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Amenorreia GIN

 Amenorreia primária: ausência de menarca e de a. FSH < 20 mUI/L: hipogonadismo  Falência ovariana prematura (FOP): a mulher nasce com
caracteres sexuais secundários aos 14 anos ou hipogonadotrófico (causa hipofisária ou número reduzido de folículos ou com taxa de
ausência de menarca aos 16 anos, mesmo com hipotalâmica) desaparecimento folicular aumentada, submetida a
desenvolvimento de caracteres sexuais secundários. b. FSH > 20 mUI/L: hipogonadismo irradiação, QMT ou RT, ooforectomia, ooforite,
 Amenorreia secundária: ausência de menstruação hipergonadotrófico (causa ovariana: FOP) parotidite, doenças autoimunes (LES, DM1, síndrome
por 3 ciclos consecutivos ou 6 meses. 5. Teste do GnRH (se teste 4 for ↓FSH): administrar 100 de Cushing, tireoidite)
Etiologias: mg de GnRH IV e dosar FSH e LH após.  Síndrome de Savage: resistência ovariana aos
I. Distúrbio do sistema genital ou obstrução na saída do a. Positivo (aumento de ≥ 200%): indica causa hormônios hipofisários (FSH e LH)
fluxo menstrual; hipotalâmica
II. Distúrbios ovarianos: hipogonadismo b. Negativo (aumento < 200%): indica causa ETIOLOGIAS HIPOFISÁRIAS
hipergonadotrófico (estrogênio baixo com LH/FSH hipofisária  Tumores: prolactinomas
altos)  Compressão hipofisária: síndrome da sela vazia;
III. Distúrbios da hipófise anterior: hipogonadismo  Síndrome de Sheehan: sangramento obstétrico
hipogonadotrófico (estrogênio baixo com LH/FSH intensa causa hipovolemia, isquemia e necrose da
também baixos) hipófise, gerando pan-hipopituitarismo
IV. Distúrbios hipotalâmicos ou do SNC: hipogonadismo
hipogonadotrófico ETIOLOGIAS HIPOTALÂMICAS
São as mais comuns depois de SOP.
INVESTIGAÇÃO AMEN  Tumores
 HiperPRL: uso de amitriptilina, adenoma hipofisário
SECUNDÁRIA
(bloqueia eixo, causando amenorreia e atrofia
1. Beta-HCG (gravidez), TSH (hipotireoidismo, TSH
endometrial)
alto bloqueia pulso de GnRH) e prolactina
 Hipotireoidismo
(hiperprolactinemia);
2. Teste da progesterona: receitar 5-10 mg de acetato  Síndrome de Kallman: anovulação e anosmia
de medroxiprogesterona (AMP) VO durante 5-14  Amenorreia pós-pílula: o bloqueio hormonal
dias; prolongado do hipotálamo faz com que, após a
a. Positivo (ocorre menstruação): indica presença ETIOLOGIAS OBSTRUTIVAS (CANALICULARES) interrupção do uso, o ciclo menstrual demore 6-12
de estrogênio, falta de progesterona e  Síndrome de Asherman: caracterizada pela presença de meses para retornar ao normal
anovulação sem alteração hipofisária ou sinequias (aderências) uterinas causadas por curetagens,  Psicogênica: durante o estresse, a atividade intensa
hipotalâmica. A principal causa é SOP. curagens, cirurgias uterinas, cesarianas e endometrites de neurônios dopaminérgicos e opiáceos diminui a
b. Negativo (não ocorre menstruação): indica  As sinequias provocam adesão entre as paredes do frequência e a amplitude dos pulsos de GnRH,
ausência de estrogênio ou obstrução anatômica endométrio, obstruindo a saída do fluxo menstrual bloqueando o eixo
do trato genital. Prosseguir  Anorexia nervosa ou desnutrição: inatividade do
3. Teste do estrogênio+progesterona (se teste 2 negativo): ETIOLOGIAS OVARIANAS GnRH por mecanismo semelhante ao estresse
receitar estrogênios conjugados 0,625 mg/d por 10-14  Disgenesias gonadais (causas de amenorreia 1ª):  Exercícios físicos prolongados: aumento de opiáceos
dias seguidos de AMP 10 mg/d por 5-10 dias; síndrome de Turner pode dar amenorreia 2ª endógenos afetam a liberação de GnRH. Tratar com
a. Positivo (ocorre menstruação): indica  Síndrome dos ovários policísticos (SOP): caracterizada ACHO
hipogonadismo. Prosseguir; pela presença de pelo menor 2 dos critérios (1)
b. Negativo (não ocorre menstruação): indica anovulação crônica, (2) hiperandrogenismo e (3)
obstrução no trato genital (Sd. de Asherman) ovários policísticos ao US
4. Dosagem de FSH (se teste 3 positivo)
Amenorreia GIN

INVESTIGAÇÃO AMEN PRIMÁRIA


Menina de 14 anos sem caracteres secundários
1. Dosagem de FSH e LH
a. ↑FSH/LH: hipogonadismo hipergonadotrófico
indica insuficiência ovariana e/ou disgenesias
gonadais
b. ↓FSH/LH: hipogonadismo hipogonadotrófico
indica causa central (hipotálamo ou hipófise).
Fazer teste do GnRH
2. Cariótipo (se teste 1 alto)
a. Sd. de Turner (45, X, mosaicismos): presença de
gônadas em fita, útero e baixa estatura.
b. Disgenesia gonadal pura 46, XY: Sd. Swyer
c. Disgenesia gonadal pura 46, XX
3. Paciente sem útero: cariótipo XY
a. HAC por deficiência de 17alfa-hidroxilase: não há
produção de testosterona
b. Deficiência de 5alfa-redutase: não há produção de
diidrotestosterona, responsável pelos caracteres
sexuais secundários masculinos

Menina de 16 anos com caracteres secundários


1. Exame físico: excluir hímen imperfurado
(criptomenorreia)
2. Teste da progesterona e USG pélvica
a. Com útero: investigar amenorreia secundária
b. Sem útero: cariótipo
3. Cariótipo XX (Síndrome de Rokitansky-Küster-
Hauser): agenesia mülleriana, com ausência de útero e
dos 2/3 superiores da vagina, mas com ovários e
produção hormonal normal
Prosseguir para neovaginoplastia
4. Cariótipo XY (Síndrome de Morris): insensibilidade aos
androgênios faz com que o organismo não responda à
testosterona e o desenvolvimento sexual externo seja
feminino
Prosseguir para gonadectomia após puberdade (risco de
os testículos não funcionais se malignizarem)

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