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Este material foi elaborado com base nas aulas e materiais disponibilizados pelas professoras que ministraram a
disciplina Enfermagem na Saúde da Mulher, Materna e Neonatal, no período de setembro à dezembro de 2019,
nos artigos e sites citados ao fim de cada aula com as devidas referências, com consulta ao livro WONG, com
auxílio dos materiais e videoaulas elaborados pela Equipe Professor Rômulo Passos. Esse material foi elaborado
por uma aluna de enfermagem (Giovanna Garcia), e estão sujeitos a erros, visto que não passaram por nenhuma
correção de profissionais. Vale ressaltar que os conteúdos são frequentemente lidos e atualizados, conforme vou
avançando nos conhecimentos e à medida que são divulgadas atualizações e evidências científicas acerca
dos temas.

Além disso, peço encarecidamente que, caso encontre erros ou alguma referência bibliográfica desatualizada,
entre em contato imediatamente.

O conteúdo deste material destina-se exclusivamente a exibição privada. Esse material é de uso exclusivo seu.

É PROIBIDO SEU REPASSE a qualquer pessoa.

Material elaborado para estudo, com o objetivo de contribuir com o seu aprendizado, motivação e inspiração
do seu próprio material de estudo.

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@iloveobstetricia para que eu possa repostar e marcar você.

Dúvidas e sugestões entrar em contato pelo email: giovannagarcia@usp.br, iloveobstetricia@hotmail.com ou pelo


instagram: @iloveobstetricia

Bons estudos!
Material elaborado por Giovanna Garcia Carvalho (@iloveobstetricia)

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Saúde da Mulher
+
Conteúdo gratuíto
MUDANÇAS DE PERSPECTIVA DO PARTO:

• O parto era um evento familiar, hoje passou a ser um evento médico


• A mudança do local de parto (das casas, para os hospitais)
• Medicalização do parto e nascimento (ocitocina artificial/ sintética; anestesias – que tornam a mulher sujeita a mais
intervenções... como o fórceps... -)
• Iatrogenias (toda intervenção vai ter efeitos positivos e negativos), expondo a mulher e o bebê a maiores riscos
• Retroalimentação do sistema parto patológico – oportunidade de mercado

→ Os profissionais começam a “desaprender” como ocorre um trabalho de parto fisiológico;


→ CAPITALISMO: o parto como linha de produção (cesárea em meia hora e atendimentos durante o dia todo;
praticidade só para os profissionais)
→ Busca por cesárea: escolha de dia, fuga de datas festivas, facilidade, medo do parto (que na verdade é o medo
das intervenções)
→ Como voltar a tornar o parto uma experiência da mulher (assistência humanizada a mulher e ao bebê) e não do
profissional? – movimento feminista
→ O Brasil é um dos países com maiores índices de cesárea

OS RISCOS DA CESÁREA:

É uma cirurgia, precisa de indicação real (cesárea salva vidas, quando bem indicada).

→ Risco anestésico, cirúrgico, infecção, hemorragia...


→ Riscos para o bebê
- Prematuridade (25% óbitos neonatais)
- > risco de doenças na vida adulta
- Dificuldade na amamentação
→ Cesárea em larga escala, sem indicação.... AUMENTO DOS RISCOS!
• A mulher pode escolher ter uma cesárea? Sim, desde que bem esclarecida quanto aos riscos e benefícios de cada
parto.
• É importante entender o que faz a mulher escolher o parto cesárea. O bebê passar da hora? Cordão no pescoço?
Medo das dores...?
• O que precisa? Acolhimento, respeito, métodos não farmacológicos para alívio de dor, pessoas próximas ao redor,
presença de doula, incentivos....
• INFORMAÇÃO.
• Migração das mulheres do sistema suplementar para o SUS.
→ Rede pública: 40% de cesáreas.
→ Sistema suplementar: 88% de cesáreas.
→ Recomendação da OMS: até 15% de cesáreas.

