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AULA 2 – PROPEDÊUTICA DA GRAVIDEZ

O que é propedêutica? São os exames para diagnóstico.

A propedêutica da gravidez engloba anamnese e exame físico, procedimentos complementares


e eletrônicos.

ANAMNESE: identificação, anamnese geral e anamnese obstétrica (direcionada para a história


obstétrica da paciente, com perguntas como “já teve gestação anteriormente?”, “Como foi a
evolução do pré-natal, do parto e puerpério?”  não que tudo que aconteceu em uma
gravidez acontecerá na outra, mas a probabilidade é maior  assim podemos fazer a
prevenção).

IDENTIFICAÇÃO: Domicílio, idade (importante pois após os 35 anos a mulher é considerada


primiparaidosa. Na paciente muito nova e acima de 40 anos, é mais comum as patologias
DMG, HAS), etnia, nacionalidade, estado civil (adesão ao pré-natal é menor na paciente que
possui relação conturbada com o marido ou pais, p. ex.), profissão.

 Idade: Início da fertilidade com a menarca. A maioria dos ciclos após a menarca são
anovulatórios, mas pode ocorrer gravidez sim logo após a menarca. O período a partir
de 18 a 20 anos até os 30 anos é, do ponto de vista biológico, o período de melhores
condições para gravidez. No entanto, muitas mulheres estão voltadas para os estudos e
trabalhos em tal idade atualmente. Quando tais mulheres chegam aos 30 anos e
começam a pensar na possibilidade da gravidez, mas sem projeção  orientação sobre
congelamento de oócitos. O congelamento de folículos (oócitos) é diferente do de
embrião. Acima dos 35 anos, há aumento expressivo de anomalias fetais e distocias,
mas temos visto muita gravidez acima dos 40 anos sem elevação de tanta malformação
assim. É esperado que ao longo do tempo surjam trabalhos que “empurrem” tal faixa
etária.
 Etnia: Apresentação pélvica é mais comum em mulheres negras e mestiças (o que é
apresentação? É a forma como o bebê se encontra em relação a pelve materna.
Apresentação cefálica? Com a cabeça virada para a pelve. Apresentação pélvica? As
nádegas. Apresentação córmica? Ombro na região pélvica. O mais comum é a
apresentação cefálica. O bebê adquire apresentação cefálica a partir de 30, 31
semanas, sendo que a maioria vira no máximo até 34 semanas. A famosa frase “virou
na hora do parto” não ocorre, a não ser em casos de polidrâmnio  excesso de líquido
amniótico).
 Profissão: As intoxicações decorrentes da prática profissional, de ação lenta, podem
comprometer a evolução gravídica. Ex.: exposição a álcool, chumbo, fósforo, nicotina.
Profissões que exigem esforço físico  sobre as atividades físicas, elas não são
contraindicadas, mas se a mulher nunca praticou, ela deve fazer algo mais tranquilo,
como pilates. Na presença de sangramento e dor, a mulher deve cessar a atividade.
Não existe sangramento normal na gravidez! (A menstruação é o endométrio
descamando  na gravidez não há descamação).
 Estado civil: A influência dessa condição pode ser observada, visto que existem
estatísticas que mostram maior morbidade e mortalidade materna e fetal entre as
mulheres solteiras.
 Nacionalidade e domicílio: Rastrear possibilidade de enfermidades que podem
influenciar de maneira significativa na gestação, como no Norte, a doença de Chagas e
malária; esquistossomose na região de Manhuaçu.
ANAMNESE GERAL: Antecedentes pessoais e os familiares (se mãe teve pré-eclâmpsia, a
grávida possui mais chance de ter. A pré-eclâmpsia é o aumento da pressão, que pode ser que
a mulher já tinha ou uma hipertensão da gravidez, com melhora da maioria dos casos após a
gestação).

 Antecedentes familiares: Antecedentes mórbidos nos ascendentes e colaterais, como


DM, HAS, doença hipertensiva específica da gravidez (é a pré-eclâmpsia). História do
parceiro (há trabalhos hoje que mostram a presença de patologias em mulheres sem
comorbidades, mas que a esposa anterior do marido também teve tal patologia).
 Antecedentes pessoais: História da infância, história menstrual (menarca), HPP (como
cirurgias  a paciente pode ter feito uma biópsia do colo do útero  pode ter sido
uma conização, com retirada de parte do colo do útero  paciente pode vir a ter
trabalho de parto prematuro devido colo curto; enfermidades anteriores  problema
de tireoide, HAS, DM, lúpus, doenças reumatológicas  algumas doenças podem
piorar na gravidez e devemos colocar a paciente ciente da condição. Quando a mulher
faz a consulta pré-concepcional, solicitamos exames e fazemos as orientações em
relação a dieta, medicamentos). A mulher é considerada uma grávida em potencial
toda segunda metade do ciclo.

