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Trabalho de Parto e Parto

→ Sinais de Trabalho de Parto:


 Nas últimas 2 a 3 semanas do término da gravidez, opera-se no organismo da grávida uma série de
modificações que a preparam para o parto.
 As modificações são:
◊ Alargamento da sínfise púbica
◊ Relaxamento do períneo
◊ Descida da apresentação para a bacia obstétrica – Diminuição da AFU, mais ou menos 4cm
◊ O segmento inferior do útero alarga-se:
◊ O feto acomoda-se melhor
◊ A grávida respira melhor
◊ A azia e a dificuldade de digestão melhoram

 Mas a sintomatologia por compressão vai-se acentuar:


◊ Algias pélvicas
◊ Sensação de peso no baixo ventre
◊ Polaquiúria mais acentuada
◊ Astenia
◊ Diarreia
◊ Expulsão do “Rolhão Mucoso”
◊ A estes sinais de proximidade do parto chamamos-lhes Prodrómicos (de aproximação).

 Sinais verdadeiros ou positivos:


◊ Contrações uterinas rítmicas e dolorosas
◊ Rotura da bolsa de águas (BA)
◊ Dilatação do colo uterino

 Sinais de franco Trabalho de Parto:


◊ Mais de 2cm de dilatação
◊ Contrações rítmicas, 3 a 4 em cada 10m

 Sinais de Urgência:
◊ Rotura de Membranas ou Bolsa de Aguas
◊ Contrações rítmicas e dolorosas
◊ Se deixar de sentir movimentos fetais (pelo menos 10 movimentos em 12 horas)
◊ Se apresentar perdas sanguíneas
◊ Hipertermia há mais de 3 dias e mal estar geral

 Admissão da Grávida na Maternidade:


◊ À equipa de obstetrícia compete:
□ Estar atenta
□ Prestar bons cuidados, de encontro às necessidades da grávida/família
□ Prevenir situações de risco para a mãe e para o bebé
□ Desmistificar os “medos”, e esclarecer as dúvidas
 Exame obstétrico:
◊ Palpação abdominal – Manobras de Leoplod
◊ Auscultação cardíaca fetal (Doppler)
◊ Toque vaginal, para avaliação da dilatação do colo uterino
◊ Avaliação dos sinais vitais
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◊ Avaliação dos sinais vitais
◊ CTG (cardiotocografia) –avalia as contrações uterinas e simultaneamente os BCF
◊ Nota de entrada (colheita de dados)
◊ Tricotomia – da vulva e do períneo; caso seja uma cesariana faz-se a tricotomia da zona abdominal
◊ Micro clister de limpeza (Microlax) - desobstruir a ampola rectal, estimula as contrações uterinas, alarga
o canal de parto e facilita a progressão da apresentação
◊ Punciona-se uma via periférica e coloca-se um soro em curso (Dextrose a 5% em H2O ou um soro
Polieletrolítico) – a grávida fica em dieta 0
◊ Instala-se a grávida no seu quarto (pode deambular ou deitada em decúbito lateral e liga-se o CTG para
vigilância do bem estar fetal)
◊ Todos os registos são feitos numa folha que se chama “Partograma”

 O apoio psicológico à grávida e companheiro é extremamente importante, pois pode condicionar todo um
comportamento

 Cuidados de Enfermagem durante o Trabalho de Parto:


◊ Trabalho de Parto propriamente dito
◊ Mecanismos de trabalho de parto
→ Trabalho de Parto propriamente dito:
 É um conjunto de fenómenos mecânicos e dinâmicos por meio dos quais se processa a expulsão do feto e
anexos através do canal de parto
 Este está dividido em 3 períodos:
◊ 1º estádio – Apagamento e Dilatação
□ Vai desde o franco trabalho de parto (2 a 3cm) até aos 10cm de dilatação
□ Na Nulípara – primeiro faz-se o apagamento e só depois a dilatação e tem a duração de cerca de 8-12
horas
□ Na Multípara – os dois processos dão-se em simultâneo e tem a duração de 6-8 horas
□ A perfusão de ocitocina diminui estes tempos, embora não seja regra

□ Cuidados de Enfermagem:
▪ Apoio Psicológico (grávida/acompanhante):
▫ Esclarecê-la das suas dúvidas
▫ Incutir entusiasmo e confiança
▫ Disponibilidade

□ Cuidados Físicos:
▪ Posicionamento em Lateral
▪ Cuidados de Higiene e Conforto
▪ Proporcionar Repouso
▪ Avaliação dos Sinais vitais
▪ Eliminação Vesical (2/2 horas)
▪ Eliminação Intestinal
▪ Avaliação do bem estar fetal (através do CTG – BCF variam entre os 120-160 b/m, com uma média
de 140 b/m)
▪ Características das contrações (através do CTG – avalia-se a frequência e a intensidade)
▪ Descida da apresentação (avalia-se através do toque vaginal – avaliação da dilatação do colo
uterino e da progressão do feto)
▪ Características do Exsudado Vaginal (perto do período expulsivo por volta dos 5cm de dilatação é
vulgar a saída de mucosidade sanguinolenta a cada contração)

◊ 2º estádio – Expulsão

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◊ 2º estádio – Expulsão
□ Vai desde a dilatação completa (10 cm) à expulsão do feto
▪ Na Nulípara – 30 a 50 minutos
▪ Na Multípara – 15 a 30 minutos

◊ 3º estádio: - Dequitadura
□ É a separação, queda e expulsão dos anexos ovulares – placenta, membranas e cordão.