A inserção do enfermeiro

• Pré-natal
→ Atividades educativas
→ Garantir bem-estar
→ Identificar fatores de risco (Diabetes, HAS,
→ Tratar agravos
→ Minimizar morbimortalidade
→ Preparação para o parto/ plano de parto (individualizar o cuidado, intervenções, acompanhantes,
posições, locais de parto,..) – assegura que essa mulher seja informada de tudo o que estiver acontecendo
com ela

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A violência sexual pode ser comparada a violência no parto (mesmos hormônios, mesmas partes do cérebro que são
afetadas/ estimuladas)

• Triagem de risco/acolhimento
• Emissão de laudos para AIH
• Autonomias e responsabilidades

Avaliação da vitalidade fetal

• Dinâmica uterina = avaliação das contrações uterinas em 10 min


• Toque vaginal
• Preenchimento do partograma = evolução do TP

ENFERMAGEM OBSTÉTRICA – área onde aprendemos muito todos os dias, vivendo novas histórias e adquirindo
experiências.

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Cardiotocografia

DEFINIÇÃO: Registro contínuo e simultâneo da Frequência Cardíaca Fetal, Contratilidade Uterina e Movimentos Fetais, no
período anteparto ou intraparto.

CLASSIFICAÇÃO:

→ Repouso ou Basal.
→ Estimulada: Estímulo Mecânico ou Vibroacústico.
→ Com Sobrecarga:
• Teste do esforço (Stemberg)
• Teste do estímulo mamilar
• Teste da Ocitocina (Prova de Pose)

IMPORTÂNCIA:

→ Orientação eficaz ao tocólogo.


→ Análise imediata.
→ Acurácia.
→ Simplicidade e inocuidade.
→ Facilidade de repetição.

ÉPOCA IDEAL PARA REALIZAÇÃO:

→ INÍCIO: 26 a 28 semanas de gestação


→ PERIODICIDADE: variável, depende da patologia materna e/ou fetal e do resultado dos testes anteriores. Intervalos
de 07 dias (a nível ambulatorial), diários, repetições no mesmo dia e até registros contínuos podem ser necessários.

OUTRAS RECOMENDAÇÕES:

→ Evitar jejum prolongado.


→ Anotar medicamentos usados durante o exame que possam interferir no resultado, como também alterações de
temperatura e pressão arterial maternas.
→ Duração do exame: recomenda-se o mínimo de 20 minutos.
→ Velocidade do registro: 1, 2, ou 3 cm/minuto.
→ Posição da paciente: sentada em poltrona confortável ou em decúbito lateral esquerdo.
→ Colocação correta dos transdutores para evitar traçados duvidosos.

INDICAÇÕES:

→ Anteparto - Patologias maternas, fetais e/ou placentárias.


→ Intraparto - Trabalho de parto distócico, induzido ou estimulado.
→ Para mulheres saudáveis, sem complicações na gestação, recomenda-se mobilograma no período anteparto e
ausculta fetal intermitente no período intraparto.

- A CTG está indicada, neste grupo, nas gestantes com alterações nas condutas recomendadas.

PARÂMETROS ANALISADOS NA CTG

→ Contrações Uterinas: avaliar frequência, duração e coordenação das contrações.


→ Movimentos Fetais: avaliar o comportamento fetal (repouso, vigília) através do número e tipo dos movimentos fetais
(isolados, múltiplos, ausentes, soluços, etc).
→ Frequência Cardíaca Fetal = Nível da linha de base (média da frequência dos BCF)

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Frequência Cardíaca Fetal

Normal 110 a 160 (TERMO)


120 A 60 (PRÉ-TERMO)
Bradicardia Leve: 100 a 110 (120)
Acentuada: < 100
Taquicardia Leve: 160 a 180
Acentuada: > 180

Obs. Afastar situações, que não estão relacionadas com sofrimento fetal e que podem causar bradicardia (drogas,
bloqueios cardíacos fetais, etc) e taquicardia (prematuridade, drogas, febre materna, somatório de acelerações, etc).

→ Variabilidade - Normal: 5 bpm


• Alterada - lisa (ausente)
• Mínima: < 5 bpm
• Padrão sinusoidal

Obs. Afastar situações que não estão relacionadas com sofrimento fetal e que podem diminuir a variabilidade
(prematuridade, repouso fetal, medicamentos sedativos do Sistema nervoso central, etc).

