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Saúde da mulher
Fisiologia do ciclo menstrual e Amenorreia
Ciclo menstrual: conjunto de eventos endócrinos interdependentes do eixo hipotálamo hipófise ovário
e as consequentes, modificações fisiológicas. no organismo, visando à preparação para ovulação e
futura gestação.

 Duração: 2 a 6 dias
 Perda: 20 a 80 ml
Divisões do ciclo menstrual:
1º parte:

• Ciclo ovariano → fase folicular


• Ciclo uterino → período proliferativo
2º parte (após ovulação):

• Fase lútea
• Fase secretora
Fisiologia do ciclo menstrual:

• o controle do ciclo é cortical, acontece no hipotálamo;


• o hipotálamo produz GNRH de uma forma pulsátil
• GNRH estimula a adenohipófise
• Adenohipófise secreta LH e FSH; A escolha
• Estimula ovários a produzir estrógeno e progesterona a agir no útero, especialmente
endométrio;
Eventos:
1. Maturação folicular e liberação dos óvulos
2. Preparação do útero para receber o embrião
Ciclo ovariano:
❖ Fase folicular:
• Começa com o 1º dia de menstruação
• 1º fase do ciclo
• Seleção do folículo dominante, que posteriormente vai romper e fazer a ovulação;
• Dura em média 10-14 dias
• Folículo primordial → folículo primário → folículo pré-antral → folículo antral → folículo pré
ovulatório;
• Aumento do FSH (hormônio folículo estimulante) → sinal de recrutamento folicular
→corrobora para a evolução dos folículos (de pré antrais até pré ovulatórios).
• Ao nascer → 1 milhão de folículos primordiais;
• Menarca → 500 mil (400 chegarão à ovulação);
Teoria das duas células:
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(1)
Células da teca
(2)
Células da granulosa
 A teca (Estimulada pelo LH) e granulosa (Estimulada pelo FSH).
 O LH estimula as células da teca e o colesterol lá existente a se transformar em androgênio. A
granulosa não consegue produzir androgênios. Esse androgênio vai ser transportado para
granulosa, através da aromatase (enzima) e é transformado em testosterona e estradiol. O
nome desse evento e aromatação.
 O folículo dominante possui a maior atividade da AROMATASE, maior produção de ESTRADIOL,
maior número de receptor de FSH e maior expressão dos receptores de LH nas células
granulosas
Evolução dos folículos:
Fase ovulatória:

 Folículo dominante pré-ovulatório → síntese de estradiol → produção de LH → Pico de LH


 Estradiol > 200 PG/ml por 50 horas;
 A ovulação ocorre 32 a 36 horas após a elevação de LH; 10-12 horas após o seu pico máximo de
LH
Fase lútea:

• Após a ovulação e vai até a menstruação duração de 14 dias;


• Folículo ovariano → corpo lúteo
• 8 dias após o pico da ovulação há o aumento da progesterona;
• É preciso um apoio interrupto de LH para o funcionamento lúteo com produção adequada de
progesterona e estradiol.
Final do ciclo:

• Regressão do corpo lúteo → queda de estradiol, progesteronae inibina A → retorna o início do


ciclo;
Ciclo uterino
1. Fase menstrual:
2. Fase proliferativa (4º ou 5º dia)
• Atividade mitótica glandular, endométrio mede de 4 a 5cm)
3. Fase secretora: fase do pico de progesterona;
• Secreção glandular e edema de estroma
• No começo o estradiol está alto e após a ovulação a progesterona que aumenta sua quantidade;
Amenorreia:
Primária:

 Ausência de menstruação aos 14 anos SEM caracteres sexuais secundários; ausência de


menstruação aos 16 anos COM características sexuais secundários;
 Ou Ausência de menstruação aos 16 anos com caracteres sexuais secundários;
Secundária:

 Ausência de menstruação por 06 meses ou período de 03 ciclos consecutivos


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O que é preciso para o ciclo menstrual normal?


