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Capítulo

FISIOLOGIA MENSTRUAL
1

importância/prevalência

O QUE VOCÊ PRECISA SABER?

u O ciclo menstrual é um tema de fundamental importância para o entendimento de vários outros assuntos
referentes à saúde da mulher.
u Oshormônios exercem papel essencial para a condução do ciclo e têm sua devida importância em cada
fase. É importante saber quais são esses hormônios e como eles agem.
u Énecessário reconhecer o que marca cada fase, qual o acontecimento característico e qual a ação do
hormônio predominante (muito cobrado nas provas!).
u Dica:
Ao final deste capítulo, você pode desenhar ou explicar um ciclo menstrual completo, com todas as
suas fases. “Quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho!”

1. I NTRODUÇÃO 2. E IXO HIPOTÁLAMO­


‑HIPÓFISE-GÔNADAS

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Define-se ciclo menstrual normal como aquele
com 28 ± 7 dias, fluxo durando 4 ± 2 dias, e perda
média de 20 a 60 mL de sangue. Por convenção, o    BASES DA MEDICINA
primeiro dia de sangramento vaginal é considerado
o primeiro dia do ciclo menstrual. Os intervalos O ciclo menstrual é consequência da interação entre enti-
entre ciclos menstruais variam entre as mulheres dades anatômicas: hipotálamo, hipófise, ovário e útero.
e, com frequência, em uma mesma mulher em Embora seja evidente que o hipotálamo desempenha um
épocas diferentes de sua vida reprodutiva. O ciclo papel central na iniciação do ciclo menstrual, está igual-
mente claro que a ciclicidade endócrina é consequência
menstrual varia menos em mulheres com idade
da relação de feedback entre a secreção ovariana e o
entre 20 e 40 anos. Quando observado sob a pers- eixo hipotálamo-hipófise. O útero desempenha um papel
pectiva da função ovariana, o ciclo menstrual pode eminentemente passivo, apesar de sua importância na
ser definido em fase folicular pré-ovulatória e fase concepção.
lútea pós-ovulatória. As fases correspondentes
no endométrio denominam-se fase proliferativa
e fase secretora. Para a maioria das mulheres, a 2.1. HIPOTÁLAMO
fase lútea do ciclo menstrual é estável, durando 14
dias. Consequentemente, variações no período do
ciclo normal geralmente resultam de variações na    BASES DA MEDICINA
duração da fase folicular.
O hipotálamo encontra-se na base do cérebro, imediata-
mente acima da junção dos nervos ópticos. Seus neurô-
nios são especialmente importantes na produção dos
hormônios: hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH),
hormônio liberador do hormônio de crescimento (GHRH),

35
Fisiologia menstrual Ginecologia

hormônio liberador de corticotrofinas (CRF), hormônio O GnRH age nas células gonadotróficas da hipófise
liberador de tireotrofinas (TRH). Em relação à produção anterior (adeno-hipófise), estimulando-as a sintetizar
do GnRH, o hipotálamo é influenciado tanto por sinais
e secretar na corrente sanguínea tanto o FSH quanto
extrínsecos e intrínsecos ao SNC quanto pelo controle
do ovário. A influência exercida pela secreção ovariana
o LH. No entanto, a secreção de LH é, essencial-
sobre o hipotálamo é denominada de feedback, sendo mente, caracterizada por um pico no meio do ciclo
este positivo quando os esteroides ovarianos estimulam a menstrual. Já a secreção de FSH caracteriza-se
produção do GnRH, e negativo quando a secreção ovariana por um aumento na fase folicular inicial, um platô
inibe a produção do GnRH. Além disso, o próprio GnRH na fase lútea e acentuada elevação na fase lútea
controla sua produção, agindo diretamente no hipotálamo.
tardia. Ou seja, as gonadotrofinas são secretadas
Então, quando está disponível em grande quantidade, ele
atua reduzindo sua produção; já quando está presente em
de forma pulsátil, com frequência e amplitude que
níveis baixos, age estimulando sua liberação. variam de acordo com a fase do ciclo. Os hormônios
esteroides, como o estradiol e a progesterona, ou
O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), produzido
no hipotálamo, exerce papel obrigatório no controle da
fatores ovarianos não esteroides, como a inibina,
secreção de gonadotrofinas, como o próprio nome indica. são os moduladores da secreção de LH e FSH.
É responsável pela indução da liberação destas substân-
cias pela hipófise anterior. O hipotálamo apresenta ciclos
característicos de liberação de seus produtos (GnRH, TRH,
   BASES DA MEDICINA
ACTH etc.) devido a centros tipo marca-passo. Algumas
dessas substâncias são liberadas periodicamente; outras,
em ciclos circadianos, que podem estar relacionados a O padrão pulsátil de liberação das gonadotrofinas é dire-
situações fisiológicas, como o ciclo do sono ou a ingestão tamente relacionado à secreção pulsátil de GnRH, mas a
de alimentos, entre outros estímulos. modulação da amplitude e da frequência é consequência
do feedback dos esteroides ovarianos no hipotálamo e
Quanto à função reprodutiva, o GnRH é o principal hormô-
na hipófise.
nio. Na mulher, ele é liberado de uma forma pulsátil, sendo
sua periodicidade e amplitude críticas para determinar a

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liberação correta e fisiológica do FSH e LH (produzidos
na adenohipófise). Na menina, o centro hipotalâmico 2.3. OVÁRIOS
encontra-se bloqueado até o período da puberdade,
quando ocorre sua liberação por razões ainda não bem
estabelecidas, supondo-se haver a participação de fatores
   BASES DA MEDICINA
ambientais, dos opioides endógenos, do peso corporal e
da quantidade de gordura corporal, entre outros.
O ovário em funcionamento normal sintetiza e secreta
hormônios esteroides sexuais – estrogênios, androgênios
2.2. HIPÓFISE e progesterona – com padrão de controle preciso que, em
parte, é determinado pelas gonadotrofinas hipofisárias,
FSH e LH. Os produtos secretórios mais importantes da
biossíntese de esteroides pelos ovários são a progeste-
   BASES DA MEDICINA rona e o estradiol. Entretanto, o ovário também secreta
estrona, androstenediona e 17a−hidroxiprogesterona.
Os hormônios esteroides sexuais desempenham papel
É uma glândula neuroendócrina situada na sela túrcica,
importante no ciclo menstrual, preparando o útero para
e é dividida em adeno-hipófise e neuro-hipófise. A ade-
a implantação do óvulo fertilizado. Se a implantação não
no-hipófise é responsável pela secreção dos hormônios
ocorrer, a esteroidogênese ovariana declina, o endométrio
folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), hormônio
degenera e ocorre a menstruação.
estimulante da tireoide (TSH), hormônio adrenocorticotró-
fico (ACTH), hormônio de crescimento (GH) e prolactina
(PRL). Já a neuro-hipófise secreta ocitocina e vasopres-
sina, que são produzidas no Hipotálamo.

