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COVID-19
EVOLUTA E UNINASSAU
NR-32: UMA ALIADA ESTRATÉGICA DOS TRABALHADORES DA SAÚDE
- Roteiro da apresentação -
José Hélio Lopes (Educador da Fundacentro/PE)
- Comparado a outros setores econômicos, o ambiente hospitalar é um dos mais complexos para
a gestão de SST, pois reúne uma variedade expressiva de riscos. Além dos trabalhadores da saúde,
também convivem nesse ambiente: auxiliares de serviços gerais, vigilantes, recepcionistas,
pessoal da lavanderia, da manutenção, etc (muitos deles terceirizados).
- Apesar da sua inegável importância e de existir há quase 15 anos, a NR-32 sempre foi ignorada
por muitos gestores da área e pela própria mídia. Ela é a Geni da música de Chico Buarque:
“Joga pedra na Geni, ela é feita pra apanhar, ela é boa de cuspir. Maldita Geni”. Nesse
contexto, o próprio SESMT e a CIPA não têm respaldo da administração.
- Assim, a atual crise sanitária expôs a fragilidade da gestão de SST nos serviços de saúde,
especialmente na área pública (Aroldo Hitoshi/SE).
- Há 5 programas e planos importantíssimos não levados a sério pelo setor: PPRA x PGRSS x PMOC
x PPR x PPRAMP.
- Medida de proteção coletiva: UTI com antecâmara com pressão negativa para impedir que o ar
infectado saia e contamine outros ambientes (hierarquia das medidas preventivas da NR-1).
- NR-32 (32.2.4.6.2): Os trabalhadores não devem sair do trabalho com jalecos e EPIs usados em
suas atividades. A fase de desparamentação (retirada da roupa) é outro momento crítico de
infecção: profissionais exaustos pelo fim do plantão se distraem para cumprir esse ritual.
- NR-32 (32.2.4.3.2): a utilização de luvas não substitui a lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no
mínimo, antes e depois do seu uso.
- NR-32 (32.2.3.5): em todo acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem afastamento do
trabalhador, deverá ser emitida a CAT.
- Nota Técnica nº 38/2020 da Anvisa: não são recomendados os túneis de desinfecção que
pulverizam produtos sobre as pessoas (hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio ou
quaternário de amônio) em hospitais e ambientes públicos. Poderão ocorreu efeitos adversos
sobre a saúde. O Conselho Federal de Química também emitiu parecer a respeito.
- Como não há EPIs em número suficiente, os trabalhadores ficam mais expostos ao risco de
contaminação.
- A luva nitrílica (usada no manejo de cadáveres) é mais resistente e provoca menos reações
alérgicas na pele que a luva cirúrgica de látex.
PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Nem parasitas nem heróis: os trabalhadores da saúde têm família, sonhos,
projetos de vida e precisam ter seus direitos garantidos.
(Paulo Lira - Cerest/PE)
- Eles são muito mais que recursos humanos: este é um dos aprendizados da atual crise. Grupo
vulnerável prioritário na pandemia da covid-19.
- Conforme o Ministério da Saúde, até 14/05 havia quase 32 mil profissionais da saúde
infectados e quase 200 mil suspeitos de ter contraído a doença. Segundo o Conselho Federal
de Enfermagem, até 12/05 houve 108 óbitos na categoria.
- Estão trabalhando como nunca e sob forte pressão emocional (Síndrome de Burnout). Se o
descanso não é assegurado, o profissional pode se contaminar e negligenciar os cuidados com o
paciente (elevação do risco de erro).
- O hospital carrega o ônus da dor, da doença e da morte. O encontro diário com esta realidade
não permite que os trabalhadores fiquem insensíveis. As coisas pioram quando sabemos que a
enfermagem é uma área predominantemente feminina, razão pela qual as mulheres precisam
lutar o tempo todo para provar a sua competência (Emilio Gennari).
- O uso de antidepressivos e ansiolíticos é uma espécie de suporte ao qual muitos recorrem para
equilibrar a ansiedade e tristeza profundas. O Conselho Federal de Enfermagem criou um chat de
atendimento 24 horas para profissionais de Enfermagem em sofrimento emocional. O Hospital
das Clínicas/UFPE dispõe de uma rede de apoio e acolhimento em saúde mental para
profissionais e estudantes na linha de frente do combate ao coronavírus.
Recife, 20/05/2020