→ Alterações da FCF
Acelerações:
• Podem estar relacionadas com movimentos fetais (transitórias) ou contrações uterinas (periódicas).
• Início: 20 semanas de gestação
• Primeiro parâmetro a alterar frente a hipóxia.
• Padrão normal: amplitude 15 bpm e duração 15 segundos (10 bpm e 10 segundos antes de 32 semanas de
gestação)
Desacelerações:
• Periódicas: relacionadas com contrações uterinas
- Precoce ou cefálico (DIP I): queda uniforme, gradual (início até nadir > 30 segundos), coincide com o pico da
contração.

- Tardio (DIP II): uniforme, queda gradual (início até nadir > 30 segundos), ocorre após o pico da contração
(decalagem 20 segundos)

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- Variável (DIP III ou Umbilical): início, decalagem e forma variáveis, queda abrupta (início para nadir < 30
segundos)

- Não Periódicas:
• Espica ou DIP 0: desaceleração com duração < 15 segundos relacionada com compressão funicular de curta
duração ou soluço fetal, mais comum no prematuro.
• Desaceleração prolongada: desacelerações com duração maior que 3 minutos, relacionada com hipotensão
postural materna, bloqueios anestésicos, hiperatividade uterina, compressões funiculares intensas e duradouras.
Quando espontânea são sempre patológicas.

CONCLUSÃO DO TRAÇADO:

→ Normal: CTG onde todos os 4 parâmetros são da categoria reativa


→ Subnormal: CTG onde 1 dos parâmetros é da categoria hiporreativa e os outros 3 são da categoria reativa.
→ Patológica: CTG onde 2 ou mais parâmetros são da categoria hiporreativa ou 1 ou mais parâmetros são da
categoria não reativa.

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→ Quando a CTG subnormal é repetida e continua com o mesmo padrão considerar propedêutica complementar
antes de indicar a interrupção da gestação: perfil biofísico fetal, dopplerluxometria, CTG com sobrecarga (conforme
o caso).
• Quando a CGT intraparto é subnormal ou patológica verificar se há hipercontratilidade uterina e corrigí-la, antes
de indicar a interrupção da gestação, através das seguintes medidas: suspender indução, administrar uterolítico,
oxigenação e hidratação maternas, decúbito lateral esquerdo.

______
ASSISTÊNCIA AO 1° PERIODO DO PARTO

• Proporcionar conforto, privacidade, segurança...


• Identificação e manejo de possíveis distócias
• Não intervir desnecessariamente
• Intervir oportunamente

ASSISTÊNCIA AO 2°, 3° e 4° PERIODO DO PARTO

Manejo de complicações (ALSO Brasil)

• Síndromes Hemorrágicas do Final de Gestação


• Complicações clínicas da gravidez
• Hemorragia no pós-parto
• Reanimação materna
• Primeiros cuidados com o RN
• Casos clínicos
• Vigilância fetal intraparto
• Apresentação anômalas
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• Distócia de ombros
• Fórceps e vácuo extrator
• Distócia
• Complicações do primeiro trimestre
• Trabalho de parto prematuro e Ruptura prematura de Membrana
• Assistência obstétrica segura e gerenciamento
• Apoio emocional às complicações do nascimento
• Laceração de 3° e 4° grau
• USG
• Cesariana

ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO

• Recepção do RN
• Reanimação neonatal (exceto intubação e medicamentos quando o bebê “para")

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

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Habilidades de um EO

• Autonomia
• Responsabilidade
• Tomada de decisão
• Humanização
• Trabalho em equipe
- Assegurar o bem-estar materno-fetal

POR QUE ENFERMAIRAS OBSTETRAS E OBSTETRIZES?

