado sinal de gravidade. Devendo ser manejado na
maternidade para avaliação laboratorial e redução da PA de 20-30% com
Nifedipino ou Hidralazina.

Gabarito oficial: Alternativa D

Opinião Aristo: Cabe recurso.

Fonte: Brasil, 2010


https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf

QUESTÃO 75

CCQ: Uma intervenção comunitária para enfrentar um problema de saúde deve


ser realizada na própria comunidade e os próprios participantes devem ser
protagonistas das ações

Fala pessoal, tudo bem? Temos aqui uma questão que envolve a Política Nacional
de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. Como uma característica
sociodemográfica devemos saber que o alcoolismo é um problema comum em
homens indígenas no Brasil, pois culturalmente é comum. Nesse sentido, devemos
entender o contexto sociocultural para depois intervir em conjunto com a
população.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Correta: Isso mesmo! O assunto deve ser abordado na própria


aldeia e os próprios participantes devem ser protagonistas das ações.

Alternativa B - Incorreta: O deslocamento para um polo base não faz sentido, pois
as decisões deveriam ser tomadas na própria comunidade. Além disso, as
palestras expositivas não se encaixam no modelo de diálogo que buscamos.

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Alternativa C - Incorreta: As palestras não se encaixam bem nesse modelo, pois
a transmissão do saber ocorre de forma verticalizada do palestrante (que ficaria
como o detentor do saber) para o público presente. Outro problema é o
deslocamento para um polo base, as decisões deveriam ser tomadas na própria
comunidade.

Alternativa D - Incorreta: Apesar da questão trazer a roda de conversa, ela já é


feita com o objetivo de aplicar uma intervenção feita antes mesmo dela ser
realizada. Assim, vemos uma atitude verticalizada, que não se enquadra na
política. Além disso, a prescrição de medicação deve ser evitada, ao máximo.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. Acesso:


https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/com
um/37488.html

QUESTÃO 76

CCQ: O óxido de etileno utilizado na esterilização do sistema de hemodiálise


pode contaminar o paciente, gerando uma reação tipo A (anafilática)

Fala, pessoal. Tudo certo? Essa questão cobra conhecimentos sobre a doença
renal crônica e hemodiálise. Vamos revisar um pouco?

A Doença Renal Crônica (DRC) é definida pela presença das seguintes


características por pelo menos 3 meses: TFG < 60 ml/min, OU albuminúria maior
ou igual a 30 mg por dia ou por grama de creatinina em amostra de urina. As
principais causas de DRC são HAS e DM.

As complicações da DRC começam a aparecer a partir do estágio 3, geralmente,


sendo necessário diálise e transplantes. As principais complicações são:

● Anemia por diminuição da eritropoietina;

● Osteodistrofia renal (osteíte fibrosa e doença óssea adinâmica).

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Diante de um transplante renal, o paciente deverá ser imunossuprimido
continuamente com corticoide + inibidor de calcineurina + antiproliferativo
(corticoide + ciclosporina/tacrolimus + micofenolato/azatioprina). Em relação á
hemodiálise, os principais efeitos adversos são náusea e vômitos, cãibras,
calafrios, hipotensão, dores torácicas e lombares. As reações à hemodiálise são
classificadas em:

● Tipo A (anafilática): reações ao óxido de etileno utilizado para esterilização,


à solução contaminada, à heparina e ocorrência de eosinofilia;

● Tipo B (não específica): reação menos grave, que cursa constantemente


com dor torácica e dorsal

O paciente da questão, no início da sessão de hemodiálise, apresenta hipotensão


arterial, flush/rubor facial e sibilância.

Alternativa A – Incorreta: A embolia pulmonar pode ter como sinal o aparecimento


súbito de sibilos audíveis ou na ausculta pulmonar; porém, haveria outras
manifestações, como dor torácica

Alternativa B – Incorreta: A síndrome do desequilíbrio dialítico é provocada por


desvios osmóticos, como rápida redução de solutos plasmáticos durante diálise e
alterações agudas no pH do líquido cérebro-espinhal durante a diálise. As
principais manifestações clínicas são náusea e vômitos, hipertensão, tremores,
cefaleia, convulsões, delírio e coma. Não é o que aconteceu com o paciente da
questão.

Alternativa C – Incorreta: Os sinais apresentados pelo paciente não são


compatíveis com essa situação.

Alternativa D – Correta: O óxido de etileno utilizado na esterilização do sistema de


hemodiálise pode gerar reações alérgicas no paciente (tipo A), podendo evoluir
para reações anafiláticas que precisam de cuidado imediato.

Gabarito oficial: alternativa D.


Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 77

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CCQ: Saber que nódulo testicular, indolor, endurecido e com evolução longa
pode ser sugestiva de tumor de testículo

Fala, galera! Questão sobre um tema bem incomum, mas, que dava pra responder
por eliminação com facilidade
Vejam só – quais são as patologias mais frequentes no testículo? Hérnia, torção de
cordão e tumor.
Hérnias inguinais escrotais decorrem, geralmente, de herniação de alça intestinal.
Logo, é esperado conteúdo mais amolecido e que hérnia e reduz variavelmente.
As patologias agudas do testículo, tanto a orquiepididimite quanto a torção de
cordão são quadros que cursam com dor intensa, aguda, sintomatologia
importante e que requer abordagem rápida.
O tumor de testículo já tende a se apresentar com evolução mais gradual, pode ser
assintomático e ter aspecto nodular.

Agora, vamos dar uma olhada nas alternativas.

Alternativas A e D – Incorretas: Como discutimos acima, esses são quadros mais


agudos e que não condizem com 6 meses de evolução.

Alternativa B – Incorreta: Uma hérnia inguinal escrotal teria consistência mais


amolecida e períodos de redução. Portanto, é improvável aqui.

Alternativa C – Correta: Exato. O tempo de evolução, a consistência e a ausência


de sintomas agudos são mais condizentes com tumor testicular, como vimos
acima.

Portanto, a resposta é a alternativa C.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÃO 78

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

Questão sobre um tema recorrente: a sífilis, seja materna ou fetal, é tema que as
provas adoram.

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Um dos grandes riscos da sífilis na gestação é a transmissão vertical e por isso o
tratamento materno é indicado mesmo sem um teste confirmatório: somente um
teste já indica o tratamento. Mas a condução do recém-nascido vai depender de
alguns fatores. O primeiro a se pensar é acerca do tratamento materno: foi
adequado? E aqui na questão já sabemos que não: a mãe não fazia pré-natal e o
diagnóstico foi realizado no momento do parto. Então já notificamos para sífilis
congênita e realizamos o teste treponêmico no RN.

Mas aqui precisava de muita atenção: a questão começa falando do recém-


nascido, mas a conduta pedida é em relação à mãe. Mas pessoal, as condutas
fornecidas dizem respeito ao RN. Pelo erro no enunciado, a questão deve ser
anulada, mas vamos aprender com ela e ver qual seria a conduta para o RN. Veja
o fluxograma abaixo, de documento do Ministério da Saúde sobre ISTs, de 2022:

Já sabemos que o tratamento da mãe não foi adequado (pois nem foi feito). A
criança possui VDRL não reagente e não tem alterações ao exame físico. O líquor
e outros exames são normais. E aí? Pelo fluxograma, faríamos penicilina benzatina
em dose única, deixando como alternativa viável a alternativa B, mas o erro no
enunciado inviabiliza a questão.

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Gabarito oficial: alternativa B.

Opinião Aristo: HÁ POSSIBILIDADE DE RECURSO.

QUESTÃO 79

CCQ: Em uma cesárea eletiva, sem rotura de bolsa amniótica no momento do


parto e mesmo diante de um swab positivo para Streptococcus beta-hemolítico,
não há indicação de antibioticoterapia

E aí, pessoal. Tudo certo? Essa questão cobra um CCQ bem importante
relacionado à antibioticoterapia num contexto de colonização materna por
Streptococcus beta-hemolítico. Vamos revisar alguns pontos?

Os Streptococcus do grupo B são bactérias comuns, presentes na genitália de


cerca de 1/3 das gestantes, sendo inofensivo aos adultos hígidos. Porém, nos
recém-nascidos, uma infecção por essas bactérias pode ser mais grave. Essa
infecção pode ocorrer intra-útero, com infecção do líquido amniótico, ou durante
a passagem do bebê pelo canal vaginal, no momento do parto. A infecção do bebê
aparece como um quadro de pneumonia, meningite ou sepse, causando febre,
dificuldades na amamentação e insuficiência respiratória.

Visando impedir a transmissão dessa bactéria para os bebês, a antibioticoterapia


será indicada. Entre as semanas 35 e 37 de gestação, a gestante passará pelo
“exame do cotonete”, com obtenção de material vaginal e retal para pesquisa de
Streptococcus do grupo B. No caso de um teste positivo, um antibiótico deverá
ser administrado durante o parto, por via intravenosa, para impedir a contaminação
do bebê. Os antibióticos mais utilizados são a penicilina ou a ampicilina (seguros
para o bebê), administrados a cada 4h até o nascimento da criança. Porém, essa
antibioticoterapia só será indicada no caso de parto normal ou rotura da bolsa; na
vigência de uma cesárea eletiva, sem rompimento da bolsa, mesmo diante de um
exame do cotonete positivo, não será necessário a administração de antibióticos,
visto que não haverá contato da criança com o canal vaginal.

Bora para as alternativas?

Alternativa A – Correta: Exatamente. Diante de uma cesárea eletiva, sem


rompimento de bolsa, e mesmo com um swab vaginal e retal positivos, a
antibioticoterapia não é indicada.

111
Alternativa B – Incorreta: A vancomicina não é um antibiótico utilizado para
tratamento peri-parto de infecção por Streptococcus do grupo B.

