Introdução à prevenção de

acidentes de trabalho na
enfermagem
A enfermagem é uma profissão essencial para a saúde e o bem-estar da população, mas infelizmente, os
profissionais dessa área estão constantemente expostos a riscos de acidentes de trabalho. Desde a manipulação
de materiais perfurocortantes, o contato com agentes biológicos, até a realização de procedimentos que
envolvem esforço físico, os enfermeiros precisam estar atentos e adotar medidas preventivas para evitar
acidentes que podem trazer consequências graves para sua saúde e segurança. Nesta seção, abordaremos os
principais tipos de acidentes que acometem os profissionais de enfermagem, as causas mais comuns e as
estratégias eficazes para preveni-los, visando garantir um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para
toda a equipe.

by Mirian Pegoretti Hernández

Principais tipos de acidentes de trabalho na
enfermagem
Os profissionais de enfermagem estão expostos a uma variedade de riscos ocupacionais que podem levar a acidentes de
trabalho. Alguns dos principais tipos de acidentes vivenciados por essa categoria incluem:

Lesões por esforço repetitivo (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) - Devido à
movimentação frequente de pacientes, adoção de posturas inadequadas e realização de tarefas repetitivas.

Perfurocortantes - Acidentes com agulhas, escalpes, bisturis e outros instrumentos perfurocortantes durante
administração de medicamentos, coleta de sangue ou procedimentos cirúrgicos.

Contaminação por fluidos biológicos - Exposição a sangue, secreções, excreções e outros fluidos que podem
transmitir doenças infecciosas como hepatite B, hepatite C e HIV.

Quedas e escorregões - Devido a pisos molhados ou escorregadios, falta de atenção, móveis e equipamentos mal
posicionados.

Agressões físicas e verbais - Pacientes, familiares e acompanhantes irritados ou agitados podem agredir verbal ou
fisicamente os profissionais de enfermagem.

Esses tipos de acidentes podem causar desde afastamentos temporários até lesões permanentes nos trabalhadores,
impactando diretamente na qualidade de vida e na capacidade laboral desses profissionais.
Fatores de risco para acidentes de trabalho
na enfermagem
Os enfermeiros estão expostos a diversos fatores de risco que podem levar a acidentes de trabalho, como:

1. Manuseio inadequado de equipamentos e materiais perfurocortantes, como agulhas, bisturis e vidrarias, podendo
causar cortes, perfurações e exposição a doenças infecciosas.

2. Movimentação e transporte inadequado de pacientes, especialmente aqueles com mobilidade reduzida, que
podem gerar lesões na coluna vertebral, como lombalgias e hérnia de disco.

3. Exposição a fluidos corporais, como sangue, saliva e secreções, que podem transmitir doenças como hepatite B,
hepatite C e HIV.

4. Estresse e sobrecarga de trabalho, decorrentes de jornadas excessivas, falta de pessoal e alta demanda de
atendimento, aumentando os riscos de acidentes e erros.

5. Contato com substâncias químicas, como medicamentos e desinfetantes, que podem causar intoxicações, alergias
e dermatites.

6. Exposição a radiações ionizantes e não ionizantes, como raios X e luz ultravioleta, que podem causar danos à
saúde a longo prazo.

É fundamental que os enfermeiros estejam cientes desses fatores de risco e adotem medidas preventivas, como o uso de
equipamentos de proteção individual (EPIs), a capacitação constante e a adoção de práticas seguras no ambiente de
trabalho.
Legislação e normas de segurança no
trabalho para enfermeiros
Os enfermeiros estão sujeitos a diversos riscos ocupacionais durante o exercício de suas atividades, como exposição a
materiais biológicos, produtos químicos, radiação, esforço físico e carga horária extensa. Portanto, a legislação
brasileira estabelece normas específicas para garantir a saúde e segurança desses profissionais no ambiente de
trabalho.

A Norma Regulamentadora 32 (NR-32) do Ministério do Trabalho e Emprego dispõe sobre a segurança e saúde no
trabalho em serviços de saúde. Ela determina, por exemplo, o uso obrigatório de equipamentos de proteção individual
(EPIs), treinamentos periódicos sobre biossegurança, acesso a vacinas, entre outras medidas. Além disso, a legislação
trabalhista geral, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), também se aplica aos enfermeiros, assegurando
direitos como jornada de trabalho, descanso semanal remunerado e adicional noturno.