1. Hipotálamo e SNC: controle primário: sofre influências hormonais e ambiente externo.
2. Hipófise anterior: FSH e LH
3. Ovários: estrógeno e progesterona;
4. Vagina e útero presentes: para exteriorização do fluxo. E útero com endométrio responsivo;

Classificação:
Amenorreia primária:

• Sem caracteres sexuais secundários;


• O que perguntar? saber se tem ou não útero; se tem útero faz ultrassom, investiga dosagem
hormonal fsh e LH;
Presença de útero:
a. FSH e LH altos → hipogonadismo hipergonadotrófico →cariótipo → Digesia Conadal, Síndrome
de Turner;
b. FSH e LH baixos →hipogonadismo hipogonadotrófico →causa central → Síndrome de
Kallamann, atraso fisiológico, tumores no SNC
c. Útero ausente → cariótipo XY → Deficiência 5- alfa redutase;
Síndrome de Turner:

• Principal causa de digenesia gonodal


• O ovário não manda informação para o útero;
• Ovários em fita;
• Tratamento: hormonal do crescimento e terapia hormonal
Síndrome de KALLMAN:

• Falha na embriogênese na migração das células produtoras de GnRH e nas células neuronais
olfatórias;
• Cariótipo XX, anosmia, cegueira para cores e amenorreia
• Tto: GnRH ou estrogênio e progesterona
Deficiência da 5 ALFA redutase:

• Essa deficiência impede a definição da genitália externa; possui genitália ambígua;


• Cariótipo XY
• A deficiência da enzima (não transforma testosterona em di hidrotestosterona) impede a
diferenciação da genitália externa masculina;
• Genitália ambígua;
• Tratamento: depende do sexo de criação
Amenorreia primária: com caracteres sexuais secundários:
Útero normal:

• Precisa saber se tem ou não útero; se tem faz dosagem hormonal:


• TSH anormal → hipo ou hipertireodismo
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• PRL elevada → hiperprolactemia


• FSH elevado → falência ovariana, síndrome de Savage;
• Se o FSH der normal vai dosar o estrogênio
• FSH normal → estrogênio normal →SOP, hiperplasia de adrenal congênita
• FSH normal → estrogênio diminuído → TC/RUM → Anorexia, doença crônica, tumor
Útero ausente ou malformado:

 Cariótipo XY:
• Insensibilidade androgênica (SD de morris)
• Pesudo hemafroditismo, genitália externa feminina, gônadas: testículos, fenótipo:
feminino; ausência de pelos;
• Terapia hormonal, retirada de gônadas, neovagina;

 Cariótipo XX:
• Anomalias mullerianas, SD de ROKITANSKY;
• Agenesia de genitália interna, genitália externa feminina, gônodas:ovários, fenótipo
feminino, pelos normais;
• Neovagina 2/3 superiores ausentes;
Amenorreia secundária:

• Sempre excluir gravidez;


• Dosar TSH e prolactina;
• Prolactina alta → procurar alteração ou tumor;
• Alto TSH → hipotireoidismo
• TSH e prolactina normais → faz o teste da progesterona
 Hiperprolactemia (PRL elevado) → TSH e Prolactina → normais → teste de progesterona
Teste da progesterona: dá 10 mg de
progesterona por 7 dias para a
paciente menstrual; se menstrual é
teste de progesterona positivo
(anovulação ou SOP);
Teste de estrógeno: faz se o de
progesterona der negativo; se der
positivo pode indicar alteração em
hipotálamo- hipófise – ovário e se
der negativo pode indicar síndrome
de ASHERMAN.

Síndrome de ASHERMAN:

• Não responde a nenhum dos tratamentos;


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• Sinéquias intrauterinas decorrentes de agressão do endométrio (ex: curetagem)


Caso o teste de estrogênio der positivo deve-se investigar o FSH:

• se o teste de GnRh der positivo o problema pode ser no hipotálamo (estresse, distúrbio
alimentar ou uso de anticoncepcional)
• síndrome de SHEEHAN → sangramento intenso durante a menstruação que causa uma
endocrinopatia;
• se o FSH der alto é hipogonadismo hipergonadotrófico, provável causa ovariana;

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