Alternativa C – Incorreta: A ampicilina poderia ser utilizada nessa situação caso o


parto se desse por via vaginal OU caso tivesse ocorrido rotura da bolsa na vigência
da cesárea.

Alternativa D – Incorreta: Não há indicação para o uso de clindamicina nessa


situação.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 80

CCQ: A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de


Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) visa garantir a saúde das pessoas
privadas de liberdade, por um acordo entre o governo federal, estados e
municípios

Fala pessoal, beleza? Temos aqui uma questão sobre um tema super interessante,
a saúde das pessoas privadas de liberdade. Nesse contexto, vamos ver as
principais ações da PNAISP?

1) Garantir o acesso à Rede de Atenção à Saúde no território com mais agilidade,


equidade e qualidade.
2) Promover ações para promoção de doenças e prevenção de doenças
transmissíveis, doenças não transmissíveis e dos agravos decorrentes do
confinamento.
3) Melhorar as ações de vigilância sanitária na alimentação e nas condições de
higiene dentro das unidades prisionais e para garantir a salubridade ambiental.
4) Operar estendendo e aprofundando as ações de todos os programas do
Ministério da Saúde.
5) Atuar na prevenção do uso de álcool e de drogas e na reabilitação de usuários.

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6) Garantir medidas de proteção, como a vacinação para hepatites, influenza e
outras do calendário de adultos.
7) Garantir ações de promoção de saúde bucal (ex.: palestras, escovação e
avaliação bucal) e tratamento.
8) Garantir o acesso aos programas de saúde mental, gerais e específicos.
9) Garantir aquisição e repasse de medicamentos da farmácia básica às equipes
de Saúde e distribuição de insumos (preservativos, absorventes, entre outros)
para as pessoas presas.
10) Multiplicar as unidades básicas de saúde prisional e promover o seu
funcionamento na lógica do SUS.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Correta: Garantir o direito à saúde para todas as pessoas privadas


de liberdade no Sistema Prisional é o principal objetivo da PNAISP por intermédio
de um acordo entre o governo federal, estados e municípios.

Alternativa B - Incorreta: Caso não haja um equipe de saúde especializada, a


equipe de saúde da família tem o dever de desenvolver ações de saúde em uma
unidade carcerária localizada em seu território.

Alternativa C - Incorreta: Nessas equipes de saúde já existem equipes de Saúde


Mental para identificar, prevenir e tratar os transtornos gerados pelo confinamento
e pelo uso de drogas.

Alternativa D - Incorreta: Na verdade, de acordo com a Portaria n° 2.298/MS, a


adesão municipal à PNAISP é facultativa, conforme estabelecido no art. 14 da
Portaria Interministerial n° 1, de 2 de janeiro de 2014, não consistindo em qualquer
obrigatoriedade no que tange ao credenciamento de equipes.

Gabarito oficial: alternativa A.


Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de


Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP).

113
QUESTÃO 81

CCQ: Em um AVC isquêmico, a primeira conduta é a administração de


trombolítico em tempo hábil para diminuir o prejuízo neurológico após a
resolução do caso

Olá, estudantes! Tudo certo? Essa questão traz um caso clínico típico de acidente
vascular cerebral, causando déficit neurológico focal súbito. Vamos revisar alguns
pontos importantes?

O AVC ocorre devido a alterações do fluxo sanguíneo em território cerebral, com


potencial de morte de células nervosas. O AVC pode ser:

● Isquêmico: decorrente de uma obstrução do fluxo sanguíneo para uma


região do cérebro. Corresponde a cerca de 80% dos casos de AVC.
Pacientes dislipidêmicos podem fazer um trombo gorduroso, formando um
êmbolo que pode chegar até os vasos cerebrais. Além disso, pessoas com
fibrilação atrial também podem formar trombos que chegam até o território
cerebral e impedem o fluxo sanguíneo para alguma região;

● Hemorrágico: ruptura de algum vaso sanguíneo, cursando com aumento da


pressão intracraniana, diminuindo o aporte sanguíneo para outras partes do
cérebro. É um subtipo de maior gravidade, com altos índices de
mortalidade.

Em um AVC, alguns sinais e sintomas podem aparecer, como: cefaleias súbitas e


de forte intensidade, vômitos, fraqueza e dormência em face, braços e pernas
(afetando, geralmente, apenas um dos lados do corpo), paralisia, fala enrolada,
perda súbita da visão, perda de equilíbrio, perda de consciência etc. Os principais
fatores de risco para ocorrência de AVC são: HAS, DM, tabagismo, etilismo,
dislipidemia, sedentarismo, arritmias cardíacas e estresse. Uma abordagem rápida
é extremamente importante, visto que o nível de recuperação pós AVC estará
diretamente relacionado ao tempo de ocorrência do evento. Lembre-se: tempo é
cérebro!

Após o evento, podem restar sequelas de diferentes níveis. Nesse contexto, a


reabilitação é de extrema importância para auxiliar na máxima recuperação das
funções corporais pré-AVC, restabelecendo a motricidade e a independência física
e psíquica. A reabilitação deve ser conduzida por uma equipe multiprofissional de
médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos
etc.

114
O paciente da questão possui HAS, DM, cardiopatia hipertensiva e fibrilação atrial.
Iniciou com um quadro de fala enrolada e déficit motor em MSD, evoluindo para
rebaixamento do nível de consciência. Já deu pra pegar o que ocorreu nessa
situação, não é? Então, vamos para as alternativas.

Alternativa A – Incorreta: A fibrilação atrial pode ter sido a causa do AVC


isquêmico; porém, ela não deve ser a primeira coisa a ser abordada em um
paciente que está com déficit neurológico focal súbito.

Alternativa B – Correta: A administração de trombolítico em tempo hábil é a


primeira conduta, visando à destruição do trombo que está causando obstrução
do fluxo sanguíneo no cérebro. Lembre-se sempre: tempo é cérebro!

Alternativa C – Incorreta: A hiperglicemia deve, sim, ser corrigida; porém, não é a


primeira coisa a ser feita diante de um quadro de AVC isquêmico.

Alternativa D – Incorreta: O controle da pressão arterial também é importante, mas


não é a primeira medida nesse caso.

Gabarito oficial: alternativa B.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 82

CCQ: Em pacientes com idade avançada e com diversas comorbidades, o


rastreamento de câncer de próstata não traz nenhum benefício prático

E aí, pessoal! Essa é uma clássica questão sobre rastreio de câncer de próstata.
Vamos revisar alguns pontos?

Quando falamos em Câncer de Próstata, temos que lembrar que a maioria dos
tumores são ocasionais; porém, cerca de 9% tem história familiar positiva
(principalmente quando o câncer aparece antes dos 55 anos). A presença do
BRCA1/2 pode predizer um câncer mais agressivo e metastático. Sabe-se de
alguns possíveis fatores de risco, como a obesidade e alto nível de testosterona.

Nesse tipo de câncer, o rastreamento pode causar um tratamento excessivo,


tratando cânceres indolentes, de baixo risco, podendo prejudicar a qualidade de
vida do paciente com intervenções desnecessárias. A recomendação da

115
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é que os homens sejam submetidos ao
exame físico da próstata (toque retal) e dosagem do PSA a partir dos 50 anos.
Aqueles com antecedentes na família, negros ou obesos, a partir dos 45 anos.
Além disso, de modo geral, seria recomendado solicitar o primeiro PSA aos 40
anos. Mas, lembrando que o toque retal e a dosagem de PSA não dizem se o
indivíduo tem câncer, eles apenas sugerem a necessidade ou não de realizar
outros exames.

Pensando no paciente da questão, alguns pontos chamam a nossa atenção: idade


avançada (83 anos), DM, cardiopatia grave, dislipidemia, história de IAM há 5 anos
e 2 stents. A expectativa de vida desse paciente é menor do que o próprio tempo
de desenvolvimento do câncer, caso ele existir. Nessa situação, o rastreio do
câncer de próstata poderia causar mais prejuízo do que benefício.

Alternativa A – Incorreta: Submeter o paciente a um exame invasivo como a


ultrassonografia transretal de próstata traria desconforto em uma situação em que
não há nenhum ganho na identificação de um possível câncer.

Alternativa B – Incorreta: Toque retal e PSA devem ser realizados em pacientes a


partir dos 50 anos, de forma geral. São exames que não dizem se o paciente está
ou não com câncer, apenas indicam necessidade de realização de outros exames
complementares. Nesse caso, em um paciente com 83 anos, com uma série de
comorbidades, esse rastreamento não é necessário.

Alternativa C – Incorreta: O PSA poderia estar aumentado por causa de outros


motivos. Esse exame, isoladamente, não traria nenhum ganho ao paciente e não
mudaria a conduta final. Não há necessidade.

Alternativa D – Correta: Tendo em vista que se trata de um paciente em idade


avançada e com uma série de comorbidades, com uma expectativa de vida menor
do que o próprio tempo de progressão do câncer, o rastreamento não é mais
indicado.

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

116
QUESTÃO 83

CCQ: Na consulta do adolescente, o médico pode quebrar o sigilo se a situação


relatada implicar em risco de vida

Pessoal, questão sobre ética médica, tema cada vez mais frequente nas provas.
Vamos rever o tema pensando na consulta do adolescente.

A consulta do adolescente pode ser guiada em 3 tempo: um com o paciente e o


responsável, outro somente com o paciente e o terceiro com os dois novamente.
Nesse momento em que estamos somente com o paciente, ele pode falar sobre
coisas que geralmente não costumam ser abordadas na frente dos responsáveis
e a informação estará segura, considerando o sigilo médico. Mas temos exceções,
veja só o que o Código de Ética Médica coloca:

É vedado ao médico:

Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive
a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de
discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.