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Fisiologia menstrual Cap. 1

Fluxograma 1. Controle hormonal.

Hipotálamo

GnRH

Hipófise

LH FSH

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Ovários

Estrogênio Progesterona

Fonte: Sanarflix.

2.4. ÚTERO

   BASES DA MEDICINA

A parede uterina consiste em três camadas: serosa, a estroma e glândulas. As alterações cíclicas, induzidas
camada mais externa; miométrio, constituído de músculo pelos hormônios ovarianos, só se manifestam na camada
liso; e endométrio, a camada mais interna, subdividida em mais superficial, o endométrio.

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Fisiologia menstrual Ginecologia

Figura 1. Estrutura do útero. passará pelos estágios de folículo primordial, folículo


primário, folículo pré-antral, antral e pré-ovulatório.
Este processo ocorre ao longo de 10 a 14 dias.

   DIA A DIA MÉDICO

A duração do ciclo menstrual é determinada pela variação


na duração da fase folicular, ou seja, o tempo necessário
para que o folículo se desenvolva e atinja sua maturidade.

O sinal para o recrutamento folicular inicia-se na


fase lútea do ciclo anterior, com a diminuição da
progesterona, do estradiol e da inibina A. Como
consequência, o feedback negativo sobre o FSH
é liberado, observando-se então seu aumento nos
primeiros dias da fase folicular. Este aumento é o
sinal para o recrutamento folicular.
Aproximadamente 15 ou mais folículos são recru-
tados a cada ciclo (lembrando que cerca de 1.000
óvulos são perdidos todo mês!).
Fonte: Silverthorn.4

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   BASES DA MEDICINA
3. FISIOLOGIA DO CICLO
MENSTRUAL
Desenvolvimento Folicular: O desenvolvimento folicular
inicia-se com os folículos primordiais gerados durante
Podemos dividir, de uma forma didática, o ciclo a vida fetal. Esses folículos nada mais são que oócitos
suspensos na primeira divisão meiótica, circundados
menstrual em dois ciclos que interagem e são inter-
por uma camada única de células granulosas achatadas.
dependentes: ovariano e endometrial. São separados do estroma por uma membrana basal
delgada. Os folículos pré-ovulatórios são avasculares.
Consequentemente, são criticamente dependentes da
3.1. CICLO OVARIANO
difusão e, no final do seu desenvolvimento, de junções
comunicantes para obtenção de nutrientes e eliminação
O ciclo ovariano pode ser dividido em: fase folicular, de excretas metabólicas. A difusão também permite a
fase ovulatória e fase lútea. passagem dos precursores de esteroides da camada de
células tecais para a camada de células da granulosa.
3.1.1. Fase folicular No estágio seguinte do desenvolvimento, as células da
granulosa se tornam cuboides e aumentam em número
A fase folicular, ou proliferativa, é a primeira fase para formar uma camada pseudoestratificada. Nesse
do ciclo menstrual, e ocorre do primeiro dia da momento, o folículo é denominado folículo primário. Uma
menstruação até o dia do pico de LH. Durante esta importante mudança que ocorre nesta fase é a diferencia-
fase, ocorre uma sequência ordenada de eventos, ção das células do estroma em teca interna e teca externa,
que independe da estimulação pelas gonadotrofinas. Há
que assegura que um número apropriado de folícu-
um padrão de crescimento limitado, que pode ser rapida-
los se desenvolva e esteja pronto para a ovulação. mente seguido de atresia. Esse padrão só é interrompido
O resultado desse desenvolvimento folicular é, se, a partir deste estágio, o grupo de folículos responder
comumente, um único folículo maduro viável, o qual a uma elevação do FSH e for incentivado ao crescimento.

38
Fisiologia menstrual Cap. 1

A cada ciclo menstrual, na fase lútea do ciclo precedente, opõe-se à proliferação da granulosa e acarreta degene-
a diminuição da progesterona, do estradiol e da inibina ração do oócito, gerando a atresia.
A, resultante da regressão do corpo lúteo, possibilita a
Os estágios iniciais do desenvolvimento (até o folículo
elevação do FSH por feedback negativo, alguns dias antes
secundário) não exigem estimulação de gonadotrofinas
da menstruação, o que permite o recrutamento folicular.
e, por isso, são ditos “independentes de gonadotrofinas”.
Quando ocorre um crescimento folicular final e aumento A maturação folicular final exige a presença de quantidades
significativo no número de células da granulosa, incenti- adequadas de LH e FSH na circulação e, portanto, diz-se
vado pelo FSH, surge o folículo secundário ou pré-antral. que é “dependente de gonadotrofinas”.
Caracteristicamente, nesse estágio, células da granulosa
No estágio final do desenvolvimento folicular, as células
tornam-se cuboidais e apresentam-se em várias camadas.
da granulosa tornam-se maiores e as da teca, ricamente
Secretam uma matriz glicoproteica, chamada de zona
vascularizadas, e o folículo é então denominado de pré-
pelúcida. As células da granulosa do folículo pré-antral são
-ovulatório. Aproximando-se da maturação, o folículo
capazes de sintetizar todas as três classes de esteroides;
pré-ovulatório produz quantidades cada vez maiores de
no entanto, são produzidos significativamente.
estrogênio. Durante a fase folicular tardia, o estrogênio
eleva-se rapidamente, atingindo seu pico cerca de três
dias antes da ovulação. O início do pico de LH ocorre um
dia depois que o pico de estrogênio é atingido.
   BASES DA MEDICINA
É importante salientar que a concentração e o tempo de
duração da elevação do estradiol são determinantes para
A produção de estrogênio pelo folículo pré-antral é expli-
a liberação do LH. Para tanto, a concentração de estradiol
cada pelo sistema de duas células, duas gonadotrofinas.
deve ser maior do que 200 pg/mL, que deve persistir por
Nos folículos pré-antrais e antrais, os receptores para
aproximadamente 50 horas.
o LH estão presentes apenas nas células da teca, e os
receptores para o FSH apenas nas células da granulosa.
Figura 2. Alterações nos níveis de gonadotrofinas
em um ciclo menstrual normal.
As células da teca, a partir da entrada do colesterol

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induzida pelo LH, são capazes de produzir androgê-
nios, que são transportados às células da granulosa
e lá são convertidos em estrogênios, através da
aromatização induzida pelo FSH.

   BASES DA MEDICINA

Com o desenvolvimento em curso, e sob a influência


sinérgica do estrogênio e do FSH, ocorre um aumento na
produção do líquido folicular, que começa a se acumular
entre as células da granulosa, que posteriormente se
unem, formando uma cavidade cheia de líquido rico em Fonte: Hoffman et al.3
estrogênios produzidos pelas células da granulosa. Esta
cavidade é conhecida como antro. O folículo passa então
a ser denominado folículo terciário ou antral. As células
da granulosa que circundam os oócitos passam a ser cha-    BASES DA MEDICINA
madas de cumulus ooforus. O folículo que possui a maior
taxa de proliferação da granulosa contém concentrações Atuando através de seus receptores, o LH promove lutei-
de estrogênio mais elevadas e, consequentemente, possui nização das células da granulosa no folículo dominante,
oócitos de melhor qualidade. resultando na produção de progesterona. Há, então, um
Na presença de FSH, o estrogênio passa a ser o elemento pequeno aumento na produção de progesterona, que
dominante no líquido folicular. Na ausência de FSH, o começa a ser detectado 12 horas antes da ovulação, e
androgênio predomina. E um microambiente androgênico receptores para este esteroide começam a surgir nas
células da granulosa.

