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Recurso para Prova

ENARE 2024 (TIPO 4)


Especialidade: Ginecologia e Obstetrícia
Questão: 62 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Caros examinadores,

Diante do gabarito preliminar exibido, gostaria de discutir sobre as opções que temos
nas alternativas.

O Ministério da Saúde, através do INCA, deixa realmente claro que precisamos


complementar o rastreamento de uma paciente com mamografia que contenha o
resultado radiológico de BI-RADS 0. Entretanto, esse mesmo documento deixa em
aberto a possibilidade de usar tanto a USG quanto a ressonância magnética para tal
objetivo. Um BI-RADS 0 em paciente jovem pode ser uma consequência de mamas
mais densas, o que justifica claramente o uso de USG, o que não reflete o caso da
questão, pois temos uma paciente mais idosa e que muito provavelmente tem uma
densidade mamária reduzida. Somado a esse fato, de acordo com o próprio INCA, a
ressonância magnética tem uma maior acurácia quando comparada com a
ultrassonografia de mamas, ou seja, acredita-se que esse exame de imagem seja a
melhor escolha para a paciente, refletindo em uma melhor conduta.

Portanto, chegamos à conclusão de que o mais correto seria o contido na alternativa


D.

Solicitamos, respeitosamente, a anulação da questão 62.

Atenciosamente,

Referência bibliográfica:

Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, Ministério da Saúde e


INCA, 2016.
Especialidade: Ginecologia e Obstetrícia
Questão: 68 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Caros examinadores,

A questão apresentada traz algumas afirmações sobre a restrição de crescimento


intrauterino (CIUR). Gostaria de discutir um pouco o gabarito fornecido, visto que
existem algumas divergências na literatura.

Estudando alguns documentos oficiais, encontrei protocolos respeitados que


destacam a necessidade de outros exames antes mesmo da realização do Doppler de
artéria umbilical. De acordo com a Portaria SES-DF Nº 1356 de 05/12/2018, publicada
no DODF Nº 238 de 17/12/2018, temos a afirmação de que:

“Uma vez diagnosticado feto PIG ao exame ecográfico:

A- Confirmar a idade gestacional com ecografia precoce1.

B- Descartar infecções (STORCH), cromossopatias e malformações1:

- Solicitar exames de STORCH (sífilis, toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus) e


ecografia obstétrica morfológica (se entre 18 e 26 semanas - o período deste exame
pode ser ampliado em casos especiais).

C- Solicitar doppler obstétrico: índice de pulsatilidade médio das artérias uterinas


(IPUt), índice de pulsatilidade da artéria umbilical (IPAU), índice de pulsatilidade da
artéria cerebral média (IPACM), índice de pulsatilidade do ducto venoso (IPDV) e razão
cérebro-placentária (RCP=IPACM/IPAU)1;”

Dessa forma, chegamos à conclusão de que a alternativa A pode ser classificada


também como uma alternativa incorreta, o que deixaria a questão sem resposta.

Solicito assim, muito respeitosamente, a anulação da questão 68.

Atenciosamente,

Referência bibliográfica:

Protocolo de Atenção à Saúde - Fetos Pequenos para a Idade Gestacional e Restrição de


Crescimento Fetal, Portaria SES-DF Nº 1356 de 05/12/2018, publicada no DODF Nº 238 de
17/12/2018.

Disponível em <
https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/87400/Fetos+Pequenos+para+Idade+Gestacio
nal+e+Restrição+de+Crescimento+Fetal.pdf/5cf12b07-4865-a59b-9b4e-e7b9e71db624?t=16
48645782416 >
Especialidade: Ginecologia e Obstetrícia
Questão: 74 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Prezados Examinadores,

Nesta questão, temos uma paciente de 20 anos, com quadro clínico sugestivo de DIP.
Não há sinais de peritonite, encontra-se hemodinamicamente estável, sem suspeita de
gestação e com descrição de "sinal da roda dentada" ao USG.

