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Simone – 19/11/2019

Gestantes
Gestação
Estado FISIOLÓGICO da vida da mulher,
A gente sabe que a gestação é um período muito peculiar
caracterizado por grandes mudanças
na vida da mulher. É um período de transformação,
fisiológicas, psicológicas, emocionais, no
durante esses nove meses a mulher passa por alterações
qual ocorre a formação de um novo
significativas, não só fisiológicas, mas psicológicas e
indivíduo, com duração media de 270
emocionais que repercutem não só na vida dela (enquanto
dias (40 semanas – 9 meses) e que
futura mãe e gestante), mas também na vida de toda
começa com a concepção e termina no
família que acompanha
delivramento (expulsão da placenta).

A gestante tem melhores condições de absorver as informações sobre sua saúde bucal e a do bebê?

Evidenciações científicas dizem que sim, por isso é extremamente importante que na assistência
pré-natal/integral, a gente reflita não só sobre as alterações biológicas que acontecem durante a gestação, mas
todo o contexto (social, econômico, familiar...) que a gestante se encontra inserida.

PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO

É um termo que foi designado justamente para refletir a importância que a visita ao Cirurgião Dentista tem
durante o período gestacional.

Em uma cartilha do Ministério da Saúde, em 2016 (a última a respeito do pré-natal odontológico), ele
ressalta que deve haver no mínimo uma visita da gestante ao consultório odontológico. E a gente sabe que
isso é o mínimo, o ideal seria que ela fizesse uma visita a cada trimestre gestacional. É extremamente
importante que o Cirurgião Dentista – em âmbito de SUS - interaja com o enfermeiro, com o médico, com
os agentes comunitários de saúde... Para que ele possa tratar a gestante como um todo, ou seja,
promovendo um tratamento não só humanitário, mas de qualidade para essa gestante.

Quando a gente fala que durante esse período ela esta mais ávida, seria extremamente importante que o
CD fornecesse orientações não só sobre o autocuidado dela, mas aquelas velhas orientações que nós
sabemos em relação ao bebê: aleitamento, trauma, dieta, higiene bucal... tudo aquilo que pode acometer
o bebê após o seu nascimento.

Estratificação de risco

Existe uma rede chamada de rede cegonha que foi instituída há 8 anos atrás em 2011, que é uma rede
cuidados que visa assegurar o direito ao planejamento reprodutivo e uma atenção humanizada na
gravidez, parto e puerpério. Essa rede estratifica o risco da gestante. Essa estratificação do risco ela é feita
não só sobre a história da gravidez atual, mas também com base na historia reprodutiva anterior. E com
base nisso, elas são estratificadas em:

 Gestante de baixo risco: UBS


o Considerando a historia de gravidez atual: anemia, infecção urinária.
o Considerando a história reprodutiva anterior: aquela que já passou por 3 ou mais cesárias.
 Alto risco: CEOs
o Gravidez atual: diabética, hipertensa, qualquer outra alteração sistêmica significativa.
o Historia reprodutiva anterior: gravidez de gêmeos, multiparidade, abortos espontâneos.

OBS: uma gestante de baixo risco em tratamento na UBS pode ser encaminhada para realizar
procedimentos especializados no CEO. Ex: uma endodôntia.

Em diversas UBS há a caderneta da gestante, e o prontuário


odontológico já está dentro dessa caderneta, onde possui
odontograma, planejamento do tratamento, sequência dos
procedimentos odontológicos realizados e diante de tratamentos
especializados odontológicos, há o encaminhamento ao CEO e o
retorno.

A odontologia se insere no tratamento odontológico da gestante, e


muitas vezes os nossos colegas são culpados por essa inserção não ser
completa. Existe muito Cirurgião Dentista que se nega – ou por falta
de preparo, ou por falta de conhecimento – a atender gestante, o que
começa a perpetuar vários mitos e crenças, achando que o
tratamento durante a gestação não é seguro; o que não é seguro é
deixar a gestante com uma infecção ou sentindo dor. Há evidencias
cientificas de que sim, há segurança durante o tratamento
odontológico no período gestacional.