39
Fisiologia menstrual Ginecologia

A progesterona facilita o feedback positivo do estrogê- menstrual. As células da teca dos folículos em trésia,
nio, agindo diretamente na hipófise e contribuindo para sob ação do LH, aumentam a produção de androgênio,
a elevação do FSH e do LH, observada no meio do ciclo elevando os níveis dele no plasma.

Tabela 1. Desenvolvimento folicular até a ovulação.

Folículo
pré‑ovulatório
Folículo Folículo Folículo
Estágio Folículo terciário selecionado
promordial primário secundário
(folículo
dominante)

Crescimento, Crescimento,
Atividade Repouso Crescimento Crescimento rápido
pré-antral antral

≈ 5 mm até
Tamanho ≈ 0,03 mm ≈ 0,04 – 0,1 mm ≈ 0,01 – 0,2 mm ≈ 0,2 – 2 mm
20-30 mm

A meiose completa-
Pequeno se para formar o
Ovócito primário Ovócito primário Ovócito primário
Ovócito ovócito primário ovócito secundário
aumentado aumentado aumentado
(DNA 4n) (2n) e o corpúsculo
polar (2n)

Zona
Aparece Presente Presente Presente
pelúcida*

Camada única.
Células da Células Aumento no
O nº de células 3-6 camadas Múltiplas camadas
granulosa precursoras número de células
aumenta

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Desenvolve-se
no interior da
camada de células Aumento do
Antro
da granulosa tamanho
e é preenchido
com líquido

Lâmina basal Presente Presente Presente Presente Presente

• Camada interna:
células secretoras
e pequenos vasos
Aparece e sanguíneos
Teca começa a formar • Camada externa:
duas camadas tecido conectivo,
músculo liso, gran-
des vasos sanguí-
neos

Vasos sanguíneos
Vascularização Aparece Aumenta
na teca

* A zona pelúcida é uma capa de glicoproteínas que protege o ovócito


Fonte: Adaptado de Silverthorn.4

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Fisiologia menstrual Cap. 1

3.1.2. Fase ovulatória delgada e estirada, e a expulsão do oócito ocorre após a


ação de enzimas proteolíticas que digerem o colágeno.
A ovulação acontece como consequência da ação A produção dessas enzimas é induzida pela ação das
simultânea de diversos mecanismos que ocorrem gonadotrofinas (LH e FSH) e da progesterona.
no folículo dominante, estimulando sua maturação e Ovulação: O processo de ovulação é comparado a uma
induzindo a rotura folicular. Somente o folículo que reação inflamatória, na medida em que ambos envolvem
atinge seu estágio final de maturação é capaz de se componentes, como neutrófilos, histamina, bradicinina,
enzimas e citocinas. Desde a fase folicular, sob ação das
romper. O marcador fisiológico mais importante da
gonadotrofinas no folículo, há acúmulo de prostaglandinas
aproximação da ovulação é o pico do LH no meio E e F e produção de grande quantidade de fator ativador de
do ciclo, o qual é precedido por aumento acelerado plasminogênio e, consequentemente, plasmina e outras
do nível de estrogênio. proteases, as quais ativam a colagenase que irá digerir
o colágeno presente na parede do folículo, o que facilita
Sabe-se que o folículo pré-ovulatório produz, com a a liberação do oócito.
síntese crescente de estradiol, seu próprio estímulo
O FSH e o LH estimulam também a produção e o depó-
ovulatório. O pico de estradiol estimula o pico de
sito de ácido hialurônico em volta do oócito e, dentro da
LH e, consequentemente, a ovulação. O início do coroa radiada, dispersam e separam o complexo cúmu-
pico de LH ocorre 32 a 36 horas antes da ovulação. lo-oóforo da membrana da granulosa. Sob ação sinérgica
das prostaglandinas E e F e do LH, acontece a contração
das células musculares da parede folicular, já enfraque-
cida, com extrusão do oócito, ocorrendo, dessa forma,
   BASES DA MEDICINA a ovulação. Paralelamente às mudanças estruturais que
ocorrem durante o processo ovulatório, que envolvem a
No momento da ovulação, dentro do microambiente do ação das proteases, ocorrem modificações importantes
folículo dominante, ocorrem três fenômenos principais: no fluxo sanguíneo do ovário.

Recomeço da Meiose: O oócito permanece em meiose I Vários mediadores produzidos e liberados pelo ovário após
o pico pré-ovulatório de LH, como as prostaglandinas, a

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até a onda de LH, quando ocorre a retomada da meiose e
o oócito se torna apto para fertilização. Portanto, o pico de histamina, os neuropeptídios e o óxido nítrico, exercem
LH faz o oócito reassumir a meiose, estimula a síntese de um efeito sobre o sistema vascular do folículo. Observa-
prostaglandinas e luteiniza as células da granulosa que, -se, então, um aumento do fluxo sanguíneo intrafolicular,
por sua vez, sintetizam a progesterona. Este processo de além de um aumento na permeabilidade capilar. A rotura
retomada da meiose é mais uma interrupção da inibição folicular acompanha a eliminação do óvulo e do líquido
do que propriamente um fenômeno estimulado. O oócito folicular para a cavidade peritoneal. Pode haver uma
reassume a maturação nuclear, acontece a transição irritação local e, consequentemente, a dor abdominal
da prófase I para a metáfase I e a extrusão do primeiro referida por algumas mulheres. Tão logo isso ocorra, o
corpúsculo polar na metáfase II. Estes fatos ocorrem óvulo é apreendido pelas fímbrias tubárias, e fica à mercê
em sincronia com a maturação citoplasmática e da zona dos movimentos das tubas e do epitélio ciliar.
pelúcida no preparo para a fecundação. A meiose só
se completa após a penetração do espermatozoide e a
liberação do segundo corpúsculo polar. Tabela 2. Fase lútea.

