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PROPÓSITO
Conhecer os principais mecanismos de ação e regulação das funções glandulares e seus
marcadores séricos, do metabolismo mineral e ósseo, em seus estados basais e com
alterações em condições patológicas. Conhecer os métodos usados para o diagnóstico de
condições patológicas e apresentar os marcadores tumorais. Tal conhecimento é importante
para que o profissional tenha propriedade de suas atividades exercidas no laboratório clínico,
sendo capaz de realizá-las com caução e qualidade.
PREPARAÇÃO
Tenha em mãos um dicionário médico para consultar as doenças relatadas no tema.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
A endocrinologia é o estudo das ações fisiológicas e patológicas dos hormônios, que são
moléculas biologicamente ativas que influenciam e controlam diferentes funções metabólicas
no organismo. Qualquer distúrbio no sistema endócrino que provoque um excesso ou
deficiência hormonal pode levar a consequências significativas na fisiologia normal do
organismo. Em tal contexto, o laboratório assume importante papel na avaliação dessas
moléculas, contribuindo para o acompanhamento e diagnóstico dos distúrbios hormonais.
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por
questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um
espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais
materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos
números e das unidades.
MÓDULO 1
Descrever as funções das glândulas hipófise, tireoide e suprarrenal, as condições e
fatores patológicos que alteram o seu funcionamento e os métodos de determinação
laboratorial desses hormônios
HIPÓFISE
A hipófise, ou glândula pituitária, está localizada na base do cérebro e tem a função de
regular o trabalho de outras glândulas, dentre elas a suprarrenal, tireoide, testículos e ovários.
É responsável pela produção dos hormônios fundamentais à lactação (prolactina), o hormônio
do crescimento (GH), o hormônio antidiurético (ADH) e a ocitocina, crucial para o trabalho de
parto. Esses hormônios são responsáveis por controlar diferentes glândulas do nosso corpo.
Por este motivo, a hipófise recebe o nome de glândula mestra.
Imagem: Shutterstock.com
Esquema mostrando os hormônios pituitários e sua ação.
Qualquer enfermidade que acometa essa glândula afeta diretamente a produção dos diferentes
hormônios hipofisários, o que desregula várias outras glândulas do organismo.
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
O GHRH estimula a hipófise a produzir o GH que estimula o fígado a produzir IGF-1.
Imagem: Shutterstock.com
Baixa estatura/nanismo hipofisário.
SAIBA MAIS
A liberação de GH durante o dia apresenta grandes flutuações, sendo difícil avaliar se uma
concentração alta é resultado de um aumento de produção desse hormônio ou apenas um pico
hormonal normal. Assim, a dosagem basal de GH apresenta valor diagnóstico limitado, não
eliminando a necessidade de exames adicionais.
PROLACTINA (PRL)
Esse hormônio é produzido na hipófise anterior, mas também em células e tecidos como
fibroblastos da pele, linfócitos, glândula mamária, cérebro, próstata, tecido adiposo e decídua
basal da placenta. Tem influência já conhecida na neurogênese e reparo do sistema nervoso,
bem como em resposta à ansiedade e ao estresse.
A avaliação sérica da prolactina pode ser realizada durante a gravidez, para avalição da sua
produção, e nos homens, para a avaliação da infertilidade e disfunção erétil. Além disso, pode
ser empregada no diagnóstico e acompanhamento de tumores hipofisários e na síndrome de
galactorreia e/ou amenorreia (Default tooltip) .
Imagem: Shutterstock.com
Prolactina e amamentação.
GALACTORREIA
SAIBA MAIS
O FSH tem a sua produção controlada pelos hormônios produzidos pelas gônadas (ovários ou
testículos), pela própria hipófise e pelo hipotálamo, atuando em retroalimentação, ou sistemas
de “feedback”.
Nas mulheres, atua para o crescimento e a maturação dos folículos (óvulos) no ciclo
menstrual. O FSH dá início à produção de estradiol pelo folículo (desenvolvimento do óvulo) e
estimula a secreção de progesterona, e estes ajudam a hipófise a controlar a quantidade de
FSH produzida.
O LH, semelhante ao FSH, apresenta o controle da produção por um sistema complexo que
envolve hormônios produzidos pelas gônadas (ovários ou testículos), a hipófise e o hipotálamo.
Nas mulheres, o nível elevado de LH (e FSH) no meio do ciclo menstrual induz a ovulação.
Também estimula os ovários a produzirem esteroides, principalmente o estradiol, e este ajuda a
hipófise a regular a produção de LH. No período da menopausa, os níveis de LH aumentam.
Nos homens, por sua vez, o LH estimula as células de Leydig testiculares a secretarem
testosterona, permanecendo em níveis constantes após a puberdade.
Gráfico: Atuação do LH e FSH no ciclo menstrual.
Extraído de: Shutterstock.com.
HIPOGONADISMO PRIMÁRIO
Termo empregado para descrever doenças nas gônadas (feminina ou masculina) que
leva a alteração na produção de hormônios gonadotróficos, desencadeada por infecção
nos testículos, como a cachumba, obesidade e traumas.
Imagem: Shutterstock.com
Eixo hipotálamo-hipófise-tireoide.
A dosagem desse hormônio auxilia o diagnóstico dos distúrbios da tireoide. Estudaremos mais
sobre esses hormônios no tópico destinado à glândula tireoide.
