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Idade: Início da fertilidade com a menarca. A maioria dos ciclos após a menarca são
anovulatórios, mas pode ocorrer gravidez sim logo após a menarca. O período a partir
de 18 a 20 anos até os 30 anos é, do ponto de vista biológico, o período de melhores
condições para gravidez. No entanto, muitas mulheres estão voltadas para os estudos e
trabalhos em tal idade atualmente. Quando tais mulheres chegam aos 30 anos e
começam a pensar na possibilidade da gravidez, mas sem projeção orientação sobre
congelamento de oócitos. O congelamento de folículos (oócitos) é diferente do de
embrião. Acima dos 35 anos, há aumento expressivo de anomalias fetais e distocias,
mas temos visto muita gravidez acima dos 40 anos sem elevação de tanta malformação
assim. É esperado que ao longo do tempo surjam trabalhos que “empurrem” tal faixa
etária.
Etnia: Apresentação pélvica é mais comum em mulheres negras e mestiças (o que é
apresentação? É a forma como o bebê se encontra em relação a pelve materna.
Apresentação cefálica? Com a cabeça virada para a pelve. Apresentação pélvica? As
nádegas. Apresentação córmica? Ombro na região pélvica. O mais comum é a
apresentação cefálica. O bebê adquire apresentação cefálica a partir de 30, 31
semanas, sendo que a maioria vira no máximo até 34 semanas. A famosa frase “virou
na hora do parto” não ocorre, a não ser em casos de polidrâmnio excesso de líquido
amniótico).
Profissão: As intoxicações decorrentes da prática profissional, de ação lenta, podem
comprometer a evolução gravídica. Ex.: exposição a álcool, chumbo, fósforo, nicotina.
Profissões que exigem esforço físico sobre as atividades físicas, elas não são
contraindicadas, mas se a mulher nunca praticou, ela deve fazer algo mais tranquilo,
como pilates. Na presença de sangramento e dor, a mulher deve cessar a atividade.
Não existe sangramento normal na gravidez! (A menstruação é o endométrio
descamando na gravidez não há descamação).
Estado civil: A influência dessa condição pode ser observada, visto que existem
estatísticas que mostram maior morbidade e mortalidade materna e fetal entre as
mulheres solteiras.
Nacionalidade e domicílio: Rastrear possibilidade de enfermidades que podem
influenciar de maneira significativa na gestação, como no Norte, a doença de Chagas e
malária; esquistossomose na região de Manhuaçu.
ANAMNESE GERAL: Antecedentes pessoais e os familiares (se mãe teve pré-eclâmpsia, a
grávida possui mais chance de ter. A pré-eclâmpsia é o aumento da pressão, que pode ser que
a mulher já tinha ou uma hipertensão da gravidez, com melhora da maioria dos casos após a
gestação).
Termos importantes:
Primigesta ou primigrávida: mulher que concebe pela 1ª vez (mulher que está grávida
do primeiro filho com 20s).
Primípara: mulher que teve um parto ou que está na iminência de parto.
Multigesta ou multigrávida: mulher que gestou muitas vezes, independentemente da
duração da gravidez.
Secundigesta, tercigesta ou quartigesta: 2 gestações, 3 ou 4, respectivamente.
Para: sufixo = parto.
Multípara: acima de 3 partos.
Paucípara: mulher que pariu poucas vezes (até 3).
Nulípara: nunca deu à luz.
Nuligesta: mulher que nunca esteve grávida.
Na hora de avaliarmos o cartão da gestante, p. ex., podemos encontrar a abreviação
GxPxAx. Ex.: G3P1N1CA1; G3P0A2 (no caso de paciente que está grávida agora, mas
nunca teve parto); No caso de gêmeos, G1P1(gemelar)A0 (a não ser que nasçam
gêmeos em dias diferentes, com diferença entre os embriões G1P2A0).
Paridade: maiores riscos para a mãe e para o concepto, na gravidez e no parto, nas primíparas
e naquelas que pariram mais de 4x (as multíparas possuem mais chance de hemorragia pós-
parto, pois a musculatura uterina já sofreu muito processo de “estica volta estica...”).
Intervalo interpartal: riscos reproduzidos são reduzidos quando o intervalo entre os partos é,
de no mínimo, 2 anos.
- INSPEÇÃO:
Da cabeça:
Pescoço:
Glândula mamária:
Na preparação do mamilo, o cuidado que deve ser tomado é a hidratação do mamilo, a fim de
diminuir fissura, com hidratante, se possível, ou até com óleo.
Abdome:
Estrias: podem ser recentes (cor violácea e fundo azulada) ou antigas (brancas ou
nacaradas).
Membros inferiores:
Genitália externa:
- PALPAÇÃO:
Altura uterina: medida a partir do púbis, sem comprimir, até o fundo do útero, com a
borda cubital da mão. Utilidade: medir o arco uterino, calcular a IG e acompanhar o
crescimento fetal.
A medida em centímetros acompanha, de certa forma, o número
de semanas.
Circunferência abdominal: ao nível da cicatriz umbilical, sendo que na gestante a termo
(é a gestante a partir de 37s), tem em torno de 90 a 92 cm.
Consistência uterina: é uma consistência não totalmente endurecida, mas, se o dorso
do bebê está na região direita, a esquerda possui região menos consistente (mão e pé).
Regularidade da superfície uterina.
Conteúdo uterino.
Manobras de Leopold-Zweifel:
- - Primeiro tempo: delimitação do fundo do útero usando ambas as mãos para deprimir
a parede abdominal com as bordas cubitais. As mãos ficam encurvadas, para melhor
reconhecer o contorno do fundo do útero e a parte fetal que o ocupa.
