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UFPB - CAMPUS I - JOÃO PESSOA - PB

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

Discente: Bárbara Virgínia Amarantes de Lima Pinheiro (20210057766), Emanuelle Vitória


Cipriano Barbosa (20210057784), Laurisa Barbosa Barroso (20210057926) e Maria Vitória
dos Santos Ribeiro (20210058280).
Curso: Psicologia
Disciplina: Fisiologia Básica
Professor: Vinícius José Baccin Martins

Atividade sobre Hormônios e Psicologia

Hormônios e seus impactos no comportamento e cognição

Os hormônios sexuais servem para a diferenciação sexual de homem e mulher biológicos. As

glândulas endócrinas são distintivos de cada sexo, sendo os óvarios para as mulheres e os tésticulos

para os homens, e cada uma liberam hormônios sexuais específicos (hormônios estrogênios e

androgênios) enquanto a hipófise ajuda a regular essa liberação. Esses hormônios diferenciam

sexualmente o sistema nervoso, desencadeando a masculinização ou feminização deste ao regular a

expressão gênica relacionada aos sexos, e produzem efeitos no humor e na cognição, portanto,

hormônios sexuais são essenciais para o desenvolvimento do comportamento sexual e para respostas

psicológicas e emocionais; neste trabalho, entretanto, abordaremos apenas o hormônio sexual

feminino, estrogênio e suas consequências no emocional de mulheres climatéricas.

O climatério é um período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva da mulher e é

nele que ocorre a menopausa, a qual traz como consequência o hipoestrogenismo. Os baixos níveis do

hormônio estrogênio podem acarretar na alteração da produção de neurotransmissores importantes

para regulação do humor, como a serotonina e dopamina. Isso ocorre pelo fato de que o sistema

nervoso central possui receptores para o estrogênio em diversas estruturas, possibilitando a síntese e

liberação de hormônios como serotonina e dopamina. Logo, em períodos de queda do estrogênio, os

níveis dos neurotransmissores responsáveis pelo humor também diminuem, acarretando sensação de
cansaço e desânimo, episódios de irritação, de ansiedade ou de depressão, algum nível de prejuízo de

memória (um processo psicológico básico) e queda no apetite sexual. Portanto, nota-se a importância

desse hormônio no comportamento e cognição da mulher.

Outro hormônio a ser discutido é a ocitocina (ou oxitocina), a qual é um hormônio produzido

pelo hipotálamo e armazenado na hipófise posterior, possuindo o papel de neuromodulador no sistema

nervoso central. Isso significa que ela atua por meio dos neurônios magnocelulares que, partindo do

núcleo paraventricular, libera o hormônio na corrente sanguínea e, a partir do núcleo supra-óptico,

ajuda a despolarizar organizadamente os neurônios oxi. Por ter um tempo de meia vida muito maior

do que outros neurotransmissores e pela sua diferente liberação - tanto pelas terminações axonais

como a nível somatodentrítico - a oxitocina consegue produzir seus efeitos no sistema nervoso central

a longas distâncias. Esse hormônio desempenha um papel muito importante nas relações amorosas e

maternas.

No que diz respeito à maternidade, o excesso do uso da ocitocina, principalmente em

processos de parto induzido de forma errônea, pode produzir efeitos adversos, dentre eles

taquissistolia, hiperestimulação uterina ou rotura uterina, hipertonia, e, para o feto, sofrimento fetal

agudo. Isso porque, além de moduladora do comportamento, ela também é responsável pela

amamentação e pelas contrações uterinas. Quando o feto chega a maturidade e seus pulmões já estão

completamente formados, uma substância chamada surfactante, responsável por impedir o fechamento

dos alvéolos pulmonares com a entrada de ar na respiração, é liberada. A liberação dessa substância

modifica a consistência do líquido amniótico que, ao ser percebida pelo corpo da mãe, inicia o

processo de liberação hormonal, dentre esses hormônios a ocitocina. Dessa forma, a ocitocina está

ligada ao comportamento materno.

Além disso, em relações amorosas, por exemplo, há evidências que os efeitos

comportamentais da ocitocina modelam a capacidade de uma pessoa estar próxima e sensível aos

outros; os receptores do hormônio estão relacionados com a ligação entre casais, o vínculo e a

generosidade. Porém a ocitocina é considerada um hormônio "tímido" e condicional, pois em um

ambiente com outros hormônios, os seus efeitos são inibidos, pois ela é ativada ou inativada pelo

ambiente.
Por fim, pode-se afirmar que a falta desse hormônio pode estar associada a depressão pós

parto, já que casos de sobrecarga de outros hormônios (como estrogênio e progesterona), além da

escassez da própria ocitocina durante a expulsão do feto, ocasiona uma falta de estoque da ocitocina,

que, aliado com experiências traumatizantes no perinatal, como violência verbal, física, entre outros,

pode causar a depressão pós parto. Além disso, a esquizofrenia, o transtorno de personalidade

limítrofe, o transtorno de estresse pós-traumático e o transtorno do espectro autista, transtornos que

impactam diretamente a forma com que as pessoas se relacionam com as outras, também estão

associados a falta de ocitocina no sistema, revelando melhoras no quadro clínico quando aumentadas

as taxas desse hormônio.


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