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TUTORIA 4

CARACTERIZAR O PARTO VAGINAL (FASES/ INTERVENÇÕES MÉDICAS)

Parto Natural
- Realizado sem qualquer tipo de intervenção durante ou após o parto.
- O médico e sua equipe acompanham o procedimento, mas não há nenhuma interferência.
- O trabalho de parto pode durar horas - até 12 horas - respeitando o tempo da mãe e do bebê.

Parto Transvaginal
- Parto realizado via vaginal

Parto Normal
- Parto dentro do esperado, podendo ser transvaginal ou cesárea
- Parto com a presença de algumas intervenções (anestesia, peridural, episiotomia, aplicação de
ocitocina, colocação de acesso intravenoso, uso de instrumentos como fórceps, vácuo-
extração).

Cesárea
- Parto com presença de intervenção.
- Recomendada quando as circunstancias naturais não são favoráveis ao bem estar materno e
fetal. Ex:
- Desproporção céfalo pelvica,
- Posição fetal
- Placenta prévia
- Infecções e HIV
- Descolamento prematuro da placenta
- Duas ou mais cesáreas anteriores
- Sangramento
- Prolapso de cordão
- Ruptura da vasa prévia

PARTO

- Estágio no qual ocorre o nascimento do bebê.

Fatores e Fenômenos do Parto Via Vaginal:

1. TRAJETO canal de parto representado pela bacia óssea (caracteristicas do canal de parto)
2. MOTOR  força que impulsiona o feto através do canal de parto (dinâmica uterina)
3. OBJETO feto que irá atravessar o trajeto.
Parto pode ser:

* Parto Eutócico
- É um parto que evolui de maneira normal sem necessidade de intervenção médica.
- O feto encontra-se em posição fetal cefálica e flexionada e a sua saída é vaginal.
- Ocorrem contrações uterinas rítmicas e coordenadas, modificação e dilatação do colo do
útero e descida do bebé através do canal de parto.

* Parto Distócico
- Requer intervenção médica: a identificação de distocias é feita pela observação da dilatação
cervical e descida da apresentação.
- Ocorre contrações uterinas ineficientes, sem progressão do parto.
- Pode ocorrer atresia, bloqueio, limitação na sequencia do trabalho de parto.

Distocias podem ser:

1. TRAJETO (PELVE E PARTES MOLES)


- Estreitamento do canal de parto, desproporção céfalo-pélvica

2. MOTOR (FUNCIONAL)
- Anomalias na contratilidade:

* Hipoatividade uterina - elementos da contração ABAIXO do normal.


Conduta: uso de ocitocinas para aumentar a força motriz.

* Hiperatividade uterina - elementos da contração ACIMA do normal

* Hipotonia - pode acarretar uma dequitação retardada.


Conduta: uso de ocitocinas.

* Hipertonia - aumento das contrações uterinas pelo uso de OCITOCINA.


Conduta: suspender ocitocina.

* Descoordenação uterina (Distocia de Dilatação) - liberação de catecolaminas decorrente de


estresse.
Conduta: analgesia peridural

* Inversão do triplo gradiente descendente (Distocia de Dilatação) - quando não se trata de


ansiedade
Conduta: ocitocinas
3. OBJETO (FETAL)
- Tamanho do bebê
- Aumento do peso fetal (USG)
- Altura uterina > 95%
- Parada secundária da dilatação
- Edema suprapúbico
- Sem insinuação do polo cefálico
- Anormalidades de apresentação
- Biacromial (após o desprendimento do pólo cefálico, os ombros não se soltam)

MECANISMO DO PARTO
- Conjunto de movimento ativo e passivo do bebê durante a passagem no canal.