ANAMNESE OBSTÉTRICA: É a história da gravidez atual e os antecedentes obstétricos.

Termos importantes:

 Primigesta ou primigrávida: mulher que concebe pela 1ª vez (mulher que está grávida
do primeiro filho com 20s).
 Primípara: mulher que teve um parto ou que está na iminência de parto.
 Multigesta ou multigrávida: mulher que gestou muitas vezes, independentemente da
duração da gravidez.
 Secundigesta, tercigesta ou quartigesta: 2 gestações, 3 ou 4, respectivamente.
 Para: sufixo = parto.
 Multípara: acima de 3 partos.
 Paucípara: mulher que pariu poucas vezes (até 3).
 Nulípara: nunca deu à luz.
 Nuligesta: mulher que nunca esteve grávida.
 Na hora de avaliarmos o cartão da gestante, p. ex., podemos encontrar a abreviação
GxPxAx. Ex.: G3P1N1CA1; G3P0A2 (no caso de paciente que está grávida agora, mas
nunca teve parto); No caso de gêmeos, G1P1(gemelar)A0 (a não ser que nasçam
gêmeos em dias diferentes, com diferença entre os embriões  G1P2A0).

Paridade: maiores riscos para a mãe e para o concepto, na gravidez e no parto, nas primíparas
e naquelas que pariram mais de 4x (as multíparas possuem mais chance de hemorragia pós-
parto, pois a musculatura uterina já sofreu muito processo de “estica  volta  estica...”).

Intervalo interpartal: riscos reproduzidos são reduzidos quando o intervalo entre os partos é,
de no mínimo, 2 anos.

História dos ciclos gravídico-puerperais anteriores: informações a respeito de gestações, partos


e puerpérios anteriores, abortamentos, toxemias e condições de aleitamento (se houve
fissura...).
História da gravidez atual: informações acerca da DUM (= data da última menstruação  a
maioria das mulheres não sabem. Quando a mulher possui certeza, os cálculos serão feitos a
partir dela. Em caso de não certeza, pelo USG calculamos a IG e, quanto mais precoce, mais
fidedigna a IG. A DUM é o primeiro dia da última menstruação. A gestação pode durar 42
semanas e o bebê pode nascer, sem prematuridade, a partir da 37° semana), sinais subjetivos e
objetivos da gestação, alterações dos diversos órgãos e aparelhos, início da movimentação fetal
(o bebê começa a mexer em torno de 17, 18 semanas). A cesárea eletiva hoje é marcada
apenas após 39 semanas (devido erro de contagem dos dias, gerando risco de prematuridade
em caso data errada).

EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO: inspeção, palpação, ausculta e toque.

- INSPEÇÃO:

Da cabeça:

 Sinal de Halban: formação de lanugem junto aos limites do couro cabeludo.


 Cloasma ou mancha gravídica: pigmentação difusa ou circunscrita, mais nítida nas
zonas muito expostas à luz, de tonalidade escura (hormônio melanotrófico). A grávida
precisa usar filtro solar (de preferência acima de 50)  orientar na primeira consulta.

Pescoço:

 Hipertrofia da tireoide com aumento da circunferência do pescoço, ficando mais


evidente por volta do 5° ou 6° mês de gestação.

Glândula mamária:

 Aumento do volume das mamas.


 Pode acontecer o colostro a partir da 16ª semana.
 Sinal de Hunter: aparecimento de uma aréola ao redor da aréola primária, menos
pigmentada e de limites imprecisos (é a aréola secundária ou gravídica), sumindo
posteriormente. Na gravidez, a mulher possui um escurecimento de pintas, axilas,
virilha, linha alba, abaixo da mama.
 Tubérculos de Montgomery: tuberosidades na aréola primária, em número de 12 a 15,
que costumam regredir no puerpério e são de duas naturezas  glândulas mamárias
acessórias, ou sebáceas, hipertrofiadas.
 Rede de Haller: maior percepção da rede venosa na superfície (pele) das mamas.

 Pode acontecer de forma passageira, durante a gestação, a umbilicação ou inversão do


mamilo.

