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Estresse e função

reprodutiva feminina

Curso: Ciências biológicas


Matéria: Morfofisiologia de Vertebrados
Alunas: Jannina Frutos, Mônica Colla
Breve introdução

Vários autores destacam o estresse como um fator que afeta a função


reprodutiva.
O impacto que a condição psicológica tem sobre o organismo é determinada por
fatores tais como:
Traços de personalidade
Transtornos de personalidade

Dessa forma, a resposta endócrina aos estímulos ambientais depende de variáveis


biopsicossociais.

Além disso, a reação endócrina ao estresse é dependente do traço de ansiedade,


sendo observadas respostas hormonais mais intensas em indivíduos portadores de
maior nível de ansiedade.
Eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal (HHA)

A resposta endócrina ao estresse psicológico tem sido


extensivamente estudada, tanto em animais quanto
em humanos.

E a partir de resultados obtidos com roedores,


observou-se que estressores físicos ou emocionais
atuam sobre o hipotálamo alterando a secreção de
fatores liberadores ou inibidores de hormônios
hipofisários.
A liberação do CRH promove aumento da
produção do hormônio adrenocorticotró-fico
(ACTH); estimula a ativação do sistema simpático
com liberação de cortisol e catecolaminas
(responsáveis pela resposta fisiológica ao
estresse).

Pesquisas vem demonstrando que estressores


físicos e sicológicos produzem um imediato e
constante aumento nas concentrações de CRH.
Ocorre também a ativação do sistema nervoso
simpático com elevação da glicemia, pressão
arterial sanguínea e frequência cardíaca.

O CRH não é o único neuro-hormônio do eixo


HHA envolvido na resposta ao estresse, existindo
evidências de que a (AVP) de origem paraven-
tricular também se eleva em resposta ao
estresse e age sinergicamente com o CRH,
aumentando a secreção de ACTH.
Eixo hipotálamo-hipófise-ovariano (HHO)

O (HHO) é o centro responsável pela regulação do aparelho


reprodutor feminino e tem várias funções.

As principais funções do eixo hipotálamo-hipófise-ovário:


Desenvolvimento e manutenção dos caracteres sexuais
secundários;
Garantia da ovulação;
Garantia de condições adequadas para a implantação do
embrião;
Garantia de condições adequadas para o
desenvolvimento do feto.
Eixo hipotálamo-hipófise-ovariano (HHO)

A secreção de GnRH pelo hipotálamo não se processa de forma direta.

A natureza pulsátil da secreção do GnRH é fundamental para ter o


estímulo correto para a secreção das gonadotrofinas.

Irregularidade menstrual ou anovulação /infertilidade, desencadeados ou


junto à um evento estressante.

Mulheres podem desenvolver "amenorréia hipotalâmica funcional" ou


"anovulação crônica hipotalâmica desencadeada pela modificação na
frequência dos pulsos de GnRH.

Mulheres com a síndrome de anovulação crônica hipotalâmica podem


apresentar diminuição na frequência dos pulsos de LH associada a
elevação dos níveis séricos de cortisol.
Estresse e infertilidade. Causa ou consequência?

A função reprodutiva humana depende de complexas interações entre o


sistema nervoso central (SNC), hipófise, ovários, outras estruturas
endócrinas e órgãos reprodutivos.

O desejo obsessivo de engravidar pode desencadear amenorréia


temporária.

Pesquisas destacam que agentes estressores reduzem a fertilidade.

Diferentes mecanismos biológicos relacionados ou desencadeados pelo


estresse podem alterar a função reprodutiva a ponto de causar redução
da fertilidade.
Importância da abordagem psicológica em serviços de
reprodução humana
O psicólogo pode desempenhar papel importante auxiliando os casais na
elaboração dos conflitos psicológicos desencadeados ou agravados
pela infertilidade.

A atuação do psicólogo deve estar coerente com o tratamento médico, se


estão sendo entendidos pelo casal e identificando as dificuldades psicológicas
que possam afetar a evolução do tratamento.

A literatura apresenta a infertilidade como uma experiência devastadora,


comparando-a ao divórcio e ao diagnóstico de uma doença crônica grave.

O tratamento da infertilidade implica em extensos exames, diagnósticos


e tratamentos médicos de longa duração.

A função do psicólogo, portanto, é conscientizar o casal infértil da


magnitude dos seus problemas dentro do contexto biopsicossocial,
ajudando-o a enfrentar situações conflitivas inerentes à infertilidade.
Conclusões

Existe uma forte relação entre o estresse e a função reprodutiva,


visto que os eventos causadores do extresse afetam o eixo
hipotálamo-hipófise-ovariano através de diversos mecanismos
biológicos, isso explica as várias formas de alterações do ciclo
menstrual observadas em mulheres que foram submetidas a
fortes impactos emocionais. E por outro lado, os procedimentos
envolvidos no diagnóstico e tratamento da infertilidade podem
aumentar os problemas psicológicos. Nesse sentido, enfatiza-se a
importância da abordagem psicológica nos Serviços de
Infertilidade e Reprodução Assistida, a qual deve ser inserida
desde as etapas iniciais do acompanhamento clínico.
Referências

MOREIRA, Simone da Nóbrega Tomaz et al. Estresse e função


reprodutiva feminina. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v.
5, p. 119-125, 2005.

https://youtu.be/T3mMYmbIDls

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