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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA

SHEYLLA RAQUEL DINIZ CAVALCANTE AGUIAR

TRABALHO DE PARTO

TERESINA

2022

SHEYLLA RAQUEL DINIZ CAVALCANTE AGUIAR


TRABALHO DE PARTO
Trabalho apresentado à disciplina de Tecnologia de Informação e Comunicação
como requisito parcial para obtenção de nota em Sistemas Orgânicos Integrados.
Orientadora: Profa. Dra. Juliana Macêdo Magalhães

TERESINA

2022

1. Quais os objetivos / propostas da avaliação inicial (primeira etapa do trabalho de parto) da gestante em trabalho do parto?

Realizado o diagnóstico do trabalho de parto, o obstetra faz a abordagem inicial e programa o acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e

puerpério. Inicialmente deve ser realizada anamnese relacionada à verificação da existência de alguma doença prévia ou diagnosticada no pré-natal, exame físico

inicial e avaliar a vitalidade fetal, depois a paciente deve ser quanto à possibilidade de colonização pelo estreptococo do grupo B, realizar a profilaxia em caso

positivo ou risco potencial.

2. Qual a propedêutica recomendada nesta etapa?

EXAME FÍSICO INICIAL

Envolve o exame físico geral materno, com verificação da pressão arterial, da frequência cardíaca, da temperatura e do peso; exame físico especial e

exame obstétrico, no qual se avaliam o padrão das contrações uterinas, a palpação obstétrica, o exame vaginal e a vitalidade fetal.

O exame obstétrico tem como objetivo principal avaliar os três parâmetros que interferem na evolução do trabalho de parto: o feto, o canal de parto (incluindo a

avaliação da bacia obstétrica) e a dinâmica uterina. A avaliação vaginal deverá avaliar as seguintes condições:

- Avaliação da integridade das membranas amnióticas: em casos em que se tenha suspeita de rotura de membranas, deverá ser efetuado primeiro o

exame especular para confirmar ou afastar esse diagnóstico.

- Sangramento vaginal: verificar a presença e a quantidade de sangramento.

- Colo uterino: deverá ser quantificada a dilatação cervical (0 a 10 cm), o esvaecimento cervical, o tipo de apresentação, a variedade de posição e a

altura da apresentação em relação aos planos de De Lee.

- Pelve materna: realizar a pelvimetria.

EXAMES LABORATORIAIS

- Tipo sanguíneo ABO/fator Rh: é importante verificar se durante o atendimento pré-natal foram verificados o tipo sanguíneo ABO e o fator Rh para

profilaxia anti-D no pós-parto.


- Teste rápido para vírus da imunodeficiência humana (HIV): mulheres que não fizeram rastreamento adequado para HIV poderão ter o benefício do

teste rápido, que rotineiramente deve ser oferecido nessas situações. Caso o teste seja positivo, deverá ser iniciada a profilaxia da eventual transmissão vertical

com antirretroviral, visto que a confirmação ou exclusão do diagnóstico.

ASSISTÊNCIA AO PRIMEIRO PERÍODO DO TRABALHO DE PARTO POSTURA DA PARTURIENTE

Atividades como andar e sentar-se em cadeira confortável são associadas a maior satisfação da paciente durante o período de dilatação. Há evidências

de que realizar atividades físicas e adotar posição vertical no primeiro estágio do trabalho de parto reduzem o tempo de trabalho de parto, a frequência de cesáreas

e a necessidade de anestesia epidural. É importante salientar que se deve respeitar, além das condições clínicas maternas e fetais, as condições de dilatação

cervical e a disposição individual de cada gestante. Várias posições podem ser escolhidas pela gestante durante o trabalho de parto (ZUGAIB, 2020).

ANALGESIA
A analgesia durante o trabalho de parto deve respeitar o limiar da dor, que é individual. Assim, ela deve ter por objetivo proporcionar conforto à

parturiente.

SINAIS VITAIS MATERNOS

Os sinais vitais como pulso, pressão arterial e temperatura são avaliados na admissão da gestante de baixo risco. Situações em que se observe rotura

de membranas podem necessitar de avaliações de temperatura e frequência cardíaca em intervalos menores.

Da mesma forma, a ocorrência de síndromes hipertensivas torna necessária a avaliação da pressão arterial com maior frequência e pacientes

portadoras de diabetes necessitam de controle por meio de glicemia capilar, para se evitar tanto a hipoglicemia como a hiperglicemia durante o trabalho de parto

(ZUGAIB, 2020).

ACOMPANHAMENTO DO TRABALHO DE PARTO

O acompanhamento do trabalho de parto envolve, além de constante avaliação clínica da parturiente, individualizada segundo a presença ou não de

doenças maternas, especial atenção às contrações uterinas, à dilatação do colo do útero, à descida da apresentação fetal, à condição das membranas ovulares e à

monitorização da frequência cardíaca fetal (ZUGAIB, 2020).