Imagem: Shutterstock.com
Eixo hipotalâmico da hipófise adrenal (HPA).
Para a determinação dos níveis séricos de ACTH, as amostras de sangue devem ser coletadas
às oito horas da manhã, podendo ser necessário jejum, e dosadas pelo método de ensaio
eletroquimioluminométrico. A determinação sérica do cortisol será abordada no tópico de
glândulas suprarrenais.
SAIBA MAIS
Imagem: Shutterstock.com
Estrutura do néfron.
O diabetes insípido resulta de falta de produção de HAD pela hipófise ou pela falta de resposta
dos rins a ela, reduzindo a capacidade de reabsorção da água, o que pode causar desidratação
severa e elevação dos níveis de sódio.
A determinação do HAD é feita em amostra de sangue, coletado após jejum de, no mínimo, 12
horas. O paciente deve manter-se deitado, sem qualquer estresse, num ambiente tranquilo,
pelo menos uma hora antes da coleta de sangue.
OCITOCINA
Imagem: Shutterstock.com
Estrutura química da ocitocina.
Imagem: Shutterstock.com
GLÂNDULA TIREOIDE
A tireoide é a maior glândula endócrina do organismo e possui dois tipos de células: as
foliculares, que produz os hormônios tiroidianos (T3 e T4), que estão relacionados a inúmeras
funções corporais (metabolismo, crescimento e desenvolvimento) e as células C, que
produzem a calcitonina, importante para o metabolismo ósseo e mineral. A partir de agora
vamos conhecer melhor esses hormônios.
Como aprendemos anteriormente, o TSH é produzido pela hipófise após a estimulação do TRH
produzido pelo hipotálamo. O TSH, uma vez liberado, interage com receptores das células
foliculares tiroidianas, estimulando o cotransporte de sódio e iodeto, a síntese e proteólise de
tireoglobulina em tiroxina e triiodotironina, que atuam no controle do metabolismo, sendo
responsáveis pelo crescimento, desenvolvimento, maturação sexual dos tecidos, respiração,
contração cardíaca, metabolismo de carboidratos, aumento da síntese e degradação dos
triglicerídeos e colesterol, entre outras funções.
A partir da imagem, vemos que a glândula tireoide regula por feedback negativo, ou
retroalimentação negativa, a produção dos hormônios pelo hipotálamo e pela hipófise, ou seja,
um aumento na concentração plasmática do T3 e T4 sinaliza para a diminuição da produção do
TRH e TSH.
A glândula tireoide produz, predominantemente, o T4, em relação ao T3, que, por sua vez, é
sintetizado pela desiodação (perda de iodo) do T 4. É importante ressaltar que o hormônio T3
apresenta atividade biológica maior (mais ou menos 5x mais) que o T4. A maior parte do T3 e
T4 circulantes encontram-se ligados a proteína plasmáticas, como a albumina, pré-albumina e
globulina ligadas a proteína T4.
Imagem: Shutterstock.com
Hormônios da tireoide e controle via mecanismos de feedback .
DISFUNÇÕES DA TIREOIDE
As disfunções na tireoide ocorrem muitas vezes em idosos e devem ser consideradas quando
houver ganho de peso, sensação de frio, lentidão, prisão de ventre, distúrbios menstruais,
mixedema, bradicardia, casos suspeitos de hipotireoidismo e de hipertireoidismo, quando há
diarreia, perda de peso em apetite normal, distúrbios menstruais, palpitações, nervosismo e
oftalmopatia.
Imagem: Shutterstock.com
Desordens na glândula tireoide.
HIPOTIREOIDISMO
Ocorre quando a tireoide produz menos hormônios do que deveria. Pode ser causada pela
doença de Hashimoto, doença autoimune, tireoidite silenciosa (hipotireoidismo ou
hipotireoidismo temporário), iatrogênica (após a radioterapia/cirurgia, por drogas como
lítio/amiodarona).
HIPERTIREOIDISMO (TIREOTOXICOSE)
É quando a tireoide produz mais hormônios do que deveria. Pode ser causada pela doença de
Graves, doença autoimune, bócio difuso, bócio multinodular: nódulos produtores de hormônios
tireoidianos, com pouca tendência à remissão; tireoidite subaguda (infecção viral); adenoma
tóxico: nódulo solitário produtor de hormônios tireoidianos; iatrogênica: por drogas
(lítio/amiodarona) e uso de contraste iodado.
DOSAGENS DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS E
DO TSH
Como mencionado anteriormente, a dosagem sérica do TSH serve para avaliar disfunções na
tireoide. Além disso, podemos verificar indiretamente a função hipofisária, uma vez que
qualquer alteração em tal glândula leva a alteração nesse hormônio.
T4
Permite a avaliação da função da glândula tireoide, auxiliando no diagnóstico do
hipotireoidismo ou hipertireoidismo, e na triagem de recém-nascidos para hipotireoidismo,
verificado durante o teste do pezinho.
T3
É o hormônio auxiliar no diagnóstico do hipertireoidismo, sendo necessária à sua dosagem
quando uma pessoa apresenta resultados anormais de TSH ou T4, ou tem sintomas de
hipertireoidismo.
Tanto o T3 como o T4 podem ser dosados em sua forma total ou livre. Entretanto, é importante
ressaltar que, como o T3 e o T4 encontram-se quase totalmente ligados a proteínas
plasmáticas, qualquer alteração nestas, como por exemplo, na gravidez e hepatite aguda, afeta
diretamente a dosagem de T3 e T4 totais, sendo preferível a avaliação de T3 e T4 livres e o
TSH.