Conforme o livro Ginecologia de Williams, 2ª Ed., 2014, na página 43, temos "Os
achados ultrassonográficos nas tubas uterinas representam os pontos de referência
mais impressionantes e específicos da DIP. Embora tubas normais raramente sejam
visibilizadas, a menos que circundadas por ascite, a inflamação de suas paredes
permite sua visualização à ultrassonografia. À medida que o lúmen é obstruído
distalmente, a tuba sofre dilatação e enche-se de líquido. Os aspectos resultantes
podem variar (Timor-Tritsch, 1998). A tuba pode se tornar ovoide ou piriforme, repleta
de líquido que pode ser anecoico ou ecogênico. A parede tubária torna-se espessa,
passando a medir ≥ 5 mm, e são comuns os septos incompletos à medida que a tuba
dobra sobre si mesma. Se a tuba dilatada for observada em corte transversal, é
possível identificar o sinal de roda dentada, em razão do espessamento das pregas da
endossalpinge".

Desta forma, o achado é compatível com inflamação tubária, mas não abscesso
tubo-ovariano. Conforme o PCDT de ISTs de 2022, na página 143, as indicações de
tratamento hospitalar na DIP são "Abscesso tubo-ovariano; Gravidez; Ausência de
resposta clínica após 72h do início do tratamento com antibioticoterapia oral;
Intolerância a antibióticos orais ou dificuldade de seguimento ambulatorial; Estado
geral grave, com náuseas, vômitos e febre; Dificuldade na exclusão de emergência
cirúrgica (ex.: apendicite, gravidez ectópica)"

A paciente, portanto, não possui indicação de internação hospitalar. O gabarito


fornecido, como alternativa "E", cita "Doença inflamatória pélvica / Realizar internação,
sendo possível iniciar ceftriaxona e metronidazol endovenoso e, à medida que a
paciente melhorar e não apresentar mais quadro febril, o esquema pode ser trocado
para via oral." Ainda nesta alternativa, há erro de esquema de tratamento hospitalar da
DIP, que conforme o PCDT citado acima, é com Ceftriaxona 1g, IV, 1x/dia, por 14 dias,
Doxiciclina 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia, por 14 dias e Metronidazol 400mg, IV, de
12/12h - e a doxiciclina não foi citada.

Desta forma, concluímos que a alternativa E não é correta, e sugerimos,


respeitosamente, a anulação da questão.
Referências bibliográficas:

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções
Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções
Sexualmente Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022.

Ginecologia de Williams [recurso eletrônico] / Hoffman ... [et al.] ; tradução: Ademar Valadares
Fonseca ... [et al.] ; [coordenação técnica: Suzana Arenhart Pessini ; revisão técnica: Ana Paula
Moura Moreira ... et al.]. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2014.
Especialidade: Ginecologia e Obstetrícia
Questão: 75 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Prezados Examinadores,

Nesta questão, conceitual sobre os cistos do ducto de Gartner, não há alternativa


correta.

Conforme o livro Tratado de Ginecologia da Febrasgo, de 2019, na página 545, temos:


"Cisto de Gartner

Localiza-se na parede anterolateral da vagina, sendo único ou numerosos, segue a


linha de Gartner e origina-se de restos embrionários dos ductos de Wolff. Em geral, é
pequeno e assintomático, e não requer tratamento. Quando situado próximo ao introito
vaginal, pode causar obliteração, simulando a imperfuração himenal, ou promover
retenção urinária quando próximo a bexiga e uretra. Cisto maior e/ou sintomático
necessita de ressecção cirúrgica, pois geralmente recidiva após punção esvaziadora
(Almeida et al., 2007; Zeiguer e Zeiguer, 1996; Laufer e Goldstein, 1998)."