No caso acima, note que o paciente possui um quadro de DM1 e já sofreu duas
internações por cetoacidose diabética. Uma acidose extrema é incompatível com
a vida e se o paciente não usar as medicações irá precipitar esses episódios, que
podem ser fatais. Então o médico pode revelar a informação ao responsável? SIM.
Pois há risco de vida.

Vamos ver as alternativas:

Alternativa A – Incorreta: Não, já que temos aqui uma situação em que há respaldo
pelo Código de Ética Médica para quebrar esse sigilo.

Alternativa B – Correta: Exatamente: risco de vida permite a quebra do sigilo.

Alternativa C – Incorreta: Ele não cometeu uma infração, mas o motivo está
errado. Não é porque a mãe já sabe das internações que o médico revelou e sim
porque a situação relatada representa risco de vida para o adolescente.

Alternativa D – Incorreta: Não, pois nesse caso trata-se de um menor de idade e


a situação coloca em risco sua vida.

117
Gabarito oficial: alternativa B.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 84

CCQ: Pacientes tabagistas com ≥ 35 anos e uso de ≥ 15 cigarros por dia têm
contraindicação de usar métodos anticoncepcionais hormonais

Aluno Aristo, temos um caso de uma mulher de 36 anos de idade, em uso de


anticoncepcional injetável mensal. É tabagista, fumando 20 cigarros por dia!

Para responder essa questão, temos que lembrar que o injetável mensal é um
método combinado (estrógeno + progestágeno)!

E nesses casos, temos contraindicações específicas para pacientes tabagistas:

• Tabagismo em pacientes ≥ 35 anos e ≥ 15 cigarros por dia: categoria 4;

• Tabagismo em pacientes ≥ 35 anos e < 15 cigarros por dia: categoria 3;

• Tabagismo em pacientes < 35 anos: categoria 2.

Sabendo disso, vamos ver as alternativas:

Alternativa A – Incorreta: Não há porquê usar dois tipos de anticoncepcionais


diferentes. Além disso, é uma paciente ≥ 35 anos e ≥ 15 cigarros por dia, logo não
devemos usar métodos combinados.

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Alternativa B – Incorreta: Anel vaginal também é um método contraceptivo
combinado.

Alternativa C – Correta: Para pacientes tabagistas devemos dar preferências para


os métodos não hormonais, sendo o DIU de cobre uma ótima opção, ou então
métodos apenas com estrogênio.

Alternativa D – Incorreta: Não, pois esse método contraceptivo combinado em uso


pela paciente fornece maior risco trombótico.

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 85

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

Pessoal, estamos diante de uma questão que pede uma diretriz da Política
Nacional de Saúde Suplementar para o enfrentamento da covid-19 (PNSS-Covid-
19). Nesse contexto, vamos ver quais são as diretrizes?

1. Estabelecer ações que visem à otimização da utilização dos serviços pelos


beneficiários dos planos de saúde até o limite das coberturas contratadas,
com intuito de redução da demanda dos serviços do SUS.
2. Monitorar e integrar as informações de serviços de saúde da rede privada
ao SUS, em especial as relacionadas aos dados de atenção à saúde e
ocupação de leitos.
3. Empreender ações que visem garantir o atendimento, em prazos razoáveis,
às necessidades de tratamento dos pacientes.
4. Estabelecer mecanismos que busquem reforçar o cumprimento das
coberturas contratadas pelos consumidores.
5. Estabelecer mecanismos que busquem solucionar conflitos no
relacionamento entre operadoras e prestadores de serviços de saúde.
6. Promover maior transparência das informações acerca dos reajustes das
contraprestações à sociedade.
7. Promover ambiente regulatório que fomente o aumento do acesso ao setor
de saúde suplementar.

119
8. Reforçar as garantias financeiras por meio dos instrumentos de regulação
prudencial, das operações no setor de saúde suplementar.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A, B, C e D - Incorretas: Podemos observar que nenhuma dessas


alternativas traz UMA DIRETRIZ da PNSS-Covid-19. Ademais, a alternativa B traz,
na verdade, um objetivo dessa política. Os objetivos são:

1. Integrar o Setor de Saúde Suplementar com as ações do SUS, em especial


as relacionadas à pandemia da covid-19.
2. Promover o atendimento à saúde objetivando o melhor desfecho clínico,
com custo adequado e atenção especial à experiência do paciente.
3. Garantir o atendimento à saúde em prazos razoáveis, condizentes com as
necessidades do paciente e com os contratos, observadas a sua função
social e a vulnerabilidade do consumidor.
4. Proporcionar ambiente de intermediação buscando a solução de conflitos
no relacionamento entre operadoras e prestadores de serviços de saúde.
5. Garantir a previsibilidade dos reajustes das contraprestações na Saúde
Suplementar.
6. Contribuir para o desenvolvimento sustentável do Setor de Saúde
Suplementar do país.

Gabarito oficial: alternativa B.


Opinião Aristo: cabe recurso.

Fonte: Política Nacional de Saúde Suplementar para o enfrentamento da covid-19


(PNSS-Covid-19).

QUESTÃO 86

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

Fala aluno Aristotélico!

O que você achou desse caso clínico da prova do Revalida 2022? O tema
arboviroses é relevante, e tem grandes chances de aparecer nas provas.

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A sintomatologia dessa classe de doenças é ampla, mas podemos colocar como
manifestações comuns entre elas a febre, o exantema maculopapular, hiperemia
conjuntival não purulenta, artralgia, mialgia e cefaleia. Algumas especificidades
dessas doenças estão listadas abaixo:

1. Dengue: doença febril aguda, de amplo espectro clínico. A maioria dos


pacientes apresenta caso leve e autolimitado, no entanto uma pequena
parte evolui para gravidade. É a mais importante arbovirose, e é transmitida
pelo Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus. Tem como característica
clínica importante a hemoconcentração e tendência a plaquetopenia que
pode levar a sangramentos, por isso, a Prova do Laço é importante no
diagnóstico e classificação.
2. Febre Chikungunya: também transmitida por mosquitos do gênero Aedes,
pode ser apresentar como uma doença febril aguda, subaguda ou crônica.
É marcante a dor articular intensa, que pode se tornar crônica. As formas
graves são raras.
3. Febre pelo vírus Zika: transmitida pelo vetor Aedes, é uma doença viral
aguda, que costuma apresentar evolução benigna. e os sintomas
geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias. É sempre
importante relembrar da correlação Zika em gestantes, que aumenta o
risco de microcefalia. Também, há forte associação entre a infecção por
Zika e a Síndrome de Guillain- Barré.
4. Febre amarela: é imunoprevinível por vacinação! Possui importância
clínica pela gravidade que pode alcançar e pelo poder de disseminação.

Eai, com essa lembrança você conseguiu matar a questão?

Trata-se de um provável caso de artralgia crônica por Chikungunya!

Esse diagnóstico é compatível com a história morbida pregressa da paciente, que


há quatro meses apresentou sintomatologia clássica dessa doença - que é muito
similar entre as arboviroses - com febre, exatema difuso, eritema conjuntival e
poliartralgia. Essa parte da doença é autolimitada, no entanto, a Chikungunya tem
como característica marcante a artralgia que pode cronificar. Nesses casos,
devemos avaliar a presença de artrite, e, pelo exame físico, ela está presente.
Assim, estamos autorizados a utilizar medicamentos antirreumáticos
modificadores do curso da doença (MMCD), sendo a primeira linha o
Metotrexato, com o objetivo de limitar o resultado potencialmente destrutivo da
inflamação.

121
Mas, agora temos um impasse: a febre Mayaro, uma arbovirose associada aos
alphavirus, especialmente o vírus Mayaro, é um diagnóstico possível, apesar de
não ser tão comum quanto a febre Chikungunya. Essas doenças são
extremamente similares na fase aguda e ambas podem evoluir com artralgia
crônica. O problema é que, por ser subdiagnosticada e menos incidente, o uso de
MMCDs na febre Mayaro não é bem estabelecido. Não existe uma portaria que
especificamente nos diga que esse é um tratamento, no entanto, em muitas
situações usamos a inferência patofisiológica de que doenças parecidas podem
ser tratadas de maneira similar, tornado o tratamento com Metotrexate uma
alternativa possível e coerente.

Agora sim, vamos analisar alternativa por alternativa:

Alternativa A - Incorreta: A infecção por CMV possui um espectro suuuper amplo,


desde assintomático até fatal. A artralgia pode ocorrer na fase aguda da doença,
mas não são descritas artrites cronificadas.

Alternativa B - Correta: Aqui a coisa complica: como explicado acima, a febre de


Mayaro é um diagnóstico possível. No entanto, essa doença não é tão discutida
quanto as outras arborvirose, e, seus sintomas são muito parecidos com os da
Dengue e Chikungunya, tornando o diagnóstico difícil. Esse subdiagnóstico,
associado a uma menor incidência, fazem com que o uso de MMCDs na febre
Mayaro seja feito por meio de inferência patofisiológica de que doenças
parecidas podem ser tratadas de maneira similar. Assim, o tratamento com
Metotrexate é uma alternativa possível e coerente, que objetiva limitar o
processo inflamatório, como o descrito no caso em questão. A banca peca ao não
solicitar o diagnóstico mais provável, abrindo margem para que o candidato
pensasse em Febre Mayaro também, assim entende-se que essa alternativa
também é correta.

Fontes: Febre Mayaro. Ministério da Saúde, 2021. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-do-mayaro-1.
Acesso em: 13 de agosto de 2022.

Protocolo de Manejo Clínico de Chikungunya no Estado de São Paulo. Conselho de


Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, 2021. Disponível em:
https://www.cosemssp.org.br/wp-content/uploads/2021/12/PROTOCOLO-DE-
MANEJO-CLINICO-DE-CHIKUNGUNYA-NO-ESTADO-DE-SAO-PAULO.pdf.
Acesso em 13 de agosto de 2022.

