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Volume V
Vitae Editora
Anápolis (GO), 2021
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E-book transcrito da aula do professor Edson Luiz
EXPEDIENTE:
Autor: ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico
Revisão Técnica: Farmacêutica Me. Juliana Cardoso
Produção: Vitae Editora
Edição: Egle Leonardi e Jemima Bispo
Colaboraram nesta edição: Erika Di Pardi e Janaina Araújo
Diagramação: Cynara Miralha
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM PEDIATRIA, HERBIATRIA E GERIATRIA
PACIENTES HEBIÁTRICOS
Definição de Hebiatria
ATENÇÃO FARMACÊUTICA
Uma pergunta muito comum é: onde o profissional farmacêutico pode interferir em relação
à atenção farmacêutica?
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Um exemplo clássico é o desenvolvimento de espinhas faciais em jovens, sobre as quais
eles procuram orientações do profissional farmacêutico no ambiente da farmácia comuni-
tária.
PUBERDADE
A puberdade é definida como um processo sequencial biológico que conduz à reprodução.
O início e o tempo de puberdade variam de acordo com o sexo, o grupo populacional e o
indivíduo. Nos meninos, tal mudança tem início a partir do nono ano de vida óssea e vai
até, aproximadamente, seus 19 anos. Já no sexo feminino, inicia-se a partir do oitavo ano
até, aproximadamente, os 19 anos. Evidentemente, esse período pode se estender um pouco
mais ou um pouco menos, a depender de outros fatores.
Quando o indivíduo termina a fase da adolescência, ele está diante de um novo universo,
no qual é um jovem-adulto e já está, pelo ponto de vista fisiológico, apto a dar continuidade
à espécie por meio do processo de reprodução. Logo, do ponto de vista fisiológico, encontra-se a
fisiologia da reprodução marcando a modificação da infância para a vida adulta.
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Esse período de transição, que inclui a puberdade e a adolescência, traz uma modalidade
de cuidados, chamada ‘atenção em hebiatria’.
ASPECTOS FISIOLÓGICOS
A imagem abaixo mostra a representação do eixo hipotálamo-hipófise:
Derivada a partir do teto da cavidade oral do embrião, a porção anterior da hipófise dará
origem à chamada ‘adeno-hipófise’, a qual produzirá e secretará diversos hormônios, dentre
os quais podem ser destacados os gonadotróficos: o FSH e o LH. A produção e secreção dos
gonadotróficos dependerão da interferência de substâncias peptídicas produzidas por intermédio
da região hipotalâmica.
O hipotálamo interfere no eixo de alça curta com relação à hipófise. Já a hipófise, interfere
nas gônadas, testículos e ovários, por meio do eixo de alça longa.
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É possível perceber que o garoto observa seu rosto, atento à pilosidade facial. Já a garota
observa as alterações que o corpo dela está sofrendo, tendo como preocupação primária a
estrutura da glândula mamária. Esse processo tem uma influência psicossocial muito grande,
pois faz com que o indivíduo carregue consigo elementos importantes. A própria estrutura
fisiológica e psicofisiológica é fortemente influenciada nessa idade.
Há muitos jovens nessa faixa etária que buscam orientações de psiquiatras e psicólogos.
Muitas vezes, eles usam medicamentos do grupo dos antidepressivos e procuram orientação
da administração correta dos medicamentos. A juventude é uma etapa da vida pela qual
todos passam e é importante perceber as modificações ocorridas.
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Com relação à matriz óssea, pode-se dizer que a estatura não está relacionada somente ao
processo de captação e distribuição de cálcio, mas também ao eixo de crescimento, no que
diz respeito à cartilagem epifisária.
Muitas vezes, uma puberdade precoce pode, no caso das meninas, interferir no cresci-
mento máximo e provocar alterações que levam à menarca precoce, ou seja, o início menstrual
antecipado, o qual fará com que o crescimento final possa sofrer uma alteração.
No caso dos meninos, a estatura paterna é somada à estatura materna mais 13 e ambas
são divididas por dois. O resultado será de mais ou menos 8,5 cm. Por isso, em média, os
filhos são um pouco mais altos que os pais, porém não significa que isso se repete em todas
as famílias.
No caso das meninas, a estatura paterna, subtraindo o 13, é somada à estatura materna
e ambas são divididas por dois. O resultado também será de mais ou menos 8,5 cm.
Dessa forma, faz-se uma previsão da espera da altura alcançada por uma criança quando
ela chegar à vida adulta.
SISTEMA ESQUELÉTICO
Durante o período da adolescência, ocorre a mudança da estrutura óssea na qual o cres-
cimento ósseo é rápido, principalmente, considerando os ossos longos e o fechamento das
epífises relacionadas ao crescimento ósseo. Nesse período, é comum observar o desenvol-
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vimento de alterações ortopédicas, porque o crescimento está sendo acelerado. O rápido
crescimento dos ossos longos e o fechamento das epífises estão associados a alguns proble-
mas ortopédicos. Deslizamentos epifisários da cabeça do fêmur ocorrem, primariamente, no
momento da explosão rápida do crescimento.