Para a avaliação plasmática de T3, T4 e TSH são utilizadas amostras de soro, coletadas após
jejum de quatro horas, e empregadas algumas metodologias, como RIA,
enzimoimunifluorescência ou quimioluminescência.
ATENÇÃO
SAIBA MAIS
Os três motivos fisiológicos que levam ao aumento da produção de rT3 são: cortisol baixo ou
elevado, e os níveis de ferro. Raramente, pode derivar-se de falta de vitamina B12, inflamações
crônicas e outros problemas de saúde.
CALCITONINA
Essa dosagem é bastante solicitada para a investigação dos indivíduos em risco para o
desenvolvimento da neoplasia medular múltipla tipo 2 (Default tooltip) (NEM 2). Nos casos de
hiperplasia de células-C e no carcinoma medular de tireoide, a calcitonina é produzida em
excesso. No entanto, está diminuída após a cirurgia de retirada da tireoide.
Imagem: Shutterstock.com
Câncer de tireoide.
GLÂNDULAS ADRENAIS
As glândulas adrenais, localizadas na parte anterior e superior de cada rim, são divididas em
córtex e medula e responsáveis pela produção de uma série de hormônios, como demostrado
na imagem abaixo.
Imagem: Shutterstock.com
Hormônios da glândula adrenal.
MEDULA ADRENAL
SAIBA MAIS
A adrenalina e a noradrenalina são quase sempre liberadas pela medula adrenal como parte da
ativação generalizada do sistema nervoso simpático, conseguindo atingir locais do corpo que
não são inervados pelas fibras simpáticas.
METABÓLITOS
CATECOLAMINAS
ÁCIDOS VANILMANDÉLICO (VMA) E HOMOVANÍLICO
METABÓLITOS
CATECOLAMINAS
CÓRTEX SUPRARRENAL
Cortisol
Como mencionado anteriormente, o cortisol, estimulado pelo ACTH liberado pela hipófise, é
responsável por uma série de funções metabólicas, conforme ilustrado a seguir:
Imagem: Shutterstock.com
O papel do cortisol no organismo humano.
SAIBA MAIS
Fatores exógenos ou endógenos, como calor, frio, infecção, trauma, estresse, exercícios,
obesidade e doenças debilitantes podem influenciar as concentrações de cortisol. Ele é
secretado num padrão diário com pico por volta das oito horas e atenuando à noite, chamado
de ritmo circadiano.
Imagem: Shutterstock.com
Ritmo circadiano.
Aldosterona
A aldosterona estimula a retenção de sódio e a excreção de potássio pelos rins, com papel
fundamental na manutenção das concentrações de sódio e potássio normais no sangue e no
controle do volume sanguíneo e da pressão arterial. Esse hormônio está integrado no sistema
renina-angiotensina-aldosterona, que consiste em uma série de reações envolvidas no controle
da pressão arterial e no volume de líquido extracelular, conforme observamos na figura a
seguir:
HORMÔNIOS X DOPING
Neste vídeo, a especialista aborda a questão do doping e a detecção de hormônios e quando
podemos considerar ou não que se trata de um caso de doping.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) I
B) II
C) III
D) I e II
E) I e III
A) Somatotrófico, hipófise.
B) Adrenalina, suprarrenal.
C) Calcitonina, tireoide.
D) Prolactina, tireoide.
E) ADH, hipófise.
GABARITO
1. Vimos que os hormônios produzidos pela hipófise são responsáveis por controlar
diferentes glândulas do nosso corpo, e, por esse motivo, ela recebe o nome de glândula
mestra. O GH, secretado pela hipófise anterior, é responsável por estimular o
crescimento corporal durante a infância. Sobre o GH analise as afirmativas a seguir:
III. A dosagem de IGF-1 pode ser utilizada para o diagnóstico, mas não para o
acompanhamento de pacientes com tumores hipofisários produtores de GH.
MÓDULO 2
ANDROGÊNIOS
São hormônios denominados esteroides, que atuam especialmente para o desenvolvimento e
manutenção das características masculinas e da função reprodutiva, mas também são
produzidos por mulheres. Também colaboram com a fisiologia dos ossos e do sistema
musculoesquelético. Como são responsáveis pelas características sexuais, são chamados de
hormônios sexuais.
Esses hormônios são produzidos nas gônadas, suprarrenal e placenta a partir do colesterol,
após estímulo do hipotálamo, que, ao liberar GnHR, ativa a hipófise para produzir FSH e LH. O
esquema a seguir mostra de forma resumida os hormônios esteroidais:
Imagem: Hoffmeier e Settersr/Wikimedia Commons/ CC BY-SA 3.0, adaptada por Helena Horta
Nasser.
Síntese dos hormônios a partir do colesterol.
Imagem: Shutterstock.com
Efeitos da testosterona no corpo.
Imagem: Shutterstock.com
Níveis de testosterona no homem.
A dosagem da testosterona sérica é importante para o diagnóstico de disfunções das gônadas
e da glândula adrenal, e na avaliação do desenvolvimento puberal. A maior fração desse
hormônio circula no plasma, ligada à albumina e à globulina ligadora de hormônios sexuais
(SHBG), e a testosterona livre corresponde a apenas 1-3% de sua concentração total.
