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GO – Juliana Canduru - 13/02/23

AULA 1: DIAGNOSTICO DA GESTAÇÃO

“O diagnóstico de gravidez baseia-se na história, no exame físico e nos testes laboratoriais. Se ocorrer amenorreia ou
atraso menstrual, deve se antes de tudo, suspeitar da possibilidade de uma gestação” (BRASIL, 2005, p20)

° Imediato início do pré-natal; Prevenção e/ou detecção precoce de doenças tanto maternas como fetais;
Desenvolvimento saudável do feto; Reduz os riscos da gestante

Diagnostico:

- Laboratorial (hormonal)
- Clinico
- Ultrassonográfico

 Diagnóstico Laboratorial: Melhor método para diagnosticar a gestação inicial; Dosagem de Gonadotrofina
Coriônica Humana (hCG); Pode ser detectado no sangue periférico entre 8 e 11 dias após a concepção;

Subunidade beta:
- Menor reação cruzada com o LH
- Grande sensibilidade
- Pode ser quantificável e torna possível uma estimativa da idade gestacional com base nos seus valores.
(((Pode ser qualitativa ou quantitativo)))

° Teste para identificação do hCG:

-Imunológicos;
- Radioimunológicos
- Imunoensaio enzimático (ELISA)

Imunológicos: Anticorpos de animais contra o hCG na urina; 10 a 14 dias de atraso menstrual (exceto
hemaglutinação passiva reversa); Qualitativos.

Radioimunológicos: Competição do hormônio com traçador adequado (geralmente o próprio hCG marcado com
radioiodo). (10 a 18 dia após a concepção); Quantitativos.

ELISA: Hormônio ligado á uma enzima, que atua sobre um substrato incolor, dando origem a um produto colorido; A
intensidade da cor possui relação com a concentração do hormônio.; Quantitativos

--Niveis > 1.000 mUI/ml: gestação (95%)


--Niveis muito elevados??
--Niveis que se elevam menos que o esperado??
(((Em geral o hCG dobra a cada 48h= ideal para sinalizar uma boa gestação)))

Diagnostico CLÍNICO:

Atraso menstrual > 12 semanas; Observação de sinais e sintomas; Sintomas iniciais e tardios; Sinais.

Sintomas Iniciais: Náuseas; Sialorreias (perda excessiva não intencional da saliva pela boca); Aumento da
sensibilidade álgica mamaria; Frequência urinaria; Distensão abdominal e constipação intestinal; Tonturas (baixo
RVP); Sonolência e fadiga.

Sintomas tardios (não são empregados no diagnostico clinico): Dispneia; Lombalgia;

Sinais:

°Atraso menstrual (> 10 a 14 dias);


-Difícil avaliação
-Sinal de Hartman
(sangramento após a nidação)
(((Sinal de Hartman: sangramento vaginal em pequena quantidade que pode acontecer no momento da implantação
da gestação no útero)))

Alterações Cutâneas:
-Cloasma Gravídico (((melasma durante a gravidez)))
-Linha Nigra
-Sinal de Halban (lanugem) (((pilosidade que pode surgir sobre o rosto e corpo durante a gravidez)))

° Alterações mamarias:

-5ª semana – Congestão  Dor


-8ª semana – Aumento da pigmentação da aréola primaria, com surgimento dos
tubérculos de Montgomery.
-16ª semana – Rede de Haller.
-20ª semana – Aumento da pigmentação dos mamilos + sinal de Hunter.

° Aumento do volume abdominal;

° Aumento do volume uterino: (lembrar da variação anatômica, da gem****,)


-12 semanas (((Aumento do volume uterino: o útero gravídico se torna palpável logo acima da sínfise púbica; mas
não é tão fácil de se palpar)))
-16 semanas (((já começa a ser possível se palpar mais ou menos)))
-20 semanas (((geralmente na cicatriz umbilical se consegue palpar)))
- 40 semanas (
(o feto começa a se mexer a partir dos 18 -20 semanas pra cima)