Cabe aos empregadores fornecer as condições e os meios necessários para que os enfermeiros possam exercer suas
atividades com segurança, saúde e dignidade. E aos profissionais, por sua vez, cumprir as normas e orientações
estabelecidas, visando prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
Equipamentos de proteção individual (EPI)
para enfermeiros
Como profissionais de saúde, os enfermeiros estão constantemente expostos a diversos riscos em seu ambiente de
trabalho, incluindo contato com fluidos corporais, agentes biológicos, produtos químicos e até mesmo violência.
Portanto, é essencial que esses profissionais utilizem equipamentos de proteção individual (EPI) adequados para garantir
sua segurança e a de seus pacientes.

Os principais EPIs utilizados por enfermeiros incluem:

Aventais - Protegem a roupa e a pele contra respingos de fluidos e contaminação por agentes biológicos.

Luvas - Evitam o contato direto com sangue, fluidos corporais, secreções e materiais contaminados.

Máscaras ou respiradores - Impedem a inalação de agentes infecciosos, poeiras, vapores e gotículas.

Óculos ou protetor facial - Protegem os olhos contra respingos e projeção de partículas.

Calçados fechados e antiderrapantes - Oferecem proteção aos pés e evitam acidentes por escorregões e quedas.

Além disso, é importante que os enfermeiros recebam treinamento adequado sobre o uso correto e a manutenção
apropriada desses equipamentos de proteção. Somente com o uso apropriado e consciente dos EPIs é possível garantir a
segurança e a saúde desses profissionais durante o exercício de suas atividades.
Treinamento e conscientização dos
profissionais de enfermagem
O treinamento e a conscientização dos profissionais de enfermagem são elementos essenciais para a prevenção de
acidentes de trabalho nessa área. É fundamental que os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem recebam um
treinamento abrangente e contínuo sobre as melhores práticas de segurança e os procedimentos adequados para lidar com
situações de risco no dia a dia de suas atividades. Isso inclui desde a correta utilização de Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs) até o manejo apropriado de materiais perfurocortantes, a adoção de posturas ergonômicas e a
implementação de protocolos de higiene e desinfecção.

Além do treinamento, é crucial promover uma cultura de conscientização entre os profissionais de enfermagem sobre a
importância da prevenção de acidentes. Isso pode ser feito por meio de palestras, workshops, campanhas educativas e a
divulgação de informações relevantes em murais, folders e materiais digitais. Essa abordagem visa sensibilizar a equipe
sobre os principais riscos, as principais causas de acidentes e as medidas preventivas que devem ser adotadas. Dessa
forma, os enfermeiros, técnicos e auxiliares estarão mais engajados e comprometidos com a sua própria segurança e a de
seus pacientes.

Outra estratégia importante é a implementação de programas de capacitação contínua, nos quais os profissionais de
enfermagem possam atualizar seus conhecimentos e habilidades relacionados à prevenção de acidentes. Esses programas
devem abordar temas como a legislação trabalhista, os protocolos de segurança, os procedimentos de primeiros socorros e
a adoção de boas práticas ergonômicas. Dessa forma, a equipe de enfermagem estará sempre preparada para lidar com os
desafios e os riscos inerentes à sua profissão.
Mapeamento e análise de acidentes de
trabalho na enfermagem
Coleta de Dados
O primeiro passo para mapear e analisar os
acidentes de trabalho na enfermagem é
coletar dados detalhados sobre cada
ocorrência. Isso envolve registrar
informações como o local do acidente, o tipo
de acidente (corte, perfuração, queda, etc.),
os fatores contribuintes, as partes do corpo
afetadas e o impacto na saúde do
profissional. Essa coleta de dados deve ser
feita de forma padronizada e sistemática,
utilizando formulários e sistemas de registro
adequados.
1
2 Análise de Dados
Com os dados coletados, é possível realizar
uma análise aprofundada dos acidentes de
trabalho na enfermagem. Isso inclui
identificar padrões, tendências e fatores de
risco comuns. Por exemplo, é importante
analisar se há concentração de acidentes em
determinados setores, turnos ou atividades
específicas. Essa análise permite entender as
causas raiz dos acidentes e direcionar ações
preventivas de forma mais eficaz.

