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Saúde da Mulher II - 2018.

2 Mariana Pardo

Diagnóstico de gravidez
Introdução
O diagnóstico precoce possui como vantagens a busca por assistência pré-natal em estágios iniciais da
prenhez, e a mudança precoce dos hábitos de vida, que beneficiam a mãe e, principalmente, o feto. Esta modifi-
cação inclui medidas como o controle glicêmico, o abandono ao tabagismo, a abstinência alcoólica e a interrupção
do consumo de drogas ilícitas.
Diagnóstico clínico
O diagnóstico clínico da gravidez pode ser:
➡ Presunção => amenorréia durante 4 semanas (existem outros fatores que podem levar ao atraso da menstru-
ação, como por exemplo estresse, aumento na prática de exercícios), náuseas por 5 semanas, congestão mamária
por 5 semanas, polaciúria por 6 semanas
➡ Probabilidade
- Amenorréia - 6 semanas
- Aumento do volume uterino - 6 semanas
- Alteração da consistência uterina - 8 semanas
- Alteração da genitália e do formato uterino - 8 semanas
- Aumento do volume abdominal - 16 semanas
➡ Certeza => são dados pela presença do concepto
- Rechaço fetal (Sinal de Puzos) - 14 semanas => Um discreto impulso no útero, durante o toque vaginal, pro-
duz o deslocamento do feto no líquido amniótico para longe do dedo do examinador. A tendência de re-
torno do feto à sua posição inicial permitirá novamente sua palpação e a sensação de rechaço fetal.
- Percepção e palpação dos movimentos ativos do feto - 18 semanas
- Ausculta - 20 semanas. A ausculta dos batimentos fetais pode ser feita com o sonar Doppler (10-12 semanas;
é portátil) e com o estetoscópio de Pinard (20 semanas em grávidas não obesas; quase são é mais utilizado)
Sinais clínicos
✓ Mama:

- 5 semanas => aumento do volume e da sensibilidade álgica da mama. 

- 8 semanas => a paciente apresenta hipopigmentação da mama e os tubérculos de Montgomery. Aréola primária.

- 16 semanas => aparecimento da rede venosa (rede de Haller) e a o colostro. 

- 20 semanas => aréola secundária (sinal de Hunter)
✓ Vulva e vagina => escurecimento por congestão local. São chamados de sinal de Jacquemier ou Chadwick (col-
oração violácea da mucosa vulvar, do vestíbulo e meato urinário) e Kluge (tonalidade violácea da mucosa vaginal)
✓ Útero
- Hegar => colo do útero fica bem mole pelo acúmulo de progesterona e isso possibilita a flexão do corpo sobre
o colo uterino quando é realizado o toque bimanual.
- Nobile-Budin => percepção, pelo toque bimanual, do preenchimento do fundo de saco vaginal pelo útero
gravídico.
- Piskacek => assimetria uterina à palpação. A implantação ovular desencadeia um crescimento uterino as-
simétrico. Caracteriza-se por um abaulamento e amolecimento do sítio de implantação ovular, em comparação
ao restante do útero. Geralmente ocorre na parede posterior do útero onde a vascularização é maior
- Osiander => percepção do pulso da artéria vaginal ao to- que vaginal.
✓ Outros:

- Náuseas

- Sialorreia

- Polaciúria e nictúria

- Tonteiras

- Distensão abdominal e constipação abdominal 

- Sonolência e fadiga

Diagnóstico laboratorial
Cerca de uma semana após o fertilização, o trofoblasto, implantado no endométrio, começa elaborar a
hCG em quantidades crescentes que podem ser encontradas no plasma ou na urina maternos. A HCG tem frações
alfa e beta. A fração alfa é comum a vários hormônios (LH, TSH, FSH). Já a fração beta é a específica para gravidez,
que é produzida pelo sincíciotrofoblasto com o objetivo de previnir a involução do corpo glúteo (principal sítio de
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produção de progesterona durante as primeiras seis a sete semanas. A detecção da gonadotrofina coriônica humana
(hCG) no plasma e na urina maternos constitui a base do diagnóstico laboratorial na gravidez.
É um bom teste, pois ele é muito específico e pode ser feito até mesmo antes do atraso menstrual, uma vez
que pode ser detectado no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção. Os níveis plas-
máticos aumentam rapidamente até atingir um pico entre 60 e 90 dias de gravidez.
Obs: o ß-HCG abaixo de 1000 não é de certeza. Nessas situações, fazer o ß-HCG seriado, pois o ß-HCG
tende a aumentar (dobra a cada 48 horas aproximadamente).
O ß-HCG pode ser utilizado também para acompanhamento da gestação e estimativa da idade gestacional.
“Solicito ß-HCG quantitativo”
O teste de urina não tem grande sensibilidade. Quando negativo, não deve ser descartada a possibilidade de
gravidez. Entretanto, quando positivo, é de certeza.
Diagnóstico ultrassonográfico
➡ Transvaginal => melhor avaliação da gravidez, pois permite melhor visualização das estruturas ovulares. Existe
uma correlação entre o tempo de gravidez, níveis de ß-HCG e o que é esperado de se encontrar no USG.
Geralmente só se faz a USG transvaginal quando o ß-HCG está acima de 1000/1500.
- 4 semanas: saco gestacional intrauterino => a ausência de saco gestacional intrauteri- no com valores de beta-
hCG superiores a 1.500 mUI/ml deve levantar a suspeita de implantação ectópica.
- 5 semanas: vesícula vitelina
- 6-7 semanas: eco embrionário e batimento cardioembrionário => quando a data da última menstruação dada
pela paciente não estiver compatível com o desenvolvimento observado pelo USG, considerar o momento que
foi identificado o BCE como a sexta/sétima semana.
- 10-12 semanas: cabeça fetal e placenta
Obs: A avaliação ultrassonográfica da idade gestacional é mais precisa da 6a até a 12a semana de gravidez,
período em que se emprega como parâmetro o Comprimento Cabeça-Nádega (CCN) do embrião. A partir da 14a
semana, a acurácia da ultrassonografia para estimar a idade gestacional diminui progressivamente.

➡ Transabdominal => a partir da 14a semana, ou seja, no início do segundo trimestre, o útero começa a sair da
pelve e o transdutor transvaginal fica distante do feto. Neste momento, a ultrassonografia transabdominal é de-
finitivamente superior à ultrassonografia transvaginal.

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