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Enfermagem na Maternidade

→ São os cuidados de Enfermagem que prestam à mãe/filho durante a gravidez, parto e puerpério (40 dias após o nascimento
do bebé- período importante para a recuperação da mãe)

→ Cuidados de enfermagem:
 Pré-natal- desde a fecundação até ao nascimento
 Pós-Natal- desde o nascimento até ao 28 dia

→ Cuidados Pré-Natais:
 Abrangem aspetos:
◊ Sociais
◊ Psíquicos
◊ Educacionais
◊ Clínicos
◊ Obstétricos

→ Objetivos dos cuidados pré-natais:


 Promover e manter uma boa saúde física e mental durante a gravidez, com o mínimo dos desconfortos.

 Assegurar uma criança termo viva e saudável.

 Detetar o mais precocemente possível e tratar adequadamente situações médicas e obstétricas que possam perigar a
saúde e a vida da mulher e do seu filho.

 Preparar a mulher para o Trabalho de parto, Parto, Puerpério e Lactação, e ainda os subsequentes cuidados à criança.

A grávida der ir a uma consulta de obstetrícia, logo que tenha as primeiras faltas (geralmente 2ª falta- por norma na 8ªsemana)

→ Esquema de consultas recomendado pela Direção Geral dos Cuidados de Saúde Primários (ARS):
 Às 8 semanas, 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36, 38 e 40 semanas
 Esquema reduzido: as 12 semanas, 20 , 28, 32, 36 e 40 semanas

→ Consultas Pré-Natais
 São compostas por uma Entrevista e Observação Física da grávida

→ Entrevista:
 Elucidar sobre a utilidade das consultas e a seu periodicidade.
 Colher informação necessária ao acompanhamento da grávida e família.
 Fornecer orientações.
 Colheita de Informação: identificação, História Social, Familiar, Médica, Obstetrícia e da Gravidez Atual.

 Cálculo gravidez: Como calcular a idade gestacional (IG):


◊ Gravidez de termo- 37 a 40 semanas- criança reúne todas as condições para viver no meio extra uterino
◊ Gravidez pré-termo-das 22 ate 37 semanas- antes das 22 semanas é considerado aborto
◊ Gravidez pós-termo- vai além das 42 semanas
◊ Cálculo (exemplo:)
DUM: 2 abril
Abril 28 dias- Maio 31- Junho 30- Julho 31- Agosto 31- Setembro 28 = 179/7 dias da semana =25 semanas e 4 dias

 Como calcular a data provável do parto (D.P.P)- Regra de Naegele:


◊ DUM: 2 de abril + 7 dias (tempo para fecundação) = 9 de abril + 9 meses ou 9 de abril - 3 meses = 9 de janeiro

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 Índice Obstétrico:
◊ O IO é um indicador que define se a grávida é multípara ou primípara o que permite alertar o ESMO para a duração
das diferentes fases do trabalho de parto adequadas à paridade. Tem-se em conta:
□ Parto Pós-termo (quantos ocorreram)
□ Parto Pré-termo (quantos ocorreram)
□ Abortos ou Gravidezes ectópicas(quantos ocorreram)
□ Número de filhos vivos (quantos ocorreram)

 Registos:
◊ Todos os dados colhidos serão registados no Boletim Individual da Grávida. As grávidas devem-se fazer acompanhar
deste boletim quando vão às consultas ou a um serviço de urgência.
◊ Nulíparea- mulher que nunca pariu
◊ Primípara- mulher que pariu 1 vez
◊ Multípara- mulher que já pariu mais de 1 vez
◊ Gesta I, II, III, IV…- Número de Gestações
◊ Pára I, II, III, IV…- Número de vezes que pariu

 Fatores de Alto Risco na Gestação:


◊ I Grupo- Pessoais/ Sociais/ Económicos: Idade, Mãe só, Problemas de nutrição (obesidade, baico peso ou
desnutrição), Uso de drogas (nicotina, álcool, todos que criem dependência)

◊ II Grupo- Clínicos: Diabetes, HTA, Doenças (cardíaca, renal, disfunção endócrina, malignidade, anemia, infeções virais
agudas, distúrbios psiquiátricos,…)

◊ III Grupo- Genéticos: Filhos anteriores com anomalias congénitas, pais portadores de distúrbios recessivos, História
familiar com distúrbios hereditários

◊ IV Grupo- Obstétricos: História de gravidez anterior de alto risco, História de abortos, Hemorragias, Hidrâmnios
(aumento liquido amniótico superior a 1,5L) ou Oligodrâmnio (diminuição de liquido amniótico), Gestação Gemelar
(acontece quando o ovário libera mais de um óvulo e cada um deles é fecundado por um espermatozoide (gêmeos
não idênticos) ou então quando apenas um óvulo é fecundado por um espermatozoide e se divide, originando dois
embriões (gêmeos idênticos))

→ Observação Física da Mulher:


 A observação pode ser feita por um obstetra ou por um enfermeiro ESMO

 Objetivos desta observação:

◊ Pesquisar sinais de gravidez (sinal de Chadwick e sinal de Hegar)


◊ Observação da evolução da gravidez
◊ Pesquisa de elementos patológicos

 Exames Laboratoriais:
◊ Teste de Gravidez (pesquisa de HCG)- só no 1º trimestre

◊ Análises de sangue- Hematologia, Função Renal, Função Hepática e se a mãe for RH- faz o teste Coombs indireto
(direto quando for feito no bebé)- todos os trimestres