122
Alternativa C - Correta: Essa era a resposta esperada pela banca. De fato, a
Chikungunya é mais prevalente que a Febre Mayaro, e, o uso de Metotrexato é
bem estabelecido nesses casos. No entanto, a sintomatologia é extremamente
parecida, ambas causam artrite crônica e, teoricamente, o uso de MMCDs
beneficiaria os dois grupos.

Alternativa D - Incorreta: A Dengue pode cursar com artralgia, mas não há


tendência de cronificação. Também, o uso de paracetamol e AINES já não se
mostrou efetivo na nossa paciente.

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: CABE recurso.

QUESTÃO 87

CCQ: O calázio é uma nodulação indolor que pode ser consequência de um


hordéolo

Essa questão não foi simples, aluno Aristo! A descrição do quadro pode gerar
dúvidas, uma vez que os quadros de calázio e hordéolo são bastante semelhantes.
Tendo isso em mente, vamos discutir sobre cada um deles?

Segundo o Guia de Oftalmologia da UNIFESP, o **hordéolo** é a infecção aguda


das glândulas palpebrais: Zeiss e Moll (hordéolo externo) ou meibômio (hordéolo
interno). Inicia-se como um nódulo vermelho que evolui com o centro amarelado
pela drenagem espontânea da secreção.

Já o **calázio** é o granuloma focal de uma glândula de meibômio, que pode ser


consequência de blefarite crônica ou hordéolo.

Se prestarmos atenção ao enunciado, percebemos que a paciente tinha edema,


rubor e dor na pálpebra superior direita que resolveu espontaneamente e, no
momento, apresenta apenas uma nodulação indolor de 0,3 cm que se localiza na
face interna do terço médio da pálpebra superior direita. Isso nos leva a pensar
que, primeiramente, era um hordéolo, que se resolveu, tornando-se um calázio.

Alternativa A - Correta: Exatamente! A ausência de dor e sinais flogísticos são


mais sugestivos do quadro de calázio.

123
Alternativa B - Incorreta: Como explicado acima, no início do quadro, a paciente
apresentava um hordéolo, que se resolveu espontaneamente.
Alternativa C - Incorreta: A canaliculite é a inflamação do canalículo lacrimal e,
portanto, os sinais e sintomas ocorrem na porção **nasal** da pálpebra superior
ou inferior.

Alternativa D - Incorreta: A dacriocistite é a infecção do saco lacrimal, que - no


geral - é secundária à obstrução do ducto nasolacrimal. Assim, a localização é
incompatível com a do quadro descrito no enunciado.

Gabarito oficial: alternativa A


Opinião Aristo: não cabe recurso.

REFERÊNCIAS: SCHOR, Paulo; CHAMON, Wallace; JR, Rubens B. Guia de


oftalmologia. Barueri: Editora Manole, 2004. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520455838/. Acesso em:
13 ago. 2022

QUESTÃO 88

QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO

Sempre que estivermos diante de uma criança previamente hígida que iniciou
sintomas multissistêmicos de forma abrupta e inexplicável devemos pensar em
intoxicação exógena. Aqui no enunciado, o fato dos irmãos passarem a tarde
sozinhos em casa aumenta ainda mais nossa suspeita. Mas qual será foi a
medicação mais atraente ao pequeno?

No momento ele está agitado, com midríase, boca seca e rubor facial. Não parece
sintomas de quando estamos no estado de “luta ou fuga”? Ou seja, o sistema
nervoso autônomo simpático está ativado e o parassimpático está suprimido.
Provavelmente estamos diante de uma síndrome anticolinérgica. Hipertermia,
taquicardia, retenção urinária, delírios e alucinações também podem acontecer. Os
principais agentes possíveis são: anti-histamínicos, antiparkinsonianos,
antidepressivos tricíclicos e antiespasmódicos (escopolamina).

Alternativa A – Incorreta: A dipirona não costuma ser uma droga intoxicante. Seus
sintomas de intoxicação podem ser gastrointestinais, nefrite intersticial, tontura,
sonolência, hipotensão e taquicardia. Pode tornar a coloração da urina
avermelhada. Não parece ser o nosso caso clínico.

124
Alternativa B – Incorreta: Os efeitos mais comuns seriam tremores, taquicardia,
cefaleia, hipocalemia, dilatação periférica, arritmias, acidose metabólica. São
efeitos beta-agonistas, ou seja, simpáticos também. Mas a intoxicação por
salbutamol em casa seria difícil acontecer já que é um spray inalatório que depende
MUITO da técnica correta para ter eficácia.

Alternativa C – Incorreta: A intoxicação por clorpromazina, um antipsicótico


fenotiazínico, produziria uma síndrome extrapiramidal com distúrbios do equilíbrio
e movimento, distonia de face, mioclonias, trismo e parkinsonismo, além de
sintomas anticolinérgicos.

Alternativa D – Correta: A dexclorfeniramina é uma medicação de venda livre,


portanto de fácil acesso em casa. É um anti-histamínico presente na forma isolada
ou em antigripais. Sua intoxicação produziria uma síndrome anticolinérgica.

Gabarito oficial: Alternativa D

Opinião Aristo: Cabe recurso. Tanto a clorpromazina quanto a


dexclorfeniramina podem ocasionar efeitos anticolinérgicos.

EPS = extrapyramidal symptoms

125
QUESTÃO 89

CCQ: A cesárea eletiva está indicada após 32 a 34 semanas de gestação, com


uma dopplervelocimetria de artéria umbilical evidenciando diástole zero

E aí, estudantes! Essa questão nos cobra conhecimentos sobre o sofrimento fetal.
Vamos relembrar alguns pontos?

O sofrimento fetal pode ser dividido em agudo e crônico.

● Sofrimento fetal agudo: ocorre quando há prejuízo nas trocas metabólicas


entre mãe e bebê durante o trabalho de parto. É causado por hiperatividade
uterina (polidramnia, desproporção céfalao-pélvica, taquissistolia etc),
amniorrexe prematura, partos prolongados, hipotensão materna e
gestações de alto risco;

● Sofrimento fetal crônico: consequência de alterações patológicas crônicas


no fluxo placentário, causando crescimento intrauterino restrito e
oligodramnia. Isso se dá, geralmente, quando a mãe apresenta HAS,
diabetes e placenta prévia, por exemplo.

O crescimento intrauterino restrito (CIUR) é uma das causas de sofrimento fetal


crônico. O CIUR é causado pela insuficiência placentária, na maioria dos casos. Em
gestações de baixo risco, o rastreio de CIUR é realizado com a medida do fundo
uterino, em todas as consultas de pré-natal. Uma diferença entre a idade
gestacional em semanas e a medida do fundo uterino maior que 3 cm indica CIUR.

126
Para confirmar, fazemos USG com medida das circunferências abdominal e
cefálica.

Na gestante da questão, a dopplervelocimetria da artéria umbilical evidenciou


diástole zero, o que indica sofrimento fetal grave, indicando parto cesáreo após
32-34 semanas de gestação. Bora para as alternativas?

Alternativa A – Correta: Tendo em vista a diástole zero evidenciada pela


dopplervelocimetria da artéria umbilical, está indicada a cesárea eletiva.

Alternativa B – Incorreta: A neuroproteção fetal com sulfato de magnésio é


indicada em caso de gestantes com 24 a 32 semanas de gestação e em trabalho
de parto ativo.

Alternativa C – Incorreta: Não é necessário fazer perfil biofísico fetal para


investigação de sofrimento fetal, pois ele já foi evidenciado pela
dopplervelocimetria da artéria umbilical.

Alternativa D – Incorreta: A dopplervelocimetria fetal já foi realizada e evidenciou


sofrimento fetal; nesse contexto, já devemos intervir com uma cesárea eletiva.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

QUESTÃO 90

CCQ: Para prescrição de anticoncepcional oral, não é necessária a realização


prévia de colpocitologia oncótica nem exame de mamas

Fala pessoal, temos aqui uma questão bem legal sobre os direitos reprodutivos e
sexuais na Atenção Primária à Saúde (APS).

Os direitos reprodutivos abrangem certos direitos humanos já reconhecidos em


leis nacionais, em documentos internacionais sobre direitos humanos, em outros
documentos consensuais. Esses direitos se ancoram no reconhecimento do direito
básico de todo casal e de todo indivíduo de decidir livre e responsavelmente sobre
o número, o espaçamento e a oportunidade de ter filhos e de ter a informação e
os meios de assim o fazer, e o direito de gozar do mais elevado padrão de saúde

127
sexual e reprodutiva. Inclui também seu direito de tomar decisões sobre a
reprodução, livre de discriminação, coerção ou violência.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: Outros profissionais também podem fazer escuta


qualificada na APS, por exemplo, os técnicos de enfermagem.

Alternativa B - Incorreta: Essa atribuição não é específica dos enfermeiros, outros


profissionais também podem orientar. Além disso, vale lembrar que o enfermeiro
também pode orientar sobre métodos que não são de barreira.

Alternativa C - Incorreta: Na verdade, a lei prevê que seja 25 anos OU dois filhos
vivos. Como novidade, o Plenário aprovou o projeto (PL 1941/2022) que reduz para
21 anos a idade para a realização de laqueadura ou vasectomia, sem a necessidade
de autorização do cônjuge, que permite a laqueadura durante o parto. A proposta,
no entanto, exige uma antecedência de 60 dias da comunicação sobre o desejo
de se fazer o procedimento. Mas, ainda trata-se de um projeto de lei. Agora o
projeto segue para a sanção presidencial.

Alternativa D - Correta: Isso mesmo! De acordo com os direitos reprodutivos e


sexuais na Atenção Primária à Saúde (APS), basta uma boa anamnese para
prescrever a anticoncepção oral.