Relações Uterofetais

* Situação Fetal
- Relação entre o maior eixo da cavidade uterina e o maior eixo fetal
- O mais comum é longitudinal ou cefálica = 96,5%

* Posição Fetal
- Pode ser direita ou esquerda
- Serve para saber onde procurar o BCF
- Posição esquerda é a mais comum
* Variações na Apresentação Fetal

OBS: apresentação fetal defletida de 2º grau ou de fronte é a menos comum. Alto risco

* Apresentações Cefálicas

O.S - occipitossacra
O.P - occipito púbiano

OAE - occipito anterior esquerda


ODA - occipito anterior direita

OET - occipito esquerda transversa


ODT - occipito direita transversa

ODP - occipito direita posterior


OEP - occipito esquerda posterior

OBS: a apresentação cefálico occipito-pubico (OP) é a variedade de posição mais adequada para
o feto nascer.
Tempos do Mecanismo de Parto

1- Insinuação
- Passagem da maior circunferência (zero De Lee) da apresentação pelo estreito superior da
bacia.
- Para que se processe a insinuação é necessário que ocorram a flexão cefálica e o assinclitismo.
- Movimento acessório: flexão

* Assinclitismo - movimentos de lateralizacao da cabeça fetal para tentar passar pela bacia.

2- Descida ou Progressão
- Continuação da insinuação em que a cabeça penetra no estreito médio da bacia.
- Planos 0, +1,+2,+3... DeLee
- Movimento acessório: rotação interna.

* Rotação Interna - movimentos de rotação feitos pelo feto visando adaptar a apresentação
aos estreitos da bacia.
- Linha de orientação fetal (sutura sagital) passa do diâmetro transverso ou um dos oblíquos do
estreito superior para o diâmetro antero-posterior do estreito inferior.
- Ponto de referencia fetal (lambda) voltado para o pube ou sacro.

* Insinuação das Espáduas - simultaneamente com a rotação interna da cabeça e sua


progressão no canal, ocorre a penetração das espáduas.

3- Desprendimento
- Terminado a rotação interna, com a cabeça fletida, toma-se ponto de apoio (hipomóclio) a
sínfise púbica, deslizando ao redor dela em forma de arco.
- Seu desprendimento se faz por extensão e deflexão (usa o púbis como alavanca)
- Movimento acessório: deflexão.

* Restituição ou Rotação Externa da Cabeça - a cabeça sofre novo movimento de flexão, pelo
seu próprio peso, voltando o occipital para o lado onde se encontrava na bacia.
* Rotação interna das espáduas - ao chegarem ao assoalho pélvico, as espáduas também
sofrem movimento de rotação.

* Despreendimento das espáduas - passagem das espáduas e pelve fetal através do orifício
vulvar. Para libertar o ombro posterior, o tronco sofre flexão lateral. Com a progressão em
direção a saída, despreende-se a espádua posterior.

PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO

Período Premunitório/ Pré Parto


- Início de contrações Braxton Hicks, contrações irregulares e dolorosas (ação de ocitocinas)
- Amadurecimento do colo uterino
- Perda do tampão mucoso
- Pré-parto: amolecimento do colo combinado com apagamento.

1.Período de Dilatação
- Contrações rítmicas até completar 10cm de dilatação
- Pressão da apresentação
- Aumento da pressão hidrostática da bolsa amniótica
- Esvaecimento ou apagamento do colo

* Fase Latente (<5 cm de dilatação):


- Caracterizada pela dilatação cervical gradual.
- Contrações irregulares e o aumento das secreções cervicais, havendo perda do tampão
mucoso.
- Tem duração média de 8 horas.

* Fase ativa (>5 cm de dilatação)


- Caracterizada pela dilatação cervical rápida.
- Ocorre contrações regulares e dolorosas.
- Tem duração média de 6 horas.
- É esperado uma dilatação em média de 1,2cm por hora nas primíparas e 1,5cm por horas nas
multíparas.

