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1. Introdução ................................................................................................................................ 2
1.1. Objectivos Gerais ............................................................................................................. 2
1.2. Objectivos Específicos ..................................................................................................... 2
1.3. Metodologia ..................................................................................................................... 2
2. Fisiopatologia .......................................................................................................................... 3
3. Fisiopatologia da Depressão .................................................................................................... 3
3.1. Neurotransmissores ou Neuroreceptores? ........................................................................ 4
3.2. Neuro-Anatomia ............................................................................................................... 7
4. Fisiopatologia do Transtorno obsessivo-compulsivo .............................................................. 9
4.1. Neuroanatomia e neuroimagem ....................................................................................... 9
5. Fisiopatologia do transtorno afectivo bipolar ........................................................................ 10
5.1. Neurobiologia da regulação do humor ........................................................................... 10
5.2. Neurotransmissores ........................................................................................................ 11
6. Fisiopatologia da Esquizofrenia ............................................................................................ 14
6.1. Teorias de neurotransmissores ....................................................................................... 14
6.2. Hipótese neurodesenvolvimental ................................................................................... 18
7. Conclusão .............................................................................................................................. 19
8. Referências bibliográficas ..................................................................................................... 20
1. Introdução
No presente trabalho abordou-se o tema fisiopatologia das doenças mentais, onde primeiramente
se deu muito brevemente um conceito geral de fisiopatologia, sendo que devido a complexidade
do tema e da existência de diversas doenças mentais, optou se por focalizar em quarto doenças
mentais que são a depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno afectivo bipolar e por
fim a esquizofrenia. Assim nesta perspectiva quando se fala da fisiopatologia da depressão tem
se em conta uma fisiopatologia multifatorial onde se dá ênfase aos neurotransmissores e
neuroreceptores e neuro-anatomia. Já no transtorno obsessivo-compulsivo sua fisiopatologia
pode ser explicada através da neuro-anatomia e neuroimagem. Sendo que no transtorno afectivo
bipolar começa a ser mais complexo pois existem diversas teorias que focam a fisiopatologia,
estas podem ser neurobiologia da regulação do humor, teoria dos neurotransmissores onde se
aborda os vários neurotransmissores que tem influencia neste transtorno, o mesmo acontece para
a esquizofrenia onde ainda se salienta os factores de risco e a hipótese neurodesenvolvimental
para explicar a sua fisiopatologia.
1.1.Objectivos Gerais
Explicar de uma maneira breve e geral o conceito de fisiopatologia.
1.2.Objectivos Específicos
Descrever a fisiopatologia da depressão.
1.3.Metodologia
Para a elaboração do trabalho recorreu-se ao método de consultas bibliográficas onde as
respectivas ilações encontram-se citadas no trabalho.
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2. Fisiopatologia
Fisiopatologia de uma maneira geral é uma área da medicina que se dedica ao estudo do
funcionamento do organismo durante a doença, fisiologia patológica. Sendo assim fisiopatologia
interliga-se os conhecimentos em biologia, histologia, anatomia e fisiologia, ou seja, primeiro
conhecesse como é o “funcionamento normal” (fisiológico) do nosso organismo, para depois
conhecer o seu “não funcionamento” ou o seu “funcionamento anormal”.(Dias e Schneider, S.A.)
3. Fisiopatologia da Depressão
Filho (2007) diz que a bioquímica tem sido um dos campos mais frutíferos no estudo da
fisiopatologia da Depressão, ainda que os achados não permitam grandes conclusões. As
primeiras hipóteses biológicas da fisiopatologia dos Transtornos Afectivos nasceram juntamente
com o estudo dos possíveis mecanismos de acção dos antidepressivos.
De acordo com Filho (2007) acreditava-se, e ainda muitos acreditam, que a depressão estaria
relacionada ao funcionamento bioquímico inadequado da actividade de neurotransmissores,
notadamente da serotonina, noradrenalina e dopamina. E de fato, a hipótese de
hipofuncionamento dos sistemas de neurotransmissores ganhou mais credibilidade depois que
alguns antidepressivos agiam aumentando esses neurotransmissores e, concomitantemente,
melhorando a depressão.
Entretanto, estas hipóteses não explicavam a falta de eficácia imediata dos tratamentos
antidepressivos, apesar desses medicamentos aumentarem as concentrações sinápticas de
serotonina e de noradrenalina quase imediatamente.
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parece indiscutível. Mas, cada vez mais, aceita-se a ideia de que a depressão não pode ser
atribuída exclusivamente ao hipofuncionamento desses neurotransmissores ou à diminuição de
seus níveis no cérebro. Pode tratar-se de uma fisiopatologia multifatorial.
