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ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ESTRESSE

Introdução
As exigências impostas às pessoas pelas mudanças da vida moderna e,
consequentemente, a necessidade de ajustar-se à tais mudanças, acabaram por expor
as pessoas à uma frequente situação de conflito, ansiedade, angústia e
desestabilização emocional, o estresse é responsável direto e indiretamente pela
maioria dos males que acometem a nossa vida, tem suscitado uma quantidade imensa
de investigações.Há questionamentos ao longo da literatura em torno do estresse que
envolvem fatores físicos , psicológicos e socias. O estresse nem sempre é um fator de
desgaste emocional e físico, e sim, é um mecanismo natural de defesa do organismo.
Recebem-se os estímulos internos e externos através do sistema nervoso e
dependendo da forma com que esses estímulos são enfrentados poderão provocar
alterações psicológicas e biológicas negativas, podendo levar ao estresse crônico.

Resumo

Mas o que é o estresse?


Segundo Selye (1965) o termo estresse significa reação inespecífica do organismo
frente a qualquer exigência. Quando um organismo é submetido a estímulos que
ameacem a sua homeostasia, ele tende a reagir com um conjunto de respostas
específicas, que constituem uma síndrome, desencadeada independentemente da
natureza do estímulo caracterizando o estresse. Para Selye (1956), o estímulo estressor
pode desencadear diferentes respostas em diferentes organismos e dependendo da
forma com que o indivíduo responde a este estímulo, pode se transformar num
estresse positivo ou negativo.Se a pessoa reage bem, ou seja, apresenta resposta
positiva, aparece o estresse, por exemplo, o coração dispara e a respiração fica
ofegante quando encontra o namorado, a explosão de alegria ao comemorar um gol, o
prazer na relação sexual. Se a resposta for negativa, desencadeia uma resposta
adaptativa inadequada, podendo gerar derrota, medo, angústia e insegurança.

Tipos de estresse

Segundo Rio (1995) são vários os tipos de estresse: o estresse físico; o estresse
psíquico; o estresse por sobrecarga; o estresse por monotonia; o estresse crônico, que
persiste por mais tempo, sem encontrar meios que o desativem eficientemente e o
estresse agudo que dura alguns momentos, horas ou dias e depois se dissipa, este
estresse prepara o organismo para a luta ou fuga través da ativação do sistema
endócrino.
As primeiras evidências praticas foram conduzidas por Hans Selye , em 1936 seu
trabalho converteu-se em uma referência na história do estudo do estresse ao
examinar as ações fisiológicas dos hormônios sexuais, após injetar em ratos amostras
hormonais de outros animais e submete-los ao frio , injúria tecidual , excesso de
exercícios e intoxicações.
Os achados obtidos através de necrópsia, incluíram hipertrofia das glândulas
adrenais ,presença de úlceras gástricas e atrofia de órgãos linfoides como : timo , baço
e linfonodo. Como tais achados tornam-se independentes do estímulo aplicado, em
1959 Selye constatou que correspondiam a uma resposta orgânica ao dano, baseado
nesse conjunto de respostas fisiológicas, propondo que as reações ou respostas ao
estresse seja denominada de Síndrome de Adaptação Geral (SAG) a qual possui três
estágios:
Reação de alarme ,fase de resistência e fase de exaustão.Cada um desses estágios
envolve respostas fisiológicas e comportamentais, e caso medidas de controle não
sejam tomadas pode-se levar a deterioração física e psicológica.