Gabarito oficial: alternativa D.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos: uma prioridade do


governo/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

QUESTÃO 91

CCQ: Diante de uma hipótese de sepse, devemos internar o paciente para


realização de exames laboratoriais, e iniciar antimicrobianos via intravenosa

128
Fala pessoal, estamos diante de uma questão sobre sepse. Vamos aproveitar para
revisar?

Para o rastreamento/identificação precoce da sepse podemos usar o quick-SOFA


ou qSOFA:

Trata-se de um escore criado para a rápida identificação dos pacientes


infectados que apresentem potencial de morte pela sepse fora da unidade de
terapia intensiva (ex.: no setor de emergência).

Esse escore é formado por três sinais clí­nicos e quando ≥ 2 é associado a


desfechos desfavoráveis:

• Frequência respiratória ≥ 22 irpm;


• Alteração do ní­vel de consciência;
• Pressão arterial sistólica ≤ 100 mmHg.

Nosso paciente apresenta um quadro clínico de infecção associado à FR de 26,


rebaixamento de nível de consciência e PAS de 96. Logo, podemos pensar na
hipótese de sepse. E, na suspeita de sepse, deve-se coletar hemoculturas, lactato
e iniciar antibiótico de amplo espectro imediatamente.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: Na suspeita de sepse, o paciente deve ser tratado em


regime hospitalar.
Alternativa B - Correta: Como vimos, o paciente da questão apresenta uma
provável sepse. Assim, a conduta é internação para realização de exames
laboratoriais, e iniciar antimicrobianos via intravenosa. Além disso, é importante
garantir hidratação do paciente.
Alternativa C - Incorreta: A estabilização clínica é prioridade.
Alternativa D - Incorreta: Apesar da redução do nível de consciência, o principal
diagnóstico é sepse e não delirium.

Gabarito oficial: alternativa B.


Opinião Aristo: não cabe recurso.

129
QUESTÃO 92

CCQ: Saber que abaulamento abaixo do ligamento inguinal sugere hérnia


femoral

Fala pessoal! A banca nos deu uma paciente com 47 anos e abaulamento
irredutível em região inguinal. Agora, vem o ponto mais importante para
respondermos a questão:

O abaulamento é abaixo do ligamento inguinal!

Isso nos indica que se trata de uma hérnia femoral. Veja que temos sinais de
encarceramento, então nossa principal hipótese aqui realmente é uma hérnia
femoral encarcerada.

Por isso, quando a banca pergunta qual das alternativas seria a correta, ficamos
com a alternativa A.

Vamos às alternativas:

Alternativa A - Correta: Exato! É a nossa principal hipótese neste momento.

Alternativa B - Incorreta : Veja que o abaulamento não é próximo a cicatriz


(subcostal), então não estamos pensando em hérnia incisional.

Alternativa C - Incorreta: Aqui teríamos a descrição de um abaulamento acima do


ligamento inguinal.

Alternativa D - Incorreta: Também seria acima do ligamento inguinal.

Gabarito Oficial: Alternativa A.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

130
QUESTÃO 93

CCQ: Síndrome neuroléptica maligna pode ser causada por haloperidol

Sempre que estivermos diante de uma criança previamente hígida que iniciou
sintomas multissistêmicos de forma abrupta e inexplicável devemos pensar em
intoxicação exógena. Aqui no enunciado, o fato dos primos desenvolverem
sintomas simultaneamente e terem ficado na casa da avó aumenta ainda mais
nossa suspeita. A avó trata hipertensão e esquizofrenia.

Os meninos desenvolveram rigidez muscular, espasmos e hipertermia. Esses


sintomas são sugestivos de síndrome neuroléptica maligna. A causa mais comum
é por uso de antipsicóticos de primeira geração (neurolépticos), mas todos os
antipsicóticos tem potencial de causá-la.

Alternativa A – Incorreta: Não vai ser uma tarde na casa da vó que vai
desencadear cardiopatia congênita, não é? Geralmente elas se manifestam desde
o nascimento.

Alternativa B – Incorreta: O captopril é um IECA, inibidor da enzima conversora de


angiotensina. Seu uso em altas doses pode causar hipotensão e tosse. Não é o
caso aqui.

Alternativa C – Correta: O haloperidol é um neuroléptico, logo há grandes chances


de ser o causador do quadro dos primos.

Alternativa D – Incorreta: A intoxicação com benzodiazepínicos cursa com


depressão do sistema nervoso central com alteração do nível de consciência,
depressão respiratória, hiporreflexia, hipotensão, miose, hipotermia e bradicardia.
O oposto do quadro clínico da questão.

Fonte: Tratado de Pediatria Sociedade Brasileira de Pediatria - 5ª ed

Gabarito oficial: Alternativa C

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso

131
QUESTÃO 94

CCQ: Diante de uma quadro de candidíase de repetição na gestação o


tratamento preconizado é indução com miconazol creme vaginal tópico diário
por 10 a 14 dias e manutenção com miconazol creme vaginal tópico, 2 vezes por
semana, durante 6 meses

Pessoal, estamos diante de uma questão de vulvovaginites. Nesse contexto,


devemos suspeitar da candidíase quando temos uma paciente com prurido vulvar
e/ou vaginal; Queimação, leucorreia grumosa esbranquiçada; Dor e irritação, além
de disúria externa.
A intensidade dos sinais e sintomas varia de leve a grave.
Mas … e a infecção recorrente? É definida como quatro ou mais episódios de
infecção sintomática dentro de 1 ano.
Logo, percebemos que estamos diante de uma paciente com candidíase vaginal
recorrente.

Qual o tratamento? Vamos às alternativas!

Alternativa A - Incorreta: Muitos marcaram essa opção por não terem percebido
as minúcias da questão. Essa alternativa estaria correta se estivéssemos falando
de candidíase recorrente em uma não grávida.
Alternativa B - Incorreta: O Itraconazol é uma opção de tratamento. Mas o
esquema seria 400 mg VO 1x/mês por 6 meses.
Alternativa C - Correta: Nas gestantes, o tratamento deve ser tópico. Inicialmente,
se faz uma indução com miconazol creme vaginal tópico diário por 10 a 14 dias e
manutenção com miconazol creme vaginal tópico, 2 vezes por semana, durante 6
meses.
Alternativa D - Incorreta: O tratamento deve durar, no mínimo, 6 meses.

Gabarito oficial: alternativa C.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Bender RA, Çalışkan Ş, Önal B, et al. Treatment methods for vulvovaginal
candidiasis in pregnancy. J Mycol Med. 2021; 31(3):101138.

132
QUESTÃO 95

CCQ: Diante de um caso de violência doméstica, cabe ao médico fazer a


notificação compulsória em até 7 dias

Fala pessoal, essa questão envolve um assunto muito sério: a violência doméstica.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2013 o Brasil já
ocupava o 5º lugar, num ranking de 83 países onde mais se matam mulheres. São
4,8 homicídios por 100 mil mulheres, em que quase 30% dos crimes ocorrem nos
domicílios. Além disso, uma pesquisa do DataSenado (2013) revelou que 1 em cada
5 brasileiras assumiu que já foi vítima de violência doméstica e familiar provocada
por um homem. Os resultados da Fundação Perseu Abramo, com base em estudo
realizado em 2010, também reforçam esses dados – para se ter uma ideia, a cada
2 minutos 5 mulheres são violentamente agredidas. Outra confirmação da
frequência da violência de gênero é o ciclo que se estabelece e é constantemente
repetido: aumento da tensão, ato de violência e lua de mel. Nessas três fases, a
mulher sofre vários tipos de violência (física, moral, psicológica, sexual e
patrimonial), que podem ser praticadas de maneira isolada ou não.

Agora ... Vamos às alternativas!

Alternativa A - Correta: O quadro enquadra-se como violência doméstica já que


há danos psíquicos. Assim, é de notificação compulsória semanal. Lembre-se que
a questão acerca do DEVER e a notificação compulsória e a prestação de
atendimento na USF são obrigações do médico.

Alternativa B - Incorreta: Não existe nenhuma obrigação em lei do médico


encaminhar para especialista.

Alternativa C - Incorreta: : Não existe nenhuma obrigação em lei do médico


denunciar pelo 180, essa denúncia deve partir da paciente.

Alternativa D - Incorreta: Como vimos, não existe nenhuma obrigação em lei do


médico denunciar pelo 180 ou encaminhar ao psiquiatra.

Gabarito oficial: alternativa A.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

133
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svs/notificacao-
compulsoria/lista-nacional-de-notificacao-compulsoria-de-doencas-agravos-
e-eventos-de-saude-publica.

QUESTÃO 96

CCQ: Saber que dor generalizada pelo corpo, sono não reparador e dor em
pontos dolorosos sugere o diagnóstico de fibromialgia

Aqui a banca nos da uma paciente jovem do sexo feminino com queixa de dores
pelo corpo e dificuldade para dormir. Só por estes dados, já devemos pensar em
fibromialgia, pois não temos sintomas sugestivos de infecção, inflamação ou
neoplasia, apenas dor e dificuldade para dormir! Diagnóstico clássico com esta
clínica, principalmente em mulheres jovens.

Dois dados importantes são:


- Paciente sempre acorda exausta, isso indica sono não reparador! Que é
clássico das questões para esta doença.
- Presença de pontos dolorosos à digitopressão (famosos tender points), que
são encontrados bilateralmente.

Temos critérios diagnósticos para esta doença, como os da ACR de 2010, mas que
não costumam ser cobrados no revalida! Por isso, precisamos conhecer os
sintomas gerais desta doença, que são: dor generalizada, dor à digitopressão dos
tender points e sono não reparador.

A banca nos pergunta aqui, qual é a nossa principal hipótese diagnóstica para esta
paciente, como vimos, temos uma clínica muito sugestiva de fibromialgia.