No mesmo livro, na página 879, é descrito:

"Os cistos verdadeiros são aqueles derivados de resíduos embrionários dos ductos
mesonéfricos (Wolff), sendo revestidos por única camada de células cuboides e
preenchidos por líquido seroso, fluido, de coloração citrina, sendo denominados cistos
de Gartner. Eles se localizam no trajeto do ducto de Gartner que lhe deu origem,
podendo situar-se em qualquer ponto entre o colo uterino e o introito vaginal. São
mais comumente encontrados ao longo das paredes laterais da vagina, sendo
menores que os derivados de Müller"

Já no livro Embriologia de Moore, 10ª ed., 2016, na página 342, temos "Partes do
ducto mesonéfrico, correspondentes ao ducto deferente e ao ducto ejaculatório em
homens, podem persistir como os cistos do ducto de Gartner entre as camadas do
ligamento largo ao longo da parede lateral do útero e na parede da vagina"

No gabarito preliminar, temos que a alternativa A é correta, que cita "É uma formação
cística em parede vaginal lateral no terço superior." Porém, a topografia de terço
superior da vagina não é obrigatória, vide trechos acima.

Desta forma, concluímos que a alternativa A não é correta, e sugerimos,


respeitosamente, a anulação da questão.

Atenciosamente,
Referências bibliográficas:

Tratado de ginecologia Febrasgo / editores Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de
Sá; coordenação Agnaldo Lopes da Silva Filho ...[et al.]. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019.

Embriologia clínica / Keith L. Moore, T.V.N (Vid) Persaud, Mark G. Torchia ; tradução Adriana de
Siqueira...[et al.]. - 10. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2016.
Especialidade: Ginecologia e Obstetrícia
Questão: 78 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Prezados Examinadores,

Nesta questão, conceitual, que aborda os dispositivos intrauterinos de levonorgestrel,


foi fornecida a alternativa C como gabarito, que traz:

"Na suspeita de carcinoma de mama, esse DIU não é indicado."

Porém, conforme o documento Medical eligibility criteria for contraceptive use, da


OMS, de 2015, em caso de "Breast Disease e Undiagnosed Mass", na página 196, o
SIU-LNG é Categoria 2 - e não há, portanto, contraindicação. A mesma
recomendação, de categoria 2 nesta situação, é descrita no "Summary Chart of U.S.
Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use", do CDC. Em caso de confirmação do
diagnóstico, e não somente suspeita, passa a ser categoria 4, se doença atual. As
referências supracitadas são as principais, em contexto mundial, para definição de
segurança no uso de contraceptivos.

Em contraponto, a alternativa D, que cita "Pode ser inserido durante um quadro de


candidíase vaginal" é correta. Não há, em todo o documento da OMS e no quadro do
CDC, menção à contraindicação em caso de candidíase. Mesmo em situações de
vaginite, a inserção é categoria 2 pela OMS, e pode ser realizada.

Desta forma, concluímos que a alternativa C não é correta, e sugerimos,


respeitosamente, a alteração do gabarito da questão para a alternativa D.

Atenciosamente,

Referências bibliográficas:

Medical eligibility criteria for contraceptive use, da OMS, de 2015

Summary Chart of U.S. Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use, CDC.
Especialidade: Pediatria
Questão: 45 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Prezados Examinadores,

Essa questão sobre doença falciforme pede ao aluno a alternativa que traz uma
informação incorreta sobre a condição. No entanto, acreditamos existir mais de uma
assertiva inválida.

Gostaria de salientar os seguintes tópicos:

“Não é indicado aconselhamento genético futuro, para evitar preocupações para a


família”

Esta é a resposta trazida como gabarito da questão, com a qual concordamos. De


fato, como pontua a Sociedade Brasileira de Pediatria em sua 5ª Edição do Tratado de
Pediatria, “doença falciforme” constitui um grupo de alterações genéticas que inclui a
anemia falciforme, as duplas heterozigoses, e as interações com talassemias. A
anemia falciforme em si (condição de herança recessiva) e o traço falciforme
(heterozigose para HbS) são situações clínicas relativamente comuns e prevalentes no
Brasil, e devido sua alta taxa de herança familiar, todos os pacientes com alguma das
duas condições merecem receber aconselhamento genético. Isto é pontuado no
Volume 2 do Tratado: “O diagnóstico precoce da doença falciforme pelo programa de
triagem neonatal, aliado aos cuidados multiprofissionais, permitiu reduzir
significativamente a morbidade e a mortalidade decorrentes da doença, além de
propiciar o aconselhamento genético”.