Luteinização: Um pequeno aumento da progesterona Corpo


ocorre 12 a 24 horas antes da ovulação. Este aumento Estágio Corpo lúteo albicante
pós-luteal
da progesterona antes da ovulação tem importância na
indução da onda de FSH e LH, pelo aumento do feedback Secreta
Atividade Nenhuma
positivo do estradiol na ação desses hormônios. O pico hormônios
do FSH acompanhado do LH não ocorre sem um aumento
pré-ovulatório nos níveis da progesterona. Por outro lado, Tamanho
a elevação progressiva na progesterona pode atuar de Ovócito Nenhum Nenhum
modo a terminar o pico de LH, pois, em concentrações
mais elevadas, é exercido um efeito de feedback negativo. Zona pelúcida* Nenhuma Nenhuma
Além de seus efeitos centrais, a progesterona aumenta Células da Convertidas em As células lúteas
a distensibilidade da parede folicular. A parede torna-se granulosa células lúteas degeneram

41
Fisiologia menstrual Ginecologia

progesterona. Sob a influência de fatores que induzem


Corpo
Estágio Corpo lúteo albicante
a angiogênese, os capilares penetram na granulosa,
pós-luteal atingem a cavidade central e, usualmente, preenchem-na
com sangue.
Preenchido
Antro com células Nenhum O funcionamento lúteo normal requer um desenvolvimento
migratórias folicular pré-ovulatório adequado, sobretudo um estímulo
apropriado de FSH e um ininterrupto apoio tônico do
Lâmina basal Desaparece LH, o que resulta em síntese e secreção adequada de
Convertidas em As células lúteas estradiol e progesterona. Sabe-se da necessidade de
Teca estrogênio para a síntese de receptores de progesterona
células lúteas degeneram
no endométrio. O estrogênio da fase lútea é necessário
Vascularização Aumenta Desaparece para que ocorram as alterações induzidas pela proges-
* A zona pelúcida é uma capa de glicoproteínas que protege o ovócito terona no endométrio após a ovulação. Uma quantidade
Fonte: Adaptado de Silverthorn.4
inadequada de receptores de progesterona pode levar a
uma preparação inadequada do endométrio, e representar,
portanto, uma possível causa de abortamento precoce.
3.1.3. F
 ase lútea
A cada pulso de LH existe um aumento na concentração
de progesterona. A progesterona atua tanto centralmente
   BASES DA MEDICINA
quanto no interior do ovário, na supressão de novos cres-
cimentos foliculares. Estes pulsos de LH são maiores no
início da fase lútea e diminuem gradativamente até valores
Uma vez liberado o oócito, a estrutura dominante passa baixos na fase lútea tardia, que favorece a atuação de
a se chamar corpo lúteo. Antes da ruptura do folículo e fatores que levam à luteólise. Como consequência, o corpo
liberação do óvulo, as células da granulosa começam a lúteo entra em processo de degeneração. Caso ocorra
aumentar de tamanho e assumem um aspecto caracte- gravidez, o hCG mantém o funcionamento lúteo até que
risticamente vacuolado, associado ao acúmulo de um a esteroidogênese placentária se estabeleça plenamente.
pigmento amarelado, a luteína.

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O aumento na vascularização local favorece o aporte
do LDL-colesterol, substrato importante na síntese de As fases de desenvolvimento folicular são abordadas
na figura seguinte:

Figura 3. Anatomia ovariana e fases de desenvolvimento folicular.

Fonte: Hoffman et al.3


42
Fisiologia menstrual Cap. 1

Mapa mental 1. Ciclo ovariano

Ciclo
ovariano

Fase Folicular Fase Ovulatória Fase Lútea

Ovulação a partir do pico Dominação do corpo lúteo


Desenvolvimento folicular
de LH após a liberação do oócito

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Folículo primordial Recomeço da meiose

Folículo primário Luteinização

Folículo pré-antral Ovulação

Folículo antral

Folículo pré-ovulatório

Fonte: SanarFlix.

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Fisiologia menstrual Ginecologia

ocasiona a redução da produção de estrogênio


4. C ICLO ENDOMETRIAL e progesterona. A diminuição dos níveis desses
hormônios leva a reações vasomotoras, à perda
decidual e à menstruação. Os espasmos vascu-
   BASES DA MEDICINA
lares levam à isquemia e à perda de tecido. Há
também ruptura de lisossomas e liberação de
enzimas proteolíticas que provocam destruição
Em um ciclo menstrual ovulatório, ocorrem alterações
anatômicas e funcionais específicas nos componentes local adicional de tecido.
glandulares, vasculares e estromais do endométrio.
O endométrio pode ser dividido, do ponto de vista morfoló-
gico, na camada funcional, que compreende os dois terços    BASES DA MEDICINA
superiores, e na camada basal, que compreende o terço
inferior. A finalidade da camada funcional é preparar-se
Prostaglandinas são produzidas durante todo o ciclo mens-
para a implantação do embrião em fase de blastocisto.
trual, mas apresentam maior concentração no período
Na fase proliferativa do ciclo menstrual, a produção menstrual. A PGF2alfa é um potente vasoconstrictor que
aumentada de estrógenos provoca a reconstrução e o intensifica os espasmos arteriolares, causa isquemia adi-
crescimento do endométrio. Na fase anterior, a desca- cional do endométrio e leva à ocorrência de contrações
mação menstrual provocará a perda tecidual que será miometriais.
reconstituída nesta fase.
As glândulas representam a porção mais responsiva do
Estas contrações podem servir para expelir fisica-
endométrio à ação estrogênica. A princípio, elas são estrei-
tas e tubulares, revestidas por células de epitélio colunar mente o tecido endometrial que descama do útero.
baixo. Mitoses tornam-se proeminentes e observa-se a
pseudoestratificação, e as glândulas tornam-se alongadas
e um pouco tortuosas. Um revestimento epitelial contínuo

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   BASES DA MEDICINA
é formado de face para a cavidade endometrial.
O componente estromal evolui a partir de sua condição
O fluxo menstrual é um resultado dos efeitos combinados
menstrual através de um breve período de edema para um
da vasoconstricção prolongada, colapso tecidual, estase
estado final semelhante a um sincício frouxo. As arterío-
vascular e reparação induzida pela ação estrogênica.
las espiraladas tornam-se finas. Todos os componentes
A camada basal do endométrio permanece intacta e pode,
tissulares demonstram proliferação, com pico nos dias
assim, iniciar a reparação da camada funcional.
8 a 10 do ciclo. Esta proliferação é marcada por aumento
da atividade mitótica. O endométrio proliferativo corresponde à fase folicular no
ovário. Após três a quatro dias de menstruação, o endo-
métrio inicia sua regeneração e cresce rapidamente em
O ciclo endometrial pode ser dividido em três fases resposta ao estímulo estrogênico. No início, as glândulas
histológicas, determinadas pelos diferentes estí- endometriais são pequenas, tubulares e curtas. No final
mulos dos hormônios produzidos pelos ovários: desta fase, tornam-se alongadas e tortuosas. O estroma
é denso. Outra característica importante é o aumento das
endométrio menstrual, endométrio proliferativo,
células ciliadas e microvilosas, importantes para a fase
endométrio secretor. seguinte do endométrio, a fase secretora.
O endométrio menstrual caracteriza-se por uma O endométrio secretor corresponde à fase lútea no ovário.
ruptura irregular do endométrio, que ocorre pela Caracteriza-se pela atuação da progesterona produzida
interrupção da secreção das glândulas endo- pelo corpo lúteo em contraposição à ação estrogênica.
metriais na ausência de implantação embrioná- As glândulas endometriais se encontram em processo
progressivo de dilatação, tornando-se cada vez mais
ria. Esta sequência de eventos ocorre devido ao
tortuosas. O estroma é edemaciado. Os vasos sanguíneos
término da vida funcional do corpo lúteo, o que apresentam-se espiralados.