• Profissional com competência para assistir ao parto e nascimento de baixo risco que se mantenha dentro dos limites
da normalidade
• Modelos de assistência que incluam a enfermeira obstétrica e obstetriz na assistência ao parto de baixo risco
apresentam vantagens em relação à redução de intervenções e maior satisfação das mulheres

(MS, 2017)

“REDE CEGONHA” - 2011

• Principal estratégia para redução de mortes maternas do Ministério da Saúde, com a participação dos Estados e
municípios.
• Promoção, proteção e recuperação da saúde, além da organização e do funcionamento dos serviços
correspondentes.
• Garantir o direito ao planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério (pós-
parto), bem como as crianças têm o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

Toda mulher tem o direto ao planejamento reprodutivos e atenção humanizada à gravidez ao parto e ao puerpério (pós-
parto), bem como as crianças têm o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

Assegurar esses direitos é o objetivo do Ministério da Saúde com a Rede Cegonha. Essa estratégia tem a finalidade de
estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no País e está sendo implantada, gradativamente, em todo o
território nacional.

Componentes da Rede Cegonha

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• Pré-natal;
• Parto e nascimento;
• Puerpério e atenção integral à saúde da criança; e
• Sistema logístico (transporte sanitário e regulação).

A Rede Cegonha é uma estratégia lançada em 2011 pelo governo federal para proporcionar às mulheres saúde, qualidade
de vida e bem-estar durante a gestação, parto, pós-parto e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de
vida. Tem o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres,
homens, jovens e adolescentes. A proposta qualifica os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no
planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no parto e no puerpério (28 dias após o parto).

“PARTO SEGURO À MÃE PAULISTANA”

O Programa Parto Seguro à Mãe Paulistana tem como principal objetivo desenvolver estratégias de gestão e atendimento
para promover à mãe, ao filho e à família uma assistência segura e humanizada no processo de parto e nascimento.

Oferece atendimento em urgência e emergências obstétricas, acolhimento com classificação de risco obstétrico, além de
inovações na assistência à mulher, como: massagens, banhos terapêuticos, exercícios e respiração para ajudar na evolução
e suportabilidade das contrações, liberdade de escolha na posição de parto, musicoterapia e outros métodos que
proporcionam um trabalho de parto mais tranquilo, onde a mulher é protagonista.

O programa, em parceria com CEJAM e Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, busca atualizar a assistência
humanizada com a melhor prática disponível no parto e nascimento. Foi implantado em hospitais no dia 03 de outubro de
2011 por meio do Convênio 002/2011.

“PARTO ADEQUADO” – ANS E MS

O projeto Parto Adequado, desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Hospital Israelita Albert
Einstein (HIAE) e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde, tem o objetivo de identificar
modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de
cesarianas sem indicação clínica na saúde suplementar. Essa iniciativa visa ainda a oferecer às mulheres e aos bebês o
cuidado certo, na hora certa, ao longo da gestação, durante todo o trabalho de parto e pós parto, considerando a estrutura
e o preparo da equipe multiprofissional, a medicina baseada em evidência e as condições socioculturais e afetivas da
gestante e da família.

“QUEM ESPERA, ESPERA” – UNICEF

Pelo direito de nascer na hora certa. - A análise do UNICEF aponta os benefícios do trabalho de parto espontâneo para a
mulher e o bebê – momento em que são liberadas substâncias que ajudam no amadurecimento final do organismo da criança,
como o hormônio corticoide, que age no pulmão. Para a mulher, o trabalho de parto ajuda também a liberar hormônios
importantes, que vão prepará-la para a amamentação

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O diagnóstico pode ser clínico, hormonal ou ultrassonográfico

Diagnóstico clínico: Os sintomas da gravidez são classificados em: de presunção, de probabilidade e de certeza.

Sinais de presunção

→ Quatro semanas:
- Amenorreia: É o sinal mais precoce. Em mulheres jovens, com ciclos menstruais regulares e vida sexual ativa, a
ausência da menstruação pressupõe gravidez.

→ Cinco semanas:
- Náuseas: durante o 1o trimestre da gestação, mais de 50% das mulheres sofrem de náuseas, geralmente matutinas,
tendo como consequência imediata vômitos e anorexia. Outras, ao contrário, apresentam maior apetite, não sendo
rara sua perversão (pica ou malácia) ou extravagância alimentar.
- Congestão mamária: com 5 semanas, as pacientes relatam que as mamas estão congestas e doloridas. Na 8a
semana, a aréola primária torna-se mais pigmentada e surgem os tubérculos de Montgomery; em torno de 16
semanas, é produzida secreção amarela (colostro), que pode ser obtida por expressão mamária correta. Além disso,
o aumento da circulação venosa é comum – rede de Haller. Em torno da 20a semana, surge a aréola secundária,
que aumenta a pigmentação em volta do mamilo.