E ai a gente observa que nesse pré-natal há varias coisas, a importância do pré-natal, da amamentação, da
vacinação, orientação de testes...

ODONTOLOGIA

Para que a gente possa tratar a gestante de uma forma integral, a gente precisa conhecer as alterações
que acontecem o organismo dela durante o período gestacional.

 Alterações fisiológicas
 Alterações físicas
 Alterações psicológicas
 Alterações bucais

Alterações Cardiovasculares

 Aumento do débito cardíaco


o sobretudo nos últimos meses de gravidez Aumento do débito e frequência
o  30% a 40% acontecem para atender a demanda
o o coração bate não só mais rápido pq também do feto que está se desenvolvendo.
aumenta a frequência cárdica, mas ele precisa Um ser dentro de outro ser, então é
trabalhar mais para bombear um maior afluxo de preciso que haja esse aumento para
atendar a demanda metabólica desse
sangue
novo ser.
 Aumento da frequência cardíaca
o  10 a 15 batimentos por minuto
o Acontece da 14º a 30º semana gestacional
 Variações na PA
o  nos primeiros meses (gestante tem sensação de desmaio), como o organismo está se
preparando para o futuro desenvolvimento de um novo ser, vários mediadores locais são
jogados na circulação sanguínea – prostacilclina, oxido nítrico – e isso causa uma
vasodilatação. Então no primeiro trimestre há uma queda na pressão arterial e isso perdura
até por volta da 24º semana, onde a pressão começa a se estabilizar e gradativamente sobe
até o parto.
 Hipertensão
o Crônico
 Já existia previamente a gestação.
 Assintomática.
 Contatada no primeiro trimestre da gravidez, abaixo de 20 semanas.
o Gestacional
 Acima de 20 semanas
 Sem que haja nenhum sinal clínico ou laboratorial demonstrando que já evoluiu para
uma pré-eclâmpsia
o Pré-eclâmpsia
 Após 20 semanas.
 Com sinal clínico: edema, ganho de peso desproporcional e proteinúria (eliminação
da proteína na urina).
 Caso de mortalidade não só da mãe, mas também do feto.
 Parto pré-maturo.
 Se não tratada, evolui para uma eclâmpsia, onde há crises convulsivas e a mulher
entra, na maioria das vezes, em coma.

Alterações hematológicas
Tudo isso para manter a
 Aumento da volemia agregação plaquetária e a
o Aumento do volume sanguíneo pq o volume sanguíneo da hemostasia pós-parto, para
mãe, através da placenta, precisa passar para o feto. que quando a mulher tenha
o Esse aumento do volume sanguíneo acontece basicamente a o bebê, não sangre até a
dispensa do plasma (porção liquida do sangue). O plasma morte.
aumenta, aumenta o volume sanguíneo, mas as células que
estão imersas no plasma – eritrócitos, células vermelhas – aumentam em volume e
quantidade, mas muitas vezes esse aumento é gradativo, por isso que é muito comum
observar uma anemia relativa à gestação. Pq tem aumento do volume sanguíneo, mas não
tem aumento proporcional do numero de células vermelhas.
o o plasma aumenta bastante esse volume sanguíneo, o aumento desse volume sanguíneo
acontece quase que 100% as dispensas do plasma, as proteínas plasmáticas estão dentro do
plasma – metabolismo das drogas: as drogas prescritas precisam se ligar a proteínas do
plasma para determinar sua eficácia. Se há menos proteína plasmática, a eficácia das
medicações prescritas estará diminuída, em contra partida, essas drogas estarão no sangue,
já que não tem proteína plasmática para se ligar, logo a toxicidade aumenta.
o Resposta terapêutica mais lenta durante a gestação por conta do menor volume de proteína
plasmática
o Maior toxicidade das medicações
 Aumento dos fatores de coagulação
o Aumento da concentração do anticoagulantes que o nosso corpo produz naturalmente,
como por exemplo a vitamina K
 Diminuição da atividade fibrinolítica