Na preparação do mamilo, o cuidado que deve ser tomado é a hidratação do mamilo, a fim de
diminuir fissura, com hidratante, se possível, ou até com óleo.

Abdome:

 Abdome globoso ou ovoide.


 Cicatriz umbilical plana ou saliente.
 Diástase dos retos anteriores (afastamento da musculatura).
 Linha nigra: hiperpigmentação da linha alba.

 Estrias: podem ser recentes (cor violácea e fundo azulada) ou antigas (brancas ou
nacaradas).

Membros inferiores:

 Dilatação circunscrita de vasos sanguíneos, ou até mesmo varizes.


 Edema, principalmente ortostático, no período da tarde.

Genitália externa:

 Sinal de Jacquemier ou Chadwik: hiperpigmentação com mudança de coloração do


vestíbulo vulvar e nas proximidades do meato urinário (de rosada torna-se cianótica,
violácea ou azulada) – sinal muito precoce. Ou seja, vulva fica mais escura.
 Escurecimento da pele ao redor do ânus.

- PALPAÇÃO:

 Altura uterina: medida a partir do púbis, sem comprimir, até o fundo do útero, com a
borda cubital da mão. Utilidade: medir o arco uterino, calcular a IG e acompanhar o
crescimento fetal.
A medida em centímetros acompanha, de certa forma, o número
de semanas.
 Circunferência abdominal: ao nível da cicatriz umbilical, sendo que na gestante a termo
(é a gestante a partir de 37s), tem em torno de 90 a 92 cm.
 Consistência uterina: é uma consistência não totalmente endurecida, mas, se o dorso
do bebê está na região direita, a esquerda possui região menos consistente (mão e pé).
 Regularidade da superfície uterina.
 Conteúdo uterino.
 Manobras de Leopold-Zweifel:

- - Primeiro tempo: delimitação do fundo do útero usando ambas as mãos para deprimir
a parede abdominal com as bordas cubitais. As mãos ficam encurvadas, para melhor
reconhecer o contorno do fundo do útero e a parte fetal que o ocupa.
- - Segundo tempo: ao deslizar as mãos do fundo uterino para o polo inferior, tenta-se
palpar o dorso fetal (mais endurecido) e os membros (menos endurecido), de um e
outro lado outro do útero.
- - Terceiro tempo: com as extremidades dos dedos, palpa-se a pelve para tentar
reconhecer o polo cefálico ou o pélvico, e, assim, determinar o tipo de apresentação
do concepto.
- - Quarto tempo: conhecida como manobra de Leopold ou Pawlick, serve para explorar
a mobilidade do polo fetal que se apresenta em relação com o estreito superior do
trajeto pélvico (se bebê encaixado, não há movimento).
- - AUSCULTA CLÍNICA:
 Frequência cardíaca fetal: oscila entre 110 e 160 bpm, em média 140 bpm. Acima de
169 ou abaixo de 110, pode indicar sofrimento fetal. Se a paciente chega na Unidade
com bebê com 90 bpm, solicitamos que a paciente deite em decúbito lateral esquerdo
e aguardamos para escutar novamente  a paciente em decúbito dorsal comprime a
v. cava, gerando hipotensão na gestante e bradicardia no bebê.
 Ausculta com Pinard: em torno de 20 semanas. Sonar Doppler: a partir de 10 a 12
semanas.

 Diagnóstico de apresentação fetal pela ausculta (mais para o final da gestação). Se


ausculta abaixo da cicatriz umbilical, apresentação cefálica. Se acima, apresentação
pélvica.
 Ausculta na gravidez gemelar: os batimentos são diferentes, em quantidade e local da
ausculta.
 A ausência de batimentos pode estar relacionada com paciente obesa ou morte fetal (a
confirmação é com USG).

- TOQUE:

 Durante a gestação: avaliar o volume uterino, quando ele ainda não se encontra
acessível à palpação abdominal (antes de 16s), sendo útil para o diagnóstico da
gravidez.
 Nas proximidades do parto: avaliar as condições do colo, as relações entre a
apresentação e a bacia, assim como as características do trajeto do parto.
 No decurso do trabalho de parto: para acompanhar a dilatação cervical, a progressão
fetal e determinar o tipo de apresentação, de posição e suas variedades.
 Na prática, só fazemos toque na gestação em caso de dor, leucorreia, sangramento,
avaliar colo do útero e dilatação. No entanto, devemos sempre fazer o exame
especular antes do toque (ex.: se feito toque antes e a paciente está com trabalho de
parto prematuro  pode romper a bolsa).