3.1.Neurotransmissores ou Neuroreceptores?
De acordo com Filho (2007) a ideia de que outros mecanismos podem estar envolvidos na
origem da Depressão começou a ser melhor pensada depois de se constatar que os níveis dos
neurotransmissores aumentam 3 horas depois de tomados os antidepressivos, mas a melhora da
depressão só acontece de 2 a 3 semanas depois. Porque essa discrepância entre aumento de
neurotransmissores e melhora da depressão? Isso não se sabe ao certo.
Sendo assim Filho (2007) afirma que com os avanços recentes no conhecimento da complexa
regulação da síntese dos neurotransmissores e de sua liberação a nível sináptico, os
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conhecimentos dos neuroreceptores pré e pós-sinápticos, juntamente com as interacções desses
neuroreceptores com os sistemas de segundos e terceiros mensageiros, assim como as relações
dos diferentes neurotransmissores entre si e com outras substâncias, entre muitos outros achados,
obrigam a modificar as hipóteses biológicas mais antigas sobre a fisiopatologia dos Transtornos
Afectivos.
Mas, apesar dessas novas e esperançosas hipóteses mais modernas, vários neurotransmissores
(serotonina, noradrenalina, dopamina, GABA, acetilcolina) e neuropeptídeos (somatostatina,
vasopresina, colecistocinina, opióides endógenos, etc.) continuam se relacionando actualmente,
de uma forma directa ou indirecta, na patogenia dos Transtornos Afectivos.
Logo segundo Filho (2007) entre essas substâncias, aquelas que parecem continuar mais
implicadas em investigações são os neurotransmissores noradrenérgicos e, sobretudo, a
serotonina, ainda que o modelo baseado na carência dessas substâncias tenha cedido terreno a
teorias baseadas no desequilíbrio entre os sistemas de neurotransmissão e na desregulação dos
neuroreceptores, os quais comandam a actividade desses neurotransmissores.
Portanto, hoje em dia a tónica das hipóteses recai sobre os neuroreceptores, os quais, ao invés de
estruturas rígidas, passam a ser considerados estruturas plásticas que se adaptam e respondem à
homeostasia orgânica e às alterações dos neurotransmissores.
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Existem dados sugestivos de que as alterações do sistema de neurotransmissores podem ocorrer
como consequência de mudanças no número e/ou na sensibilidade dos neuroreceptores pré e pós-
sinápticos no Sistema Nervoso Central, sem que haja, obrigatoriamente, uma alteração na
quantidade do próprio neurotransmissor. As hipóteses baseadas na "deficiência" de
neurotransmissores têm sido, pois, substituídas por hipóteses mais enfocadas nos
neuroreceptores.
De acordo com Filho (2007) estas novas hipóteses sugerem que a Depressão poderia estar
relacionada mais à uma desregulação da sensibilidade do neuroreceptor do que com deficiências
do neurotransmissor, e que a demora dos efeitos terapêuticos do tratamento antidepressivo
estaria relacionado com alterações na sensibilidade dos neuroreceptores dependentes do tempo
de uso dos medicamentos. Outra ideia é a de que os neuroreceptores, por serem proteínas, têm
sua quantidade aumentada ou diminuída apenas por síntese ou degradação e, ao tratar-se de um
processo que consome tempo, este poderia ser a causa da lenta acção terapêutica dos
antidepressivos.
Os neuroreceptores têm como missão, receber mensagens químicas específicas e traduzi-las nas
correspondentes respostas neuronais pós-sinápticas. Acredita-se que a superfície externa do
neuroreceptor serve para reconhecer e unir-se ao neurotransmissor, enquanto a superfície interna
efectua as alterações intracelulares esperadas.
Ainda sobre neuroreceptores e acção dos antidepressivos, tem-se suposto que os antidepressivos
tricíclicos inibem imediatamente o mecanismo de recaptação de noradrenalina e/ou de serotonina
pelo neurônio pré-sináptico, o que originaria um aumento da disponibilidade desses
neurotransmissores (noradrenalina e serotonina) para serem captados pelos neuroreceptores pós-
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sinápticos. Como resposta, estes neurónios pós-sinápticos acabam por reduzir o número de seus
neuroreceptores e, muito possivelmente, também da sensibilidade e actividade deles (dowm
regulation).
