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AVALIAÇÃO HORMONAL MASCULINA E FEMININA

INTRODUÇÃO

Os hormônios podem ser definidos como moléculas sintetizadas e secretadas


por células especializadas, que agem como mensageiros químicos. Funcionalmente
podemos considerá-los como uma classe de moléculas regulatórias. Os hormônios
são secretados por estímulos específicos e circulam na corrente sanguínea livres ou
conjugados a uma proteína específica. A ligação permite uma vida média mais
longa ao hormônio em órgãos diferentes.

Podem ser definidos com base no seu mecanismo de ação, são eles:

● Autócrina: Atuação na própria célula onde são sintetizados. Ex: IGF 1


(Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1).
● Parácrina: Atua em células vizinhas ou distantes. Ex: Insulina
(secretada pelas células 𝛃 pancreáticas, afeta a secreção do glucagon
e sintetizada pelas células α pancreáticas).
● Endócrino: Atuação em células ou órgãos à distância, aos quais atinge
através da corrente sanguínea ou linfática. Ex: hormônios sexuais,
hormônios da tireoide e outros.

Serão definidas também pelo local de ação, sendo eles:

● Hormônios que atuam na membrana celular: Glicoproteínas,


polipeptídeos e aminas (com exceção dos hormônios tireoidianos). Ou
seja, o receptor está localizado na membrana celular.
● Hormônios que atuam no núcleo: Esteroides e hormônios da tireoide.
Possuem receptores intracelulares, citoplasma e núcleo.

Metodologia dos exames hormonais: Por coleta sanguínea pelo método de


Quimioluminescência (tipo de reação química que gera energia luminosa e que
pode ser medida. Foi o primeiro método capaz de dosar hormônios que circulam no
sangue em concentrações muito baixas e é o mais utilizado atualmente). (Carol)

EXAMES MASCULINOS

Testosterona total: A testosterona (TST) é o principal hormônio androgênico no


sexo masculino. Devido às características normais do envelhecimento, a partir dos
40 anos, o organismo masculino começa a apresentar mudanças e apesar de ser
um evento natural do avanço da idade, a redução desse hormônio pode ser
acompanhada por alterações físicas e emocionais. A monitoração da testosterona é
utilizada clinicamente para diagnosticar e diferenciar os transtornos endócrinos, nos
homens estes transtornos incluem: hipogonadismo, falha testicular, esterilidade,
hipopituitarismo, e hiperprolactinemia. Os valores de referência são: 241 – 827
ng/dL.
Testosterona livre: A maior parte da testosterona sérica está ligada à globulina de
ligação dos hormônios sexuais (SHBG), mas também existe em ligação solta com a
albumina e em estado livre. Normalmente solicitado para avaliação da fração ativa
da testosterona (principalmente quando os níveis de testosterona total estão
normais). Valores de referência: 17 a 40 anos: 3,400 a 24,600 ng/dL ; 41 a 60
anos: 1,670 a 18,300 ng/dL ; 61 a 90 anos: 1,860 a 19,000 ng/dL

SHBG: A concentração da SHBG no plasma é regulada, entre outros fatores, pelo


balanço androgênio/estrogênio, hormônios da tireóide, insulina e dieta. É a proteína
de transporte mais importante para estrogênios e androgênios no sangue
periférico.As concentrações plasmáticas de SHBG encontram-se altas no
hipertireoidismo, no hipogonadismo e na cirrose hepática em homens. Baixas
concentrações em hiperprolactinemia e síndromes de atividade androgênica
excessiva. Valores de referencia: Homens de 20 a 70 anos: 13,2 a 89,5 nmol/L ;
Mulheres de 20 a 46 anos: 18,2 a 135,7 nmol/L ; Mulheres de 47 a 91 anos
(Pós-Menopausa): 16,8 a 125,2 nmol/L

Dosagem de PSA: O PSA é uma glicoproteína produzida pelas células epiteliais


prostáticas, está presente em altas concentrações no líquido seminal. Quando essa
substância está aumentada, pode alterar em outras afecções como hipertrofia
benigna da próstata, prostatites e/ou traumas.