→ Seis semanas
- Polaciúria: no 2o e no 3o mês de gestação, o útero, com maior volume e em anteflexão acentuada, comprime a
bexiga, levando à micção frequente, com emissão de quantidade reduzida de urina. No 2o trimestre, tal
sintomatologia cessa, retornando nas duas últimas semanas, ao insinuar a apresentação fetal.

Sinais de probabilidade
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→ Seis semanas:
- Amenorreia: após 10 a 14 dias de atraso menstrual, considera-se provável sinal de amenorreia, o que nem sempre
indica gravidez, pois esse sintoma também ocorre em diversas circunstâncias fisiológicas e patológicas. O
aleitamento e a menopausa determinam amenorreia; contudo, muitas mulheres concebem durante o aleitamento ao
se intercalar o ciclo ovulatório. Há pacientes que gestam sucessivamente, ano após ano, sem ter restabelecido o
ciclo menstrual. A fecundação após alguns meses de amenorreia climatérica é difícil, embora não seja impossível.
Dentre as amenorreias patológicas, destacam-se as de origem emocional e as vigentes durante o uso dos
anovulatórios.
Embora seja mais escassa, a perda sanguínea cíclica semelhante à menstruação não exclui gravidez, pois isso pode
ocorrer nos primeiros meses (hemorragia de implantação ovular).
- Aumento do volume uterino: o toque combinado infere as alterações que a gravidez imprime ao útero (Figura 7.1
A). Fora da gestação, o órgão é intrapélvico, localizado abaixo do estreito superior; na gravidez, expande-se; com
6 semanas, apresenta volume de tangerina; com 10 semanas, de uma laranja; e com 12 semanas, o tamanho da
cabeça fetal a termo, sendo palpável logo acima da sínfise púbica.

→ Oito semanas
- Alteração da consistência uterina: o útero vazio é firme; na gravidez, com 8 semanas, adquire consistência cística,
elástico-pastosa, principalmente no istmo (sinal de Hegar) (Figura 7.1 C e D). Por vezes, o amolecimento intenso
dessa região faz parecer que o corpo está separado do colo.
- Alteração do formato uterino: inicialmente, o útero cresce de modo assimétrico, desenvolvendo-se mais
acentuadamente na zona de implantação. A sensação tátil é de abaulamento e amolecimento no local, sendo
possível notar, eventualmente, sulco separando as duas regiões (sinal de Piskacek) (Figura 7.1 B). Na ausência de
gravidez, em geral, os fundos de saco estão vazios; a partir de 8 semanas, quando a matriz de piriforme assume o
formato globoso, o dedo que examina os encontra ocupados pelo corpo uterino (sinal de Nobile-Budin) (ver Figura
7.1 B). Há percepção dos batimentos do pulso vaginal nos fundos de saco (sinal de Osiander) devido à hipertrofia
do sistema vascular.
O procedimento do toque é completado pelo exame especular, que poderá precedê-lo de acordo com a rotina
estabelecida. Ao entreabrir a vulva, destaca-se a coloração violácea da sua mucosa (vestíbulo e meato uretral),
denominada sinal de Jacquemier ou de Chadwick; a mesma tonalidade da mucosa vaginal constitui o sinal de
Kluge.

→ Dezesseis semanas
- Aumento do volume abdominal: conforme já mencionado, o útero torna-se palpável com 12 semanas, e nota-se o
aumento do volume abdominal progressivo em torno de 16 semanas.

Sinais de certeza

São dados pela existência do concepto, anunciada pelos batimentos cardiofetais (BCF) e pela sua movimentação ativa; a
ultrassonografia é capaz de rastreá-los com 7 a 8 semanas.

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Diagnóstico clínico da gravidez. A. Relações do útero com a bexiga. B. Formato assimétrico do útero, conforme o local da
nidificação (sinal de Piskacek). Com o desenvolvimento subsequente, a matriz se torna globosa, o que é revelado por meio
de toque combinado e palpação profunda dos fundos de saco laterais (sinal de Nobile-Budin). C e D. Amolecimento do
istmo: o toque combinado o evidência (sinal de Hegar).