Trabalho de Parto
- Contrações
- Dilatação > 5cm
- Apagamento cervical
- Ruptura da bolsa
2.Período Expulsivo
- Inicia-se com a dilatação total (10cm) do colo do útero e se encerra expulsão do feto.
- Quando atingida a dilatação máxima, a mulher deve iniciar a força para a descida da
apresentação fetal, realizar movimentos de empurrar e mantendo a respiração controlada.
- Nesse período, a descida do polo cefálico é classificada em fase cefálica e pélvica.
- Considerando os planos De Lee:
-- Fase Cefálica: apresentação esta ACIMA do plano +3 de De Lee
-- Fase Pélvica: apresentação esta ABAIXO do plano +3 de De Lee.

OBS: Para as mulheres primíparas, a expulsão dura cerca de 50 minutos; já para as mulheres
multíparas, cerca de 20 minutos.

3.Segundamento/ Dequitação/ Descolamento


- Caracterizada pela liberação da placenta e membranas.
- A placenta deve ser avaliada para a integridade, forma, aspecto, membranas.

Existe dois tipos de dequitação:

* Baudelocque-Schultze ou Central - quando a placenta esta inserida posteriormente ao fundo


do útero. Mais frequente.
* Baudelocque-Duncan ou Periférica - quando a placenta esta inserida na parede lateral do
útero. Menos comum, tem-se escoamento de sangue antes da expulsão total da placenta.

4.Período Greenberg
- Inclui-se a primeira hora após o parto.
- É de extrema importância pois há ocorrência de fenômenos para estabilização materna:

* Miotamponamento: 1ª linha de defesa contra hemorragia, a contração do útero causa


oclusão dos vasos miometriais.

* Trombotamponamento: 2ª linha de defesa contra hemorragia. Caracteriza-se pela formação


de trombos nos vasos uteroplacentários.

* Indiferença uterina: caracteriza-se por contração e relaxamento das fibras miometriais.

* Contração fixa: o útero adquire maior tônus e assim se mantem auxiliando no retorno do
útero ao estado pré gravídico.
COMPREENDER O PARTOGRAMA (HISTÓRICO/UTILIZAÇÃO)

- O partograma é um documento em formato de gráfico, e deve ser preenchido a partir do


momento que a gestante entra em trabalho de parto.
- Inicia-se o registro quando a gestante na fase ativa do trabalho de parto: presença de
contrações uterinas regulares que causam esvaecimento e dilatação cervical, a partir de no
mínimo 5cm de dilatação. 

Partograma permite:
1. Acompanhar a evolução
2. Documentar
3. Diagnosticar alterações
4. Indicar a tomada de condutas apropriadas
5. Evitar intervenções desnecessárias

Identifica-se:
- Dilatação cervical ▲ ou X
- Altura da apresentação fetal O
- Batimentos cardíacos fetais (taquicardia/ bradicardia)
- Dinâmica uterina - número e intensidade de contrações
■ contração forte: > 40’’
◪ contração moderada: 20 - 39’’
□ contração fraca: 1 - 19’’
OBS: o número de quadrados pintados = quantidade de contrações por segundos.

- Características da bolsa e aspecto do líquido amniótico


 Bolsa integra (BI)
 Bolsa rôta (BR)
 Bolsa rôta espontânea (BRE)
 Bolsa rôta artificial (BRA) - quando se realiza uma amniotômia
 Líquido claro (LC)
 Líquido mecônial (MC) - colocando cruzinha na frente, indica a espessura do mecômio.
- Necessidade de ocitocina (qual a quantidade de ocitocina que está sendo prescrito)

- Paciente esta com analgesia ou não

COMO REGISTRAR?