Assim, qualquer alteração na concentração das proteínas plasmáticas, como hepatite aguda,
afeta a concentração de testosterona total, sendo mais interessante a dosagem da fração livre.
SAIBA MAIS
Estudos atuais mostram que a fração livre e a ligada à albumina exercem a ação biológica
desse hormônio. A ligação da testosterona com albumina é mais fraca em relação a ligação
com SHBG, assim, apenas a testosterona livre e ligada à albumina é capaz de ligar-se aos
receptores desse hormônio nas células, sendo essas duas formas consideradas como
testosterona biodisponível.
A fração total pode ser dosada no soro ou plasma por RIA ou quimiluminescência, a fração
livre, por diálise de equilíbrio e a testosterona biodisponível, após precipitação com sulfato de
amônio. É importante ressaltar que esses métodos são caros, e a fração livre pode ser
calculada por uma equação tendo como base as dosagens de SHBG (dosada pelo RIA) e
testosterona total.
ANDROSTENEDIONA
ESTRONA
É um hormônio estrogênico secretado pelos ovários e é o principal estrogênio circulante
após a menopausa.
HIRSUTISMO
VIRILIZAÇÃO
ATENÇÃO
Baixas taxas séricas podem indicar doença de Addison. Índices elevados desse hormônio
estão ligados à hiperplasia adrenal congênita por deficiência da enzima 21-hidroxilase,
síndrome do ovário policístico, tumores virilizantes, síndrome de Stein-Leventhal, hiperplasia
ovariana estromal, síndrome de Cushing, tumores ectópicos produtores de ACTH.
ESTROGÊNIOS E PROGESTERONA
ESTRADIOL (E2)
Também denominado 17-beta-estradiol é o hormônio sexual mais ativo e importante na mulher
em estágio reprodutivo, encontrado em níveis baixos no hipogonadismo primário e secundário.
Geralmente, é dosado nos casos de amenorreia e monitoração do desenvolvimento folicular,
durante indução da ovulação. Também pode ser secretado pelas glândulas adrenais, testículos
e pela conversão periférica da testosterona. Índices elevados são detectados nos tumores
ovarianos, tumores feminilizantes adrenais, puberdade precoce feminina, doença hepática e
ginecomastia (homens). Como as dosagens do estradiol podem apresentar enorme variação
entre diferentes laboratórios, sugere-se seu controle em um único laboratório. A determinação
da concentração plasmática é feita em amostra de sangue, após jejum de quatro horas, pelo
método do RIA ou quimiluminescência.
ESTRIOL (E3)
É um estrogênio de baixa atividade produzido pelas células trofoblásticas da placenta.
Imagem: Shutterstock.com
Anatomia da placenta humana.
Suas indicações para dosagem se fazem necessárias nas seguintes situações: gravidez para a
triagem de síndrome de Down e trissomia do cromossomo 18 e 13, e suspeita de diversas
síndromes genéticas com defeitos de fechamento do tubo neural.
Imagem: Shutterstock.com
Cariótipo da síndrome de Down (note a trissomia do cromossomo 21).
Seu aumento ocorre no primeiro trimestre de gestação, decaindo a partir da 40ª semana de
gestação e sendo útil entre a 15ª e a 22ª. Encontra-se diminuído nos casos de qualquer defeito
do tubo neural (até mesmo a anencefalia), bem como no retardo de crescimento intrauterino e
doença hipertensiva da gravidez; condições de uso de diuréticos, corticosteroides, penicilinas,
cáscara-sagrada, sene, fenolftaleína, anemia, hepatopatia e altitudes elevadas também podem
baixar seus níveis séricos. Aumentos do estriol são notados na hiperplasia adrenal
congênita. A avaliação da sua concentração plasmática é feita em amostras de sangue,
coletadas após o jejum obrigatório, sendo dosado pelo método de RIA ou quimiluminescência.
Pacientes devem informar se estão grávidas e o tempo de gestação.
PROGESTERONA
Foto: Shutterstock.com
Causa do aumento e diminuição da progesterona.
HORMÔNIOS DA GRAVIDEZ
Durante a gravidez, a mulher sofre várias alterações endócrinas, para implementação da
placenta e manutenção da vida do feto. A placenta é responsável pela síntese dos hormônios
esteroidais (que estudamos) e dos hormônios peptídicos, como a gonadotrofina coriônica
humana (hCG) e lactogênio placentário humano (hPL).
Você certamente já conhece o exame de βhCG para avaliar uma possível gravidez, mas sabe
para que dosamos o hPL? Vamos entender?
A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é formada pela combinação não covalente de duas
subunidades, alfa (αhCG) e beta (βhCG). Essas subunidades são sintetizadas em separado
pelo tecido trofoblástico normal e células hipofisárias e, em seguida, glicosiladas em várias
etapas, o que resulta na secreção plasmática de moléculas heterogêneas, são elas: hCG
intacta, as subunidades nas formas livres e as variantes hCG hiperglicosilada (H-hCG), hCG
clivada (N-hCG) e fragmento-núcleo de bhCG (CF-bhCG).
Na gravidez, esse hormônio é sintetizado pela placenta e liberado nas formas intactas e nas
subunidades alfa e beta, estimulando a produção dos hormônios esteroidais, a manutenção do
corpo lúteo durante as dez primeiras semanas e evitando a rejeição fetal. Sua produção
começa no momento da implementação e pode ser detectado no plasma a partir de 8-10 dias
de gestação, permanecendo alto até dois meses e meio, conforme ilustra a imagem abaixo.