44
Fisiologia menstrual Cap. 1

As células das glândulas endometriais formam vacúolos


característicos, contendo glicogênio. No início, estes
vacúolos aparecem sob o núcleo e depois seguem em
direção à luz glandular. O estroma permanece inalterado
até o sétimo dia após a ovulação, quando se inicia edema
progressivo do tecido. Nesse mesmo período, a atividade
secretora das glândulas costuma ser máxima e o endo-
métrio já se encontra preparado para a implantação do
blastocisto.

   BASES DA MEDICINA

A expressão de receptores de estrogênio e progesterona


também varia durante o ciclo menstrual. A concentração
de Receptores de Estrogênio é alta na fase proliferativa e
diminui após a ovulação, o que reflete a ação supressiva
da progesterona sobre estes receptores. A concentração
de Receptores de Progesterona é máxima durante a fase
ovulatória, o que reflete a indução desses receptores pelo
estradiol. Eles reduzem muito nas glândulas na fase lútea,
mas continuam presentes no estroma.

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45
Fisiologia menstrual Ginecologia

Mapa mental 2. Ciclo endometrial

Ciclo
endometrial

Endométrio Menstrual Endométrio Proliferativo Endométrio Secretor

Descamação irregular do
Regeneração do endométrio Preparação para que o
endométrio devido a redução
após a descamação embrião possa se implantar.
de estrógeno e progesterona

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Fonte: SanarFlix.

46
Fisiologia menstrual Cap. 1

A figura a seguir resume as fases do ciclo ova- endometrial, controlado pelos hormônios gonado-
riano ocorrendo em concomitância com o ciclo tróficos:

Figura 4. Controle gonadotrófico dos ciclos ovariano e endometrial.

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Fonte: Hoffman et al.3

47
Fisiologia menstrual Ginecologia

4.1. TEORIA DAS DUAS CÉLULAS, DUAS GONADOTROFINAS

A teoria das “duas células, duas gonadotrofinas” O segundo compartimento consiste em células da
compartimentaliza o processo de esteroidogênese granulosa, que são estimuladas pelo FSH a produzir
no ovário. o hormônio aromatase, capaz de converter andro-
gênios em estrogênios.
O primeiro compartimento consiste em células da
teca, que são estimuladas pelo LH para produzir
androgênios.

Figura 5. Teoria das duas células.

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Fonte: Speroff.

48
Fisiologia menstrual Cap. 1

5. B IOSSÍNTESE DOS ESTEROIDES SEXUAIS

A molécula base para a esteroidogênese é o coles- fasciculada da glândula suprarrenal), androgênios


terol, e a sequência de síntese está representada a (zona reticulada da glândula suprarrenal, ovários e
seguir. Dependendo do aparato enzimático de cada testículos) e estrogênios (ovários e tecido adiposo
órgão, predomina a produção de aldosterona (zona periférico).
glomerulosa da glândula suprarrenal), cortisol (zona

Figura 6. Principais passos na esteroidogênese humana.

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Fonte: Speroff.

49
50
Gerados durante a vida fetal Oócitos suspensos na
1ª divisão meiótica Ausência de Interrupção
Folículo primordial Avasculares implantação da secreção Ruptura irregular
Células granulosas achatadas embrionária das glândulas do endométrio
Folículo primário endometriais
Células da granulosa cuboides e + numerosas Redução da pro-
Fisiologia menstrual

dução de estrogênio
Diferenciação da teca interna e teca externa
Folículo pré-antral e progesterona
Isquemia adicio-
Aumento significativo no número Células da granulosa tornam-se cuboidais
e apresentam-se em várias camadas Vasoconstricção nal do endométrio
Antral de células da granulosa Maior produção de
e leva à ocorrên-
prostaglandinas
Aumento na produção São capazes de sintetizar cia de contrações
Cavidade cheia do líquido folicular todas as três classes miometriais
de líquido Rico em Mais estrogênios
estrogê- de esteroides
nios Células da granulosa Endométrio Menstrual
tornam-se maiores Células da teca e da granulosa são Atuação da Corresponde à fase
produzi- lútea
Possui a dos pelas progesterona
maior taxa de convertidas em células lúteas no ovário
células da Células da teca ricamente
proliferação vascularizadas produzida pelo
da granulosa granu-losa Aumento da secreção de estrogênio, corpo lúteo em
Inibem FSH e LH Glândulas
Produz quantidades cada vez progesterona e inibina contraposição à
maiores de estrogênio endometriais →
Pré-ovulatório ação estrogênica
progressivo de
Fase Lútea tardia Diminuição da secreção de
Primeira fase do Ocorre do primeiro dia da Fase Lútea dilatação, tornan-
estrogênio e progesterona Atividade
ciclo menstrual menstruação até o dia do pico de LH do-se cada vez
secretora
mais tortuosas
Dura cerca de 10 a 14 dias máxima
Ciclo ovariano Fisiologia Ciclo endometrial
Vasos sanguíneos
Fase Folicular
apresentam-se espiralados
Aumento acelerado do
Endométrio Secretor
32 a 36H nível de estrogênio Fase Ovulatória
antes da
Mapa mental 3. Geral

Endométrio Proliferativo
ovulação
Pico do LH Recomeço da Meiose
Corresponde à fase
folicular no ovário
Onda de Aumento da Primeiro dia da
Luteinização Regulação
FSH e LH progesterona menstruação = O endométrio cresce rapidamente em
endócrina resposta ao estímulo estrogênico
Prostaglan- primeiro dia do ciclo
12 a 24 H antes Ovulação
dinas + LH Há aumento das células
Ginecologia

da ovulação
ciliadas e microvilosas
GnRH Hipotálamo
Contração das células Duração aprox. Glândulas endometriais são
Início
musculares da parede folicular FSH e LH Hipófise 28 dias. pequenas, tubulares e curtas

Estrogênio, progesterona, estrona, Glândulas endometriais tornam-


Ovários Final
androstenediona e 17a−hidroxiprogesterona se alongadas e tortuosas

Fonte: SanarFlix.