Os valores de referência do PSA Total Até 4,0 ng/mL. PSA Livre Relação PSA
Livre/PSA Total: > 33%. (Carol)

FSH: O FSH estimula a espermatogênese no homem. É secretado pela hipófise, de


maneira pulsáti. O FSH encontra-se em nível relativamente elevado no primeiro ano
de vida, decrescendo a níveis muito baixos durante a infância e elevando-se na
puberdade até níveis de adulto. Níveis abaixo do mínimo podem indicar problema
no eixo hipófise /testículo e os valores acima do normal sugerem dificuldades
testiculares na produção do espermatozoide. Valores de referência: 13 a 70 anos:
1,4 — 18,1 mUI/mL.

Cortisol: O cortisol é o principal hormônio sintetizado e segregado pelo córtex


supra-renal. O cortisol é essencial à vida, regulando o metabolismo dos hidratos de
carbono, proteínas e lípidos, mantendo a pressão arterial normal e inibindo as
reações alérgicas e inflamatórias. Sua concentração encontra-se elevada na
hipoglicemia,gravidez e estresse. Apresenta-se reduzido na Doença de Addison e
nos casos de hipopituitarismo. Valor de referência: De 7:00 às 9:00h: 4,3 – 22,4
ug/dL.

EXAMES FEMININOS
Dosagem de FSH (hormônio folículo estimulante): O FSH estimula os folículos
ovarianos na mulher e a produção do estrogênio. O FSH eleva-se nas deficiências
ovarianas e menopausa e em valores baixos em doenças relacionadas a hipo e
hipertireoidismo. É dosado, principalmente, por mulheres submetidas à fertilização
in vitro e crianças avaliadas para puberdade precoce, e o exame pode detectar
diversas situações, por exemplo: Produção regular ou irregular de óvulos; gravidez;
puberdade atrasada ou precoce; menstruação irregular ou ausente; e menopausa.
Valores de referência: Fase folicular: 2,5 - 10,2 mUI/mL; Pico a meio do ciclo: 3,4
- 33,4 mUI/mL; Fase lútea: 1,5 - 9,1 mUI/mL; Gravidez: > 0,3 mUI/mL; Pós
menopausa: 23,0 - 116,3 mUI/mL.

LH (hormônio Luteinizante): O hormônio luteinizante é o que estimula a produção


de progesterona no organismo. Atua, junto ao estrogênio, no ciclo menstrual, seu
grande aumento no meio do ciclo induz a ovulação. Se for dosado de maneira
seriada, pode determinar a data da ovulação. Níveis aumentados de LH com FSH
normal ou baixo podem ocorrer com obesidade, hipertireoidismo e doença hepática.
Na síndrome dos ovários policísticos pode encontrar-se em valores acima do
normal. Valores de referência: Fase folicular: 1,9 — 12,5 mUI/mL; Pico a meio do
ciclo: 8,7 — 76,3 mUI/mL; Fase Lútea: 0,5 — 16,9 mUI/mL; Gravidez: 0,1 1,5
mUI/mL; Pós-menopausa: 15,9 — 54,0 mUI/mL; Uso de contraceptivos: 0,7 —
5,6 mUI/mL.

Hormônio do crescimento (GH): O hormônio do crescimento humano (hGH) é


utilizado no diagnóstico do tratamento de várias formas de secreção inapropriada de
hormônio do crescimento. As concentrações séricas de GH podem variar no
decorrer de 24 horas, como consequência de alta secreção de GH e variações
importantes associadas ao ritmo circadiano e ao sono na liberação. Se não for
atingido um nível máximo de liberação significa que há uma insuficiência. O excesso
de hormônio do crescimento pode levar a uma acronomegalia. Valores de
referência:
0 a 2 anos..: 0,120 a 8,240 ng/mL
2 a 7 anos..: 0,030 a 6,240 ng/mL
7 a 12 anos.: 0,020 a 4,760 ng/mL
12 a 14 anos: 0,010 a 6,200 ng/mL
14 a 19 anos: 0,030 a 5,220 ng/mL
Adulto......: 0,010 a 3,607 ng/mL