O registro da evolução do trabalho de parto é necessário e recomendado pelo Ministério da Saúde. O partograma possibilita que se tenha um registro

detalhado, de forma gráfica, de todos os parâmetros maternos e fetais de interesse durante a assistência ao trabalho de parto e permite, ainda, a identificação da

evolução normal ou mesmo da ocorrência de qualquer tipo de distocia. O detalhamento do partograma deverá ser maior ou menor na dependência de se estar

registrando o acompanhamento de trabalhos de parto de gestações com ou sem intercorrências (ZUGAIB, 2020).

MONITORIZAÇÃO FETAL INTRAPARTO

Os métodos mais comumente utilizados para monitorização fetal intraparto são ausculta intermitente dos batimentos cardíacos fetais com sonar

Doppler e cardiotocografia contínua. O estetoscópio de Pinard não é adequado para ausculta dos batimentos cardíacos fetais durante as contrações uterinas e, por

isso, não é indicado (ZUGAIB, 2020).

Embora controversa, a monitorização eletrônica da FCF intraparto tornou-se o procedimento obstétrico mais comum nos Estados Unidos porque

pacientes e médicos ficam tranquilos com resultados normais e acreditam que há algum valor na detecção de padrões anormais de FCF (MARTINS, 2017).

3. E a amniotomia? Deve ser realizada?

A amniotomia tem a finalidade de diminuir o tempo da fase ativa do trabalho de parto. (pode reduzir em 1 a 2 horas a fase ativa do trabalho de parto e

reduzir também a necessidade de utilização da ocitocina). Ela não é aplicada rotineiramente (a partir de 4 cm de dilatação) em trabalhos de parto com evolução

normal.

Esse procedimento fica reservado a casos que cursam com distocia. Em algumas condições, os benefícios de se retardar a realização da amniotomia

são claros, como em trabalhos de parto de fetos prematuros, presença de oligoâmnio e nas apresentações pélvicas. Cuidado adicional deve ser tomado quando

houver polidrâmnio ou quando a apresentação fetal encontrar--se alta, situações em que o risco de prolapso de cordão é considerável. Deve-se proceder à

amniotomia no final da contração uterina, na parte superior da bolsa (equivalente à posição de 12 horas do relógio); realizar o esvaziamento gradual da cavidade

uterina e proceder à monitorização fetal com o objetivo de identificar sinais de compressões funiculares (desaceleração umbilical intraparto). Caso a paciente

apresente sorologias positivas para hepatite B ou C ou ainda para o HIV, não deve ser realizada a amniotomia com o intuito de minimizar o risco da transmissão

vertical (ZUGAIB, 2020).


4. A gestante nesta etapa pode se alimentar? Quais as condições?

A gestante pode ingerir alimentos que produzam poucos resíduos, como líquidos adocicados, gelatinas e sorvetes de frutas durante o trabalho de

parto. Em algumas situações nas quais exista doença materna com risco de anestesia geral, pode-se optar pela não alimentação. Não há evidências de que essa

atitude aumente a morbidade materna e/ou neonatal em gestações de baixo risco.

5. Devemos utilizar quimioprofilaxia com antibióticos sistêmicos?

A administração rotineira de fluidos intravenosos não é uma prática justificável. Assim, a manutenção rotineira de acesso venoso deverá ocorrer

apenas quando se fizer necessária, como em casos em que estão sendo administrados antibióticos, nas induções de trabalho de parto, nas distocias funcionais e

quando se utiliza analgesia (ZUGAIB, 2020).

O parto vaginal não é uma indicação para profilaxia antibiótica de rotina para benefício materno. Em pacientes em trabalho de parto a termo com

ruptura de membranas pré-parto (PROM) imediatamente antes do início do trabalho de parto ou indução, os antibióticos não reduzem claramente as taxas de

corioamnionite ou endometrite e podem ser administrados quando a infecção é diagnosticada. A profilaxia antibiótica não é indicada na maioria dos pacientes com

lesões cardíacas, uma vez que a taxa de bacteremia é baixa. A administração materna de profilaxia antibiótica contra Streptococcus do Grupo B (GBS) é indicada

em gestações em que o recém-nascido está em risco de doença GBS de início precoce (MARTINS, 2022).

Relação Prático-teórico

Durante as duas últimas semanas, iniciamos o estudo sobre gravidez e trabalho de parto, o assunto da atividade da semana veio como complemento

do estudo da APG, onde estudamos o trabalho de parto em si, e dos laboratórios, onde vimos a importância dos exames laboratoriais no pré-natal que também

impactam no trabalho de parto.

REFERÊNCIAS
ZUGAIB, Marcelo; FRANCISCO, Rossana Pulcineli V.Zugaib obstetrícia 4a ed.. [Inserir localização do editor]: Editora Manole, [Insert Year of Publication]. E-
book. ISBN 9788520458105. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520458105/. Acesso em: 03 Nov 2022.

MARTINS-COSTA, Sérgio. Rotinas em Obstetrícia. [Inserir localização do editor]: Grupo A, [Inserir Ano de Publicação]. E-book. isbn 9788582714102.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714102/. Acesso em: 03 Nov 2022.

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