Mapeamento Geográfico 3
Outra etapa importante é realizar um
mapeamento geográfico dos acidentes de
trabalho na enfermagem. Isso envolve
identificar os locais e setores da instituição de
saúde com maior incidência de acidentes,
permitindo uma visualização clara dos pontos
críticos que requerem maior atenção e
Medidas de prevenção e controle de acidentes
de trabalho
Identificação de Riscos
O primeiro passo para prevenir acidentes de trabalho
na enfermagem é a identificação de potenciais riscos
em todas as etapas das atividades realizadas. Isso
envolve uma análise minuciosa das tarefas, dos
equipamentos utilizados, dos fluxos de trabalho e do
ambiente, a fim de mapear os principais perigos aos
quais os profissionais estão expostos. Essa avaliação
deve ser feita periodicamente, já que as condições de
trabalho e os procedimentos podem ser alterados
com o tempo.
Treinamento e Capacitação
O treinamento e a capacitação contínua dos
profissionais de enfermagem são fundamentais para
a prevenção de acidentes de trabalho. Esses
processos devem envolver a atualização constante
sobre os protocolos, a correta utilização dos
equipamentos de proteção individual (EPIs), a
adoção de práticas ergonômicas e a conscientização
sobre os riscos inerentes à profissão. Essa formação
Implementação de Protocolos
Com base na identificação dos riscos, é essencial
estabelecer protocolos e procedimentos operacionais
padrão claros e completos para orientar os
profissionais de enfermagem. Esses protocolos
devem abranger desde a correta manipulação de
materiais perfurocortantes até os processos de
descontaminação e descarte de resíduos, passando
pela adoção de técnicas seguras em procedimentos
como a administração de medicamentos e a
movimentação de pacientes.
Monitoramento e Melhorias
Além das medidas preventivas, é essencial monitorar
constantemente a ocorrência de acidentes de trabalho
e analisar suas causas. Isso permite a implementação
de melhorias contínuas, como a revisão dos
protocolos, o aprimoramento dos treinamentos e a
adoção de novos equipamentos ou tecnologias que
possam contribuir para a segurança dos
profissionais. O envolvimento e a participação ativa
Conclusão e recomendações finais
Em conclusão, a prevenção de acidentes de trabalho na enfermagem é um tema de vital importância para a segurança e
bem-estar dos profissionais de saúde. Através da implementação de medidas abrangentes, como o cumprimento da
legislação pertinente, a adoção de equipamentos de proteção individual adequados, o treinamento e conscientização dos
enfermeiros, e a análise constante dos riscos e ocorrências, é possível minimizar significativamente os índices de
acidentes nesta área. É essencial que as instituições de saúde, juntamente com os profissionais de enfermagem, estejam
comprometidos com a criação de uma cultura de segurança no ambiente de trabalho, priorizando a prevenção e o cuidado
com a saúde e integridade física dos trabalhadores. Somente assim será possível assegurar um ambiente de trabalho mais
seguro e saudável para a equipe de enfermagem, permitindo que estes possam desempenhar suas atividades com maior
tranquilidade e foco no cuidado aos pacientes.

Algumas recomendações finais incluem: i) o investimento contínuo em treinamentos e programas de conscientização

sobre prevenção de acidentes; ii) o aprimoramento dos protocolos de segurança e notificação de ocorrências; iii) a adoção
de medidas ergonômicas que minimizem os riscos físicos; iv) o fortalecimento da comunicação e colaboração entre todos
os setores envolvidos na segurança do trabalho; e v) o acompanhamento e monitoramento constante dos indicadores de
acidentes, a fim de aprimorar continuamente as estratégias de prevenção.
Estratégias de estudo e análise do
objeto/notícia/case
1 Compreensão do contexto
Antes de iniciar a análise, é crucial compreender
o contexto em que o objeto, notícia ou caso está
inserido. Isso envolve levantar informações sobre
a organização, o setor, a legislação aplicável e os
principais stakeholders envolvidos. Essa etapa
fornece uma base sólida para a interpretação
posterior dos dados.
3 Análise crítica e identificação de
padrões
Após a coleta de dados, é necessário analisá-los
de forma crítica, buscando identificar padrões,
tendências e insights relevantes. Essa etapa
envolve a aplicação de técnicas de análise, como
a identificação de pontos fortes e fracos, a
avaliação de riscos e oportunidades, e a
compreensão das relações entre os diferentes
elementos do objeto, notícia ou caso.
2 Coleta e organização de dados
Com o contexto em mente, o próximo passo é
reunir e organizar os dados relevantes. Isso pode
envolver a pesquisa de documentos, relatórios,
entrevistas com especialistas e a coleta de
informações quantitativas e qualitativas. Uma
abordagem estruturada e sistemática na coleta de
dados é essencial para garantir a confiabilidade e
a abrangência da análise.
4 Desenvolvimento de recomendações
Com base na análise crítica realizada, a última
etapa consiste em desenvolver recomendações
claras e acionáveis. Essas recomendações devem
abordar as principais questões identificadas e
fornecer diretrizes práticas para lidar com elas.
Elas podem incluir sugestões de melhoria,
estratégias de mitigação de riscos ou planos de
ação específicos.