Progesterona: A progesterona é produzida pelo corpo lúteo, sua dosagem é útil


para se comprovar a ovulação. Normalmente é realizado 7 dias antes da data
provável da próxima menstruação. Na gestação o hormônio eleva-se nas primeiras
semanas, os valores mais baixos são encontrados na gestação ectópica e aborto.
Valores de referência: Fase Folicular: Até 1,40 ng/mL; Fase Lútea: 3,34 — 25,56
ng/mL; Fase Lútea Intermediária: 4,44 — 28,3 ng/mL; Pós-Menopausa: Até 0,73
ng/mL.
Prolactina: A prolactina é um hormônio proteico secretado pela hipófise anterior e
pela placenta. Durante a gestação, em associação com outros hormônios, estimula
o desenvolvimento das mamas e a produção de leite, nesse período, a prolactina
aumenta sob estímulo do estradiol atingindo valores cerca de 10 vezes o valor
encontrado em não grávidas. A hipersecreção de prolactina pode ser causada por
tumores hipofisários, estímulo mamilar, trauma do tórax, hipotireoidismo,
insuficiência renal, estresse, alimentação e algumas medicações. Valores de
referência para mulheres: Não grávidas : 2,8 - 29,2 ng/mL;Gravidez: 9,7 - 208,5
ng/mL; Pós Menopausa: 1,8 - 20,3 ng/mL.

Estrogênio: O estrogênio é o hormônio sexual mais conhecido, ele causa a


queratinização das células vaginais, produz o desenvolvimento e manutenção das
características sexuais secundárias femininas, desempenha funções na saúde
óssea, funções cognitivas entre outras. Os estrogênios são utilizados no climatério
para melhorar manifestações clínicas causadas, sua reposição sempre deve ser
precedida e controlada por exames clínico e ginecológico completos.

Estrona (E1): A estrona é um hormônio esteroide feminino produzido


principalmente pelos ovários, bem como pelas glândulas adrenais e pela gordura
corporal. Durante a menopausa, a produção de estrona pelos ovários diminui
significativamente, e a estrona produzida pela gordura corporal se torna a principal
fonte de estrogênio no corpo feminino. A estrona é comumente utilizada em terapias
de reposição hormonal durante a menopausa, juntamente com outros hormônios
estrogênicos e progestágenos. Valores de referencia: Mulheres na
pré-menopausa: 17-200 pg/mL Mulheres na pós-menopausa: <10-60 pg/mL.

Estradiol (E2): É o hormônio mais importante no ciclo reprodutivo da mulher, ele


regula a função sexual feminina, e secretado principalmente pelos ovários.Sua
dosagem tem importância na avaliação da fertilidade e irregularidades menstruais,
Valores de referência:Fase folicular: 19,5 - 144,2 pg/mL; Meio do ciclo: 63,9 -
356,7 pg/mL; Fase Lútea: 55,8 - 214,2 pg/mL; Pós Menopausa: Até 32,2 pg/mL.

Estriol (E3): O estriol é um hormônio esteroide feminino produzido principalmente


pela placenta durante a gravidez, é responsável por muitas das mudanças físicas e
hormonais que ocorrem durante a gravidez, incluindo o crescimento das mamas, o
aumento do útero e a dilatação dos vasos sanguíneo, o mesmo desempenha um
papel importante na manutenção da saúde do trato urinário feminino. Valores de
referencia: Fase folicular do ciclo menstrual: 12-430 pg/mL Pico ovulatório:
86-498 pg/mL Fase lútea do ciclo menstrual: 43-211 pg/mL Mulheres na
pós-menopausa: <10-30 pg/mL.

Hormônio paratireoidiano (PTH): O hormônio paratireoidiano atua com a


calcitonina e contribui para manter o equilíbrio dos níveis de cálcio no sangue. Em
vista disso, o exame é indicado principalmente para mulheres na terceira idade —
pois, nessa fase na vida, é comum o organismo ter dificuldade para absorver o
cálcio. Algumas alterações como, nódulos nas glândulas paratireoides, diminuição
de cálcio e a deficiência de vitamina D são fatores que elevam o valor do PTH.
Quando encontrado em valores baixos, pode estar relacionado a cirurgias no
pescoço que afetem as glândulas paratireoides e doenças genéticas. Valor de
referência: 12 a 88 pg/mL.