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Fisiologia menstrual Cap. 1

Mapa mental 4. Fases do ciclo menstrual normal

Fases do ciclo
menstrual normal

FASE FOLICULAR FASE LÚTEA


(Ciclo ovariano) (Ciclo ovariano)
FASE OVULATÓRIA
FASE PROLIFERATIVA FASE SECRETORA
(Ciclo uterino) (Ciclo uterino)

Recrutamento e seleção
do folículo dominante Formação do corpo
Pico de LH
sob a ação do FSH e lúteo, mantido pelo LH
fatores de crescimento

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Quantidades crescentes de Maturação do óvulo Síntese de progesterona
estrogênio (aromatização) e ovulação e estradiol

Glândulas endometriais
Proliferação endometrial
secretoras

51
Fisiologia menstrual Ginecologia

REFERÊNCIAS

1. Fritz MA, Speroff L. Hormone Byosinthesis, metabo-


lism, and mechanism of action. In: Fritz MA, Speroff L.
Clinical gynecologic endocrinology and infertility. 8. ed.
Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2011b. chap.
2, p. 29-104.
2. Fritz MA, Speroff L. Regulation of menstrual cycle. In: Fritz
MA, Speroff L. Clinical gynecological endocrinology and
infertiliy. 5. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins;
2011c. chap. 6, p. 199-242
3. Hoffman BL, Schorge JO, Schaffer JI, Halvorson LM.
Ginecologia de Williams. Marca: Amgh; 2014.
4. Silverthorn DU. Fisiologia humana: uma abordagem inte-
grada. 7. ed. Porto Alegre; 2017.

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52
Fisiologia menstrual Cap. 1

QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1 Questão 3

(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JUNDIAÍ – SP – 2021) Em rela- (FACULDADE BRASILEIRA – MULTIVIX VITÓRIA/ES – 2018) Em re-
ção à fisiologia do ciclo menstrual, assinale a al- lação à fisiologia menstrual, é CORRETO afirmar que:
ternativa correta.
⮦ Na fase pré-ovulatória, ocorre o pico de hormô-
⮦ O GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) nio luteinizante (LH) com baixa de estradiol e de
tem liberação pulsátil pela adeno-hipófise. hormônio foliculoestimulate (FSH).
⮧ A progesterona tem sua concentração máxima ⮧ Na fase folicular, o FSH, o estradiol, o LH e a pro-
na fase proliferativa. gesterona estão em ascensão.

⮨ As células da teca sintetizam estrogênios a par- ⮨ Nas fases folicular e pré-ovulatória, o FSH e o
tir de estímulo pelo FSH (hormônio folículo es- LH estão em ascensão e somente declinam na
timulante). fase lútea, após o pico de progesterona.
⮩ Na fase lútea, o FSH e o LH estão diminuindo,
⮩ As células da granulosa produzem estradiol e

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o estradiol está elevado e ocorre o pico de pro-
estrona sob ação da enzima aromatase.
gesterona.
⮪ A duração do ciclo menstrual depende princi-
⮪ No período menstrual, o estradiol, o LH e a pro-
palmente da duração e variação da fase lútea.
gesterona encontram-se em níveis baixos, e o
FSH está aumentando.
Questão 2

(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – SC – 2021) Questão 4


Sobre o ciclo menstrual fisiológico, assinale a al- (HOSPITAL DE OLHOS APARECIDA/GO – 2018) O melhor dia
ternativa correta. do ciclo menstrual para realização de biópsia para
⮦ O FSH estimula aromatização de androgênios avaliação de ovulação é o:
na teca externa. ⮦ Primeiro dia.
⮧ Níveis baixos de progesterona na segunda fase ⮧ Quinto dia.
indicam ovulação.
⮨ Oitavo dia.
⮨ As células da teca produzem testosterona e an- ⮩ Vigésimo sexto dia.
drostenediona.
⮩ O início do pico do LH e FSH ocorre logo após
a ovulação. Questão 5

⮪ O endométrio proliferativo é mais espesso que (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO/RJ – 2018) Para
o secretor. que ocorra a esteroidogênese ovariana, as gonado-

53
Fisiologia menstrual Ginecologia

trofinas agem nas células do ovário. As gonadotro- Questão 8


finas que agem nas células da teca e da granulosa,
respectivamente, são: (PROCESSO SELETIVO UNIFICADO/MG – 2019) Adolescente
de 15 anos de idade chega à consulta com o gine-
⮦ Hormônio luteinizante (LH) e hormônio folicu- cologista na Unidade Básica de Saúde com queixa
loestimulante (FSH). de irregularidade menstrual desde a menarca aos
⮧ Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) 13 anos e informa ainda não ter iniciado a atividade
e LH. sexual. Não apresenta outras queixas, mas informa
⮨ FSH e GnRH. que a irregularidade menstrual a incomoda muito e
que os ciclos menstruais têm intervalos de 20 a 45
⮩ GnRH e FSH.
dias, com o fluxo variando de três a 10 dias. Sobre
a fisiologia do ciclo menstrual dessa adolescente,
Questão 6 assinale a alternativa CORRETA.

(UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RJ ⮦ A fase folicular é a que apresenta maior unifor-
– 2017) Considerando-se o ciclo menstrual habitual, midade nos ciclos, sendo que a lútea é a respon-
a ordem CORRETA dos processos ovarianos ou sável pela maior variação.
endometriais é: ⮧ A fase lútea é a mais uniforme, sendo que a va-
riação na fase folicular justifica a irregularidade
⮦ Ciclo ovariano: ovulação, fase lútea e fase foli- menstrual.
cular.
⮨ A irregularidade menstrual dessa adolescente
⮧ Ciclo endometrial: fase secretora, fase prolife- está mais relacionada à capacidade de prolife-
rativa e descamação. ração endometrial do que ao estímulo hormonal
⮨ Ciclo endometrial: fase proliferativa, fase secre- ovariano.

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tora e descamação. ⮩ Ambas as fases lútea e folicular são variáveis
⮩ Ciclo ovariano: fase lútea, ovulação e fase foli- em igual proporção no ciclo menstrual.
cular.
⮪ Ciclo endometrial: fase lútea, descamação e
Questão 9
fase proliferativa.
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO/RJ – 2019) A teo-
ria das duas células da esteroidogênese ovariana
Questão 7
demonstra a necessidade de ação coordenada de
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ/AL – 2019) Sobre duas gonadotrofinas sobre dois tipos de células, as
o ciclo menstrual, é CORRETO afirmar que: da teca e as da granulosa. Em resposta à estimu-
lação do hormônio luteinizante, as células tecais
⮦ o endométrio cresce estimulado pela progeste- sintetizam:
rona (fase proliferativa).
⮦ estrona
⮧ o hormônio folículo estimulante é produzido na
neuro-hipófise, estimulando o crescimento foli- ⮧ aldosterona
cular com a produção de estrogênio. ⮨ progesterona
⮨ após a postura ovular (desencadeada pelo pico ⮩ androstenediona
do hormônio luteinizante), temos a formação do
corpo lúteo, produtor de estrogênio.
Questão 10
⮩ o período compreendido entre a primeira mens-
truação (menarca) e a última (menopausa) é dito (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO – PE – 2019)
menacme. A regularização do ciclo menstrual depende de uma