→ Catorze semanas
- Sinal de Puzos: trata-se do rechaço fetal intrauterino, que se obtém ao impulsionar o feto com os dedos dispostos
no fundo de saco anterior. Dessa maneira, ocorre impressão de rechaço quando o concepto se afasta e quando
ele retorna (Figura 7.2).

→ Dezoito semanas
- Percepção e palpação dos movimentos ativos do feto: inicialmente discretos, tornam-se vigorosos com o evoluir
da gestação.

- Rechaço fetal (sinal de Puzos).

Palpação dos segmentos fetais: nesse período, o volume do feto é maior, e começa-se a palpar cabeça e membros.

→ Vinte semanas:
- Auscultação: trata-se da identificação dos batimentos cardiofetais (BCF), o mais fidedigno dos sinais de gravidez.
Sua comprovação, com o estetoscópio de Pinard, atualmente é obtida com sonar-Doppler.

Diagnóstico hormonal

Constitui, atualmente, o melhor parâmetro para o diagnóstico de gravidez incipiente, em função de sua precocidade e
exatidão. Apoia-se na produção de gonadotrofina coriônica humana (hCG) pelo ovo. Uma semana após a fertilização, o
trofoblasto, implantado no endométrio, começa a produzir hCG em quantidades crescentes, que podem ser encontradas no
plasma ou na urina maternos.

Há basicamente três tipos de testes para a identificação de hCG: imunológico, radioimunológico (RIA) e enzima-imunoensaio
(ELISA).

• Testes imunológicos: A hCG é uma proteína e, como tal, induz à formação de anticorpos (antissoro) em outros
animais (p. ex., coelho). O antissoro é utilizado para identificar hormônios na urina a ser examinada, embora seja
necessário tornar visível a reação; isso é possível, basicamente, com hemácias ou partículas de látex.
É necessário observar se a urina está bastante concentrada, a fim de melhorar a sensibilidade dos testes.
o Prova de inibição da aglutinação do látex. Denominada teste de lâmina, é de leitura rápida, com duração
de poucos minutos. Apresenta dois inconvenientes: a imagem do resultado pode ser discutível e a
sensibilidade é menor (1.500 a 3.500 UI/ℓ).
o Prova de inibição da hemaglutinação. Chamada teste de tubo, oferece leituras em 2 h, raramente de
interpretação duvidosa, e com mais sensibilidade (750 a 1.000 UI/l). Recentemente, foi lançada uma
variante, na qual o antissoro (e não as hemácias) tem a hCG ligada, o que inverte a imagem dos
resultados. Denomina-se hemaglutinação passiva reversa, utiliza dois anticorpos monoclonais (camundongo)
e oferece sensibilidade desde o nível de 75 UI/l

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Na prática, para que o exame seja realizado, aconselha-se que o atraso menstrual ultrapasse 10 a 14 dias. Assim, a
prova de inibição da hemaglutinação oferece sensibilidade de 97 a 99%. Com a nova modalidade, afirma-se que o mesmo
pode ser obtido com 1 a 3 dias de amenorreia. Medicamentos psicotrópicos, proteinúria e mulheres no climatério (reação
cruzada com o hormônio luteinizante [LH], neste caso, em teor bem mais elevado) podem determinar resultados falso-
positivos; os falso-negativos ocorrem em urinas de baixa densidade (grandes volumes nicteméricos, acima de 2 ℓ), na primeira
ou na segunda semana do atraso menstrual e, ocasionalmente, durante o segundo trimestre, quando é mais baixo o limite
inferior dos níveis de hCG.

• Testes radioimunológicos
Consistem na dosagem de hCG por método radioimunológico (RIA), com base na competição do hormônio em
questão com traçador adequado (o próprio hormônio marcado com radioiodo), conforme a quantidade fixa de
antissoro. A dificuldade nesse procedimento é a reação cruzada com LH hipofisário, que é corrigida ao se fazer a
dosagem da subunidade beta da hCG, mais específica e, atualmente, a única de uso corrente.
A dosagem de β-hCG tem sensibilidade de 5 mUI/ml Os resultados são obtidos em aproximadamente 4 h, o que
torna possível aos laboratórios especializados o fornecimento de duas séries por dia.