Foto: Shutterstock.com
Modificações hormonais durante a gravidez.
A hCG e suas variantes podem ser encontradas no soro, urina e líquido amniótico de grávidas;
soro, urina e vesículas em pacientes com coriocarcinoma e em fluidos biológicos de mulheres
(não grávidas) e homens saudáveis ou com tumores de variada origem embrionária. Sendo
aplicadas para a detecção precoce da gravidez ectópica, na avaliação do risco do aborto,
anomalias cromossômicas êmbrio-fetais, pré-eclâmpsia ou crescimento intrauterino restrito. Na
ausência de gravidez, são importantes marcadores laboratoriais de tumores com diferentes
tipos histológicos e seguimento após a terapia inicial. Nos homens, são indicativos de câncer
nos testículos.
ATENÇÃO
Como a subunidade alfa é semelhante aos hormônios LH e FSH e a beta está presente apenas
na hCG, sua detecção é mais específica e sensível, por isso, o exame de βhCG é tão famoso!
Esse hormônio, produzido pela placenta, com estrutura química bastante similar à do GH, à da
prolactina e da somatotrofina hipofisária, é encontrado no plasma da gestante a partir da 4ª
semana, e é muito importante na preparação das mamas para a amamentação. Além disso,
estimula a lipólise, aumentando os níveis de ácidos graxos livres, a gliconeogênese e aumenta
a insulina plasmática (Default tooltip) , o que disponibiliza para o feto uma maior concentração
de glicose e nutrientes para o seu crescimento. Ele é dosado no plasma congelado pelo
método de ELISA.
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO E
SÍNDROMES HEREDITÁRIAS PELA
DOSAGEM DE HORMÔNIOS
Neste vídeo, saiba mais sobre os hormônios utilizados para o diagnóstico da gestação e de
síndromes hereditárias.
Como estudamos a calcitonina quando visitamos a glândula tireoide, vamos aprender sobre a
importância da dosagem do paratormônio. Além disso, vamos entender a importância da
dosagem da osteocalcina, uma proteína produzida pelos osteocblastos, vamos lá?
PARATORMÔNIO
É dosado quando se deseja determinar a causa do desequilíbrio nos níveis do cálcio, avaliando
a função dessas glândulas. Usado largamente a fim de diagnosticar e diferenciar o
hiperparatireoidismo primário, secundário e terciário. No quadro a seguir, conseguimos verificar
algumas características dessas desordens. É importante ressaltar que, além do PTH, devemos
dosar cálcio sérico.
Reduzido, normal ou
Fósforo Reduzido ou normal Reduzido ou normal
elevado
SAIBA MAIS
Para a realização do diagnóstico diferencial das hipercalcemias, é feita a dosagem do
paratormônio relacionado à proteína (PTH-rP), pois ela é produzida e liberada por tecidos
neoplásicos, como o carcinoma de células escamosas do pulmão, provocando um pseudo-
hiperparatireoidismo, com hipercalcemia grave e níveis baixos ou indetectáveis de PTH. Sua
determinação é feita por radioimunoensaio em amostra de sangue.
OSTEOCALCINA
SAIBA MAIS
HORMÔNIOS PANCREÁTICOS
INSULINA
A dosagem desse analito hormonal serve para avaliar a produção de insulina, diagnosticar
insulinoma e investigar a causa de hipoglicemia. Esse hormônio é sintetizado e armazenado
nas células β-pancreáticas, sendo crucial para transporte e armazenamento da glicose nas
células, e regulando o nível sérico de glicose e controle do metabolismo de lipídios.
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Hormônios pancreáticos e insulina.
ATENÇÃO
PRÓ-INSULINA E PEPTÍDEO C
A insulina é sintetizada nas células β das ilhotas pancreáticas, sendo formada por duas cadeias
de polipeptídeos ― A e B ― ligadas por pontes de dissulfeto. No entanto, a insulina é,
primeiramente, produzida pelo pâncreas como pré-pró-insulina. Ainda nas células pancreáticas,
no retículo endoplasmático rugoso, um pequeno resíduo peptídico de sinalização é clivado e a
pró-insulina é formada, apresentando as duas cadeias A e B conectadas pelo peptídeo C. Após
ser enviada para o complexo de Golgi, a pró-insulina é clivada por enzimas que liberam o
peptídeo-C, e as duas cadeias ficam ligadas por pontes dissulfeto. Então, a molécula madura
de insulina é formada, empacotada em grânulos maduros, para ser liberada na circulação.
Normalmente, uma pequena concentração escapa para a corrente sanguínea (2-3%), antes da
conversão da insulina. A determinação de pró-insulina reflete a produção de insulina no
pâncreas. Em qualquer aumento na estimulação das células β, como na obesidade, na
resistência periférica à insulina, ocorre um aumento sérico da pró-insulina. Além disso, ela é
empregada no diagnóstico de insulinomas, nos quais a secreção dessa molécula é muito maior.
