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UNIVERSIDADE PAULISTA

ALINE VIANA DOS ANJOS


R.A.:C943BG-0

INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NOS ASPECTOS


PSICOBIOLÓGICOS
Indivíduos com sintomas Depressivos Pós Treinamento

SÃO PAULO
2022
ALINE VIANA DOS ANJOS

INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NOS ASPECTOS


PSICOBIOLÓGICOS
Indivíduos com sintomas Depressivos Pós Treinamento

Trabalho de Conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
Educação Física apresentado à
Universidade Paulista – UNIP

Orientador: Profº. Paulo Caetano

SÃO PAULO
2022

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................

2 OBJETIVOS...............................................................................................................

3 DESENVOLVIMENTO.............................................................6
3.1 Depressão e suas características........................................................................6

3.2 Neurogenêse e o Exercício Físico..........................................................................9

3.3 Exercícios Físico como adjuvante ao tratamento de fármacos..............................10

4 METODOLOGIA.......................................................................................................

REFERÊNCIAS...........................................................................................................
INTRODUÇÃO
A depressão, diagnosticada desde a década de 1960, como depressão maior, acomete
mais de 340 milhões de pessoas pelo mundo. Um estudo previa que até o ano de 2020, seria a
segunda maior contribuinte para a carga global de doenças, proposta pela OMS (Organização
Mundial de Saúde), visto que a mesma é a principal causa de incapacidade em todo o
mundo.12

O Exercício Físico está para a depressão, como tratamento não-farmacológico,


podendo e sendo, prescrito como terapia adjuvante, altamente. 11 Mostrando-se eficaz,
em diversos estudos realizados em indivíduos com sintomas depressivos, atuando em
conjunto com a utilização de antidepressivos prescritos, como a sertralina ou somente
unido a terapia cognitiva em seus níveis mais leves, agindo como
antidepressivo natural.1

Os benefícios do Exercício Físico são observados em diversas faixas


etárias1, percebe-se além das alterações fisiológicas, benefícios psicológicos
nos indivíduos deprimidos, como melhor sensação de bem estar, melhora
significativa no humor e auto-estima, equilíbrio, sistema nervoso autônomo e
função cognitiva. Influenciando assim, à redução substancial da gravidade dos
sintomas da depressão.11 1

Contudo, há observações a serem feitas sobre a prescrição dos


exercícios recomendados. Há necessidade e cuidado com o esforço excessivo,
afim de evitar respostas afetivas desagradáveis, ajustando sempre o
treinamento ao nível de aptidão individual do indivíduo. A maioria dos estudos
que surgiram, nesta linha de correlação entre o exercício físico x depressão,
relacionam o exercício aeróbio como melhor alternativa a ser prescrito para os
pacientes. 11 1

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

O objetivo deste estudo é caracterizar a relação entre a influência do


exercício físico em indivíduos com diagnosticados com a fisiopatologia da
depressão.

2.2 Objetivos específicos

Verificar as possíveis disfunções neurobiológicas que ocasionam os


distúrbios psicobiológicos, nos indivíduos deprimidos. A influência do exercício
físico como tratamento não-farmacológico e a sua relação na resposta
fisiológica benéfica, aos pacientes que apresentam a fisiopatologia da
depressão após aderirem o treinamento.
3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Depressão e suas características

O Diagnóstico da depressão é dado por um conjunto altamente variado


de sintomas.5 Humor depressivo e/ou perda de interesse ou prazer em coisas
que lhe eram prazerosas antes, perda de peso ou aumento do apetite; insônia
ou hipersônia; lentificação ou agitação psicomotoras; fadiga ou perda de
energia; irritabilidade; retraimento; sentimento de desvalorização ou culpa
desproporcional; indecisão ou perda de concentração ou da capacidade de
pensamento; ideação ou tentativas de suicídio, ou pensamentos recorrentes
5
acerca da morte. 6 11

Conjunto de critérios somáticos:


Considerada um problema de saúde pública, tem prevalência de 2-3%
nos homens e de 5-9% nas mulheres. A depressão maior, está associada ao
aumento de morbilidade e mortalidade, não somente pela inclinação ao suicídio
(pela declinação de emoções), mas também pela possibilidade de aumentar o
risco ou piorar o prognóstico de outras doenças crônicas, ditas como orgânicas.
Também se apresenta associada a ingestão demasiada do álcool. 5 6
Essa
melancolia definida por Hipócrates por volta de 400 aC, é a hipótese das
contribuições de predisposições e fatores externos em sua causalidade. Nos
dias atuais a busca tem se tornado ativamente focada no cérebro para o
entendimento da fisiopatologia desse transtorno. 5

Observamos que para o diagnóstico da depressão maior 56


, é analisado
o tempo em que se encontra o conjunto somático ativo no paciente. São
relatados os sintomas por mais de um período de 2 semanas com humor
depressivo e/ou perda de interesse ou prazer. 5 6
Este conjunto de sintomas
tem de estar presentes quase todos os dias e causar mal-estar ou
incapacidade funcional significativos.6