Vamos às alternativas:

Alternativa A - Incorreta: Poliomiosite se manifesta principalmente com fraqueza


proximal dos membros, a dor pode até estar presente, mas não é o mais comum.

Alternativa B - Correta: Exato! Como explicado acima é a nossa principal hipótese


aqui.

134
Alternativa C - Incorreta: É um diagnóstico diferencial importante, mas temos que
ter alguns critérios aqui, são 3 critérios obrigatórios:

1. Fadiga inexplicada e persistente por mais de 6 meses, não apresentada


anteriormente ao longo da vida, não relacionada aos esforços e não aliviada
pelo repouso, e que atrapalha o paciente em suas atividades ocupacionais,
educacionais, sociais ou pessoais
2. Mal-estar significativo pós-exercício, com duração prolongada (geralmente
> 24 horas)
3. Sono não reparador.

E 1 dos abaixo também deve estar presente:

1. Prejuízo de memória ou concentração


2. Intolerância ortostática.

Então, nossa paciente não fecha estes critérios! Outro ponto importante é que esta
doença é bem rara em provas, sendo a fibromialgia muito mais provável de
aparecer, então paciente com os sintomas descritos no enunciado, pense em
fibromialgia e não fadiga crônica.

Alternativa D - Incorreta: Doença caracterizada principalmente pela rigidez no


pescoço, escápula e pelve, não é o quadro descrito pela banca.

Gabarito oficial: Alternativa B.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

Questão 97

CCQ: O retorno ascendente de sangue pelo equipo do soro sugere uma punção
inadvertida de carótida

Após a punção venosa é devemos realizar o teste de retorno sanguíneo para


avaliar se a punção foi arterial ou venosa. Acoplamos o equipo do soro ao cateter
do acesso, colocamos o frasco em uma altura menor do que o local de punção e
há o refluxo de sangue para o equipo, após isso, elevamos o frasco, caso a punção
seja venosa, o sangue retorna para a veia e observamos apenas a presença de
soro no equipo. Caso seja arterial, observamos um refluxo ascendente pulsátil de

135
sangue pelo equipo, já que a pressão arterial é maior que a pressão da coluna de
soro.
Pela localização anatômica e pelo risco inerente ao procedimento, temos uma
punção inadvertida de carótida, sendo assim, devemos proceder com a retirada
do cateter seguido da compressão do leito arterial para estancar o sangramento.

Vamos às alternativas:

Alternativa A - Incorreta: O diagnóstico da punção inadvertida de carótida é


clínico. A ultrassonografia não é diagnóstica, mas pode auxiliar na localização do
local da punção, de modo a puncionar a veia e não a artéria.

Alternativa B - Correta: No caso de punção inadvertida de carótida devemos


proceder com a retirada do cateter seguido da compressão do leito arterial por 15
minutos pelo menos.

Alternativa C - Incorreta: A instalação da infusão lenta de soro não auxiliaria no


diagnóstico da punção inadvertida de carótida, além do cateter permanecer na
artéria.

Alternativa D - Incorreta: Essa alternativa é a que mais poderia gerar dúvidas, já


que após todo procedimento de obtenção de acesso central venoso é feito uma
radiografia de tórax para confirmar a localização do cateter e avaliar se houve um
pneumotórax. Como houve um refluxo sanguíneo ascendente de sangue, devemos
proceder com a retirada do cateter e não com a realização da radiografia.

Gabarito oficial: Alternativa B.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

136
QUESTÃO 98

CCQ: Criança com edema e proteinúria sugere quadro de síndrome nefrótica,


tratado com corticoide

Ei, pessoal, tudo certo por aí? Questão sobre um tema recorrente. Vamos rever a
síndrome nefrótica?
Um quadro de edema e proteinúria deve chamar atenção para síndrome nefrótica.
Em questões assim, a grande dificuldade do aluno costuma ser diferenciar de
síndrome nefrítica. Veja como vamos diferenciar:

● Síndrome nefrítica: hematúria dismórfica + edema + hipertensão + oligúria

● Síndrome nefrótica: edema + proteinúria + hipoalbuminemia

Veja que, no caso acima, o paciente possui edema e proteinúria, o que fala a favor
de uma síndrome nefrótica. O que pode ter gerado dúvida é a hematúria: mas até
5 hemácias por campo é normal, então o exame está dentro da normalidade.
E a principal causa de síndrome nefrótica na faixa etária pediátrica é a doença por
lesão mínima. O prognóstico da doença costuma ser bom e ela apresenta alta
resposta ao uso de corticoterapia.

Vamos ver as alternativas:

Alternativa A – Incorreta: De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, os


diuréticos devem ser evitados nesses casos, “pelo risco de piora da função renal,
pois muitos nefróticos apresentam redução do volume sanguíneo efetivo.”

Alternativa B – Correta: Sim, pensando na principal causa e na alta resposta da


condição aos corticoides.

Alternativa C – Incorreta: Não, pois não estamos pensando em nenhuma infecção


bacteriana que necessite de antibióticos. A doença pode mesmo estar associada
à peritonite bacteriana espontânea, mas não temos sinais desse quadro no
enunciado.

Alternativa D – Incorreta: Não, inclusive os AINEs podem precipitar a condição.

137
Gabarito oficial: alternativa B.

Opinião Aristo: NÃO cabe recurso.

QUESTÃO 99

CCQ: Saber que o seguimento de sífilis pós tratamento é feito com teste não
treponêmico (VDRL) mensalmente, em casos de gestantes

A sífilis, causada pelo Treponema pallidum, é uma infecção bacteriana sistêmica e


sua principal forma de transmissão é a sexual. Porém, também pode ser passada
verticalmente para o feto durante a gestação. Por isso, devemos estar atentos a
essa afecção na gravidez.

A maioria dos casos de sífilis são assintomáticos, porém, na gestação pode


apresentar consequências severas como: abortamento, prematuridade,
natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias, morte do recém-
nascido...

Sua transmissibilidade é maior nos estágios iniciais (sífilis primária e secundária),


diminuindo.

com o passar do tempo (sífilis latente recente/tardia).

A apresentação clínica varia em cada estágio:

● Sífilis primária: Úlcera geralmente única, indolor e com bordas definidas e


fundo limpo;

● Sífilis secundária: Erupção macular eritematosa (roséola), principalmente no


tronco e membros.

● Sífilis latente: Período sem sinais ou sintomas;

● Sífilis terciária: Acomete sistema nervoso e cardiovascular

Para o diagnóstico, temos:

138
Sífilis primária: Microscopia em campo escuro com visualização direta de
treponemas móveis.

Sífilis secundária, terciária, latente precoce ou tardia, ou de duração


indeterminada: Um dos testes treponêmicos (ex.: teste rápido ou FTA-Abs, ou
TPHA, ou EQL, ou ELISA) MAIS um dos testes não treponêmicos (ex.: VDRL ou
RPR, ou TRUST).

Exceto em caso de gestantes, em que apenas um exame positivo já dita a


conduta de tratamento da gestante e das parcerias sexuais.

O tratamento varia de acordo com a classificação, como vemos adiante:


● Sífilis primária, secundária e latente recente: penicilina benzatina 2,4
milhões UI, IM, dose única;
● Sífilis terciária, latente tardia ou de duração indeterminada: penicilina
benzatina 2,4 milhões UI, IM, semanal durante três semanas, totalizando 7,2
milhões UI;

Seguimento: Devem ser realizados teste não treponêmicos (geralmente o VDRL)


a cada três meses até completar 12 meses após o tratamento. Em gestante, o
seguimento é mensal até o parto, após o parto, o seguimento é trimestral até o 12º
mês de acompanhamento.

Dito isto, vamos às alternativas:

Alternativa A- Correta: Exatamente! O acompanhamento é feito com teste não


treponêmico (geralmente o VDRL) mensal, até o parto.

Alternativa B- Incorreta: TPHA é um teste treponêmico e o acompanhamento é


feito com teste não treponêmico.

Alternativa C- Incorreta: FTA-Abs é um teste treponêmico e o acompanhamento


é feito com teste não treponêmico.

Alternativa D- Incorreta: Não há indicação de uso de Penicilina Procaína durante


a gestação.

Opinião Aristo: Não cabe recurso

QUESTÃO 100

139
CCQ: Saber que em casos de doença mão-pé-boca a criança deve ser isolada
por sete dias ou até desaparecimento das lesões

Questão direta sobre uma doença exantemática bem comum: a doença mão-pé-
boca. Vamos entender um pouquinho mais sobre ela:

Essa é uma doença muito contagiosa causada principalmente pelo Coxsackie A16
sendo comum na infância, principalmente antes dos cinco anos.

O quadro clínico é bem típico e consiste em: febre, dor de garganta e recusa
alimentar, associadas à presença de lesões vesiculares que aparecem na mucosa
bucal e na língua, e erupção pápulo-vesicular localizada nas mãos e pés (incluindo
as palmas e plantas). As vesículas são ovaladas com formato de “grão de arroz” e
as lesões ulceradas na cavidade oral podem não estar presentes em todos os
casos, mas quando presentes podem causar odinofagia e inapetência importante.
Vamos ver as imagens:

O tratamento é sintomático, já que a doença é geralmente autolimitada e a nossa


principal complicação aqui é a desidratação, secundária à baixa ingesta pelas
lesões orais. Podemos ter também uma onicomadese: descolamento da unha.
Além disso, se houver precordialgia, atenção: a doença pode complicar com
miocardite.

Como recomendações temos: oferecer alimentos pastosos e bebidas geladas;


manter medidas de higiene para diminuir transmissão; Desinfectar superfícies,
objetos e utensílios utilizados pelos indivíduos doentes; afastar as pessoas
doentes da escola ou do trabalho até o desaparecimento dos sintomas
(geralmente 5 a 7 dias após início dos sintomas); entre outros.