1º Quadrante - Dilatação Cervical/ Altura da Apresentação


- É o mais importante a ser avaliado
- Marca a dilatação cervical e a altura da apresentação
- Lado esquerdo - é marcada a dilatação de 1cm a 10cm
- Lado direito - é a referencia da altura da apresentação
- Inicia nos 4cm na linha de alerta e reavalia a cada 2h

OBS: a altura da apresentação = Plano de Lee ou Hodge


Planos de De Lee e Planos de Hodge

Plano de Lee - planos imaginários que indicam qual a altura do feto dentro do canal de parto
(pelve), tem como plano de referencia ZERO as espinhas ciáticas. A descida da apresentação
deve ser registrada no partograma no eixo correspondente à altura, preenchido por uma
circunferência representando altura da apresentação

Planos de Hodge - são planos imaginários, numerados (algarismo romano) de cima para baixo e
que colocam a altura do feto em relação à vagina no decorrer da evolução do trabalho de
parto.

OBS: Zero de Lee corresponde ao III de Hodge.

Linhas de Alerta e Linha de Ação


- No partograma tem duas linhas diagnonais: linhas de alerta e linha de ação
- Tanto a linha de alerta quanto a linha de ação, vai ter uma inclinação que representa mais ou
menos um colo que esta dilatando 1cm/hra.
- Se a linha de triangulo passar a linha de alerta = algo errado
- Se a linha de triangulo passar a linha de ação = chamar médico
- Parto antes da linha de alerta = ZONA 1 ou A  indica evolução normal do parto
- Parto entre a linha de alerta e linha de ação = ZONA 2 ou B
- Parto depois da linha de ação = ZONA 3 ou C  indica-se cesárea

2º Quadrante - Vitalidade fetal / batimentos cardíacos fetais


- Avalia os batimentos cardíacos fetais.
- Taquicardia > 180 bpm
- Bradicardia < 100 bpm
- Normocardia - 120 a 160 bpm (vitalidade fetal preservada)

3º Quadrante - Contrações
- A cada 1 hora, contar quantas contrações acontecem num período de 10 minutos.
■ contração forte: > 40’’
◪ contração moderada: 20 - 39’’
□ contração fraca: 1 - 19’’

DISTOCIA DE PARTOGRAMA

Classificação
- Parto taquitócico
- Fase ativa prolongada
- Parada secundária da dilatação
- Parada secundária da descida
- Período pélvico prolongado

PARTO TAQUITÓCICO/ PRECIPITADO

Linha de triângulos (dilatação), ESTÁ VERTICALIZADA

- É diagnosticado quando a dilatação cervical e a descida e expulsão do feto ocorrem num


período de 4 horas ou menos.
- Dilatação uterina taquissistolia e hipersistolia
- Causas - Hipotonia uterina
- Sofrimento fetal (placenta encontra-se no limite da sua função)
- Laceração do trajeto - trauma do canal de parto
- Iatrogenia - ocitocinas
- Conduta - monitoração da vitalidade fetal, rever canal de parto

OBS: O parto taquitócico pode ser espontâneo em multíparas, sendo mais raro em primíparas
FASE ATIVA PROLONGADA

Linha de triângulos (dilatação), ESTÁ HORIZONTALIZADA E ULTRAPASSOU A LINHA DE ALERTA

- Dilatacao cervical à direita da linha de alerta


- Velocidade de dilatação < 1cm/h
- Causas - Hipoatividade uterina
- Contrações uterinas ineficientes (falta de motor)
- Conduta - deambulação, exercícios, posições verticalizadas, ocitocina, amniotomia

PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO

Linha de triângulos (dilatação), permanece a mesma durantes 2 horas ou mais, ultrapassa a


linha de alerta e por vez a linha de alerta. NÃO EVOLUI NA DILATAÇÃO

- Diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 2 horas ou mais, com a mulher em
trabalho de parto ativo.
- Principal Causa: Desproporção cefalo-pélvica (DCP) relativa ou absoluta
- Relativa – Posição: Deflexão, Transversa, Posterior
- Conduta: deambulação, analgesia (ocitocina), amniotomia, ressuscitação intrauterine,
cesárea.

PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA

Altura da apresentação PARADA NO PLANO ZERO DE DE LEE E NÃO SE MOVIMENTA

- Diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 1 hora ou mais, desde que a
dilatação do colo uterino esteja completa.
- Dilatação cervical completa
- Cessação da descida > 1h
- Contrações adequadas
- Principal Causa: Desproporção cefalo-pélvica (DCP) relativa ou absoluta
- Conduta - ressuscitação intrauterina, cesárea.
PERÍODO PELVICO PROLONGADO

Linha de triângulos com dilatação total, DESCIDA DA APRESENTAÇÃO EXCESSIVAMENTE


LENTA

- Dilatação cervical completa


- Descida lenta no período expulsivo
>2h – Nulípara
>1h - Multípara
- Contrações inadequadas
- Causas - Hipoatividade uterina, tamanho/apresentação/posição fetal, assinclitismo
- Principal Causa: Desproporção cefalo-pélvica (DCP) relativa ou absoluta
- Conduta: ocitocina, amniotomia, posições Verticalizadas, Fórceps/Vácuo

CARACTERIZAR DM GESTACIONAL (FISIOPATOLOGIA/ DIAGNÓSTICO/ TRATAMENTO/ PRÉ-


NATAL)

- Doença metabólica crônica, caracterizada pela hiperglicemia.


- Responsável por elevados índices de morbimortalidade perinatal (macrossomia e
malformações fetais)
- Resulta da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus
efeitos.
- Características: hiperglicemia crônica, frequentemente associada à dislipidemia, hipertensão
arterial e disfunção do endotélio.

Existem dois tipos de DM

* Diabetes gestacional (DMG)


- Doença metabólica caracterizada pela intolerância à glicose que se inicia durante a gestação
- Diagnosticado durante a gravidez

* Diabetes pré-gestacional (diabetes prévio)


- Pode ser tipo 1 ou 2
- Maioria dos casos na gestação são do tipo 2
- Caracterizado por surgir em idades mais tardias, com resistência periférica à insulina,
deficiência relativa de insulina, obesidade e desenvolvimento de complicações vasculares,
renais e neuropáticas.
Por que DMG ocorre com frequência na gravidez?
- A placenta produz hormônios hiperglicemiantes e enzimas que degradam a insulina, como
hormônio lactogênio placentário, cortisol e prolactina. O mecanismo compensatório consiste
em aumentar a produção de insulina e a resistência à insulina, que podem evoluir com
disfunção de células beta e, consequentemente, com o DMG.

Rastreamento
- Glicemia de jejum na primeira consulta de pré-natal e entre 24 e 28 semanas de gestação
- Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG) com 75 g (exame de melhor sensibilidade e
especificidade para diagnosticar DMG)

Principais Fatores de Risco:


- Idade materna avançada
- Sobrepeso e obesidade
- Historia familiar de diabetes em parentes de 1º grau
- Presença de condições associadas à resistência à insulina
* Acantosis nigricans
* Obesidade central
* Hipertrigliceridemia
* Hipertensão arterial sistemica
* Sindrome de ovários policísticos
- Ganho excessivo de peso na gravidez atual
- Crescimento fetal excessivo
- Polidrâmnio
- Hipertensão ou pré-eclampsia na gravidez atual
- Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição
- Mal formações
- Morte fetal ou neonatal
- Macrossomia
- DMG prévio
- Hemoglobina glicada > 5,7% no 1º trimestre

Outros Fatores:
- Níveis séricos baixos de 25(OH) vitamina D.
- Menarca antes dos 11 anos.
- Distúrbios do sono.

Fisiopatologia
- Caracterizada pelo aumento da resistência periférica à ação insulínica e incremento na
produção de insulina pelas células beta pancreáticas.
- Esse aumento da resistência ocorre em virtude da secreção placentária de hormônios
antagônicos à ação da insulina (hormônio lactogênico placentário, de crescimento, cortisol, o
estrogênio e a progesterona) e de enzimas, as insulinases, que quebram as cadeias de insulina.
- A partir da 24ª semana gestacional: aumento na produção dos hormônios hiperglicemiantes,
aumentando a resistência periférica a insulina e levando a hiperinsulinismo, diminuição das
reservas de glicogênio e gordura e aumento da gliconeogênese. Ocorre elevação da glicemia, a
fim de suprir as necessidades fetais.