→ Mecanismo de Trabalho de Parto


 Acomodação:
◊ Quando a apresentação entra na pelve. Este movimento faz-se antes do início do trabalho de parto. São
os primeiros movimentos da descida.

 Descida:
◊ Dá-se desde a acomodação e vai até à saída total do bebé. Este movimento dá-se em conjunto com todos
os outros que se seguem:
□ Flexão- Dá-se a flexão da cabeça sobre o peito, e, quando desce através da pelve, a cabeça vai
sempre fletida.

□ Rotação interna- A cabeça do feto penetra na pelve através do seu maior diâmetro – acomoda-se e
vai rodando na sua descida virando a cabeça (occípito) na direção da Sínfise Púbica. Esta situação
obriga a uma maior distensão do períneo, altura em que se faz a episiotomia.

□ Extensão- Altura em que a cabeça passa a Sínfise Púbica e se liberta. Posição semelhante à cabeça da
tartaruga.

□ Rotação externa- A cabeça volta novamente a rodar, adquirindo a posição que tinha anteriormente.
Neste movimento os ombros da criança que se encontravam na pelve em posição transversal, rodam
para a posição ântero-posterior

□ Expulsão- Dá-se a libertação dos ombros (primeiro o anterior e depois o posterior), e a criança sai.

→ Parto
 É o processo pelo qual o produto da conceção é expelido pelo útero através da vagina para o exterior.
 Pode ser:
◊ Eutócico – Quando se dá por via baixa sem qualquer intervenção mecânica. É o parto “normal”.
◊ Distócico – Quando se dá por via baixa com intervenção mecânica (Ventosa ou Fórceps) ou por via alta a
Cesariana.

→ Dequitadura
 É a separação, queda e expulsão dos anexos ovulares – placenta, membranas e cordão.
◊ Controlo e vigilância de hemorragia inerente. Tem a duração média de 5/15 minutos.
◊ O fundo uterino fica ao nível da cicatriz umbilical.
◊ Sinais de um útero bem contraído – Globo de Segurança de Pynard:
◊ Útero redondo
◊ Útero móvel
◊ Útero rijo (tipo bola de ténis)

→ Placenta
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→ Placenta
 Esta deriva do Trofoblasto. As vilosidades do trofoblasto que estão em contacto com a parede uterina
desenvolvem-se e formam a placenta, as outras internas atrofiam-se formam uma membrana fina, o Córion.
 Tem a forma de um disco mais ou menos espesso e arredondado. À sua volta encontram-se aderentes as
membranas.
 Apresenta duas faces:
◊ Face materna (que está aderente à parede uterina, tem uma cor vermelha escura e brilhante e é
constituída por massas carnudas – Cotilédones)
◊ Face fetal (está voltada para o feto, tem cor acinzentada atravessada por vasos que se unem na direção
do centro onde se insere o cordão

 Papel da Placenta:
◊ Papel Fetal:
□ Trocas Gasosas
□ Trocas Nutritivas
□ Função Protetora (barreira eficaz contra a maioria dos micróbios/bactérias com exceção dos vírus
□ Função de Reserva (capacidade em armazenar certas substâncias nutritivas, como o Glicogénio)

◊ Papel Materno:
□ Papel Hormonal (indispensável à manutenção da gravidez – no início a HGC, e a seguir a Progesterona
e os Estrogénios)

→ Cordão Umbilical
 É ele que liga o feto à placenta e contém vasos que permitem a oxigenação e a nutrição do feto.
 Mede: cerca de 50 cm
 Constituído por:
◊ Geleia de Whorton
◊ Revestimento exterior – prolongamento do Âmnio
◊ Três vasos: 1 veia (ao centro, onde circula o sangue oxigenado) e 2 artérias (enroladas em espiral em
torno da veia, onde circula o sangue saturado de CO2)

→ Membranas:
 Âmnio (vem da Ectoderme do botão embrionário, limita o saco gestacional e contém o líquido amniótico) –
membrana resistente e espessa mais externa
 Córion (está em contacto com a parede uterina) – membrana fina e pouco resistente mais interna

→ Líquido Amniótico
 Provém:
◊ Uma parte do soro sanguíneo materno que é filtrado através das membranas
◊ Da secreção do próprio âmnio
◊ Da urina fetal A quantidade do líquido ronda cerca de 500ml – 1,500ml

 Aparência:
◊ É claro, ligeiramente esbranquiçado. Quando apresenta uma certa coloração esverdeada, significa que
contém Mecónio – indicador de sofrimento fetal

 Papel:
◊ Proteção Mecânica – isola dos choques e traumatismos
◊ Hidrata o feto – pois ele ingere-o
◊ Alimenta o Cordão – por impregnação

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