° Sinal ligado a implantação embrionária


-Sinal de Hartman (7 a 8 dias após fecundação)
(((Sinal de Hartman: sangramento vaginal em pequena quantidade que pode acontecer no momento da implantação
da gestação no útero)))
° Sinais ligados ao desenvolvimento uterino
inicial
- Sinal de Hegar: amolecimento do istmo
uterino (local estreito entre a porção do
colo e o corpo uterino). Também pode ser
visto depois da oitava semana de gestação
pelo toque vaginal;
- Sinal de Osiander: durante o toque
vaginal detecta-se presença de pulsação
arterial nos fundos de saco laterais e
posterior da vagina;
- Sinal de Piskacek: assimetria do útero
durante o início da gestação. Ele ocorre
pois o útero cresce inicialmente no local
onde o embrião implantou-se;
- Sinal de Nobile-Budin: abaulamento do útero ao toque;

° Sinais ligados as alterações da tonalidade da mucosa vaginal e vulvar:


- Sinal de Jacquemier ou Chadwick (vulva): apresenta uma coloração arroxeada da região
externa da vagina (vulva) e meato urinário (saída da urina);
- Sinal de Kluge (vagina): após a oitava semana a vulva e a vagina incham e tem a sua cor
alterada por fora;

° Alterações do muco cervical:


- Aumento da progesterona – Baixo sódio nas secreções cervicais;
- Ausência da imagem microscópica “folha de samambaia”

° Ausculta dos batimentos cardiofetais


- Pinard
- Sonar doppler

° Percepção das partes ou movimentos fetais


-18-20 semanas
- Sinal de Puzos (14° semana) (((sinal de certeza)))

((((Sinais de presunção (mais os sintomas e alterações na mama + subjetivo)* *sinais de


probabilidade (alterações mais próximas do feto(útero, vagina, vulva e aumento do volume
uterino) *sinais de certeza(*detecção do feto).)))
Diagnostico ULTRASSONOGRAFICO:
Vias transabdominal e transvaginal; Idade gestacional: 6-12 semanas (CCN)
(((mais sensível; mais fiel)))
>14° semana: DBP e fêmur.

USG transvaginal:
-4 semanas: saco gestacional
-5 semanas: vesícula vitelina
-6/7 semanas: BCF
-> 8 semanas: movimentos fetais
(((os achados do USG transbadominais são sempre com 1 semana a mais. Ex: 5 semans: saco
gestacional...)))

- Correlação entre os valores de beta hCG e as estruturas observadas á ecografia:

Aula 2: MODIFICAÇÕES FISIOLOGICAS NA GESTANTE

° O organismo feminino sofre mudanças anatômicas e funcionais dirante a gravidez,


adaptando=se para a presença do feto em desenvolvimento
° O conhecimento das alterações fisiológicas do organismo materno é de importância
fundamental para a boa pratica obstétrica, de modo que seja possível reconhecer os desvios
da normalidade.
Presença de células trofoblasticas intrauterinas leva a alteração a homeostase local
° A placenta é um órgão que aumenta de forma progressiva sua capacidade de produção, em
termos de quantidade e variedade.

SISTEMA CIRCULATÓRIO:

° Alterações dos sistemas hematológico e cardiovascular

HEMATOLOGICAS CARDIOVASVULARES
° Volume sanguíneo materno aumenta ° Aumento da frequência cardíaca
° Hemodiluição ° Aumento do debito cardíaco
° Anemia ° Vasodilatação sistêmica
° Leucocitose ° Redução da resistência vascular periférica
° Discreta redução de plaquetas ° Redução da pressão arterial

PELE E ANEXOS

° A produção placentária de estrógenos leva a proliferação da microvasculatura de todo o


tegumento.
° Associado ao estado hiperprogestogênico, ocorre vasodilatação de toda a periferia do
organismo
Eventos vasculares da pele e dos anexos

Eritema palmar Telangiectasias Sudorese Sec. Sebácea

SISTEMA ESQUELETICO

° As articulações, de modo geral, sofrem processo de relaxamento durante a gravidez, com


acumulo de líquido também denominado embebição gravídica.
° O aumento do volume abdominal e das mamas desvia anteriormente o centro de gravidez
materno (marcha anserina).

SISTEMA DIGESTORIO

(((NÃO HÁ NECESSSIDADE DE PASSAR COLESTEROL NA GRAVIDEZ.)))