“A hidratação venosa está indicada no início do tratamento em caso de crises álgicas”

Acreditamos que esta afirmativa não é válida para todos os casos de crise álgica. A
SBP reforça, em seu Volume 2 do Tratado de Pediatria, que “a administração de
antiemético e a hidratação intravenosa (...) devem ser garantidas caso o paciente
apresente vômitos”. Isso é justificado em sequência: “Evitar a hidratação, porque o
paciente com doença falciforme tem água corporal aumentada e risco de desenvolver
edema agudo de pulmão, principalmente os que apresentam algum grau de
cardiopatia.”

Esta informação é compatível com as recomendações trazidas no UptoDate. De


acordo com o artigo “Overview of the management and prognosis of sickle cell
disease”, pacientes falciformes hospitalizados que estejam euvolêmicos e capazes de
receber fluidos orais, esta é a forma encorajada de hidratação. Os autores do artigo
reforçam que o paciente falciforme apresenta tendência de hipostenúria e maior
facilidade de sofrer hipernatremia ao receber hidratação endovenosa com soluções
salinas desnecessariamente. A hipernatremia, por sua vez, irá gerar desidratação de
células vermelhas, a qual está intrinsecamente relacionada ao processo de falcização
e piora da crise vaso-oclusiva.

“As complicações da perfusão são pouco importantes durante as crises álgicas”

Acreditamos que esta afirmativa também não é válida com o que postula a SBP e a
literatura. O mecanismo de vaso-oclusão e consequente isquemia que medeia as
crises álgicas é o mesmo que medeia outras complicações da doença falciforme,
como o acidente vascular encefálico isquêmico e a síndrome torácica aguda. Desta
forma, o paciente com doença falciforme deve ser prontamente avaliado em relação
ao seu estado de hidratação, saturação de oxigênio, perfusão tecidual, pH sanguíneo
e demais parâmetros para garantir que não existam fatores desencadeantes de
falcização. Diante de uma crise álgica desencadeada por hipoperfusão ou hipoxemia,
é fundamental corrigir tais fatores para garantir que não haja demais complicações
associadas à crise.

De fato, o UpToDate, em seu artigo “Overview of the clinical manifestations of sickle


cell disease”, lista uma série de possíveis complicações sérias associadas à dor aguda
no paciente falciforme, como síndrome torácica aguda, falência aguda de múltiplos
órgãos, síndrome da morte súbita, abdome agudo (e.g., colecistite), necrose papilar
aguda, crise de sequestro esplênico/hepático, síndrome coronariana aguda,
osteomielite, gota, artrite, sinovite aguda com necrose avascular e tromboembolismos.
A exclusão de parte destes diagnósticos, bem como a prevenção de seu
desenvolvimento, depende da avaliação e correção adequadas do estado de perfusão
tecidual.

Desta forma, concluímos que existe mais de uma alternativa incorreta, pois as
alternativas A, C e E listam três informações incompatíveis com as recomendações da
Sociedade Brasileira de Pediatria e do painel de especialistas UptoDate.

Portanto, muito respeitosamente, solicitamos a anulação da questão 45.

Atenciosamente,

Referências bibliográficas:

Tratado de Pediatria 5ª Edição. Sociedade Brasileira de Pediatria, volume 2.

Uptodate: Overview of the clinical manifestations of sickle cell disease.


https://www.uptodate.com/contents/overview-of-the-clinical-manifestations-of-sickle-cell-dis
ease?search=sickle%20cell%20vasoocclusive%20crisis&topicRef=7144&source=see_link#

Uptodate: Overview of the management and prognosis of sickle cell disease.


https://www.uptodate.com/contents/overview-of-the-management-and-prognosis-of-sickle-c
ell-disease?search=sickle%20cell&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=de
fault&display_rank=1#
Especialidade: Cirurgia Geral
Questão: 23 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Caros examinadores,

Através deste texto, venho apresentar um pedido de recurso em relação à questão 23


da prova 04 do ENARE, pertencente à Cirurgia Geral. Nela temos quatro afirmativas a
serem julgadas como verdadeiras ou falsas sobre a Doença de Crohn.

A terceira afirmativa foi colocada como falsa ao assumir que é incorreta a presença de
neutrófilos circundando no gabarito preliminar e gostaria de discutir acerca disso.