3.2.Neuro-Anatomia
Filho (2007) afirma que no modelo neuroanatômico da depressão, que considera as estruturas
cerebrais envolvidas na depressão, teríamos a amígdala como uma das regiões primárias para
avaliação e processamento do estímulo emocional. O envolvimento do córtex pré-frontal, que
possui conexões abrangentes com outras estruturas igualmente participantes do comportamento
emocional e das respostas autonômicas e neuroendócrinas a estressores tem sido constatado por
recentes exames da função cerebral. Essas estruturas incluem a amígdala, hipotálamo, núcleo
accumbens, e núcleos serotoninérgicos, noradrenérgicos e dopaminérgicos do tronco cerebral.
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Na figura a abaixo as áreas cerebrais onde predomina o sistema mediado pela Serotonina
Então de acordo com Filho (2007) utilizando a PET, têm sido realizados estudos em voluntários
normais durante várias situações emocionais, incluindo: imaginação ou recordação de eventos
pessoais que despertam tristeza e outros sentimentos, indução de emoções por filme ou
fotografias e reconhecimento de faces expressando estados emocionais. Esses estudos têm
demonstrado activação de áreas cerebrais tradicionalmente implicadas na regulação de afitos,
como por exemplo, o córtex pré-frontal e orbito-frontal, cíngulo e amígdala.
Foram avaliados pacientes com Depressão unipolar grave e voluntários normais durante um
estado de tristeza induzido por filme de forte conteúdo emocional em comparação com filmes
sem conotação emotiva. Durante o filme indutor de tristeza, áreas cerebrais previsivelmente
envolvidas na mediação de afectos foram activadas tanto em voluntários normais como pacientes
com Depressão Maior. Essas áreas são os gânglios da base e as áreas pré-frontais, consideradas
áreas para-límbicas, incluindo córtex pré-frontal inferior e medial, cíngulo e córtex temporal
medial.
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Algumas áreas cerebrais desempenham funções específicas, actualmente pesquisadas pelas
imagens cerebrais funcionais
No entanto segundo Filho (2007), a activação do córtex pré-frontal medial e giro do cíngulo foi
significativamente maior em pacientes deprimidos. Esses achados sugerem o envolvimento dos
mesmos circuitos cerebrais na indução de tristeza tanto em pessoas normais como em pacientes
com transtornos do humor. Porém, por outro lado, as diferenças obtidas nos padrões de activação
para-límbica sugerem um possível componente quantitativo de estimulação nessas áreas, na
evocação emocional de pacientes deprimidos.
4.1.Neuroanatomia e neuroimagem
Resumidamente segundo Rosario-Campos e Mercadante (2000) a fisiopatologia do TOC está
relacionada aos gânglios da base, estruturas de localização subcortical profunda representadas
pelo estriado (caudado e putâmen), globo pálido, substância negra e núcleo subtalâmico. Estudos
de neuroimagem têm demonstrado alterações morfológicas e funcionais nos núcleos caudados.23
Um modelo teórico interessante propõe a existência de uma disfunção na circuitaria fronto-
córtico-estriato-tálamo-cortical. De acordo com esse modelo, o núcleo caudado (a porção
estriatal da alça) não filtraria adequadamente os impulsos corticais, acarretando uma certa
liberação na actividade talâmica, por ausência de inibição das estruturas estriatais. Assim, os
impulsos excitatórios originados no tálamo atingiriam o córtex órbito-frontal, criando um
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“reforço” que impediria o sujeito de retirar do foco de sua atenção certas preocupações que
normalmente seriam consideradas irrelevantes. O mesmo modelo tem sido proposto para
crianças e adolescentes, apesar das possíveis diferenças nas diversas etapas do desenvolvimento
ainda não terem sido delineadas.
Kapczinski et al. (2004) diz que a regulação afectiva e comportamental, por sua vez (passo 3), é
desempenhada pelo córtex pré-frontal dorso lateral e dorsomedial, pelo hipocampo e pelo giro
cingulado anterior dorsal. Estudos que avaliaram a performance de pacientes bipolares em
tarefas cognitivas demonstraram prejuízo nos testes de atenção e de memória de trabalho, além
de dificuldade de reconhecimento de expressões faciais de medo, tristeza e alegria e tendência a
perceber estímulos neutros como particularmente negativos.
Então Kapczinski et al. (2004) afirma que estes achados são apoiados pelos estudos pós-mortem,
que demonstraram diminuição significativa do número e densidade de células neuronais no
córtex pré-frontal subgenual, dorso lateral e hipocampo e pelos estudos neurofuncionais, que
observaram alterações no metabolismo da amígdala, do córtex insular, orbito-frontal e cingulado
anterior dorsal e na cabeça do caudado. Em conjunto, esses estudos sugerem que sintomas como
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labilidade afectiva, ciclagem depressão/mania e distratibilidade, comumente associados ao TAB,
podem estar associados a estas alterações em regiões cerebrais envolvidas no processamento das
emoções.