 Caracterizado pela elevação de hormônios contra-reguladores da insulina, pelo estresse


fisiológico imposto pela gravidez e a fatores pre-determinantes (genéticos ou ambientais). O
principal hormônio relacionado com a resistência à insulina durante a gravidez é o hormônio
lactogênico placentário.
- Outros hormônios hiperglicemiantes como cortisol, estrógeno, progesterona e prolactina
também estão envolvidos.

Complicações para a gestante durante e após o parto:


- Hipertensão arterial e pré-eclampsia
- DM2
- Síndrome metabólica
- Doenças cardiovasculares

Diagnóstico de DM em Gestantes

Tratamento
- Dieta
- Exercícios físicos
- Insulinoterapia

Atenção pré-natal para DMG

- São pontos de destaque: freqüência das consultas, controle metabólico materno e a avaliação
do bem-estar fetal.
- As consultas de pré-natal devem ser quinzenais, do diagnóstico de DMG até a 32ª semana e,
assim por diante, semanais até o parto; 
- Controle glicêmico materno é realizado em todas as consultas de pré-natal e é realizado pelo
perfil glicêmico (PG) de 24 horas, nas gestantes usuárias de insulina e de 12 horas, nas
controladas com dieta e exercício físico; 
- Realizar um ultrassom:
* 1º trimestre: para datar a idade gestacional
* 2º trimestre: entre a 24ª/25ª semanas para avaliação da morfometria fetal
* A partir da 30ª semana, deve ser mensal para avaliação da biometria-desenvolvimento fetal,
índice de líquido amniótico (ILA) e grau placentário, com Doppler das artérias umbilical e
cerebral média, de preferência, a cada quinze dias; 
- Cardiotocografia anteparto - a partir da 28ª/30ª semana de gestação, semanal

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE VITALIDADE FETAL

- A importância da avaliação da vitalidade fetal é descobrir se há sofrimento fetal e atuar


evitando o óbito desse feto.
- Os principais testes para isso incluem cardiotocografia (CTG), Doppler, perfil biofísico fetal
(PBF) e mobilograma. 

Cardiotocografia (CTG)
- Exame que realiza o registro da frequência cardíaca fetal, atividade uterina, permitindo a
percepção de movimentação fetal.

Doppler
- Exame para avaliar alterações nas carótidas, artérias responsáveis por levar sangue do coração
ao cérebro.
- Realizado como método preventivo.

Amniocentese
- Exame no qual uma amostra do líquido amniótico é retirado para análise.

Cordocentese
- Exame feito a partir da coleta de uma amostra do sangue do feto, obtido no cordão umbilical,
para detectar algumas patologias.

Mobilograma/ Teste de Movimentação Fetal


- Instrumento para registro dos movimentos fetais, permite avaliar o bem-estar fetal na
gravidez a partir da 34ª semana de gestação. 

Ultrassonografia e ECO
Perfil Biofísico Fetal (PBF)
- Método dinâmico de avaliação do bem-estar fetal, que se associa à ultrassonografia. Neste
exame.
- Solicitado geralmente no 3º trimestre de gravidez (a partir de 34 semanas), 
- Avaliam cinco parâmetros biofísicos: os movimentos fetais, o tônus fetal, movimentos
respiratórios, reatividade da frequência cardíaca e volume de líquido amniótico.