Apesar disso, a investigação propriamente dita, apresenta algumas


dificuldades, visto que, a maioria dos sintomas são dificilmente medidos ou
validados, pois observar alterações patológicas ao nível do encefálo, torna-se
mais difícil que em qualquer outro órgão, e os estudos de animais de
laboratório em geral, não apresentam a priori qualquer predisposição para esta
perturbação, fenotípica ou genética.6 Neste âmbito a neurobiologia, ciência que
tem por objecto de estudo a base neuronal, que na última década, tem tido
avanços que vão desde as alterações macroscópicas até o nível molecular. 1

Podemos observar estudos demonstrando, por exemplo; alterações na


senescência como, prejuízo na transmissão cerebral de serotonina, tornando-
os mais vulneráveis ao desenvolvimento da depressão. 10 Em nível de
treinamento físico alguns estudos mostraram que em animais e humanos, o
exercício aeróbio pode estimular a atividade de serotonina no cérebro e
desencadear elevações paralelas na disponibilidade de triptofano (TRP, o
precursor da serotonina). Em alguns casos do transtorno, é necessária a
intervenção de mais de uma medida terapêutica, como a utilização de
antidepressivos, a sertralina é um exemplo citado por um estudo onde foi unida
ao programa de treinamento proposto.10

Contudo não podemos deixar apontar estudos que apresentam a


influência genômica como risco de 40% a 50% de desenvolvimento da doença,
tornando a depressão um distúrbio altamente genético, quão hereditário como
outras várias condições médicas complexas comuns, como; diabetes tipo II,
hipertensão, asma, certos tipos de câncer, que são na maioria das vezes
consideradas genéticas. 5

Tentativas feitas para estabelecer subtipos de depressão definidos por certos


conjuntos de sintomas

Os subtipos são baseados apenas em diferenças sintomáticas, sem


evidências de que reflitam diferentes estados de doença subjacente. 5

Algumas hipóteses de tratamento foram formuladas e baseiam-se da


desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, responsável pela integração
do sistema endócrino no corpo humano, e hipocampo, responsável pela
formação de memória. Observam o fator liberador de corticotropina,
glicocórticóides, fator neurotrófico derivado do cérebro e CREB. 5 6. Estudos
recentes olharam além do hipocampo, outras áreas do cérebro que
provavelmente também estão envolvidas. Exemplo, o núcleo de accubens, a
amígdala e certos núcleos hipotalâmicos, que são críticos na regulação da
motivação, alimentação, sono, nível de energia, ritmo cicardiano e respostas a
estímulos recompensadores e aversivos, encontrados todos alterados em
pacientes deprimidos.5

Figura 1 O Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal:


Figura 2. O Hipocampo

3.2 Neurogenêse e o Exercício Físico

Efeitos antidepressivos do exercício em humanos têm se mostrado tão


potentes quanto o uso de medicamentos agonistas da serotonina, tornando a
neurogênese possibilidade terapêutica mais comum por trás dos sintomas,
reduz substancialmente a gravidade dos sintomas depressivos, é bem tolerada,
aumenta a aptidão física e está entre as opções preferidas pelos pacientes. 1
Promove alterações cerebrais em consequência do aumento no metabolismo,
na oxigenação e no fluxo sanguíneo no cérebro, modulando a maioria dos
neurotransmissores do SNC, associados à inibição e à sedação (GABA),
estado de alerta (norepinefrina), sistemas de recompensa (dopamina) e humor
(serotonina). A ativação das monoaminas também contribui para a diminuição
da incidência e aumenta as chances de remissão dos quadros depressivos. 5 6 10

O Exercício pode ter um impacto agudo no humor e retardo psicomotor


através de vários mecanismos, incluindo a modulação da neurotransmissão
monoaminégica.10

Figura 3 A hipótese monoaminérgica

No cérebro de pessoas sadias, os neurotransmissores monoaminérgicos (5-HT, NA e


dopamina-amarelo) são liberados e se ligam em receptores encontrados em neurônios
pós-sinápticos. Estes neurotransmissores podem ser recaptados por transportadores
específicos (rosa) em neurônios pré-sinápticos ou degradados pela enzima
monoaminaoxidase. Pacientes depressivos apresentam diminuições nos níveis
sinápticos de monoaminas. O bloqueio de transportadores de monoaminas pelo
tratamento com antidepressivos aumenta as concentrações e biodisponibilidade de
monoaminas na fenda sináptica, reestabelecendo o humor de pacientes depressivos.6

3.3 Exercícios Físico como adjuvante ao tratamento de fármacos


Em um estudo com idosos de 65 a 89 anos, notou –se a remissão da
depressão, definida com uma pontuação total 10 no HAM-D ao final do estudo.
A sessões de treinamento foram supervisionadas por equipe médica e ciências
do esporte. A frequência cardíaca sempre monitorada para ajustes na
intensidade do exercício à capacidade aeróbia individual. 1

Tabela 3 .Características da linha de base dos participantes.