5.2.Neurotransmissores
1. Sistema serotoninérgico
De acordo com Kapczinski et al. (2004) a serotonina (5-HT) modula diferentes actividades
neuronais e, desse modo, diversas funções fisiológicas e comportamentais, como controle de
impulsos, agressividade e tendências suicidas. Desta forma, diminuição da liberação e da
actividade da 5- HT podem estar associadas a algumas anormalidades como ideação suicida,
tentativas de suicídio, agressividade e distúrbios do sono, achados frequentes nos transtornos
bipolares. Desde a década de 70, Prange et al. sugeriram a participação da 5-HT na fisiopatologia
do TAB, formulando a hipótese permissiva, na qual um deficit na neurotransmissão
serotoninérgica central permitiria a expressão tanto da fase maníaca, quanto da depressiva;
contudo, tais fases difeririam em relação aos níveis de catecolaminas (noradrenalina e dopamina)
centrais, que estariam elevadas na mania e diminuídas na depressão.
Além disso, foi demonstrada diminuição dos níveis de ácido hidroxiindolacético (5-HIAA),
principal metabólito da serotonina, no CSF de pacientes maníacos e deprimidos em comparação
a controles normais, sugerindo que tanto a mania quanto a depressão estão associados a uma
redução na função serotoninérgica central.
Kapczinski et al. (2004) fala que um estudo pós-mortem de cérebros de pacientes com TAB
também constatou níveis significativamente menores de 5-HIAA no córtex frontal e parietal,
comparados com controles, fornecendo mais uma evidência para a hipótese de diminuição na
actividade serotoninérgica central em transtornos bipolares.
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2. Sistema dopaminérgico
Segundo Kapczinski et al. (2004) um dos achados mais consistentes em relação ao papel da
dopamina na neurobiologia do TAB é o fato de agonistas dopaminérgicos directos e indirectos
simularem episódios de mania ou hipomania em pacientes com transtorno bipolar subjacente ou
predisposição ao mesmo.
Ackenheil sugeriu que, embora os resultados não tenham sido consistentes, uma maior actividade
dopaminérgica induzida por aumento da liberação, diminuição da capacidade de tamponamento
pelas vesículas sinápticas ou pela maior sensibilidade dos receptores dopaminérgicos pode estar
associada ao desenvolvimento de sintomas maníacos, enquanto a diminuição da actividade
dopaminérgica estaria associada à depressão.
3. Sistema noradrenérgico
De acordo com Kapczinski et al. (2004) estudos descrevem uma subfunção desse sistema nos
estados depressivos. Nesses estados, um menor débito de noradrenalina e uma menor
sensibilidade dos receptores a são relatados, em contraste com uma tendência de maior
actividade da noradrenalina em estados maníacos. Neste sentido, Baumann et al. observaram que
indivíduos com TAB apresentaram um maior número de células pigmentadas no locus ceruleus,
em comparação com pacientes unipolares. Além disso, Shiah et al. sugeriram que uma função
serotoninérgica central diminuída, associada a uma função noradrenérgica aumentada, poderia
estar envolvida na génese da mania.
4. Sistema GABAérgico
Kapczinski et al. (2004) afirma que dados clínicos indicam que um decréscimo na função
GABAérgica acompanha os estados maníacos e depressivos, e que agonistas do GABA possuem
propriedades antidepressivas e antimaníacas. Baixos níveis de GABA foram encontrados no
plasma de pacientes bipolares em depressão e mania.
5. Sistema glutamatérgico
A participação desse sistema na etiologia do TAB tem sido constatada por meio da acção dos
estabilizadores do humor sobre a neurotransmissão glutamatérgica. O ácido valpróico aumenta a
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concentração de glutamato em culturas de neurónios e cérebros de animais e também estimula a
liberação de glutamato no córtex cerebral do rato. (Kapczinski et al., 2004)
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6. Fisiopatologia da Esquizofrenia
6.1.Teorias de neurotransmissores
Teoria dopaminérgica
Segundo Neto, Bressan e Filho (2007,cit. em Marder e van Kammen, 2004) em 1952, Jean Delay
e Pierre Deniker demonstraram que a clorpromazina era efectiva para o tratamento da
esquizofrenia. Na década seguinte, Arvid Carlsson demonstrou que o haloperidol e a
clorpromazina aumentavam os níveis de metabólitos da dopamina em certas regiões do cérebro
de ratos ricas em dopamina, embora tivessem efeitos inconsistentes em outros
neurotransmissores.