DISCUTIR POLÍTICAS PÚBLICAS RELACIONADAS COM O PARTO HUMANIZADO

- O parto humanizado acontece quando a mulher não é submetida a violências, nenhum


procedimento é rotineiro, as intervenções acontecem somente quando necessárias e a mulher
participa das decisões em parceria com os profissionais que a assistem. A assistência
humanizada pode acontecer tanto no parto vaginal, quanto na cirurgia cesariana, seja em casa
ou no hospital.

# Pela lei do vínculo à maternidade, a gestante tem o direito de saber, desde o ato da sua
inscrição no programa de as- sistência pré-natal, em qual maternidade realizará o parto e será
atendida nos casos de intercorrência. (Lei do vínculo à maternidade)

# A lei do direito ao acompanhante, em vigor desde 2005, diz que a gestante tem o direito de
ser acompanhada por pessoa de sua escolha durante sua permanência no estabelecimento de
saúde.(Lei do direito ao acompanhante)

 A MULHER TEM DIREITO DE ESTAR ACOMPANHADA DURANTE O TRABALHO DE PARTO,


PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO 

IMPORTANTE
* PARTURIENTE TEM O DIREITO de saber sobre seu estado de saúde e sobre os procedimentos
indicados.
* PROFISSIONAL DE SAÚDE TEM A OBRIGAÇÃO de explicar a finalidade de cada intervenção ou
tratamento, riscos e alternativas disponíveis.
IDENTIFICAR ALTERAÇÕES EMOCIONAIS NO PÓS PARTO

- O período do puerpério traz consigo vários anseios, mudanças de humor, conflitos,


inseguranças, desconfortos, cansaço, e também o medo dos transtornos psicológicos. A
depressão pós-parto (DPP), a tristeza puerperal que chamamos de “Baby Blues”, Transtorno de
estresse pós-traumático (TEPT) e perturbação na amamentação, são alguns transtornos
psíquicos que a mãe pode enfrentar. É importante, no entanto saber que alguns sentimentos
são completamente naturais. Estar atento as diferenças auxiliará quando for necessário a busca
por ajuda profissional.

* Baby Blues
- Muito comum entre as mulheres.
- Inicia-se na 1ª semana pós parto e tem um pico entre o 4º e 5º dia com duração de até 2
semanas.
- No pós-parto é caracterizado por uma labilidade emocional: instabilidade emocional, tristeza,
euforia, irritabilidade, choro fácil, senso exagerado de empatia, sensação de estranheza, são
alguns dos sintomas. 
- Conduta se dá através de tranquilização materna e familiar, aconselhamento com
profissionais capacitados.

* Depressão Pós Parto (DPP)


- É a mais frequente complicação emocional materna.
- Inicia-se na 3ª semana pós parto e o 3º mês, mas pode se manifestar ao longo do 1º ano de
vida do bebê.
- É caracterizado por uma tristeza constante, apatia, sensação de desprazer e possui uma
interferência do vínculo entre mãe e bebê, podendo ser risco para o desmame precoce.
- Trata-se de um quadro clínico, agudo, que requer acompanhamento e diagnóstico por médico
psiquiatra, em casos graves pode ser indicado abordagem farmacológica.
- Mais suscetível a mulheres que já possuem um quadro de transtornos psíquicos anteriores.

* Transtorno de Estresse Pós-Traumático


- Ocorre geralmente em mães que passaram por alguma situação de tensão durante o parto e
pós-parto. Violência obstétrica ou situações em que o bebê requer internação na UTI são as
causas mais comuns desse transtorno.
- Os sentimentos são caracterizados por medo intenso, desamparo, perda de controle e horror. 
- Conduta se dá pelo acompanhamento multidisciplinar e familiar.
- O não reconhecimento desse estado pode evoluir em depressão e transtornos de ansiedade.

* Pertubação na Amamentação
- Trata-se de um sentimento exaustivo e complexo, que ocorre enquanto a mãe amamenta,
podendo ser favorável ao desmame precoce e abrupto.
- É mais comum entre as mães que amamentam dois filhos de idades diferentes ou
amamentações prolongadas.
- Os sintomas aparecem das mais variadas formas enquanto a mãe amamenta, como
formigamento, coceira por todo corpo, angustia, vontade de chorar, raiva, sentimentos dos
quais são difíceis de explicar.