Dito isto, vamos às alternativas:

140
Alternativa A – Correta: Exatamente! É recomendado que a criança se isole e seja
afastada da creche/escola 5 a 7 dias após início dos sintomas ou até o
desaparecimento das lesões.

Alternativa B- Incorreta: Não há necessidade de notificação compulsória nos


casos de síndrome mão-pé-boca.

Alternativa C- Incorreta: A criança deve sim ser isolada, porém, o tratamento é


feito com sintomáticos, não sendo necessário o uso de antivirais.

Alternativa D- Incorreta: Em casos onde as lesões são muito extensas ou muito


concentradas em cavidade oral, há a indicação de internação para alimentação via
sonda nasogástrica. Além disso, o uso de imunoglobulinas ainda é controverso e
se restringe aos casos de encefalite e paralisia flácida. Ambos cenários não
condizem com o paciente em questão.

Opinião Aristo: Não cabe recurso.

QUESTÕES DISCURSIVAS

QUESTÃO 1
a) Apresente a resposta que deve ser dada pelo médico à solicitação do marido
da paciente. (valor: 2,0 pontos)

Gabarito oficial: O candidato deve se posicionar contrariamente à solicitação


do marido porque eutanásia é crime no Brasil, claramente especificada no
Código de Ética Médica do Brasil. Código de ética médica do Brasil é vedado ao
médico: Art. 41 Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu
representante legal. Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal,
deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem
empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando
sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua
impossibilidade, a de seu representante legal. BRASIL. Resolução n0 2.217, 27
set. 2018. Código de Ética Médica. Diário Oficial da União, Brasília, DF,1/11/2018.
Edição: 211 seção: 1 página 179.

141
CCQ: Saber que a eutanásia é ilegal no Brasil e devemos nos posicionar
contrariamente a ela

Pessoal, a solicitação do marido se configura como eutanásia, então realmente não


poderíamos aceitar a conduta, devendo nos posicionar contrariamente a ela.

Esta prática é ilegal no Brasil, seria definida como abreviar a vida de um paciente.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

b) Responda como se denomina a prática correspondente ao que foi solicitado


pela mãe da paciente. (valor: 1,0 ponto):

Gabarito oficial: Distanásia.

CCQ: Saber que o termo para prolongamento artificial da vida é distanásia

Veja que a mãe da paciente solicita o oposto do marido (que solicitou a eutanásia),
então, esta solicita a distanásia, que seria o prolongamento artificial da vida, outra
conduta que também não é preconizada.

Outro termo que temos é o de ortotanásia, onde aqui, não prolongamos ou


encurtamos a vida do paciente, permitindo uma morte natural.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

c) Descreva os próximos procedimentos que deverão ser realizados e sua


finalidade. (valor: 4,0 pontos)

Gabarito oficial: O candidato deverá indicar no mínimo dois exames clínicos


(feitos por médicos não envolvidos com transplante de órgãos e capacitados
para diagnóstico de morte encefálica) o Teste de apneia (sem precisar
especificar como se realiza o teste) (1,0 ponto) o Citar exame complementar
que comprove ausência de atividade encefálica (1,0 ponto): o candidato poderá
escolher qualquer um dos quatro exames da próxima questão, ou apenas
escrever: exame complementar que comprove ausência de atividade
encefálica.

CCQ: Saber que após critérios iniciais de morte encefálica devemos realizar
exame de imagem e exame clínico por 2 médicos diferentes

142
A paciente já cumpre com os critérios iniciais de morte encefálica (observação por
6 horas no hospital, ausência de causa tratável, Tº corporal >35 C, SatO2 >94%...).

Então, o que nos faltaria agora seria a realização de 2 exames clínicos por médicos
diferentes (não podem fazer parte da equipe de transplante e devem ser
capacitados para avaliar presença de ME), um exame de imagem que comprove
ausência de atividade encefálica e o teste da apneia (este último é sempre
obrigatório).

O gabarito da banca realmente esta correto.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

d) Cite os quatro exames complementares utilizados em casos como esse.


(valor: 3,0 pontos)

Gabarito oficial: • O candidato deverá saber denominar cada exame disponível


para o diagnóstico de ME (3,0) o Eletroencefalograma (0,75 ponto) o Doppler
transcraniano (0,75 ponto) o Cintilografia cerebral (0,75 ponto) o Arteriografia
cerebral (0,75 ponto)

CCQ: Saber que os exames disponíveis para o diagnóstico de ME são 4

Pessoal, não tem muito o que discutir sobre esta questão, realmente são os 4
exames disponíveis:

- Eletroencefalograma;
- Doppler transcraniano;
- Cintilografia cerebral;
- Arteriografia cerebral.

Outros exames não são citados pelo CFM com este objetivo e por isso não
podemos considerá-los como adequados.

Opinião Aristo: Não cabe recurso na questão.

QUESTÃO 2
QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE RECURSO:

143
a) Cite quatro fatores de risco para desenvolvimento de câncer colorretal.
(valor: 8,0 pontos)

Gabarito divulgado:

1. Sobrepeso e obesidade;

2. consumo de carnes processadas;

3. consumo de carne vermelha;

4. consumo de bebida alcóolica em quantidade superior a 30 g de etanol ao dia;

5. tabagismo;

6. sedentarismo.

Temos mais fatores de riscos descritos, vamos utilizar a ACS (American Cancer
Society) para elaborarmos este recurso.

Prezada banca, solicito a consideração de mais fatores de risco dentro dos


possíveis a serem considerados nesta alternativa, segundo descrito pela própria
ACS (America Cancer Society), temos:

Fatores que podem ser modificados:

- Sobrepeso ou obesidade;
- Não ser fisicamente ativo;
- Dietas contendo altas quantidades de carnes vermelhas, alimentos
processados, carnes cozidas a altas temperaturas.
- Baixo nível de vitamina D no sangue;
- Fumantes;
- Uso de álcool;

Fatores que não podem ser modificados:

- Idade avançada;
- História pessoal de pólipos coloretais ou câncer coloretal;
- Histórico pessoal de doença inflamatória intestinal;
- História familiar de câncer coloretal ou pólipos adenomatosos;
- Síndromes herdadas: Síndrome Lynch, PAF (polipose adenomatosa
familiar), Síndrome de Peutz Jeghers, Polipose associada ao MUTYH;
- Racial (afrodescendentes principalmente);

144
- Diabetes tipo 2

Temos também uma cartilha divulgada pelo ministério da saúde sobre o tema que
também citam mais exemplos:

Fonte: Colorectal Cancer Risk Factors | Hereditary Colorectal Risk Factors

Campanha de Prevenção do Câncer Colorretal: Câncer de intestino


(saude.gov.br)

Agradecemos a prezada banca!

Opinião Aristo: Cabe recurso na questão

145
b) Indique o rastreamento mais adequado para as filhas de Dona Aurora. (2,0
pontos)

Gabarito divulgado: Colonoscopia a cada 5 anos, se resultado normal, iniciando


com a idade de 40 ou 10 anos mais jovem que o primeiro diagnóstico na família.

Pessoal, o que caberia aqui é uma mudança de gabarito! Pois, se o resultado da


colonoscopia for completamente normal temos que repetiremos o exame somente
em 10 anos.

Prezada banca, temos que o câncer coloretal se rastreado com colonoscopia e


obtivermos um resultado normal a repetição do exame deve ser feita em 10 anos.

Como indica a referência da US preventive task force, na tabela 1:

Solicito então, a mudança do gabarito para repetição a cada 10 anos. Agradeço a


banca pela atenção.

Fonte: Recommendation: Colorectal Cancer: Screening | United States Preventive


Services Taskforce (uspreventiveservicestaskforce.org)

Opinião Aristo: Cabe recurso na questão.

QUESTÃO 3

CCQ: Diante de criança com perversão alimentar, devemos pensar em anemia

146
ferropriva

Questão muito interessante, aluno Aristo, que consegue abordar vários aspectos
de um mesmo tema. Vamos lá?

a) Indique a principal hipótese diagnóstica.

Temos uma criança de 3 anos, sexo feminino, que apresenta astenia, cansaço para
brincar, sono excessivo, perda de peso e desejo de comer gelo há 8 meses. Além
disso, a criança apresenta baixo peso e baixa estatura para a idade, bem como
taquipneia e taquicardia. Ao exame físico, encontra-se hipocorada (3+/4+) e com
abdome globoso, discretamente distendido.

Diante disso, nossa principal hipótese diagnóstica deve ser a anemia ferropriva,
visto que os dados clínicos e as alterações no exame físico são compatíveis.
Segundo o Tratado de Hematologia, a deficiência de ferro pode gerar redução da
capacidade funcional de vários sistemas orgânicos, entre eles, podemos observar
palidez cutaneomucosa, fadiga, baixa tolerância ao exercício, redução do
desempenho muscular, **perversão alimentar** (ou pica), entre outros.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

b) Cite as alterações esperadas na série vermelha do hemograma.

Tendo a anemia ferropriva como principal hipótese diagnóstica, vamos às


alterações laboratoriais:

● Para crianças de 6 a 59 meses, consideramos anemia quando a


hemoglobina está **abaixo de 11g/dl**.
● A anemia ferropriva é hipocrômica (↓HCM) e microcítica (↓VCM), com
presença de anisocitose (↑RDW), isto é, variação do tamanho das
hemácias em uma amostra de sangue.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

c) Descreva a evolução da depleção de ferro no organismo e seus marcadores


sanguíneos.

Essa é uma das partes mais importantes da questão, isso porque as informações

147
podem gerar muitas dúvidas.