Há ainda uma relação entre o grau de ocupação dos receptores D2, a resposta clínica e os
sintomas extrapiramidais (Neto et al., 2007 cit. em Kapur et al., 2000). Num um estudo de
SPECT, demonstraram um maior aumento da liberação de dopamina após administração de
anfetamina em pacientes esquizofrénicos quando comparados a controles, primeira evidência ao
vivo de desregulação de neurónios dopaminérgicos na esquizofrenia.
Essas observações constituem a base da hipótese segundo a qual alterações nos níveis de
dopamina seriam responsáveis pelos sintomas observados na esquizofrenia. Numa formulação
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mais recente, uma hipofunção dopaminérgica no córtex pré-frontal seria responsável pelos
sintomas negativos e um evento primário na esquizofrenia, levando a uma hiperfunção
dopaminérgica secundária no estriado, o que, por sua vez, levaria ao surgimento dos sintomas
positivos (Neto et al., 2007 cit. em Stone et al., 2007).
Teoria serotoninérgica
Segundo Neto et al., (2007 cit. em Kapur e Seeman 2001) discordam dessa observação em
relação à acção dos atípicos, apontando as seguintes evidências: antipsicóticos típicos, como a
loxapina e a clorpromazina, mostram grau comparáveis aos atípicos de ocupação 5-HT2A; a
ocupação máxima 5-HT2A é obtida com doses de atípicos que não são antipsicóticas e os
atípicos só se tornam efectivos quando a ocupação de D2 excede 65%, limiar que não difere do
necessário para a acção do haloperidol. Dessa forma, a teoria serotoninérgica como modelo
explicativo da esquizofrenia é controversa e carece de evidências mais consistentes.
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Teoria glutamatérgica
A fenciclidina é uma substância inicialmente utilizada como anestésico e que teve o uso clínico
abolido após relatos que associavam o medicamento a sintomas psicóticos, ao uso abusivo (angel
dust) e à neurotoxicidade.
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Outros neurotransmissores
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6.2.Hipótese neurodesenvolvimental
A proliferação neuronal e das células da glia, a migração celular, a diferenciação morfológica e
bioquímica e a formação de sinapses dependem de complexas interacções intracelulares com o
ambiente celular, as quais determinam cada fase do processo de desenvolvimento cerebral. Esses
eventos são definidos pela carga genética individual, mas podem ser modulados por factores
ambientais.
Uma variação genética ou um factor ambiental podem levar a uma cadeia de eventos, em que
ocorrendo numa fase sensível, por sua vez, podem determinar um desenvolvimento cerebral
alterado, aliciando uma estrutura mais vulnerável ao surgimento e perpetuação da psicose e/ou de
outros sintomas que compõem a esquizofrenia (Neto et al., 2007 cit. em Lewis e Levitt, 2002).
Lembrar que factores de risco tais como associação genética (hereditariedade), complicações
obstétricas, baixo nível do QI da criança e o uso da cannabis sativa, também contribuem para
uma explicação mais ampla da fisiopatologia da esquizofrenia. Salientar que os estudos de
neuroimagem estrutural e estudos de neuroimagem funcional bem como as teorias de
neurodesenvolvimento ou neurodegeneração contribuíram directamente para a compreensão
fisiopatologica da esquizofrenia.
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7. Conclusão
De acordo com a revisão da literatura conclui-se que primeiro fisiopatologia de uma maneira
geral é uma área da medicina que se dedica ao estudo do funcionamento do organismo durante a
doença, fisiologia patológica. Onde em três das quarto doenças mentais mencionadas enfatizam a
presença ou ausência dos neurotransmissores como um factor fundamental para melhor entender
a fisiopatologia destas, sendo elas a depressão, transtorno afectivo bipolar e a esquizofrenia. Já
no transtorno obsessivo-compulsivo focalize se mais na neuro-anatomia e neuroimagem. Mas no
entanto no transtorno afectivo bipolar e na esquizofrenia nota-se a existência de varias teorias
fisiopatologicas, algumas delas que no trabalho somente foram mencionadas, embora que mesmo
assim ainda se observa algumas lacunas para melhor compreensão das patologias, sendo assim
prevê-se que com o avanço das tecnologias bem como com a investigação continua utilizando as
mais variadas metodologias, vêm trabalhando para que se tenha uma melhor compreensão dos
processos envolvidos das doenças. Logo espera-se que o conhecimento aprofundado dos
mecanismos fisiopatológicos envolvidos permita o desenvolvimento de tratamentos ainda mais
eficazes para o controle e eventualmente a prevenção das doenças mentais que foram abordadas,
bem como as não abordadas.
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8. Referências bibliográficas
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