Alterações Respiratórias

 Aumento da frequência respiratória e no consumo de oxigênio:


o Necessidade de que a frequência respiratória se eleve pq esse consumo de oxigênio
também vai ser maior para atender as demandas da mãe e do feto em desenvolvimento.
 Deslocamento do diafragma para cima
o O útero está se desenvolvendo e nas últimas semanas de gestação o diafragma é empurrado
 Aumento do risco de apneia e dispneia
o Maior vascularização e dilatação dos capilares da mucosa nasal faz com que haja hiperemia
e edema dessa mucosa
 Obstrução das vias aéreas superiores.

Alterações Gastrointestinais
Gonadotrofina coriônica e
 Náuseas e vômitos:
progesterona: ambos
o Alta taxa de gonadotrofina coriônica
hormônios com taxas elevadas
o Maior acide e erosão durante a gravidez
 Pirose (azia) e refluxo
o Azia em razão do refluxo. Existe uma válvula chamada cárdia que liga o esôfago ao
estômago, quando eu tenho uma alta taxa de progesterona – que não existia antes da
gravidez – há diminuição na força da válvula cárdia (ela não se fecha), e a acidez estomacal
volta, onde o paciente pode ter refluxo gastresofágico.
Normalmente se recomenda
 Diminuição da motilidade gastrointestinal
que a gestante para aliviar
o O intestino fica preso
essa pirose e refluxo, faça o
Alterações Endócrinas uso de antiácidos ou
modifique seu estilo de vida.
 Mudanças hormonais
o Há uma verdadeira ebulição hormonal
o Eleva estrógeno, progesterona, prolactina, gonadotrofina coriônica
 Hipoglicemia
o Comum no primeiro trimestre gestacional
o Hipoglicemia associada a aumento gonadotrofina coriônica e menor pressão arterial faz com
que haja muita sensação de desmaio e desmaio.
 Fadiga no metabolismo de carboidratos ≥
 Diabetes gestacional
o Tudo que acontece no organismo materno, se comunica com o organismo do feto através
da placenta. E na placenta vão existir hormônios como o lactogênio placentário, que diminui
a ação da insulina, isso faz com que o organismo reaja produzindo insulina. Mas essa
produção muitas vezes não é suficiente e isso atrelado a diversos hormônios
hiperglicemiantes que existem durante a gravidez (cortisol, estrógeno, progesterona) é
comum muitas mulheres desenvolverem diabetes gestacional.
o Antes as mulheres eram triadas para o diabetes a partir da 24º semana, hoje não mais, na
1º consulta pré-natal é feita a glicemia em jejum (abaixo de 20 semana), pq se descobriu
que o diabetes durantes o primeiro trimestre de gravidez leva a nascimento de crianças com
diversas anomalias congênitas (cerebrais, cardíacas, renais...)

1º consulta acompanhamento pré-natal (<20 semanas) Critérios Glicose (mg/dL)


Diagnósticos de
DMG
Glicemia em ≥92mg/dL
Glicemia em jejum
jejum
TTGO 75g 1h ≥ 180 mg/dL
TTGO 75g 2h ≥ 153 mg/dL
Apenas 1 valor alterado confere o
≥ 126mg/dL ≥92/dL e <92mg/dL diagnóstico
<126mg/dL

Avaliação
Dosagem em TTGO entre a 24º
DMG conforme os
outra ocasião e 28º semana
critérios
gestacional
≥126mg/dL DM diagnósticos para
prévio à DMG
gestação

Macrossomia Hipoglicemia Anomalias Estresse Prematuridade


Neonatal Congênitas Respiratório Asfixia
Perinatal

Bexiga
 sangue  filtração
comprimida Mudanças no
glomerular
sistema imunológico

Aumento da
excreção renal
Perda da função dos Tem anticorpos paternos e o
neutrófilos, com isso, organismo da mãe entende
há uma propensão que é um corpo estranho, o
maior as infecções. organismo precisa rearranjar
o sistema imunológico para
que não haja rejeição.

