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A Psicopatologia bebe de diversas fontes para poder formar seu arcabouço teórico.
Iremos agora ver algumas dessas fontes.
– Filosofia
A filosofia começa a questionar a relação mente-cérebro. Questiona-se de que forma
essas duas instâncias interagem e determinam meu bem-estar.
Obs: A filosofia nos convida a pensar: o que gerou o adoecimento? Foi o contexto de
trabalho que adoeceu o sujeito? Quais as formas de se comportar, quais os valores que
podem ter contribuído para o adoecimento dessa pessoa?
– Neurociências
As diferentes partes do cérebro vão ter funções diferentes e com modernas técnicas de
mapeamento cerebral podemos observar quais áreas não estão funcionando bem.
Uma das grandes contribuições da neurociência foi a descoberta da neuroplasticidade
(formação de novos neurônios).
QUESTÕES
1) Há vários critérios de normalidade e anormalidade em psicopatologia. A adoção de um
ou de outro depende, entre outras coisas, de opções filosóficas, ideológicas e
pragmáticas do profissional (Canguilhem, 1978). Avalie as afirmativas abaixo e assinale a
alternativa incorreta naquilo que se refere aos principais critérios de normalidade
utilizados em Psicopatologia.
A. Normalidade como ausência de doenças: O primeiro critério que geralmente se utiliza é
o de normalidade como ausência de sintomas, de sinais ou de doenças. Segundo
expressiva formulação de René Leriche (1936): “a saúde é a vida no silêncio dos órgãos”.
Normal, do ponto de vista psicopatológico, seria, então, aquele indivíduo que
simplesmente não é portador de um transtorno mental definido. Tal critério é bastante
falho e precário, pois, além de redundante, baseia-se em uma definição “negativa”, ou
seja, define-se a normalidade não por aquilo que ela supostamente é, mas, sim, por
aquilo que não é, pelo que lhe falta.
CORRETO
B. Normalidade como bem-estar: Aqui é dada maior ênfase a percepção subjetiva do
próprio indivíduo em relação a seu estado de saúde, às suas vivências subjetivas. O
ponto falho desse critério é que muitas pessoas que se sentem bem, “muito saudáveis e
felizes”, como no caso de sujeitos em fase maníaca, apresentam, de fato, um transtorno
mental grave.
ERRADO
Obs: O conceito refere-se a normalidade subjetiva.
C. Normalidade funcional: Tal conceito baseia-se em aspectos funcionais e não
necessariamente quantitativos. O fenômeno é considerado patológico a partir do
momento em que é disfuncional, produz sofrimento para o próprio indivíduo ou para seu
grupo social.
CORRETO
D. Normalidade Operacional: Trata-se de um critério assumidamente arbitrário, com
finalidades pragmáticas explícitas. Define-se, a priori, o que é normal e o que é patológico
e busca-se trabalhar operacionalmente com esses conceitos, aceitando as consequências
de tal definição prévia.
CORRETO
3) “As possíveis relações entre a atividade mental, aquilo que a tradição filosófica chama
de espírito, e o órgão do corpo humano responsável por essa atividade, ou seja, o
cérebro tem sido objeto de reflexões e intensas discussões filosóficas desde a
antiguidade. Trata-se da polêmica relação mente-cérebro ou alma-corpo. Sobre as visões
filosóficas do cérebro e suas contribuições para a psicologia, psiquiatria e psicopatologia,
responda a questão”.
Entendendo a associação filosofia-psicopatologia, considere a alternativa correta sobre
Teoria da Mente como emergente:
A. Postula que, embora só haja matéria, devido a não existência de leis psicofísicas(leis
que relacionam a matéria ao espírito, o cérebro à mente), existiriam dois tipos de
descrição (do cérebro e da mente) não redutíveis uma a outra.
ERRADO
Obs1: A teoria da Mente não vai dizer que só há matéria; Existem SIM teorias que
relacionam matéria ao espírito, cérebro à mente.
Obs2: Existem dois tipos de descrição que se relacionam.
B. Os fenômenos mentais são gerados e constituídos por eventos físicos e físico-
químicos da matéria cerebral. Entretanto, os fenômenos mentais são caracterizados, no
seu especto mais específico e fundamental, por propriedades diferentes e irredutíveis
àquelas do cérebro.
CORRETO
C. Os fenômenos naturais (cérebro) e os espirituais(mente)são, no fundo, a mesma coisa,
havendo apenas diferentes vias de acesso a uma mesma e única substância. Esta tese
aproxima-se, de certa forma, de formulações mais recentes, como a da mente como
emergente e o duplo-aspecto ou monismo anômalo.
ERRADO
Obs: Cérebro e mente se relacionam mas não são a mesma coisa.
D. Trata-se de uma forma de idealismo subjetivista extremo. O essencial da realidade é a
experiência interna imediata. Tudo se reduziria à experiência subjetiva ou mental do
indivíduo (mentalismo).
ERRADO