Há melhores evidências em uma experiência positiva desde o início, isso


demonstra favorecer a adesão subsequente do paciente em última análise,
aumentar a eficácia antidepressiva do treinamento. Esta é a uma condição
evidente a ser reafirmada, pois o esforço excessivo pode causar uma resposta
afetiva desagradável.1

Os pacientes do estudo com a depressão maior, foram comparados em


dois grupos 1) Sertralina, 2) Setralina +Exercício Físico, e aqueles que, foram
tratados com exercício adicionalmente apresentaram maiores melhorias na
dimensão do sintoma afetivo.10
Tabela 4. Efeito da sertralina mais exercício versus a sertralina sozinha das dimensões
dos sintomas.

Tabela 5.Efeitos nas dimensões dos sintomas e sintomas individuais.


Contudo a atividade serotoninérgica em idosos x exercício físico, ainda segue
desconhecida.10 1 11 7 Entretanto é notável dentro dos períodos de treinamento,
principalmente nas primeiras 4 semanas e nas últimas 12 semanas, observar
melhorias na dimensão afetiva.1 Os Valores de TRP (precursor da serotonina),
em outro estudo, verificou-se maior durante o exercício que depois, mesmo
assim é daí que partem hipóteses para a contribuição do exercício físico para
os indivíduos com a depressão maior.10
4 METODOLOGIA

Para este estudo foram considerados artigos e livros, da base de dados:


Google Scholar Scopus®, SciELO®, PubMed®, SCI Hub.
Os termos empregados para a busca dos artigos, de acordo com os
descritores em ciências da saúde (DeCS), foram: ansiedade, depressão,
psicobiologia, psicofisiologia, exercício físico, atividade física, neurologia,
neurobiologia, neuropsicologia, sistema endócrino, sistema límbico, depression,
endocrinology. Neurogênese.
Foram selecionados 42 artigos científicos, que abordavam o tema no
geral mas após os critérios de seleção apenas 11 aprofundavam-se sobre a
temática. Também foram utilizados dois livros: NeuroAnatomia Funcional e a 8ª
Edição de Fisiologia do Exercício, por William D.MacArdle,Katch Frank, Victor
Katch.
REFERÊNCIAS
Referência de livro

1.Belvederi Murri, Pantaleimon Ekkekakis, Marco Menchetti ,et al. Exercício


físico para depressão tardia: Exercício físico para depressão tardia: Efeitos
sobre as dimensões dos sintomas e o curso do tempo
Volume 230,1 Abril 2018, Páginas 65-70. Doi: org/10.1016/j.jad.2018.01.004
2.McArdle, Katch Katch. Fisiologia do Esporte e do Exercício Físico. 8ª
EdiçãoRio de Janeiro: Guanabara Koogan,2018. 416-417-418p.

3.Machado Angelo. NeuroAnatomia Funcional. Machado. São Paulo 2000 65p


Referência de trabalhos acadêmicos (TCC, dissertação ou tese)

4.Santos Maria. Título: O exercício físico como auxiliar no tratamento da


depressão. Local FMU-SP; ano 2019. Rev Bras Fisiol Exerc
doi:10.33233/rbfe.v18i2.3106

5.J Nestler Eric, Barrot Michel, DiLeone Ralph, et al. Título: Neurobiologia da
Depressão. Local Faculdade do Texas Southwestern Medical; ano 2002. Neuron, Vol. 34,
13–25 doi: 10.1016/s0896-6273(02)00653-0

6.Lage Teixeira Título: Neurobiologia da Depressão Local: FMUP Revista: Acta


Médica Portuguesa 2010

7.Rozental M. Jerson LaksEliasz Engelhardt Título: Aspectos Neurológicos da


Depressão. Local UFRJ ; ano 2004. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul , Vol. 34, 13–25
doi: 10.1016/s0896-6273(02)00653-0

8.Hanna K.M. AntunesRuth F. SantosRicardo Cassilhas, et al.Título: Exercício


Físico e função cognitiva. Local: Universidade Federal de São Paulo  Rev Bras
Med Esporte 2005.
9.Regina.S, Túlio M, José Leirte. Título: Transtornos de Ansiedade e Exercício
Físico. Local: UnifesP 2006. Doi: 10.1590/S1516-44462006005000027

10.Michel O. Melancon, Dominique Lorrain e Isabelle J. Dionne Título:


Alterações nos marcadores da atividade da serotonina cerebral em resposta ao
exercício crônico em homens idosos Local: Universidade de Sherbrooke 2014
doi: 10.1016/j.rbr.2013.02.001
11.Costa Rudy, Soares Hugo , Teixeira José Título: Benefícios da atividade
física e do exercício físico na depressão Local: UFF 2005.
12. Peter J., Sarah E., Stephen M Título: Exercício para o tratamento da
depressão e ansiedade Local:
Int J Psiquiatria Med, 2011 DOI: 10.2190/PM.41.1.c.
 

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