PROCEDIMENTOS COMPLEMENTARES: dosagens hormonais, amniocentese, micrcoanálise do


sangue fetal, fetoscopia e embrioscopia, biópsia de vilo corial, cordocentese.

- DOSAGENS HORMONAIS:

 hCG (gonadotrofina coriônica humana):

Importante saber que existe um pico do hormônio, em torno do 2°


e 3° mês.

Fenômeno apical: elevação máxima dos níveis de hCG-b, no sangue, em 10 semanas de


amenorreia, e que chega, em média, a valores de 50.000 mUI/ml  pode indicar gravidez de
gêmeos ou mola (se muito alto).

Aplicações clínicas: diagnóstico da gravidez (o qualitativo é sim ou não e o quantitativo informa


a quantidade), diagnóstico e seguimento da gravidez ectópica, diagnóstico e seguimento da
neoplasia trofoblástica gestacional (valores muito altos).
 Outros hormônios como progesterona, estriol e hPL não há necessidade de dosagens.

- AMNIOCENTESE:

É coletado o líquido amniótico através de punção e é feita a análise. Para o procedimento, faz-
se anestesia local.

Utilizada para diagnóstico genético (porém existe o de sangue, não invasivo) e é capaz também
de diagnosticar malformações.

Realizada na 16ª semana de gravidez.

Complicações: punções hemorrágicas, vazamento de líquido amniótico e corioamnionite.

Índice de perda fetal decorrente do procedimento é < 0,5%.

Pode ser útil nos casos de polidramnia (nesses casos, de muito líquido, é feito a retirada de
pequena quantidade aos poucos, pois se retirado muita quantidade  útero relaxa  descola
placenta).

- MICROANÁLISE DO SANGUE FETAL:

Consiste na retirada de pequena gota de sangue do couro cabeludo do feto, para a


determinação do pH, PCO2 e PO2, para o diagnóstico da asfixia aguda durante o parto.
Atualmente, há muitas outras opções para avaliar vitalidade do feto ao invés da microanálise.

Quanto indicada, é feita durante o trabalho de parto.

- FETOSCOPIA E EMBRIOSCOPIA:

Coloca-se fibra ótica pelo abdome na bolsa amniótica.

Atualmente substituídos por cordocentese, guiado pela ultrassonografia.

- BIÓPSIA DE VILO CORIAL:

Coleta de material do cório frondoso, sob controle ultrassonográfico, por via transabdominal.

Útil para o diagnóstico genético do 1° trimestre, quando realizada entre 10 e 12 semanas.

Complicação: redução de membros, quando realizada antes de 10 semanas de gestação.

- CORDOCENTESE:

Coleta de sangue fetal (sangue do cordão) guiada pela US, geralmente utilizada após 18 a 20
semanas.

Diagnóstico pré-natal para realização do cariótipo fetal.

Atualmente, ainda é feito em situações em que a gestante é Rh-, ela não fez uso da vacina anti-
Rh e o bebê é Rh+. Ou seja, útil para determinação da anemia fetal, principalmente na doença
hemolítica perinatal e, se necessária, a transfusão intravascular. Avaliação da hidropsia fetal
não imune.

Complicações: sangramento no local da punção (20 a 30%), bradicardia fetal (5 a 10%), perda
fetal (1,3%, na ausência de anomalias estruturais, hidropsia ou penetração na placenta),
transmissão vertical das hepatites B e C, e do HIV.
PROCEDIMENTOS ELETRÔNICOS: ultrassonografia, cardiotocografia, ressonância magnética e
tomografia computadorizada.

- ULTRASSONOGRAFIA:

Revolucionou a propedêutica fetal e o diagnóstico por imagem na gravidez, sendo muito


utilizada.

Método dinâmico (real time), utiliza-se ondas sonoras.

Sonar-doppler (avalia batimentos cardíacos), doppler colorido (possível avaliar a circulação


materno-fetal), ecocardiografia fetal (feito em alguns casos, como na suspeita de malformação,
alguns achados no ultrassom morfológico de segundo trimestre, história familiar de
malformação cardíaca  é um exame que possui a melhor data para realização em torno da
26ª semana).

Podemos visualizar o saco gestacional, vesícula


univitelina, transluscência nucal.

- CARDIOTOCOGRAFIA:

Usada principalmente durante o trabalho de parto.

É o registro contínuo da frequência cardíaca fetal instantânea e da contratilidade uterina.

Monitoramento externo ou interno.