Alterações Físicas e Psicológicas

 alargamento do quadril
 aumento da mama Tudo isso faz com haja um impacto
 varicosidade psicológico grande durante a
 aumento da parte inferior do abdomen gravidez
 Estrias
 Melasma e Linha nigra, pelo excesso de estrógeno
Alterações Bucais

 Cárie
 Aumento da vascularização dos tecidos moles
 Gengivite
 Tumor gravídico (2º trimestre)
 Erosãp dental

CÁRIE DENTÁRIA

Aumento no consumo de açúcar Negligência com a higiene bucal Alteração fluxo e composição salivar

o A gravidez não predispõe a cárie


o Ocorre um aumento da quantidade de ingestão de açucar, o famoso ‘desejo’
o A cabeça da muler está no quartinho da criança, no enxoval do bebê, como vai se chamar
esse bebê, como será a carinha dele... com isso, há um aumento da negligência com a
higiêne bucal
o Alterações na quantidade de fluxo e na composição salivar
o Excesso de estrógeno volta para a saliva modificando-a, reduz o fluxo, reduz a capacidade
tampão e aumenta a acidez, ou seja, reduz o pH

GENGIVITE

Doença periodontal

A gestação predispõe a doença periodontal. Na gravidez há uma exacerbação da resposta imunológica por
conta do excesso de progesterona e estrogeno. E além da exacerbação da resposta imunológica, há
aumento da vascularização, esse aumento da vascularização atrelado com a exacerbação da resposta do
hospedeiro, leva a um quadro de gengivite. Mas gengivite não precisa de biofilme? Continua precisando.
Então como a gente diz que é gengivite na gravidez? As caracteristicas são as mesmas – gengiva
edemaciada, gengiva hiperemica, sangramento espontaneo-. Mas na gravidez é mais fácil ver as alterações
pq essa elevação hormonal faz com que haja um aumento da vascularização dos tecidos gengivais e
periodontais, e uma exacerbação da resposta inflamatória. Então a gente costuma dizer que é uma
gengivite associada ao biofilme, mas em um hospedeiro fisiologicamente alterado pela gravidez, ou seja,
onde há uma exacerbação da resposta inflamatória.

 Parto prematuro x Baixo peso


o Quando há uma infecção, há produtos das bactérias ali presente, esse produtos que são
polissacarídeos, caem na corrente sanguínea, elevando um tipo de prostaglandina –
mediador inflamatório – que é uma sinalizadora para o útero e para o cérebro de que ta na
hora da contração uterina. Com isso, crianças nascem pré-maturas e com baixo peso.
o Essas citocinas e mediadores inflamatórios, cuminam para inflamação que existe na pré-
eclâmpsia. A pré-eclâmpsia é um bombardeio de citocinas inflamatórias.
o E se eu tenho a doença periodontal, essas citocinas vão cair na corrente sanguínea e vão
aumentar os riscos da gestante ter uma pré-eclâmpsia.
 Granula Gravídico
o Aumento da vascularização assosciado ao biofilme, calculo ou trauma
o Histologicamente igual ao granuloma piogênico
o Pode se manifestar em mandíbula e maxila, porém mais comum na maxila
o Pode ser uma lesao séssil ou pediculada
o Muitas vezes assintomático – se for assintomático, no final da gestação ela involui e
desaparece espontaneamente. Mas quando ele assume um volume grande, realiaza-se a
exerese.