54
Fisiologia menstrual Cap. 1

relação complexa entre inúmeros fatores. Conside- ⮧ No início do ciclo, o FSH aumente progressi-
rando o papel da hipófise, é CORRETO afirmar que vamente, devido à diminuição do estrogênio
folicular.
⮦ a baixa frequência dos pulsos de GnRH é a res-
⮨ No início da fase lútea, o decréscimo de FSH
ponsável pela síntese de FSH.
estimule a liberação de progesterona.
⮧ o FSH e o LH são liberados cerca de duas horas
⮩ O pico de LH que ocorre no meio do ciclo esti-
após o pulso de GnRH.
mule a produção de FSH folicular.
⮨ a meia-vida do LH é de cerca de quatro horas.
⮪ Na fase folicular ocorra progressivo aumento
⮩ 10% da produção estrogênica se origina na ade- de progesterona e de estrogênio, induzindo o
no-hipófise. pico de FSH.
⮪ a liberação das gonadoptrofinas depende da
ação indireta do ADH.
Questão 13

Questão 11 (PROCESSO SELETIVO UNIFICADO/MG – 2019) Adolescente


de 15 anos de idade chega à consulta com o gine-
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO – PE – 2019) cologista na Unidade Básica de Saúde com queixa
Em relação ao ciclo ovariano e ao desenvolvimento de irregularidade menstrual desde a menarca aos
folicular, é CORRETO afirmar que o(a) 13 anos e informa ainda não ter iniciado a atividade
sexual. Não apresenta outras queixas, mas informa
⮦ desenvolvimento do folículo primordial depende
que irregularidade menstrual a incomoda muito e
do aumento das gonadotrofinas
que os ciclos menstruais têm intervalos de 20 a 45
⮧ elevação do FSH no início do ciclo é estimulada dias, com o fluxo variando de três a 10 dias. Sobre
pelo aumento de estrogênio e progesterona do a fisiologia do ciclo menstrual dessa adolescente,
ciclo anterior

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assinale a alternativa CORRETA.
⮨ folículo primordial é caracterizado por uma ca-
mada única de células da granulosa e outra ca- ⮦ A fase folicular é a que apresenta maior unifor-
mada única da teca midade nos ciclos, sendo que a lútea é a respon-
sável pela maior variação.
⮩ aumento do FSH é o responsável pelo apareci-
mento do fluido folicular e pela proliferação ce- ⮧ A fase lútea é a mais uniforme, sendo que a va-
lular, caracterizando o folículo pré-antral riação na fase folicular justifica a irregularidade
menstrual.
⮪ produção hormonal do folículo antral promove
feedback negativo para o LH e positivo para o ⮨ A irregularidade menstrual dessa adolescente
FSH. está mais relacionada à capacidade de prolife-
ração endometrial do que ao estímulo hormonal
ovariano.
Questão 12 ⮩ Ambas as fases lútea e folicular são variáveis
(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DE SÃO PAULO – SP – 2016) O com- em igual proporção no ciclo menstrual.
portamento das gonadotrofinas e dos esteroides
sexuais varia de acordo com as fases do ciclo mens-
trual normal. Desse modo, espera-se que:

⮦ A progesterona aumente progressivamente a


partir do 3º dia do ciclo, atingindo o pico ao re-
dor do 12º dia.

55
Fisiologia menstrual Ginecologia

GABARITO E COMENTÁRIOS

Questão 1 dificuldade:   da granulosa são estimuladas pelo FSH a produzir


aromatase, capaz de converter androgênios em
Comentário: Questão sobre fisiologia menstrual.
estrogênios (Grão de Festa – Granulosa – FSH).
Vamos revisar alguns conceitos: O hipotálamo se-
creta GnRH de maneira pulsátil, que age sobre o Alternativa A: INCORRETA. O FSH age sobre as células
hipotálamo estimulando a secreção de LH e FSH. da granulosa, estimulando a aromatização.
Essas duas gonadotrofinas vão atuar a nível ovariano, Alternativa B: INCORRETA. Quando há a ovulação, o que
estimulando a produção de estradiol, progesterona, restou do folículo dominante roto vira o corpo lúteo,
inibinas e testosterona. Lembre-se da teoria das que produz progesterona (portanto altos níveis).
duas células: As células da teca são estimuladas Alternativa C: CORRETA.
pelo LH para produzir androgênios (testosterona
e androstenediona) – lembre-se de TeLHA (Teca Alternativa D: INCORRETA. O pico do LH e FSH ocorre
– LH – Androgenios). As células da granulosa são antes da ovulação.
estimuladas pelo FSH a produzir aromatase, capaz Alternativa E: INCORRETA. O endométrio passa a fase

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de converter androgênios em estrogênios (Grão de proliferativa sendo estimulado para estar mais es-
Festa – Granulosa – FSH). pesso na fase secretora.
Alternativa A: INCORRETA. O GnRH é um hormônio ✔ resposta: C
hipotalâmico.
Alternativa B: INCORRETA. A progesterona tem sua
Questão 3 dificuldade:   
concentração máxima após a ovulação, na fase
secretora. Comentário: Questão “batida” sobre ciclo menstrual,
Alternativa C: INCORRETA. As células da teca sinte- cobrando a relação dos principais hormônios (FSH,
tizam androgênios a partir do colesterol com estí- LH, estradiol e progesterona) nas diferentes fases
mulo do LH. do ciclo.
Alternativa D: CORRETA. Alternativa A: INCORRETA. Na fase folicular, o FSH
Alternativa E: INCORRETA. A fase lútea é a fase fixa eleva-se progressivamente até ocorrer o pico de
do ciclo, ou seja, não varia (14 dias). estradiol, seguido pelo de LH, o que indica a ocor-
✔ resposta: D
rência da ovulação.
Alternativa B: INCORRETA. Na fase folicular, apenas o
FSH estará elevado (aumentando progressivamente).
Questão 2 dificuldade:  
Ao final dessa fase, ocorre uma elevação rápida do
Comentário: Questão sobre fisiologia menstrual. estradiol, seguida pelo pico de LH e pela ovulação.
Lembre-se da teoria das duas células: As células da Alternativas C e D: INCORRETAS. O FSH declina após a
teca são estimuladas pelo LH para produzir androgê- fase lútea, mas o LH mantém-se elevado, estimulan-
nios (testosterona e androstenediona) – lembre-se do a produção de progesterona pelo corpo amarelo,
de TeLHA (Teca – LH – Androgenios). As células havendo queda no estradiol e pico da progesterona.