- - Segundo tempo: ao deslizar as mãos do fundo uterino para o polo inferior, tenta-se
palpar o dorso fetal (mais endurecido) e os membros (menos endurecido), de um e
outro lado outro do útero.
- - Terceiro tempo: com as extremidades dos dedos, palpa-se a pelve para tentar
reconhecer o polo cefálico ou o pélvico, e, assim, determinar o tipo de apresentação
do concepto.
- - Quarto tempo: conhecida como manobra de Leopold ou Pawlick, serve para explorar
a mobilidade do polo fetal que se apresenta em relação com o estreito superior do
trajeto pélvico (se bebê encaixado, não há movimento).
- - AUSCULTA CLÍNICA:
Frequência cardíaca fetal: oscila entre 110 e 160 bpm, em média 140 bpm. Acima de
169 ou abaixo de 110, pode indicar sofrimento fetal. Se a paciente chega na Unidade
com bebê com 90 bpm, solicitamos que a paciente deite em decúbito lateral esquerdo
e aguardamos para escutar novamente a paciente em decúbito dorsal comprime a
v. cava, gerando hipotensão na gestante e bradicardia no bebê.
Ausculta com Pinard: em torno de 20 semanas. Sonar Doppler: a partir de 10 a 12
semanas.
- TOQUE:
Durante a gestação: avaliar o volume uterino, quando ele ainda não se encontra
acessível à palpação abdominal (antes de 16s), sendo útil para o diagnóstico da
gravidez.
Nas proximidades do parto: avaliar as condições do colo, as relações entre a
apresentação e a bacia, assim como as características do trajeto do parto.
No decurso do trabalho de parto: para acompanhar a dilatação cervical, a progressão
fetal e determinar o tipo de apresentação, de posição e suas variedades.
Na prática, só fazemos toque na gestação em caso de dor, leucorreia, sangramento,
avaliar colo do útero e dilatação. No entanto, devemos sempre fazer o exame
especular antes do toque (ex.: se feito toque antes e a paciente está com trabalho de
parto prematuro pode romper a bolsa).
- DOSAGENS HORMONAIS:
- AMNIOCENTESE:
É coletado o líquido amniótico através de punção e é feita a análise. Para o procedimento, faz-
se anestesia local.
Utilizada para diagnóstico genético (porém existe o de sangue, não invasivo) e é capaz também
de diagnosticar malformações.
Pode ser útil nos casos de polidramnia (nesses casos, de muito líquido, é feito a retirada de
pequena quantidade aos poucos, pois se retirado muita quantidade útero relaxa descola
placenta).
- FETOSCOPIA E EMBRIOSCOPIA:
Coleta de material do cório frondoso, sob controle ultrassonográfico, por via transabdominal.
- CORDOCENTESE:
Coleta de sangue fetal (sangue do cordão) guiada pela US, geralmente utilizada após 18 a 20
semanas.
Atualmente, ainda é feito em situações em que a gestante é Rh-, ela não fez uso da vacina anti-
Rh e o bebê é Rh+. Ou seja, útil para determinação da anemia fetal, principalmente na doença
hemolítica perinatal e, se necessária, a transfusão intravascular. Avaliação da hidropsia fetal
não imune.
Complicações: sangramento no local da punção (20 a 30%), bradicardia fetal (5 a 10%), perda
fetal (1,3%, na ausência de anomalias estruturais, hidropsia ou penetração na placenta),
transmissão vertical das hepatites B e C, e do HIV.
PROCEDIMENTOS ELETRÔNICOS: ultrassonografia, cardiotocografia, ressonância magnética e
tomografia computadorizada.
- ULTRASSONOGRAFIA:
- CARDIOTOCOGRAFIA:
- RM E TC:
TC é reservada para avaliar quadro de abdome agudo materno (há risco de radiação, sendo
necessário que a paciente assine um termo).
RM não apresenta risco biológico para o feto. É feita quando há suspeita da placenta invadindo
a parede uterina ou transfixando, indo para bexiga ou intestino, na suspeita de malformação da
coluna.
DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Sinais de presunção:
Resumindo...
Sinais de probabilidade:
Resumindo...
São dados pela existência do concepto, anunciada pelos batimentos cardiofetais e pela
movimentação ativa. A ultrassonografia é capaz de rastrear os sinais de certeza com 8
semanas, mas com 5 semanas já é possível ter imagem do saco gestacional e, com 5s e meia,
com o embrião (com 5s e meia é possível escutar no USG também).
Sinais de certeza:
Resumindo...
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO
Saco gestacional: surge entre a 4ª para a 5ª semana, na parte superior do útero, como uma
formação arredondada, anelar, de contornos nítidos, que corresponde à estrutura ovular.
Duração média da gestação: 280 dias – 40 semanas. Podemos esperar até 42 semanas.
Adicionar 7 dias na DUM (dia) e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz o
cálculo retrógrado).
Em cerca de 20 a 30% das gestações, a idade da gestação não pode ser calculada pela DUM,
devido: imprecisão do registro dos ciclos irregulares, amenorreia pós-parto ou pós-
anovulatórios, “hemorragia de implantação".
Se calcularmos 9 meses x 30 dias = 277 dias. Isso ocorre devido aos meses que possuem 31
dias.
Aumento do volume uterino: útero pode ser palpado no abdome a partir de 12 semanas. 16
semanas: FU é palpado entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical. 20 semanas: FU é palpado a
nível da cicatriz umbilical. No termo: FU é palpado próximo aos rebordos costais.