Imagem: Shutterstock.com
Insulina e Pro-insulina.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO HOMEM, O HIPOGONADISMO É UMA CONDIÇÃO QUE SE
CARACTERIZA PELA DIMINUIÇÃO DO DESEJO SEXUAL, DA EREÇÃO
MATINAL, DIMINUIÇÃO DA MASSA E FORÇA MUSCULAR, E AUMENTO
DA GORDURA ABDOMINAL, TUDO ISSO ASSOCIADO À QUEDA DOS
NÍVEIS DE TESTOSTERONA. SOBRE A DOSAGEM DESSE HORMÔNIO,
ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR:
A) I
B) II
C) III
D) I e II
E) I e III
C) Hiperparatireoidismo secundário.
D) Hipoparatireodismo.
E) Hiperparatireoidismo primário.
GABARITO
I. A fração livre pode ser dosada pelo método de diálise por equilíbrio.
II. A fração livre pode ser calculada a partir dos valores de testosterona total e da fração
ligada a albumina.
MÓDULO 3
MARCADORES TUMORAIS
Os marcadores tumorais são macromoléculas presentes no tumor, no sangue ou em outros
fluidos biológicos, cujo presença ou alterações estão relacionados com a formação e o
desenvolvimento de células neoplásicas. São normalmente substâncias (proteínas,
glicoproteínas, receptores celulares etc.) normais ou anormais e até mesmo mutações
genéticas, induzidas pelas células cancerígenas, que aumentam sua expressão ou, então,
passam a ser detectadas na presença das neoplasias.
Imagem: Shutterstock.com
Formação e desenvolvimento das células cancerosas
Elas são dosadas no sangue e nos demais líquidos corpóreos por diferentes metodologias e
auxiliam na avaliação do prognóstico, na resposta terapêutica em casos de recidiva ou doença
residual. Quando dosados direto dos tumores, podem ser úteis para indicar o estadiamento,
estimar o prognóstico e o tipo de tratamento, e, nesse caso são dosados a partir de testes
imuno-histoquímicos.
Este marcador tumoral é considerado como um dos que apresentam maior utilidade clínica,
sendo produzido no interior dos ductos prostáticos, abundante no líquido seminal e cuja função
tem sido associada a liquefazer o coágulo seminal, após a ejaculação. Normalmente, o PSA
encontra-se em concentrações muito baixas na corrente sanguínea, sendo a maior
concentração ligada à alfa-1-antiquimotripsina (ACT) e alfa-2-macroglobulina, inibidores
das serina-proteases, de modo que apenas uma pequena fração encontra-se livre na forma
circulante.
ATENÇÃO
A hiperplasia benigna prostática leva a um aumento do PSA. Assim, a dosagem de PSA é
específica do tecido prostático, mas não específica para uma neoplasia. Desta forma, para o
diagnóstico devemos correlacionar os valores encontrados com os dados clínicos (toque retal)
para confirmar a neoplasia.
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Diagrama da ilustração do câncer de próstata.
Ao longo dos anos, para melhorar o diagnóstico do câncer de próstata, foram introduzidos
novos parâmetros utilizando-se isoformas do PSA, nível sérico, volume prostático, ajuste pela
idade e cinética de elevação.
EXEMPLO
A relação PSA livre sobre PSA total acrescenta especificidade ao diagnóstico de câncer de
próstata, pois pacientes com hiperplasia benigna da próstata produzem mais PSA encontrados
na forma livre do que os com processos neoplásicos. Dessa forma, a relação PSA livre/total é
menor em casos de adenocarcinoma. Para entender mais sobre a dosagem do PSA, não deixe
de visitar o Explore +!
Α-FETOPROTEÍNA/ALFAFETOPROTEÍNA (AFP)
A síntese dessa proteína, abundante no soro fetal, ocorre no fígado, saco vitelino e intestino do
feto. Ela está associada ao transporte plasmático e de manutenção da pressão oncótica. No
adulto, as taxas séricas estão entre 5ng/mL e 15ng/mL, e níveis acima de 500ng/mL são
altamente sugestivos de malignidade, e, quando superam 1000ng/mL, são indicativos de
presença de neoplasia.
Esse marcador pode estar elevado em casos de tumores gastrintestinais, hepatite, cirrose,
hepatocarcinoma e tumores intestinais. Abaixo, ilustramos os estágios da lesão hepática.
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Estágio 4 – Cirrose hepática.
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Como a AFP é utilizada para detectar vários tumores, outros exames devem ser solicitados
para confirmar o local de desenvolvimento da doença.
Nos tumores de intestino, sua dosagem é contraindicada para rastreamento da doença, mas é
amplamente adotado na monitorização da terapia para o carcinoma de testículo. A sua
detecção indica persistência da doença e a sua concentração sérica ajuda no cálculo da
estimativa do tempo de crescimento tumoral.
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Carcinoma de testículo.
SAIBA MAIS
A AFP também pode ser coadjuvante como teste de gravidez, pois detecta gravidez normal
após sete dias de implantação embrionária.
Este marcador tumoral é, de fato, uma enzima catalisadora da via glicolítica anaeróbia, estando
distribuída em todos os tecidos do corpo, que é empregada para o diagnóstico e no tratamento
dos tumores neuroendócrinos. Além disso, tem importância no diagnóstico de carcinoma de
pulmão, normalmente muito mais elevado na doença disseminada do que na localizada.
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Carcinoma de pulmão.