Na maioria das vezes, a suspeita de anemia ferropriva ocorre por alterações no


hemograma. No entanto, antes da anemia propriamente dita, temos outros
estágios que evidenciam a deficiência de ferro. São eles:

1. Depleção no estoque de ferro = ↓ ferritina;


2. Deficiência de ferro = ↓ ferro sérico + ↓ saturação de transferrina + ↑
capacidade total de ligação do ferro;
3. Anemia ferropriva = diminuição da hemoglobina associada às alterações
discutidas na alternativa anterior.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

d) Cite 3 causas que podem estar relacionadas ao quadro clínico.

Essa criança apresenta muitos fatores de risco para a deficiência de ferro, o que
só corrobora a nossa hipótese. Alguns deles são:

1. Prematuridade;
2. Aleitamento materno até os 3 meses (desmame precoce);
3. Alimentação pobre em nutrientes, como ferro (família com dificuldade na
compra de alimentos).

Além disso, apesar do enunciado não ter mencionado, é provável que essa criança
não tenha feito a suplementação profilática de ferro da forma adequada, nos 2
primeiros anos de vida.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

REFERÊNCIAS: PEDIATRIA, Sociedade Brasileira D. Tratado de pediatria


(volume 2). Barueri: Editora Manole, 2021.. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555767483/. Acesso
em: 13 ago. 2022.

148
QUESTÃO 4:
CCQ: Saber que 2 toques consecutivos com 2 horas de diferença e ausência de
aumento da dilatação indica uma parada secundária da dilatação e como agir
frente a isso.

Fala, aluno(a) Aristo!! Questão clássica e direta sobre a interpretação de um


partograma, pensando no seu diagnóstico e qual conduta a partir disso. Vamos
relembrar qual é o passo a passo para analisar um partograma?

Primeiramente, temos que analisar se o partograma foi preenchido corretamente:


se tem o nome, a hora de início preenchidas e se ele foi iniciado com a parturiente
em trabalho de parto ativo (pelo menos 3 cm de dilatação e 2 contrações
moderadas-fortes em 10 min). No caso em questão, está adequado.

Após isso, vamos traçar as linhas de alerta e de ação para interpretação da fase
de dilatação. Nesse caso específico, o traçado ficaria assim:

149
Após isso, enquanto não atinge-se 10 cm de dilatação, poderemos analisar o
período de dilatação. Aqui, podemos encontrar 2 tipos de alterações:
- Período de dilatação prolongado: período de dilatação que progride a uma
velocidade menor que 1 cm/hora, mas que ainda aumenta a dilatação em
toques subsequentes.
- Parada secundária da dilatação: Ausência de progressão da dilatação em 2
toques vaginais consecutivos, com intervalo maior de 2 horas, com
contrações rítmicas e eficazes

150
Após atingir os 10cm de dilatação, aí iremos avaliar o período expulsivo. À
semelhança do período de dilatação, teremos como alterações o período
expulsivo/pélvico prolongado e a parada secundária da descida.

Sabendo disso, vamos ver as alternativas?

a) Responda qual é o diagnóstico da discinesia registrada no partograma.


Temos aqui um quadro clássico de uma parada secundária da dilatação, pois um
colo que estava dilatando a 1 cm/h, de repente para a progressão e em 3 toques
consecutivos, com 2 horas de espaço entre o primeiro e o último toque mostraram
uma dilatação estagnada na marca de 5 cm (ultrapassando a linha de alerta). Logo,
temos uma **parada secundária da dilatação**, também chamada de distócia
funcional ou discinesia uterina. A causa mais comum dessa distócia é a
desproporção céfalo-pélvica.
Opinião Aristo: não cabe recurso.

b) Descreva 4 medidas terapêuticas adequadas que podem ser oferecidas à


paciente nesse cenário.
Frente a um caso de parada secundária da dilatação, podemos estabelecer as
seguintes medidas:
- Alívio da dor com métodos não farmacológicos (deambulação, banho de
imersão, massagem, acupuntura, controle da respiração);
- Analgesia de parto (peridural);
- Amniotomia (pensando em melhorar o componente mecânico das
contrações);
- Infusão de ocitocina via IV (pensando em melhorar o componente mecânico
das contrações).
Lembrando que não se deve recomendar as seguintes terapias: fórcipe ou vácuo-
extrator (ainda estamos no período de dilatação), cesariana (não há sinais de
sofrimento fetal), puxos induzidos (deve ser realizada nos momentos ideais e com
contrações efetivas), manobra de Kristeller ( manobra proscrita).

Opinião Aristo: não cabe recurso.

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QUESTÃO 5:

CCQ: Visando a limitação do dano iatrogênico, todos os exames de um paciente


devem ser solicitados baseados em evidências científicas

Fala pessoal, como andam os estudos? Temos aqui uma questão muito
interessante sobre Medicina Baseada em Evidências baseada no Caderno de
Atenção Básica nº 29 - Rastreamento - do Ministério da Saúde
(https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastr
eamento.pdf).

Sabendo disso, vamos ver as alternativas?

a) Quais exames de rastreamento baseados em evidência científica devem ser


solicitados à paciente?

Pessoal, vamos aproveitar essa alternativa para fazer um apanhado geral das
recomendações do Ministério da Saúde?

Rastreamento Recomendação do Ministério da Saúde

Dislipidemia 1. Homens:
- Dislipidemia em homens > 35 anos;
- Com alto risco cardiovascular, homens de 20
a 35 anos.

2. Mulheres:
- Somente se alto risco cardiovascular e a
partir de 20 anos.

Como realizar? É rastreado através da solicitação


de colesterol total (CT) e frações.

Hipertensão arterial sistêmica (HAS) Homens e mulheres com mais de 18 anos.

Como realizar? É rastreado através da aferição


ambulatorial com esfigmomanômetro.

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Diabetes mellitus tipo II Se PA sustentada 135 x 90 mmhg. Não se aplicando
a outros critérios como obesidade, história familiar
nem faixa etária.

Como realizar? Por meio de glicemia de jejum de


oito horas ou hemoglobina glicada.

Tabagismo Todos os adultos, incluindo gestantes.

Como realizar? Por meio de abordagem breve com


cinco passos (os cinco As): 1. Aborde quanto ao uso
de tabaco; 2. Aconselhe a abandonar o tabagismo
por meio de uma mensagem clara e personalizada;
3. Avalie a disposição em parar de fumar (grau
motivacional para mudança de hábito); 4. Assista-
o(a) a parar; 5. Arranje condições para o seguimento
e suporte do paciente.

Abuso de álcool Rastreio e intervenção, todos os adultos, incluindo


gestantes.

Como rastrear? Há dois testes mais conhecidos. O


AUDIT (The Alcohol Use Disorders) e o CAGE
(feeling the need to Cut down, Annoyed by criticism,
Guilty about drinking, and need for an Eye-opener
in the morning), sendo esse último o mais utilizado
na atenção primária.

Obesidade Todos os adultos.


Como rastrear? Por meio do cálculo do índice de
massa corpórea (IMC).

Câncer do colo do útero Mulheres sexualmente ativas.

Como rastrear? O exame de Papanicolau deve ser


disponibilizado às mulheres com vida sexual ativa,
prioritariamente àquelas da faixa etária de 25 a 59
anos, definida como a população-alvo. A rotina
preconizada é a repetição do exame de Papanicolau
a cada três anos, após dois exames normais
consecutivos no intervalo de um ano.

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Câncer de mama Mulheres entre 50 e 74 anos.

Como rastrear? Recomenda-se o rastreamento de


câncer de mama bianual por meio de mamografia.

Câncer da próstata Não há recomendação de rastreio.

Câncer de cólon e reto Adultos entre 50 e 75 anos.

Como rastrear? Recomenda-se o rastreamento para


o câncer de cólon e reto usando pesquisa de
sangue oculto nas fezes, colonoscopia ou
sigmoidoscopia.

Câncer de pele Não há recomendação de rastreio.

Câncer de boca Não há recomendação de rastreio.

Observação: a tabela acima foi baseada nas recomendações do MS. Outras


sociedades/instituições podem trazer recomendações diferentes.

Para a paciente do nosso caso, os exames solicitados compreendem glicose em


jejum ou hemoglobina glicada, colesterol total e frações, e coleta do exame
preventivo do colo do útero. O rastreio para HAS, tabagismo, abuso de álcool e
obesidade podem ser feitos no próprio consultório e não exigem exames
complementares.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

b) Caso a paciente solicite algum exame adicional ao(s) indicado(s) na resposta


ao item anterior, como o médico deverá orientá-la quanto à indicação ou
contraindicação desse(s) exame(s)?

De acordo com o Ministério da Saúde, poucas são as recomendações de


rastreamento que realmente merecem ser aplicadas na prática clínica em pessoas
assintomáticas. O abuso de solicitação de exames pode trazer problemas, como:
transfere-se a confiança do profissional para os exames, não se esclarece
adequadamente as dúvidas dos pacientes, abre-se uma cascata de exames e os
usuários serão condicionados a realizarem mais e mais check-ups. Além disso, há

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os riscos de rotulação e intervenção consequentes aos falso-positivos. Grande
parte das vezes a palavra do profissional pode ser suficiente para tranquilizar o
usuário se forem abordadas as dúvidas e as apreensões por trás de um pedido de
exame.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

c) Em qual tipo de prevenção em saúde está baseada a orientação médica


abordada na resposta ao item anterior?

Pessoal, vamos aproveitar essa alternativa para fazer uma revisão a respeito dos
níveis de prevenção?

De maneira resumida para não esquecer nas provas, podemos pensar em:

● Prevenção primária: promoção da saúde e proteção específica.


● Prevenção secundária: diagnóstico e tratamento precoce.
● Prevenção terciária: reabilitação e tratamento das sequelas.
● Prevenção quaternária: limitação do dano iatrogênico.

A resposta anterior se relaciona com a detecção de indivíduos em risco de


intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para protegê-los de
novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente
aceitáveis. Assim, estamos falando de prevenção quaternária.

Opinião Aristo: não cabe recurso.

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


de Atenção Básica. Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

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