SISTEMA RESPIRATÓRIO

As vias aéreas superiores apresentam modificações significativas durante a gestação.

SISTEMA URINARIO

° O fluxo plasmático glomerular chega a um acréscimo de 50 a 80%.


° O ritmo de filtração glomerular aumenta entra 40 a 50%.
° Hipotonia da musculatura dos ureteres e da bexiga, causando discreta hidronefrose e
aumento do volume residual vesical.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL


° Discretas alterações de memória e de concentração, geralmente no último trimestre, e
sonolência.

APARELHO GENITAL

° sinal de Kluge: a coloração avermelhada da mucosa vaginal se torna arroxeada pela retenção
sanguínea nos vasos venosos
° Sinal de Osiander: aumento do diâmetro das artérias vaginais permite sentir sua pulsação nos
fórnices laterais.
° sinal de Jacquemier-chadwick: coloração arroxeada da vulva decorrente da
hipervascularização local.

MAMAS

° Dor e hipersensibilidade mamária já no primeiro trimestre e costuma apresentar melhora


com o decorrer da gravidez.
° O aumento volumétrico das mamas é observado a partir da sexta semana de gravidez.
° Sinal de Hunter: contorno de limites imprecisos que circunda a aréola. (20ª semana)
° Tubérculos de Montgomery: hipertrofia das glândulas sebáceas do mamilo, que formam
elevações visíveis. (8ª semana)
° Rede de Haller (16ª semana)

AULA 3: ASSISTENCIA PRE NATAL

OBJ:

1 Diagnosticar ou confirmar a gravidez


2 Diagnosticar doenças maternas pré-existentes;
Aconselhar, educar e apoiar a gestante e seus familiares quanto aos eventos relacionados a
gravidez;
3 identificar e minimizar os pequenos distúrbios da gravidez;
4 identificar e tratar precocemente intercorrências gestacionais
Ações:

1. Estimulo ao parto normal e resgate do parto como ato fisiológico;


2. Anamneses e exame clinico-obstétrico da gestante;
3. Imunização antitetânica;
4. Avaliação do estado nutricional da gestante;
5. Prevenção e tratamento dos distúrbios nutricionais;
6. Prevenção ou diagnóstico precoce do câncer de colo uterino e de mama;
7. Atenção á mulher e ao RN na primeira semana após o parto, e nova consulta puerperal
ate o 42° dia pós parto.

 Quando iniciar?
 Consulta pré-concepcional;

° Pré-Natal:

- Número de consultas? ((pelo ministério de saúde devem ser pelo menos 6 consultas))

-De acordo com o Manual do Pré-Natal do Ministerio da Saúde (2012) as consultas devem ser
realizadas seguindo o cronograma:

- Até 32 semanas: mensalmente;


- De 32 a 36 semanas: quinzenalmente;
- De 37 a 41 semanas: semanalmente.
(((pode levar ate 42 semanas normalmente desde que acompanhado)))
(((NÃO EXISTE DÁ ALTA DE PRE-NATAL)))

° Avaliação do risco gestacional:

- Geralmente realizada na Unidade Básica de Saúde;

- Uma gestante inicialmente classificada como baixo risco, pode, a qualquer momento, ser
classificada como alto risco;

- Importante que seja feito em toda consulta;

- A caracterização de uma situação de risco não implica necessariamente referência da


gestante para acompanhamento em pré-natal de alto risco.

° Fatores de risco que permitem a realização do pré-natal pela equipe de atenção básica.

- Relacionados ás condições demográficas desfavoráveis:

1. Idade menor que 15 e maior que 35 anos;


2. Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, exposição á agentes físicos,
químicos e biológicos..
3. Situação familiar insegura, não aceitação da gravidez
4. Baixa escolaridade
5. Condições ambientais desfavoráveis
6. Altura menor que 1,45m
7. IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade.