Como já aprendemos, a calcitonina é produzida pela glândula tireoide, além do T3 e T4, após
estimulação com o TSH hipofisário. Esse hormônio é produzido pelas células C parafoliculares,
sendo estimulado pelo cálcio, e funciona, fisiologicamente, como um antagonista do
paratormônio, inibindo a reabsorção óssea pelo controle do número e atividade dos
osteoblastos. Apresenta como VR 19pg/mL (homens) e 14pg/mL (mulheres). A sua dosagem é
empregada no acompanhamento e rastreio dos casos de carcinoma medular da tireoide, e
apresenta uma sensibilidade de 90% nos indivíduos com história familiar e/ou síndrome de
neoplasia endócrina múltipla tipo II. A calcitonina pode se tornar aumentada em pacientes com
altos índices de reposição óssea por causa de metástases esqueléticas.
SAIBA MAIS
Elevações nas taxas desse marcador também podem ser devidas a: anemia perniciosa,
insuficiência renal crônica, cirrose alcoólica, hiperparatireoidismo, doença de Paget e síndrome
de Zollinger-Ellison.
Esse marcador tumoral também é utilizado como como teste indicativo de gravidez, como
mencionado anteriormente. A fração β (β -HCG) é bastante utilizada para diagnóstico,
monitorização e prognóstico de tumores de testículo e ovário, encontrando-se elevada no
coriocarcinoma.
Nas neoplasias malignas, altos níveis de CEA são encontrados em 9% dos teratomas de
testículo, e em cerca de 85% dos casos de carcinoma colorretal metastático, além de câncer de
pulmão, pâncreas, trato gastrintestinal, trato biliar, tireoide, cérvice e mama, e em distúrbios
como a cirrose alcoólica, doença de Crohn, doenças hepáticas e intestinais, bronquite,
tabagismo e insuficiência renal. Assim, é útil para a detecção de malignidade em estágio inicial,
e níveis em elevação podem indicar recidiva.
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Câncer de cólon.
SAIBA MAIS
O CEA pode ser encontrado também em outras neoplasias, como pulmão, pâncreas, trato
biliar, tireoide e mama.
ANTÍGENO TUMORAL DA BEXIGA (BTA)
Essa proteína é sintetizada por diversas células tumorais nas vias urinárias, sendo utilizadas
para o rastreio de câncer de bexiga. Ela raramente é expressa em células normais, mas pode
estar presente em pacientes com litíase urinária, irritação da bexiga e uso de sonda vesical.
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Câncer de bexiga.
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O CA 15.3 pode estar aumentado em outras condições, são elas: câncer de ovário, pulmão,
colo uterino, hepatocarcinoma e linfomas, além de enfermidades variadas, como hepatite
crônica, tuberculose, sarcoidose e lúpus eritematoso sistêmico. Assim, sua especificidade e
sensibilidade relativamente baixas fazem com que essa dosagem sozinha não seja utilizada
como ferramenta de diagnóstico, rastreamento, estadiamento ou acompanhamento após
tratamento primário do câncer de mama.
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Câncer epitelial de ovário.
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Câncer de pâncreas.
O CA 72.4 é altamente sensível para o câncer, mas sem ser órgão-específico, não sendo
utilizado para um tipo específico de neoplasias. Por exemplo, seus níveis encontram-se
elevados em 55% dos casos de câncer de cólon, 50% dos casos câncer de estômago, 45%
para pâncreas e trato biliar e 63% para carcinoma mucinoso de ovário. O VR é 6U/mL, sendo
utilizado frequentemente no controle de remissão e recidiva de carcinomas de trato
gastrintestinal (gástrico, cólon, pâncreas e trato biliar). Cerca de metade dos pacientes com
câncer gástrico apresentam níveis elevados de CA 72.4, tornando-o, portanto, mais sensível do
que o CEA e o CA 19.9 nessa enfermidade.
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Câncer de mama.
Esse antígeno não tem sensibilidade e especificidade satisfatórias para ser aproveitado para o
diagnóstico de câncer. Entretanto, é um marcador tumoral disponível para a detecção de
recorrência de câncer mamário, com sensibilidade de 58% e especificidade de 98%,
considerando um VR de até 38U/mL. Diante disso, a sua indicação fica limitada ao segmento
de pacientes com diagnóstico de câncer de mama, com maior vantagem em permitir a
detecção precoce de recorrências, viabilizando tempo aceitável para decisões terapêuticas
adequadas.
CA50 (ANTÍGENO DO CÂNCER 50)
Uma glicoproteína utilizada como marcador tumoral em uma variedade de carcinomas epiteliais
(câncer gastrintestinal e de pâncreas). A maioria dos pacientes com câncer de pâncreas e
pacientes com câncer colorretal em estágios mais avançados também apresenta elevação
plasmática desse marcador.
CROMOGRANINA A (SECRETOGRANINA I)
Esse marcador é uma proteína da matriz nuclear com importante função de regulação do ciclo
celular. Assim, fica fácil entendermos que pacientes com recidiva de tumor ou com a doença
invasiva apresentarão índices mais elevados deste marcador tumoral. Empregado para câncer
de bexiga e avaliado em amostras de urina.
CATEPSINA D
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Metástase.
P53
Você, certamente, já escutou que a proteína p53 é sintetizada pelo gene de mesmo nome, que
funciona como supressor tumoral. Essa proteína atua impedindo a divisão celular de células
danificadas e estimulando o reparo e indução da apoptose nas células com danos ao DNA. Já
é conhecido que vários tumores apresentam mutações nos genes que codificam a p53, levando
a perda de função dessa proteína.