PERIMÓLISE

Após vomitar, somente depois de 30 minutos pode-se escovar os dentes, antes disso pode ser feito é
bochechos com água, com bicarbonato de sódio misturado com água, com enxagatórios sem álcool e com
flúor.

“Mastigaçao frequente de medicamentos antiácidos sem açúcar ajudará a reduzir a acidez e a melhorar as
taxas de fluxo salivar”. Os pacientes podem tomar antiácidos imediatamente após a azia ou uma sensação
de refluxo ácido na cavidade oral. Os pacientes com erosão deve ser educados para enxaguar a boca com
água, bicarbonato de sódio e enxaguantes bucal com flúor imediatamente após um desafio ácido
significativo.

AntiÁCIDOS

Em paciente normal pode-se recomendar qualquer antiácido, mas durante a gravidez não se pode.

 Inibidores de bomba prótons (omeprazol).


 Antagonistas de H2 (ranitidina)
 Eno – a base de bicarbonato – contra indicado pois eleva a pressão arterial. Mas pode ser
bochechado.
 Hidróxido de Al ou de Mg – indicados para gestantes

É importante que o Cirurgião-Dentista conheça a cronologia da mineralização do dente decíduo, no


útero e na infância, pois informaçoes a respeito de pigmentações, defeitos do desenvolvimento do
esmalte e anomalias hereditárias ser fornecidas aos responsáveis.

VERDADE OU MITO

É possivel atender a gestante durante o período gestacional? MITO


o Sim. É claro que existe um período mais adequado e de maior estabilidade para o
atedimento. Mas em um quadro de urgência, não se pode esperar o bebê nascer para
realizar o procedimento. É muito mais danoso para a saúde do feto a dor e a infecção do
que o atendimento odontológico.
Não posso anestesiar? MITO
o É importante entender que ela pode ser anestesiada, mas é preciso ter o conhecimento do
anestésico mais indicado. A gestante pode ser anestesiada em qualquer mês da gravidez.
Não pode ser submetida a radiografia. MITO
o É claro que eu não vou fazer um tratamento endodôntico com 5, 6 radiografias.
o E devo evitar fazer radiografias no primeiro trimestre; pq vamos imaginar que aconteça uma
má formação, a culpa será da radiografia. Em um radiografia periapical, existe um
quantidade de unidade de radiação mínima que precisaria de 500 mil radiografias
periapicais para chegar a dose teratogênica de radiagração odontológica. Entao é lógico que
a radiografia é segura, mas por motivos éticos deve ser evitada no primeiro trimestre de
gravidez.
o Tomar os devidos cuidados: conhecer a técnica para evitar as repetições, avental de cumbo,
aparelho calibrado...
A gestação enfraquece os dentes? MITO

TRATAMEMTO ODONTOLÓGICO NA GESTAÇÃO

 Primeiro trimestre
 Segundo trimestre
 Terceiro trimestre

1º Trimestre
2º Trimestre
- Organogênese; 2º Trimestre
- Frequência urinária
- Abortos; - Período mais estável; aumentada;
- Maior teratogenia pelo uso - Risco de hipotensão - Edema das pernas;
de medicamentos; postural.
- Hipotensão postural.
- Episódios recorrentes de
náuseas e vômitos.

Compressão dos vasos sanguíneos abdominais – Sindrome da veia cava ou hipotensão postural

Quando o feto cresce e a gestante é colocada em uma posiçao supina, o feto começa a comprimir a veia cava inferior
- do lado direito do cropo -. Quando ele comprime essa veia, o retorno de sangue através da veia fica prejudicado,
então a mulher começa sentir não só náusea, tonteira, fraqueza, mas ela começa a suar e entrar em um quadro de
hipotensão. Isso faz com que muitas vezes o dentista tenha que parar o atendimento.