na reação de alarme, o organismo mostra características para a primeira ação do


estressor. Ao mesmo tempo abaixa a sua resistência e se o estressor for
suficientemente forte, pode até levar a morte, consiste no organismo em reconhecer a
situação estressora e mobiliza-lo para o enfrentamento da mesma, tal feedback
acelerado é imediato, especialmente pelo estímulo do sistema nervoso autônomo
simpático o qual proporciona a liberação de neurotransmissores em vários órgãos-
alvo, ativando tb a medula das glândulas adrenais a disponibilizar os hormônios
catecolaminérgicos, adrenalina e noradrenalina, ampliando ainda mais a ativação
neural.
O estágio de resistência aparece se for compatível a ação prolongada do estressor
com uma adaptação. Os sinais corporais característicos da reação de alarme
desaparecem totalmente, e a resistência eleva-se acima das condições normais
O estágio de esgotamento se desenvolve quando a ação do estressor, ao qual o
organismo adaptou-se, permanecer por um longo período até finalmente esgotar sua
energia de adaptação. Não é necessário que a fase se desenvolva até o final para que
haja o estresse, e somente em situações mais graves é que se atinge a fase de
exaustão. Há uma compreensão dos mecanismos fisiológicos que geram uma resposta
integrada enfrentamento a situações diversas que remetemos ao conceito clássico de
homeostase.
Day(2005) sugere que o conceito de homeostase de cannon não indica que todos os
parâmetros fisiológicos devem ser mantido constantes em todos os momentos,mas
aqueles essenciais para a sobrevivência .Considera-se que assim o corpo opera com
base na obtenção de (estabilidade por meio da mudança) como parte integrante do
conceito de homeostase.
Ainda sobre o conceito de homeostase, Mc Ewen(2003) , sugere que as instabilidades
do sistemas fisiológicos que mantém a vida , como pH , temperatura, níveis de glicose
e tensão de oxigênio devem ser mantidos dentro de uma faixa ideal de acordo com a
demanda.
Para Selye (1965), a reação hormonal do estresse é acentuada, sobretudo no eixo
hipotálamo-hipófise-córtex da supra-renal. Um grupo de células do hipotálamo libera
uma substância denominada fator, que é um hormônio de liberação ou inibição, este
é transportado para o lobo anterior da hipófise.
O fator que irá estimular adeno-hipófise, será o hormônio de liberação da
corticotrofina (CRF). O CRF induzirá a adeno-hipófise a liberação do hormônio
adrenocorticotropina (ACTH) e este estimula a liberação de hormônios pelo córtex da
supra-renal em especial os glicocorticoides, dentre esses se acentua o cortisol.

As entradas do núcleo Supraquiasmático estimulam o núcleo periventricular do


hipotálamo a liberar o Hormônio Liberador de Corticotrofina CRH) e Vasopressina
Arginina , conhecida como hormônio antidiurético. Esses hormônios atuam na hipófise
anterior , onde ativam as células corticotróficas para secretar o Hormônio
Adrenocorticotrófico (ACTH) na circulação geral.

Segundo Cabral (1997), na relação entre estresse e doença, o sistema gastrointestinal


é particularmente sensível ao estresse. A falta de um apetite é o primeiro sintoma a
aparecer. Estudos mostraram que pessoas estressadas produzem mais enzimas
digestivas, o que pode levar a úlceras e úlceras estomacais.
Segundo Braga (1999), no câncer, a imunidade e a resistência do organismo entram
em colapso. Se o tumor cresce ou não, não tem nada a ver com a eficiência do
processo imunológico. Portanto, se o sistema imunológico estiver "desequilibrado", a
probabilidade de desenvolvimento da doença aumenta. a doença.
Após 15 minutos de início de um estressor as concentrações de cortisol atingem o pico
(shirtcliff,2015) e como produto final do eixo HPA encerra a resposta ao estresse
agindo principalmente no hipotálamo e na glândula pituitária, formando assim alças de
feedback negativo na secreção de CRH e ACTH , respectivamente (pereira,2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estresse nem sempre é um fator de desgaste emocional e físico e, sim, um


mecanismo natural de defesa do organismo humano. Assim, os efeitos que ele
terá dependem de como cada indivíduo enfrenta o estímulo estressor e ,
dependendo de como esses estímulos forem enfrentados, podem ocorrer
alterações fisiológicas e psicológicas.A manutenção da homeostase é importante e
necessária para o funcionamento fisiológico do organismo , pois o desequilíbrio pode
resultar em estados patológicos.
Baseado nas reflexões apresentadas, foi verificado que o estresse nem
sempre é um fator de desgaste emocional e físico, e sim, é um mecanismo natural de
defesa do organismo. Recebem-se os estímulos internos e externos através do sistema
nervoso e dependendo da forma com que esses estímulos são enfrentados poderão
provocar alterações psicológicas e biológicas negativas, podendo levar ao estresse
crônico. Nesse caso, ocorrem alterações fisiológicas que poderão desencadear vários
tipo de doenças psicossomáticas.

Referencias

Aspectos Fisiológicos e Psicológicos do Estresse


Revista de Psicologia da UnC, vol. 2, n. 2, p. 84-92
de psicologia. Disponível na Word Wide W eb: < http://www.icb.ufmg.br/lpf>.
https://www.passeidireto.com/arquivo/5048505/estresse-aspectos-fisiologicos-e-psicologicos-do-estresse

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