HORMÔNIOS
As alterações hormonais são muito intensas. Elas são como uma avalanche que ocorre no
transcorrer desse período, porque, considerando o nascimento até chegar aos oito ou nove
anos de vida, as variações hormonais acontecem, mas não mexem tanto com os hormônios
sexuais. A partir desse período, as variações hormonais são relevantes e alteram o eixo
hipotálamo, hipófise e as gônadas.
MUDANÇAS CARDIORRESPIRATÓRIAS
Na puberdade, ocorrem mudanças cardiorrespiratórias. Nesse período, a produção
cardíaca (débito cardíaco) e a pressão arterial sistêmica passam por processo de modificação.
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Há um ganho real em termos de débito cardíaco e de pressão arterial sistêmica, sendo
necessário acompanhamento. Na maioria das vezes, pensa-se em hipertensão em indivíduos
adultos e idosos e não há tanta atenção ao indivíduo nessa fase de transição. Porém, todos
os cuidados que ocorrem na pediatria e adolescência irão refletir na vida adulta.
MATURIDADE SEXUAL
As taxas/proporção (SMR) da maturidade sexual de Marshall e Tanner são úteis na
monitoração do desenvolvimento das características sexuais secundárias, que somatizam
as manifestações da atividade adrenal e gonadal. Para garotas, as SMR ocorrem com
o desenvolvimento dos seios e pelos pubianos. Para garotos, as mudanças ocorrem com o
desenvolvimento dos órgãos genitais e pelos pubianos.
O que se percebe nesses estudos é que a maturidade sexual é marcada por alterações de
caráter clínico.
A tabela abaixo mostra os eventos mais relevantes com relação à região genital e os pelos
pubianos para cada um dos cinco estágios. No caso do gênero feminino, observa-se:
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No caso do gênero masculino, observa-se:
Supondo que, por algum motivo, haja o uso hormonal inapropriado e que um jovem
resolva fazer o uso de endógenos estimulado por terceiros, haverá uma forte influência em
termos de desenvolvimento gonadal do órgão genital. Supondo também que, nesse período
de desenvolvimento, uma jovem faça uso inapropriado de hormônio, haverá uma alteração.
Por isso, os estágios de 1 a 5 ficarão fortemente afetados, seja em termos de desenvolvimento
da estrutura gonadal, desenvolvimento da estrutura mamária nas mulheres ou distribuição
de pilosidade corporal.
É preciso ter essa atenção e foco porque, às vezes, há uma puberdade precoce provocada
pela formação de um tumor, ou seja, de uma estrutura anômala na glândula suprarrenal
e uma avalanche de hormônios é lançada na corrente circulatória. Nesses casos, deve-se
orientar a procura de um endócrino pediatra e cabe ao profissional farmacêutico dar a
devida orientação.
Uma alteração em termos de estrutura ovariana pode provocar uma Síndrome de Ovário
Policístico (SOP).
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL
Observando o quadro abaixo, é possível perceber uma mudança de comportamento:
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Observação: trata-se de uma média e pode ser influenciada facilmente pelo ambiente à
sua volta.
CONDIÇÕES PATOLÓGICAS/ENFERMIDADES
Morbidade e mortalidade
Vacina HPV
• Esquema padrão de três doses (para todas as idades): a segunda dose ocorre dois meses
após a primeira, e a terceira, seis meses após a primeira.
• Nas Unidades Básicas de Saúde, a vacina está disponível em duas doses para meninas
de 9 a 14 anos: a segunda, seis meses após a primeira. Esse esquema é válido e exclusivo
para menores de 15 anos.
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• Também na rede pública, meninas e mulheres portadoras de HIV com idade entre 9 e
26 anos podem ser vacinadas nas Unidades Básicas de Saúde ou nos Centros de Referência
para Imunobiológicos Especiais (Cries), com esquema de três doses: a segunda, dois meses
após a primeira, e a terceira, seis meses após a primeira dose.
Na tabela abaixo, observa-se as vacinas que devem ser utilizadas em cada faixa etária,
bem como suas doses e quais as doenças a serem evitadas:
Uso de drogas
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Na vida adulta, o indivíduo passa a mostrar uma dependência de etanol. No entanto, ao
fazer uma retrospectiva temporal, percebe-se que o consumo começou na adolescência. Por
isso, as orientações devem ser dadas para evitar que, no futuro, haja um adulto etilista.
De modo marcante, há o consumo de drogas, de abuso, ou seja, substâncias dos mais variados
grupos (drogas ilícitas).
PAPEL DO FARMACÊUTICO
• O farmacêutico deve orientar em termos de acesso a diagnóstico patológico e psicológico,
os quais devem ser efetuados pelo profissional médico (não ocorrer conflitos);
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