Para previnir a hipotensao postural o ideal seria que o atendimento dessa mulher fosse sentada, o que não é
possível. Entao pode-se inclinar a gestante e colocar um almofada, um lençol dobrado... qualquer coisa no dorso do
lado direito de forma que eleve esse lado em relação ao esquerdo. Quando o lado direito é elevado, não há
compressão da veia cava e o retorno venosa fica normalizado.

E se não elevar e a gestante começar a passar mal, pode-se inclaná-la e virá-la para o lado esquerdo.

É comum a partir da 27º semana gestacional (final do segundo trimestre).

HORÁRIOS E DURAÇÃO DAS CONSULTAS

 Sessões curtas
 Segunda metade do período da manhã – pq os níveis de cortisol estão diminuídos, a agragação plaquetária
está aumenta e isso faz com que a pressão arterial não tenha tanta propeção a elevar-se
 Diferentes horários que as crianças
 CD e auxiliares gripadas ou resfriadas (não marcar)

PROCEDIMENTOS

Entra o bom senso, todos os procedimentos eletivos podem ser feitos. Mas vamos supor que paciente está com foco
infeccioso, é um tratamento endodôntico e não convem fazer esse tratamento por conta da exposição a tomadas
radiograficas, a estresse... então nesse caso pode ser feita a cirurgia de acesso, instrumentação, medicação
intracanal e selamento. Após a gravidez ela retorna para fazer o procedimento definitivo.
Se fosse um procedimento cirurgico, um resto radicular, foco infeccioso que ta incomodando, que tá gerando
edema... não tem pq deixar ali, pode remover.

Sempre pesar os riscos e benefícios. O que pode e o que deve ser feito.

 Exodontias
 Tartamento periodontal
Evitar cirurgias mais invasivas
 Restauraçoes dentárias
 Tratamento endodôntico
 Colocação de prótese

IMPORTÂNCIA DOS HÁBITOS ALIMENTARES 1.000 DIAS DE VIDA


NUTRIÇÃO MATERNA
Vitaminas e micronutrientes

CRESCIMENTO
(Fetal e pós-natal)

EPIGENÉTICA
Doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT)

ALIMENTAÇÃO DA GESTANTE

Útero – percepção de sabores


(desenvolvimento e funcionamento
dos sistemas sensórios, olfatórios e
gustativos, por causa dos
saborizantes e odores voláteis
provenientes do líquido amniótico e
no leite materno, advindos da dieta
da mãe).

PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA Qualquer antiemético


pode ser utilizado
Quem nos norteia é a FDA (Food and Drug Administration), ela categoriza as drogas da A a X. durante a gestação.

 A e B são drogas seguras para as gestantes.


 C deve-se utilizar com cautela – os estudos foram feitos em animais, mas não em humanos.
 D é aquela que deve ser evitada.
 X não foi estudada.

É necessário fazer suplementação com flúor pré-natal?


o É contraindicado, além do que a maioria dos suplementos pré-natal tem o cálcio, e ao se ligar com o
flúor, vai formar um composto insolúvel e a mulher perde tanto flúor, quanto cálcio.

DROGAS QUE INTERFEREM NO CRESCIMENTO FETAL

Álcool e fumo na gestação


- Maior incidência de fetos pequenos para a

 Tetraciclinas
o Alterações dentárias.
o Interfere em todo crescimento ósseo do bebê, inclusive causando micrognatia.
o Encurtamento das extremidades, o que chamamos de micromelia.
o Catarata congênita.
o Alterações neurológicas dentre muitas outras alterações sistêmicas.
 Cortisona
o Aumenta à predisposição as fissuras labiopalatais.
o Não se pode prescrever em uso contínuo, cinco dias ou mais.
o Seguro em dose única.
 Heroína
 Nicotina
o Intimamente ligada ao aparecimento de fissuras labiopalatais
 Álcool

SINDROME ALCOOLICA FETAL

Danos ao SNC, anomalias neurológicas, craniofaciais, deficiência no crescimento pré e pós-natal, disfunções
comportamentais e malformações associadas.