56
Fisiologia menstrual Cap. 1

Alternativa E: CORRETA. Após a regressão do corpo Questão 7 dificuldade:  


lúteo, ocorrem quedas no estradiol, na progeste-
rona e na inibina A, elevando-se novamente o FSH Comentário: Questão também “básica” sobre a fisio-
pouco antes da menstruação. logia menstrual. O problema aqui é cada alternativa
fala sobre um tópico diferente. Vale como aprendi-
✔ resposta: E
zado para relembrar cada 1 desses temas.
Alternativa A: INCORRETA. Cresce estimulado por
Questão 4 dificuldade:    estrógenos!
Alternativa B: INCORRETA. Produzido na adeno-hi-
Comentário: A histologia endometrial relaciona-se
pófise.
com a produção de progesterona pelo corpo lúteo,
o que possibilita o diagnóstico de ovulação pela Alternativa C: INCORRETA. Corpo lúteo produz prin-
biópsia de endométrio. Deve ser realizada na fase cipalmente a progesterona.
lútea, preferencialmente 7 a 10 dias após a ovula- Alternativa D: CORRETA.
ção, para reduzir o risco de uma biópsia em útero ✔ resposta: D
gravídico. Porém, por ser um método invasivo, ele
é pouco utilizado, sendo substituído pela dosagem
sérica de progesterona e pela ultrassonografia Questão 8 dificuldade:  
transvaginal seriada.
Comentário: A fase lútea sempre dura em torno de
✔ resposta: D 14 dias, pois é o tempo que o corpo lúteo leva para
degenerar, não havendo muita margem para flutua-
ções do período. Desta forma, a variabilidade de
Questão 5 dificuldade:  
duração dos ciclos se deve à fase folicular.
Comentário: Trata-se da teoria das duas células, duas ✔ resposta: B

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gonadotrofinas. Ocorre a produção de androgênios
(a partir do colesterol) na célula da teca, estimu-
lada pelo LH, e estes passam para as células da Questão 9 dificuldade:  
granulosa que, sob o efeito do FSH, transformam
Comentário: As células da teca, sob estímulo do LH,
os androgênios (androstenediona e testosterona)
produzem androgênios (androstenediona e testos-
em estrogênios (estrona e estradiol, sob ação da
terona) a partir do colesterol. Já as células da gra-
aromatase).
nulosa sob estímulo do FSH fazem o processo de
✔ resposta: A aromatização, transformando os androgênios em
estrogênios (estrona e estradiol).
dificuldade:   ✔ resposta: D
Questão 6

Comentário: Há dois processos reprodutivos no ciclo


menstrual: o ovariano e o endometrial. No primeiro, Questão 10 dificuldade:  

há maturação folicular e liberação do óvulo a partir Comentário: Questão direta que envolve a com-
de um dos ovários, sendo dividido em fase folicular, preensão do ciclo menstrual. O GnRH é secreta-
fase ovulatória e fase lútea (nessa ordem de acon- do pelo hipotálamo de maneira pulsátil e, por ser
tecimentos). No segundo, há a preparação do úte- lábil, é transportado rapidamente para a hipófise,
ro/endométrio para receber o embrião fecundado, seu sítio de ação. Em resposta ao GnRH, a hipófise
sendo dividido em fase proliferativa, fase secretora libera pulsos de LH e de FSH na corrente sanguí-
e, por último, fase menstrual ou descamação. nea, e essa liberação depende da frequência de
✔ resposta: C pulsos de GnRH. Assim, pulsos de alta frequência

57
Fisiologia menstrual Ginecologia

se correlacionam com níveis elevado de LH e, ao Alternativa A: INCORRETA. Independe das gonado-


contrário, pulsos de baixa frequência resultam na trofinas.
elevação do FSH. Alternativa B: INCORRETA. O que ocorre é justamen-
Alternativa A: CORRETA. Pulsos de GnRH de alta fre- te o contrário: a fase folicular é caracterizada por
quência se correlacionam com níveis elevado de LH baixas concentrações séricas de estradiol e pro-
e, ao contrário, pulsos de baixa frequência resultam gesterona resultantes do fim do corpo lúteo do
na elevação do FSH. ciclo anterior.
Alternativa B: INCORRETA. O GnRH possui meia-vida Alternativa C: INCORRETA. O folículo primordial é
curta, de 2 a 4 minutos, e é rapidamente transpor- constituído por um oócito envolvido por uma cama-
tado à hipófise. da única de células epiteliais foliculares achatadas.
Alternativa C: INCORRETA. A meia-vida do LH é de Alternativa D: CORRETA. Lembrar o nome FSH: hor-
aproximadamente 20 minutos. É a meia-vida do mônio folículo estimulante. Seu aumento é o res-
FSH que é de cerca de 3 a 4 horas. ponsável pelo aparecimento do fluido folicular e
Alternativa D: INCORRETA. A adeno-hipófise libera pela proliferação celular, caracterizando o folículo
LH e FSH na corrente sanguínea, que estimulam a pré-antral.
produção hormonal ovariana de testosterona, pro- Alternativa E: INCORRETA. O corpo lúteo secreta pro-
gesterona, estradiol e inibinas A e B. gesterona, o que leva a uma redução de pulsos do
Alternativa E: INCORRETA. A liberação das gonado- LH, que, por sua vez, aumenta ainda mais a pro-
trofinas depende do GnRH. dução de progesterona, bem como a produção de
✔ resposta: A inibina A, que inibe a liberação de FSH.
✔ resposta: D

Questão 11 dificuldade:   

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Questão 12 dificuldade:   
Comentário: Sempre tem uma questão sobre fi-
siologia menstrual nas provas, concorda? Que tal Alternativa A: INCORRETA. A progesterona vai ser pro-
revisarmos o assunto? Lembre-se de que o ciclo duzida principalmente pelo corpo lúteo (fase lútea
ovariano é dividido didaticamente em duas fases: do ciclo ovariano) após a ovulação.
folicular e lútea; e que, paralelamente, o ciclo en-
dometrial é dividido em duas fases: proliferativa Alternativa B: CORRETA. O aumento do FSH no início
e secretora. Na fase folicular, o FSH eleva-se pro- do ciclo ocorre pelos baixos níveis de estrogênio
gressivamente, o que é suficiente para recrutar fo- (e também pela diminuição da inibina A no fim da
lículos em desenvolvimento, e apenas um desses fase lútea anterior).
se tornará o folículo dominante. Nesse momento, Alternativa C: INCORRETA. A liberação de progeste-
as células da granulosa são estimuladas pelo FSH rona tem relação direta com as concentrações de
a produzir o hormônio aromatase, que converte os LH, e não de FSH.
androgênios (produzidos pelas células da Teca, Alternativa D: INCORRETA. O pico de LH, que ocorre
estimulados pelo LH) em estrogênios. No final no meio do ciclo e resulta na ovulação, não estimula
dessa fase, um único folículo dominante é sele- a produção do FSH folicular.
cionado, enquanto os demais sofrem atresia. Há
Alternativa E: INCORRETA. Na fase folicular ocorre
pico de LH, fazendo com que o oócito complete
progressivo aumento de estrogênio, mas não de
sua primeira divisão meiótica e, após 36 horas do
progesterona.
pico, o oócito sai do folículo e passa a ser chama-
do de corpo lúteo. ✔ resposta: B

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Fisiologia menstrual Cap. 1

Questão 13 dificuldade:  

Comentário: A fase lútea sempre dura em torno de


14 dias, pois é o tempo que o corpo lúteo leva para
degenerar, não havendo muita margem para flutua-
ções do período. Desta forma, a variabilidade de
duração dos ciclos se deve à fase folicular. A única
alternativa que fala sobre a fase lútea ser a mais
regular e previsível em duração é a B.
✔ resposta: B

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