ANAMNESE
-IDADE GESTACIONAL
-Estado atual
Antecedentes pessoais
Antecedentes gineco-obstetrico (DUM)
Antecedentes familiares
Hábitos sociasi
Gestação desejada?
Intercorrências em gestações anteriores
Procedimentos realizados..( cordocentese, amniocentese)

EXAME FISICO
-IMC
-Sinais vitais, aspectos da mucosa
-exame das mamas: sinais de presunção de gravidez (hipertrofia das glândulas de
Montgomery), atentando ao complexo areolo-mamilar visando a amamentação
-palpação abdominal: manobras de leopld-zweifel; tamanho uterino (ajuda a estimar a
IG) – 12 – 16 – 20..20-32
-ausculta fetal: 10-12 sem (sonardoppler) e 20 sem (pinard)
Toque vaginal e exame especular (1° semana)

CALCULO DA IDADE GESTACIONAL:


-data da ultima menstruação bem definida
-ultrassonografia
(caso haja diferença menor ou igual a 7 dias entre essas aferições da idade gestacional,
no primeiro trimestre, considerar a calculada pela data da ultima menstruação.)

DUM
-Verificando a quantidade de dias que se passaram da DUM até o dia do cálculo e
dividindo por 7.
-O valor inteiro, resultado da divisão, é o numero de semanas da gravidez e o resto da
divisão é o numero de dias passados na última semana.

-E quando não se sabe a DUM?


R= USG

Regra de Mc Donald:
-Melhor utilizada entre 28 e 34 semanas;
-Multiplica-se a AFU por 8 e, posteriormente, dividi-se por 7, dando como resultado
aproximadamente a idade gestacional (semanas).
Idade Gestacional = AFU x 8/7
DPP (Data Provável do Parto):
-Regra de Naegele:
I. Somamos 7 dias ao primeiro dia da DUM
II. Subtraímos 3 meses do mês que ocorreu a menstruação (no caso dos meses de abril
a dezembro), ou adicionamos 9 meses (se for de janeiro a março)
Se por acaso o resultado encontrado for superior aos dias do mês, passamos o que
resta para o mês seguinte, adicionando 1 ao cálculo final do mês.

EXAMES COMPLEMENTARES:
-Hemograma;
-VDRL;
-Tipagem sanguínea e Rh (caso seja negativo, acrescenta-se o coombs indireto e
tipagem do cônjuge);
-Creatinina (Pacientes com HAS);
-Glicemia de jejum;
-TOTG 75g de dextrosol (24-28 sem.);
-Sorologia para Toxoplasmose IgM e IgG;
-Anti HIV 1 e 2;
-Sorologia para Hepatite B;
-Urocultura;

-Ultrassonografia:
-Exame do 1° trimestre: Cálculo de idade
gestacional; Rastrear alterações
cromossomiais; Atestar vitalidade fetal;
-Exame do 2° trimestre: “morfológica”;
-Se não houver recursos para realização de um exame por trimestre, priorizar sua
realização entre 18 e 22 sem.

-Rastreio e profilaxia para infecção por Streptococcus do grupo B:


-IG: 35-37 sem. = rastreio por colonização;
-Pacientes colonizadas = receber ATB intraparto ou no momento da amniorrexe.
-Em caso de indisponibilidade da cultura = avaliar risco
-Trabalho de parto < 37 sem.
-Temperatura intraparto > 38°C
-Amniorrexe há mais de 18h;

-Quais gestantes devem receber profilaxia para GBS?

-Gestante com cultura vaginal ou retal positiva entre 35-37 sem.


-Gestantes com fatores de risco;
-Gestantes com bacteriúria por GBS em qualquer fase da gravidez;
-Gestantes com filhos acometidos por infecção por GBS em gestação prévia.

-Qual antibiótico?
-Penicilina G cristalina ou ampicilina.

-Nutrição:
-Peso adequado: 11,5 até 16kg
-Sobrepeso: 7 e 11,5kg
-Obesidade: 5 e 9kg;
-Baixo peso: 12,5 e 18kg;

-1° trimestre: 0,5 -2kg;


-2° e 3° trimestres: 0,5kg por semana (baixo peso); 1,4kg (peso adequado); 0,3
(sobrepeso); 0,2kg (obesas);

Suplementação:
-Ferro: 20ª sem. Ao termino da
lactação / 30 a 60mg de ferro
elementar/dia
-Acido fólico: 3 meses antes ao
final do primeiro trimestre/
5mg/dia;
-Vit. A: quando utilizada em altas
doses é teratogênica;
-Vit. D e C: não há evidencias que
justifiquem seu emprego rotineiro;

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