• Teste ELISA
O enzima-imunoensaio (ELISA) apresenta a mesma base teórica do RIA; contudo, substitui o hormônio marcado com
radioiodo por enzima, capaz de atuar sobre um substrato incolor e originar produto colorido. A intensidade da cor
obtida é proporcional à quantidade de hormônio. Sua principal vantagem é o maior tempo de vida útil, pois não
contém radioisótopos (de atividade limitada). Para dosar a β-hCG, sua sensibilidade é de 25 mUI/mℓ.

• Sangue versus urina


Com a urina (teste de farmácia), espera-se diagnóstico positivo pelo menos 1 dia antes da amenorreia; com o
sangue, pelo menos 7. A dosagem de hCG na urina é apenas qualitativa. Aconselha-se que o teste de farmácia
seja realizado utilizando-se a primeira urina da manhã.

DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO

Com 4 a 5 semanas, na parte superior do útero, começa a aparecer formação arredondada, anelar, de contornos nítidos,
que corresponde à estrutura ovular, denominada, em ultrassonografia, saco gestacional (SG) (Figura 7.3). A partir de 5
semanas, é possível visualizar a vesícula vitelina (VV) e, com 6 semanas, o eco embrionário e a sua pulsação cardíaca (BCF)
(Figura 7.4).

Em torno de 10 a 12 semanas, nota-se espessamento no SG, que representa a placenta em desenvolvimento e seu local de
implantação no útero. Com 12 semanas, a placenta pode ser facilmente identificada e apresenta estrutura definida com 16
semanas.

A Tabela 7.1 mostra marcos importantes ocorridos à ultrassonografia transvaginal no 1o trimestre.

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REFERÊNCIAS

• Aula da Professora Pamela


• Livro Rezende Obstetrícia Fundamental
• ANS. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Projeto Parto Adequado. 2016. http://www.ans.gov.br/gestao-em-
saude/projeto-parto-adequado
• Balaskas J. Parto ativo: guia prático para o parto natural. Tradução Adailton Salvatore Meira. São Paulo-SP: Ground,
2015.
• Barros, SMO e colaboradores. Enfermagem Obstétrica e Ginecológica: Guia para a prática Assistencial. 2ª edição.
Editora Roca: São Paulo, 2009.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Gerais da Política Nacional de Saúde materno-infantil. Brasília. 1971.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério. Assistência humanizada à mulher. Brasília (DF); 2003.
• Casa Ângela – Centro de Parto Humanizado. Associação Comunitária Monte Azul. http://www.casaangela.org.br/
• CEJAM. Projeto Parto Seguro à Mãe Paulistana. São Paulo, 2012. www.cejam.org.br/index.php?pg=gest_rcsm
• FEBRASGO. Normal ou Cesárea: Conheça os Mitos, Riscos e Benefícios de cada Parto.
www.febrasgo.org.br/site/?p=11313
• FIOCRUZ. Nascer no Brasil: Inquérito Sobre Parto e Nascimento. www6.ensp.fiocruz.br/nascerbrasil/
• Frediano SCM, Godoy SS, Possimozer RO, Ferreira BCT . Da Parteira À Enfermagem Obstétrica – Uma Atenção
Humanizada ao Parto Normal. TCC Especialização em Enf. Obstétrica. FADAP/FAP, 2010.
• Gupta JK, Hofmeyr GJ, Shehmar M. Position In the Second Stage of Labour for Women Without Epidural Anaesthesia.
Cochrane, 2012. http://www.cochrane.org/CD002006/PREG_position-in-the-second-stage-of-labour-forwomen-
without-epidural-anaesthesia
• Hodnett ED, Gates S, Hofmeyr GJ, Sakala C. Apoio Contínuo Para Mulheres Durante o Trabalho de Parto. Cochrane,
2013. http://www.cochrane.org/pt/CD003766/apoiocontinuo-para-mulheres-durante-o-parto
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