- RM E TC:

Não são muito feitos na obstetrícia.

Visualização da anatomia materna e fetal quando a ultrassonografia é insuficiente para o


adequado diagnóstico.

TC é reservada para avaliar quadro de abdome agudo materno (há risco de radiação, sendo
necessário que a paciente assine um termo).

RM não apresenta risco biológico para o feto. É feita quando há suspeita da placenta invadindo
a parede uterina ou transfixando, indo para bexiga ou intestino, na suspeita de malformação da
coluna.

DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ

DIAGNÓSTICO CLÍNICO

No diagnóstico clínico, há alguns sinais, e eles podem ser de presunção, de probabilidade ou de


certeza.
O que é presunção? É o ato de presumir, ou seja, tirar uma conclusão baseado em indícios,
dicas ou aparências.

Sinais de presunção:

 4 semanas: amenorreia (é o sinal mais precoce. Em mulheres jovens, com ciclos


menstruais regulares e vida sexual ativa, a ausência de menstruação pressupõe
gravidez).
 5 semanas: náuseas (devido aumento do hCG. Mais de 50% das mulheres. São
matutinas. Consequência imediata: vômitos e anorexia, fazendo com que algumas
mulheres até emagreçam no início da gravidez. Algumas gestantes: aumento do
apetite), congestão mamária (mamas ficam congestas e doloridas). As demais
alterações mamárias surgem na 8ª semana (escurecimento da aréola primária e
tubérculos de Montgomery), na 16ª (colostro e rede de Haler) e na 20ª (aréola
secundária).
 6 semanas: polaciúria (ocorre tanto no início quanto no final da gestação. 2° e 3° mês:
o útero, com maior volume e em AVF acentuada, comprime a bexiga, levando à micção
frequente, com emissão de quantidade reduzida de urina. No 2° trimestre: cessa os
sintomas acima, retornando nas duas últimas semanas).

Resumindo...

O que é probabilidade? A palavra probabilidade deriva do Latim probare (provar ou testar).


Informalmente, provável é uma das muitas palavras utilizadas para eventos incertos ou
desconhecidos.

Sinais de probabilidade:

 6 semanas: amenorreia (após 10 a 14 dias de atraso menstrual, considera-se provável


sinal de amenorreia, pois nem sempre indica gravidez, pois esse sintoma também
ocorre em diversas circunstâncias fisiológicas e patológicas), aumento do volume
uterino (aumento volume ao toque combinado = 2 dedos na vagina e outra mão na
região púbica, e, com 12 semanas, ele é palpável logo acima da sínfise pública).
 8 semanas: alteração da consistência uterina (consistência cística, elástico-pastosa,
principalmente no istmo  ou seja, amolecimento da região do istmo  sinal de
Hegar), alteração do formato uterino (abaulamento e amolecimento no local de
implantação  sinal de Piscacek; abaulamento dos fundos de saco laterais  sinal de
Nobile-Budin; percepção dos batimentos do pulso vaginal nos fundos de saco, devido
ao aumento da quantidade de sangue para a pelve  sinal de Osiander), coloração
violácea da mucosa do vestíbulo e do meato uretral (sinal de Jacquemier ou de
Chadwick), coloração violácea da mucosa vaginal (sinal de Kluge).
 16 semanas: aumento do volume abdominal (o útero torna-se palpável com 12
semanas. Aumento do volume abdominal pode ser notado em torno de 16 semanas).

Resumindo...

O que é certeza? Certeza na metodologia científica é um conceito que designa comprovação ou


confirmação, com uso do raciocínio lógico (método matemático) e do sistema de verificação
empírica com evidências físicas.

São dados pela existência do concepto, anunciada pelos batimentos cardiofetais e pela
movimentação ativa. A ultrassonografia é capaz de rastrear os sinais de certeza com 8
semanas, mas com 5 semanas já é possível ter imagem do saco gestacional e, com 5s e meia,
com o embrião (com 5s e meia é possível escutar no USG também).

Sinais de certeza:

 14 semanas: sinal de Puzos (trata-se do rechaço fetal intrauterino, que se obtém ao


impulsionar o feto com os dedos dispostos no fundo de saco anterior. Dessa maneira,
ocorre impressão de rechaço quando o concepto se afasta e ele retorna.