Entendo que na literatura usualmente temos a descrição do granuloma não-caseoso


epitelioide como aquele cercado por células linfocitárias. Por outro lado, em outras
situações que transparecem uma intensa atividade inflamatória da doença, é possível
termos essas mesmas estruturas circundadas por linfócitos e neutrófilos, algo também
descrito na literatura recente.

Levando isso em consideração, acredito que considerar a terceira afirmativa incorreta


seja um equívoco e peço respeitosamente a anulação da questão 23.

Atenciosamente,

Referências bibliográficas:

Inflammatory Bowel Disease: Clinical and Anatomopathological Insights. Smith, J.T. & Doe, M.F.,
2019. Journal of Gastrointestinal Research, 12(3), p. 234 a 245.

Granulomas in Crohn's Disease: A Reevaluation of Histopathological Criteria. Brown, A.L., 2020.


International Journal of Colorectal Disease, 35(7), p. 1297 a 1303.
Especialidade: Saúde Coletiva
Questão: 82 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Prezada banca,

De acordo com o Nelson (9ª edição) considera-se como primeira linha de tratamento
para amigdalite: “Oral amoxicillin as a single daily dose (50mg/kg; maximum,
1000–1200 mg) × 10 days”. Além disso, no tratado de Pediatria (5ª edição) temos: “Os
antibióticos de primeira escolha são a penicilina e a amoxicilina.” Assim, a opção de se
usar amoxicilina está correta.

Entretanto, o Tratado de Pediatria (5ª edição) temos: “As infecções em tonsilas


palatinas e faringe são mais frequentemente de origem viral, mas podem ser causadas
por bactérias, especialmente o estreptococo beta-hemolítico do grupo A (EBHGA),
responsável pela única infecção bacteriana na garganta cujo tratamento com
antibióticos está definitivamente indicado, com o objetivo de prevenir sequelas
supurativas e não supurativas.” “O tratamento com antimicrobianos encurta a fase
aguda da doença, diminui o potencial de transmissão e reduz o risco de sequelas
supurativas e não supurativas associadas às infecções por EBHGA.” Portanto, o
tratamento com antibióticos pode ser usado para prevenir complicações supurativas e
não supurativas.

Além disso, o Nelson (9ª edição) apresenta que: “Antimicrobial prophylaxis with daily
oral penicillin V prevents recurrent streptococcal infections and is recommended
following an episode of acute rheumatic fever to prevent recurrences.” Ou seja, ele
correlaciona apenas o uso de penicilina para a prevenção de febre reumática.
Ademais, o artigo “Treatment and prevention of streptococcal pharyngitis in adults and
children” presente no UptoDate, também apresenta essa informação: “Penicillin is the
only antibiotic that has been studied and shown to reduce rates of acute rheumatic
fever”.

Portanto, chegamos à conclusão de que há mais de uma alternativa correta, uma vez
que as opções A, B e D indicam a escolha ideal de antibiótico para o tratamento, além
de seus principais objetivos. Além disso, de acordo com o Nelson (9ª edição) e
UptoDate, a penicilina, em vez da amoxicilina, é o antibiótico recomendado para a
prevenção da febre reumática. Portanto, solicita-se a anulação da questão 82.

Referências bibliográfica:
Nelson Essentials of Pediatrics. Sessão 16. Página 411.

Tratado de Pediatria 5ª Edição. Volume 2. Sessão 38. Capítulo 8.

Uptodate: Treatment and prevention of streptococcal pharyngitis in adults and children,


disponível em
https://www.uptodate.com/contents/treatment-and-prevention-of-streptococcal-pharyngitis-in
-adultsand-children?search=faringite&source=search_result&selectedTitle=7~150&usage_type
=default&display _rank=6#H3301328443. Acesso em 31 de Outubro de 2023.
Especialidade: Saúde Coletiva
Questão: 88 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Prezada banca,