A detecção dessas mutações nos genes é medida diretamente pelos ensaios de biologia
molecular ou, indiretamente, pelos ensaios de imuno-histoquímica e pela dosagem da proteína,
sendo relacionadas com os piores prognósticos e a presença de tumores mais agressivos.
Β2-MICROGLOBULINA A
A β2-Microglobulina é um glicoproteína presente em todas as células nucleadas e em
pequenas concentrações no soro 2,0µg/mL (até 60 anos) e 2,6µg/mL (após os 60 anos de
idade). Uma elevação nas concentrações plasmáticas deste marcador está presente em
pacientes com linfomas não Hodgkin e mieloma múltiplo. Além disso, no mieloma múltiplo ele é
o mais importante fator de prognóstico.
ATENÇÃO
Como percebemos, esses marcadores podem, muitas vezes, estar aumentados em diferentes
tipos de neoplasias, e sozinhos não indicam a presença de câncer, sendo necessários exames
adicionais e complementares para auxiliar o diagnóstico, como biopsias e diagnóstico de
imagem.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS MARCADORES TUMORAIS NÃO PODEM SER USADOS DE FORMA
ISOLADA, A FIM DE PERMITIR UM DIAGNÓSTICO DE CÂNCER; PORÉM,
QUANDO É DIAGNOSTICADA UMA NEOPLASIA QUE ESTÁ,
COMPROVADAMENTE, ASSOCIADA A NÍVEIS ELEVADOS DE UM
MARCADOR TUMORAL, ESTE PODE SER UTILIZADO PARA AVALIAR A
RESPOSTA TERAPÊUTICA. DIANTE DE TAL ASSERTIVA, PODE-SE
AFIRMAR QUE A ASSOCIAÇÃO CERTA ENTRE OS MARCADORES E OS
CÂNCERES ESTÁ EM:
A) Calcitonina – feocromocitoma.
E) Alfafetoproteína – hepatocarcinoma.
A) CEA
B) AFP
C) BTA
D) PSA
E) β2-Microglobulina A
GABARITO
1. Os marcadores tumorais não podem ser usados de forma isolada, a fim de permitir um
diagnóstico de câncer; porém, quando é diagnosticada uma neoplasia que está,
comprovadamente, associada a níveis elevados de um marcador tumoral, este pode ser
utilizado para avaliar a resposta terapêutica. Diante de tal assertiva, pode-se afirmar que
a associação certa entre os marcadores e os cânceres está em:
A alfafetoproteína é uma proteína produzida no fígado, saco vitelino e intestino, durante a vida
fetal, estando presente em altas concentrações plasmáticas. No entanto, após um ano de vida,
ela passa a não ser mais detectada. O aumento na sua concentração plasmática está
associado a neoplasias gastrintestinais e hepatocarcinoma, mas também na hepatite e cirrose.
O antígeno tumoral da bexiga (BTA) é utilizado para o rastreio do câncer de bexiga, pois essa
proteína é sintetizada apenas pelas células neoplásicas da bexiga, não sendo detectadas em
condições normais. Entretanto, sua detecção também pode ocorrer em casos de litíase
urinária, irritação da bexiga e uso de sonda vesical, sendo assim necessário exames adicionais
para confirmação diagnóstica.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A homeostase em animais é mantida por dois sistemas de controle: o neural e o endócrino. O
controle endócrino é feito a partir da produção de hormônios pelas diferentes glândulas
existentes no corpo humano. Vimos, ao longo deste conteúdo, que os hormônios exercem
efeitos impressionantes nos processos de reprodução, desenvolvimento e metabólicos, mas
que, em algumas condições de baixa ou alta produção, podem desencadear diferentes
doenças e o desequilíbrio dessa homeostase.
Além disso, aprendemos que os marcadores tumorais são bons indicadores para o diagnóstico,
prognóstico, monitoramento e critério para cura de alguns tipos de neoplasias. Pacientes que,
inicialmente, possuem um marcador tumoral em nível aumentado, que se normaliza com
tratamento, têm uma resposta favorável. Porém, quando persistentemente elevado, está ligado
à alta probabilidade de recorrência ou doença progressiva, altamente suspeito de metástase.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CHAMHUM, J. R., et al . Marcadores tumorais: revisão de literatura. In : Revista Brasileira
de Cancerologia, vol. 53, n. 3, p. 305-316, 2007. Consultado na internet em: 23 jun. 2021.
DALPAI, D.; BARSCHAK, A. G. Bioquímica médica para iniciantes. Porto Alegre: UFCSPA,
2018.
NUNES, M. T. Hormônios tiroideanos: mecanismo de ação e importância biológica. In :
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, vol. 47 n. 6, São Paulo, 2003.
Consultado na internet em: 23 jun. 2021.
EXPLORE+
Veja como o canal do YouTube TV Oncoguia aborda os marcadores tumorais, sob o ponto
de vista do câncer de pulmão, no vídeo intitulado Marcadores tumorais para o câncer
de pulmão .
Para conhecer mais sobre a gonadotrofina coriônica humana, leia o artigo Formas
moleculares da gonadotrofina coriônica humana: características, ensaios e uso
clínico , de MEDEIROS & NORMAN (2006).
Leia o capítulo de REIS & CASSINI, intitulado Antígeno prostático específico (PSA) ,
que aborda os novos parâmetros para dosagem de PSA.
CONTEUDISTA
Mila Muraro de Almeida