Testosterona: Nas mulheres, a testosterona é produzida principalmente pela


conversão periférica dos pré-hormônios. Seus níveis são utilizados para
diagnosticar e diferenciar os transtornos endócrinos como a síndrome do ovário
policístico, hiperplasia suprarrenal, esterilidade, hirsutismo, amenorréia, obesidade e
virilização podem causar alterações na concentração de testosterona no soro.
Valores de referência : 14 - 76 ng/dL.

Vitamina D: A vitamina D reage como um hormônio hipercalcemiante envolvida na


absorção intestinal do cálcio e na regulação da homeostasia do cálcio. A vitamina D
é essencial à formação e manutenção de ossos fortes e saudáveis. A deficiência de
vitamina D pode resultar da inadequada exposição ao sol, ingestão alimentar, da
diminuição da sua absorção, de um metabolismo anormal ou da resistência à
vitamina D1. Valores de referência: Criança: 20 – 100 ng/mL; Adultos: 30 – 100
ng/mL.

EXAME HORMONAL AMBOS OS SEXOS

Insulina: A insulina é um hormônio produzido no pâncreas, que tem como principal


função regular o nível de açúcar no sangue. Dessa forma, sua avaliação é
imprescindível para a prevenção de doenças, pois alterações nesse hormônio
podem ser indicativo de enfermidade, como diabetes, que, por sua vez, podem
tornar o corpo mais suscetível a AVC, infarto e outras complicações.

Exame de TSH: O hormônio tireoestimulante (TSH) é uma glicoproteína secretada


pela adenoipófise, tendo como principal efeito o de estimular a tireóide a liberar T3 e
T4. É o exame inicial para investigação de doenças que acometem a tireoide. Está
aumentado principalmente no hipertireoidismo primário, tireoidite de Hashimoto e na
secreção inapropriada de TSH. Está diminuído principalmente no hipertireoidismo
primário,hipotireoidismo secundário ou terciário. Valores de referência: 2 - 12 anos:
0,64 - 6,27 µUI/mL; 12 - 18 anos: 0,51 - 4,94 µUI/mL; Acima de 18 anos: 0,55 -
4,78 µUI/mL.

Tri-iodotironina 3 total (T3) : É um exame utilizado para avaliar a função


tireoidiana, do homem e da mulher, porém o maior gênero afetado pelas disfunções
da tireoide é o feminino. Normalmente o exame é solicitado quando os níveis de
TSH estão alterados. Valores baixos podem ser encontrados nos quadros de
doença não tireoidiana e hipotireoidismo. Nos homens nas fases iniciais de
hipotireoidismo os valores podem ainda estar normais. O valor de referência do T3
total é de 0,6 a 1,81 ng/mL.

Tiroxina 4 livre: O T4 livre corresponde a uma pequena fração da tiroxina total (T4)
que se encontra não ligada a proteínas. É um teste útil para avaliar a função
tireoidiana, menos sensível a mudanças nas concentrações de proteínas, estando
aumentado no hipertireoidismo e diminuído no hipotireoidismo. Valor de referência:
0,89 — 1,76 ng/dL.

Tiroxina 4 total: O T4 total é produzido pela tireoide. Em geral, está elevado no


hipertireoidismo e diminuído no hipotireoidismo. Porém, qualquer elevação durante
o uso de estrógenos (pílula — anticoncepcional) e na gravidez, pode aumentar os
níveis de T4 sem que realmente isto represente um hipertireoidismo. Em situações
onde há doenças sistêmicas graves, cirrose hepática, na síndrome nefrótica, ou
quando é utilizado drogas como salicilatos, furosemida e heparina, isso diminui os
níveis de T4 total, não indicando hipotireoidismo. Valor de referência: 4,5 a 12,5
mcg/dl.

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