IDENTIFICAR O ALTO ÍNDICE DE CESSARIANAS NO BRASIL

- De acordo com uma nova pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de
cesariana continua crescendo mundialmente, respondendo agora por mais de um em cada
cinco (21%) partos. Este número deve continuar aumentando na próxima década, com quase
um terço (29%) de todos os partos provavelmente ocorrendo por cesariana até 2030.
- Um dos motivos desse alto índice de cesarianas no país é a falta de informação. O medo de
sentir dor durante o parto normal faz com que muitas mulheres optem pela cesárea, mas os
médicos lembram que, como em qualquer outro procedimento cirúrgico, o risco é maior e a
recuperação mais lenta.
- As cesarianas podem ser essenciais em situações como trabalho de parto prolongado ou
obstruído, sofrimento fetal ou porque o bebê está se apresentando em uma posição anormal.
- Embora uma cesariana possa ser uma cirurgia essencial e que salva vidas, ela pode colocar
mulheres e bebês em risco desnecessário de problemas de saúde em curto e longo prazo, se
realizada quando não há necessidade médica.
- No entanto, como em todas as cirurgias, as cesarianas podem apresentar riscos. Isso inclui o
potencial de sangramento intenso ou infecção, tempo de recuperação mais lento após o parto,
atrasos no estabelecimento da amamentação e do contato pele a pele e maior probabilidade
de complicações em gestações futuras.

RECONHECER VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA ATUALIDADE

- A violência obstétrica engloba qualquer ato ou intervenção direcionado à mulher durante o


pré-natal, parto ou puerpério, que cause dor, dano ou sofrimento desnecessário, praticada sem
o seu consentimento explícito ou em desrespeito à sua autonomia. Pode ser física, psicológica,
verbal, simbólica e sexual, além de negligência e discriminação.

Exemplos de atos que caracterizam este tipo de violência:


• Xingamentos, humilhações, comentários constrangedores em razão da cor, da raça, da etnia,
da religião, da orientação sexual, da idade, da classe social, do número de filhos etc.;
• Episiotomia (“pique” no parto vaginal) sem necessidade, sem anestesia ou sem informar à
mulher;
• Ocitocina (“sorinho”) sem necessidade;
• Manobra de Kristeller (pressão sobre a barriga da mulher para empurrar o bebê);
• Lavagem intestinal durante o trabalho de parto;
• Raspagem dos pelos pubianos;
• Amarrar a mulher durante o parto ou impedi-la de se movimentar;
• Não permitir que a mulher escolha sua posição de parto, obrigan- do-a a parir deitada com a
barriga para cima e pernas levantadas;
• Impedir a mulher de se alimentar e beber água durante o trabalho de parto;
• Negar anestesia, inclusive no parto normal;
• Toques realizados muitas vezes, por mais de uma pessoa, sem o esclarecimento e
consentimento da mulher;
• Dificultar o aleitamento materno na primeira hora;
• Impedir o contato imediato, pele a pele do bebê com a mãe, após o nascimento sem motivo
esclarecido à mulher;
• Proibir o acompanhante que é de escolha livre da mulher;
• Cirurgia cesariana desnecessária e sem informar à mulher sobre seus riscos.

Posicionamento da Febrasgo contra o termo Violência Obstétrica


- Ao se fazer referência aos cuidados de saúde e intervenções médicas no parto e puerpério,
um termo que vem sendo muito utilizado nos últimos anos é o de “Violência Obstétrica”.

- Trata-se de uma expressão criada com conotação preconceituosa que, sob o falso manto de
proteger a parturiente, criminaliza o trabalho de médicos e enfermeiros na tarefa de
atendimento ao parto.

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