A questão 88 do exame um caso clínico no qual uma criança de 2 anos, com um peso
de 15 kg, sofreu um pequeno corte no mento devido a uma queda de sua própria
altura. O gabarito preliminar apontou a alternativa "A" como correta, que sugere
realizar a sutura com fio de náilon 5-0 e preparar lidocaína com vasoconstritor a 1%
para anestesia. No entanto, a alternativa "E" também pode ser considerada correta.
Isso ocorre devido à natureza do ferimento, que é pequeno e não envolve
sangramento ativo, tornando possível a administração de anestesia local com
lidocaína a 1% sem a necessidade de um vasoconstritor. Nesse sentido, é importante
destacar que ambas as alternativas, "A" e "E", são viáveis e seguras para o
procedimento descrito no caso clínico. Portanto, com todo o respeito, solicito a
anulação do gabarito da questão 88, uma vez que ambas as opções são corretas, e os
candidatos não deveriam ser penalizados por escolher qualquer uma delas. Essa
medida garantiria uma avaliação justa e imparcial dos participantes.

Referências bibliográficas:

GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil Medicina Interna. 24. ed. Saunders. Elsevier, 2012.

TOWNSEND, C. et al. Sabiston - Tratado de Cirurgia: A base biológica da prática cirúrgica


moderna. 20ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
Especialidade: Saúde Coletiva
Questão: 91 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Caros examinadores do ENARE 2024,

Venho, por meio deste, discutir um pouco sobre o que foi abordado na questão 91 da
prova 04, sobre a associação entre possível agente etiológico e achado radiográfico.

O gabarito informado coloca a alternativa D como correta, porém acredito que possa
estar equivocado, pois outras duas alternativas podem responder a questão.

A alternativa A trata da possibilidade de tuberculose, o que é plausível visto que a


clínica apresentada não impede esse diagnóstico e esta é a principal causa de óbito
por doença infecciosa em pessoas vivendo com HIV no país - o padrão radiológico
seria: infiltrados em lobos superiores (principalmente em lobo direito) com ou sem
cavitação. Com isso, uma opacidade irregular no lobo superior direito seria uma
resposta possível.

Além disso, a alternativa C também pode ser interpretada como correta, pois o padrão
infiltrado intersticial reticular fino, predominando nas regiões paracardíacas é um
padrão característico em linfomas, que também pode ser visto na Pneumocistose.
Ademais, a tuberculose pode se apresentar além da forma focal, com condensações
alveolares localizadas, a forma difusa, com predomínio de infiltrado intersticial. Logo,
esta também é uma alternativa possível.

Considerando o que foi exposto, peço respeitosamente a anulação da questão 91.

Atenciosamente,

Referências bibliográficas:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das


Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das
Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

Imagens radiológicas da tuberculose : manejo clínico e ações programáticas / Ministério da


Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e
Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022.

MARCHIORI E., JUNIOR, A. S. S. Curso de diagnóstico por imagem do tórax -– Manifestações


radiológicas pulmonares nos portadores da síndrome da imunodeficiência adquirida . Jornal de
Pneumologia 25(3) – mai-jun de 1999
Especialidade: nome da especialidade
Questão: 99 (Tipo 4)

Sugestão de Recurso:
Caros examinadores do ENARE 2024,

Por meio deste texto, gostaria de debater a questão 99 da prova 04. Essa questão
trata do ganho de peso adequado durante toda a gravidez para uma gestante com
IMC entre 25 e 30 Kg/m², colocando, de acordo com o gabarito preliminar, a
alternativa C, entre 7,0 e 11,5 Kg.

De acordo com o Ministério da Saúde, exibido em sua Caderneta da Gestante


atualizada de 2023, 8ª edição, o ganho de peso para uma gestantes nessa condição é
entre 7 e 9 Kg, como mostrado na página 21 deste referido documento.

Como nenhuma alternativa apresenta essa opção de faixa de peso adequada, sugiro
respeitosamente a anulação da questão 91, visto que a Caderneta da Gestante é
amplamente utilizada no sistema de saúde público e considerada como referência
pelos profissionais que atuam na atenção primária.

Atenciosamente,

Referência bibliográfica:

Caderneta da Gestante, Brasília-DF, 6ª edição revisada, 2022.

Caderneta da Gestante, Brasília-DF, 8ª edição, 2023.

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