ANALGÉSICOS

 Paracetamol (500 ou 750mg) – categorizado como B, de uso seguro em gestantes


 Dipirona (500mg) – FDA não classificou a dipirona por ser proibida nos EUA, pq causa
aglanulocitose, diminui o numero de neutófilos. Predispõe a grávida a mais infecções. E a dipirona
também é hiperglicemiante, se a gravida é propensa a desenvolver o diabetes, ou já possui, isso vai
elevar.
 Opióides – Não prescrevemos morfina, oxicodona... mas a codeína está associada ao paracetamol
em deversas medicações analgésicas. E a cadeína causa alta teratogenidade, ela esta intimamente
relacionada ao nascimento de anomalias congenitas, como as fendas labipalatais e fissuras
labiopalatinas.

FAKE NEWS: PARACETAMOL AUMENTA RISCO DE NASCIMENTO DE CRIANÇAS COM TDAH E AUTISMO.

AAS – nunca rs

 Seu uso não é contraindicado durante a gestação, mas deve ser usado com cuidado (C e D);
 No 2º trimestre: aborto – AAS é antiagregante plaquetario e predispõe ao sangramento.
 No 3º trimestre gestacional, retarda o parto através da inibição da síntese de PGs (D);
 Interfere na agregação plaquetária.

ANALGÉSICOS LOCAIS

 Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 – categorizada como B, pode ser utilizada em qualquer
período gestacional.
 Não tem diferença na dose, só devemos saber que é mais tóxico que em uma pessoa normal, pq
terá menos proteína plasmática para se ligar.

Lidocaína B
Articaína C Metahemoglobinemia
Mepvacaína C Não é metabolizada pelo fígado do feto, ela é tóxica, teratogênica para o
feto.
Prilocaína B Anemia é fácil de ocorrer em gestantes, e a prilocaína assim como a articaína
aumenta a chance de metahemoglobinemia. E o vasoconstritor da prilocaína é a
felipressina, ela tem uma composição estrutural bem análoga à ocitocina, que é
quem contrai o útero (aumenta as chances de aborto no início da gravidez e de
perto prematuro no final).
Mas pode ser usado em gestantes diabéticas não controladas.
Bupvacaína C Traz a altas complicações cardio-pulmonar para o feto e para a mãe.
ANTIBIÓTICOS

 Penicilina – mais prescrito Associação da amoxicilina ao


 Cefalosporina clavulanato: sim, mas ao
 Azitromicina metronidazol não.
 Clindamicina – em casos de alergia a penicilina
 Eritromicina (Estearato) – não pode ser usada na forma de estolato pq leva a um quadro de
colestase hepática (estrutura que controla a bilirrubida). Sinais na gravisa: coceira, pq a
bilirruibina está saindo pelo suor, isso faz o purido aumentar. E a criança pode nascer com os
dentes escurecidos.

CLOREXIDINA

 É categorizado como B DROGAS A SEREM EVITADAS


 Não prescrever com álcool  Aminoglicosídeos (categoria C): Gentamicina,
Neomicina, Kanamicina. (Nefrotóxicos)
ANTIINFLAMATÓRIOS
 Eritromicina (Estelato – hepatite Colestática)
 Não-esteroidais: bloqueiam a síntese  Tetraciclina (Categoria D)
deprostaglandina (fazem dilatação) e há  Vancomicina – Categoria C (alta toxicidade)
vasoconstrição (elevação da pressao  Sulfonamidas (Teratogênicas e tóxicas)
 Metronidazol (Penetra na circulação fetal)
arterial).

Esteroidais
- Endodontia e cirurgia (dexametasona
comprimido 4mg e batametasona
comprimido2mg – dose única 4mg

SEDATIVOS E HIPNÓTICOS

 Categoria D – causa má formaçao congênita – fissura labiopalatais

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