◊ Analise de urina- Urina tipo II (se tiver queixas faz Urocultura)- todos os trimestres

◊ Pesquisa de anticorpos- VDRL, HIV I e II, HBS, Rubéola e Toxoplasmose- podem provocar malformações nas crianças-
todos os trimestres

◊ Pesquisa de Estreptococos B- vaginal e retal- só no 3º trimestre- pode se fazer na mesma colheita- se positivo, no

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◊ Pesquisa de Estreptococos B- vaginal e retal- só no 3º trimestre- pode se fazer na mesma colheita- se positivo, no
parto a mãe faz penicilina intraparto- os bebés têm que fazer rastreio da colheita de sangue para proteína C reativa
logo após nascimento- se positivo necessita fazer antibiótico

 Ecografia:
◊ 8ª - 10ª semana- confirmação de gravidez (nº de ovos, localização da nidação e da placenta( placentas mal
localizadas causam hemorragias)

◊ 20ª - 22ª semana- Diagnóstico (evolução da gravidez e observação do sexo)

◊ 37ª - 38ª semana- Compatibilidade feto-pélvica- se o feto consegue passar pelo canal vaginal ou não- caso não
consiga terá que ser por outra via

 Exame Vaginal (só se realiza na 1ª consulta e a partir da 37ª semana)


◊ Observação do tamanho, posição e forma do útero

◊ Observação do colo uterino- alteração da cor- azulado e a consistência- mole (sinal de Hegar e Chadwick) e detetar
lesões

◊ Exame citológico- Papanicolau- para ver se há situação de doença viral

◊ Observação da mucosa da vagina- alteração da cor- vermelho escuro (sinal de Chadwick)

 Avaliação da Altura do Fundo Uterino (AFU):


◊ Para avaliar o tamanho do feto- mede-se desde o bordo superior da sínfise púbica até ao fundo do útero que deverá
aumentar cerca de 4cm por mês.

◊ Mulher tem que estar com a bexiga vazia

◊ Regra de Nasser (Meses Lunares)- 10 meses lunares


□ 1x1=1
□ 2x2=4
□ 3x3=9
□ 4x4=16
□ 5x5=25
□ 6x5=30
□ 7x5=35
□ 8x5=40
□ 9x5=45
□ 10x5=50 cm

 Peso:
◊ Detetar erros alimentares.

◊ Detetar edemas ocultos.

◊ Avaliação de evolução da gravidez.

◊ A grávida deverá ser pesada mais ou menos com a mesma roupa e sem saltos.

◊ O ideal será a mulher não aumente mais de 10-13kg até ao final da gravidez.

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 Medição Tensão Arterial
◊ Muito importante porque a mulher está em hipervolémia.

◊ Avaliação do estado geral da grávida

◊ Profilaxia da pré eclampsia (estado hipertensivo da grávida)

◊ A partir dos 140/90 mmHg, a grávida deverá ficar de vigilância.

 Perímetro umbilical
◊ Mede-se a partir do 5º mês

◊ Tem como objetivo:


□ Avaliar a evolução da gravidez
□ Detetar erros alimentares
□ Detetar situações patológicas (Hidrâmnios, gravidez gemelar…)

◊ A mulher deve estar de bexiga vazia e deitada em decúbito dorsal

 Auscultação Cardíaca Fetal


◊ Único dado que temos para saber se o bebé está bem ou não

◊ Consiste em ouvir através da parede abdominal da grávida os batimentos cardíacos fetais

◊ Tem como objetivo:


□ Confirmação da gravidez
□ Apreciar as características do BCF (batimento cardíaco fetal)- ritmo e intensidade
□ Detetar sofrimento Fetal
□ Diagnosticar a posição, situação e apresentação

◊ Foco: é o local no abdómen materno onde se faz a auscultação cardíaca fetal; Onde se ouvem os BCF com maior
intensidade – corresponde à zona do acrómio do feto Foco ajuda-nos a saber se a cabeça do bebé
□ A auscultação faz-se com um Cardiógrafo (Doppler) já está para baixo ou não e a localização do
□ A frequência varia entre os 120 – 160 b/m, com uma média de 140 b/m bebé- onde ouço foco é onde está o
acrómio do bebé- acrómio no lado direito
da mãe então bebé está no lado direito.
 Palpação Abdominal:
◊ A palpação abdominal faz-se através das Manobras de Leopold:
□ Atitude – É a relação das diversas partes do feto entre si – forma ovoide, com dois polos – cefálico e pélvico

□ Situação – É a relação entre o grande eixo da mãe e o grande eixo do feto (o feto "roda"/movimenta-se na
barriga, começando por estar em situação longitudinal com a cabeça virada para cima e acabando longitudinal
com a cabeça para baixo) – Longitudinal, Oblíquo ou Transverso

□ Apresentação – É a porção do feto que primeiro se apresenta ao estreito superior da bacia – cefálico (se nascer
com a cabeça 1º), pélvico (rabo 1º) ou transverso (ombro 1º)

□ Posição – É a relação que existe entre o ponto guia ou o ponto de referência do feto, e a metade direita ou
esquerda da mãe

□ Variedade – É o conjunto de todos os outros

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