 18 semanas: percepção e palpação dos movimentos ativos do feto (inicialmente


discretos, os movimentos fetais tornam-se vigorosos com o evoluir da gestação),
palpação dos segmentos fetais (nesse período, o volume do feto é maior e começa-se
a palpar cabeça e membros).
 20 a 21 semanas: ausculta dos batimentos fetais (identificação dos batimentos
cardíacos fetais - BCF - com o estetoscópio de Pinard e ausculta com o sonar-doppler é
possível a partir de 10 a 12s).

Resumindo...
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

É o melhor parâmetro para o diagnóstico de gravidez incipiente, de acordo com a sua


precocidade e exatidão.

Identificação do beta-hCG produzido pelo concepto.

Uma semana após a fertilização, o trofoblasto começa a produzir hCG em quantidades


crescentes, que podem ser encontradas no plasma ou na urina materna. Há o pico em torno da
10ª semana.

DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO

Atualmente, é obrigatório o uso da ultrassonografia transvaginal no primeiro trimestre da


gravidez pela Febrasgo. Pelo MS, não há indicação de ultrassom.

Saco gestacional: surge entre a 4ª para a 5ª semana, na parte superior do útero, como uma
formação arredondada, anelar, de contornos nítidos, que corresponde à estrutura ovular.

Caso passe 10 dias após essa imagem, sem embrião no saco


gestacional, e é visto que continua a ausência de embrião, fechamos o diagnóstico de gestação
anembrionada ou ovo cego.

Vesícula vitelina: a partir de 5 semanas.

Embrião: em torno da metade da 5ª semana.

Eco embrionário com pulsação (BCF): na 6ª semana.

Descolamento de saco gestacional (pode haver sangramento


ou não). Deve-se evitar esforço apenas se não houver sangramento. Não é descolamento de
placenta, pois ela só surge após 12ª semana.
Gestação em torno de 7 ou 8 semanas. Percebe-se que o
polo cefálico é quase do mesmo tamanho do tronco. É jogado o doppler no embrião e, se fica
vermelho ou azul, mostra presença de circulação.

Em torno de 10 a 12 semanas: espessamento no saco gestacional, que representa a placenta


em desenvolvimento e o seu local de implantação no útero.

Com 12 semanas: a placenta pode ser facilmente identificada.

Com 16 semanas: a placenta apresenta estrutura definida.

Marcos importantes na USG transvaginal no primeiro trimestre:

A USG transvaginal é a ideal


(o transdutor é encostado no colo uterino). Sangramento não contraindica a realização.

IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO

A gravidez é datada do 1° dia do último período menstrual.

Duração média da gestação: 280 dias – 40 semanas. Podemos esperar até 42 semanas.

Data provável do parto (DPP) – Regra de Nagele:

 Adicionar 7 dias na DUM (dia) e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz o
cálculo retrógrado).
Em cerca de 20 a 30% das gestações, a idade da gestação não pode ser calculada pela DUM,
devido: imprecisão do registro dos ciclos irregulares, amenorreia pós-parto ou pós-
anovulatórios, “hemorragia de implantação".

Se calcularmos 9 meses x 30 dias = 277 dias. Isso ocorre devido aos meses que possuem 31
dias.

Aumento do volume uterino: útero pode ser palpado no abdome a partir de 12 semanas. 16
semanas: FU é palpado entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical. 20 semanas: FU é palpado a
nível da cicatriz umbilical. No termo: FU é palpado próximo aos rebordos costais.

Ausculta fetal: 10 a 12 semanas: sonar-Doppler. 20 semanas: estetoscópio de Pinard.

Movimentos fetais: Os movimentos fetais passam a ser percebidos pela gestante,


aproximadamente na 18ª semana de gravidez. Na ausência de informação da DUM é um
elemento clínico para o cálculo da idade da gestação e da DPP.

Ultrassonografia para idade gestacional: 1º trimestre: IG é estimada pela medida do


comprimento cabeça-nádega (CCN), com precisão de aproximadamente 5 dias. 12 a 20
semanas: IG é estimada pela medida do diâmetro biparietal (DBP), com precisão de +/- 10 dias.
Após 20 semanas: as medidas sonográficas são imprecisas, utilizamos um conjunto de medidas
(diâmetro biparietal, circunferência abdominal e fêmur).

Termo da gravidez: 37 semanas + 0 dia a 41 semanas + 6 dias.

 Pré-termo: antes de 37 semanas


 Pós-termo: após 42 semanas
 Termo-precoce: 37 semanas + 0 dias a 38 semanas + 6 dias
 Termo-completo: 39 semanas+ 0 dia a 40 semanas + 6 dias
 Termo-tardio: 41 semanas + 0 dia a 41 semanas + 6 dias

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