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FRENTE AO QUADRO DE

INCIDENTALOMA
HIPOFISÁRIOS, QUAIS AS
DOSAGENS HORMONAIS A
SEREM REALIZADAS?
DOENÇAS DA
HIPÓFISE
VINHETA DE ABERTURA
VINHETA DE ABERTURA
AGENDA

੦ incidentaloma hipofisário
੦ adenoma não funcionante
੦ hiperprolactinemia
੦ acromegalia
੦ NEM 1
੦ hipofisite
A HIPÓFISE E O HIPOTÁLAMO

(MOLINA, 2021)
A HIPÓFISE E O HIPOTÁLAMO

(MOLINA, 2021)
ADENO-HIPÓFISE

CRH TRH Dopamina GnRH GHRH Somatostatina

ACTH TSH Prolactina LH FSH GH

(MOLINA, 2021)
ocitocina

AVP (ou ADH)

NÃO SÃO PRODUZIDOS, APENAS


SECRETADOS

(MOLINA, 2021)
DESCOMPLICANDO

HIPOTÁLAMO​ HIPÓFISE​ GLÂNDULA​

CRH ACTH Cortisol, SDHEA

TRH TSH T4 e T3

GHRH GH IGF-1 (principalmente fígado)

GnRH LH/FSH Ovário ou testículo

Dopamina (tônus
Prolactina Glândula mamária
negativo)

(MOLINA, 2021)
AVALIAÇÃO TOPOGRÁFICA DA HIPÓFISE

ressonância magnética da hipófise

padrão-ouro
ADENOMA HIPOFISÁRIO

Normal Adenoma hipofisário


Macroadenoma: ≥ 1 cm
Microadenoma: < 1 cm
INCIDENTALOMA
HIPOFISÁRIO
DEFINIÇÃO

੦ lesão encontrada por acaso em exame de


imagem realizado por outro motivo
• (queixas não relacionadas com lesão
hipofisária)

(VILAR, 2016)
EPIDEMIOLOGIA

90% dos 10% das


incidentalomas necropsias tem maioria
hipofisários são incidentaloma microadenoma
adenomas hipofisário

(VILAR, 2016)
ETIOLOGIA

Adenoma Cisto de bolsa de Craniofaringeoma Meningeoma de


hipofisário Rahtke ੦ 5% tubérculo selar
੦ 50-90% ੦ 8-16% ੦ 6%

Metástatse: Hipofisite: Aneurisma de carótida


੦ 1-3% ੦ Rara interna, hamartoma,
੦ Mais comum e final da doença infiltrativa ou
gestação ou puerpério inflamatória

(VILAR, 2016)
AVALIAÇÃO

hipersecreção
hormonal

alterações
hipopituitarismo
visuais

(VILAR, 2016)
ALTERAÇÕES VISUAIS

COMPRESSÃO DO QUIASMA ÓPTICO


੦ testar campo visual
੦ neuro-oftalmológico
O QUIASMA ÓPTICO
CAMPIMETRIA

Disponível em: http://oftalmologiapassofundo.com.br/exames/campimetria-


computadorizada-em-passo-fundo/. Acesso em: 16 nov. 2021.
CAMPIMETRIA

HEMIANOPSIA BITEMPORAL

Disponível em: https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/acp-


medicine/6242/neuroftalmologia.htm. Acesso em: 16 nov. 2021.
#IMPORTANTE

RASTREAMENTO HORMONAL

Prolactina: IGF-1 Cortisol


੦ sempre ੦ sempre ੦ triagem de
dosar dosar síndrome de
cushing:
FSH e LH TSH apenas na
vigência de
੦ não causam ੦ rastreamento na sintomas
suspeita suspeita de ੦ hipocortiso-
clínica de hipopituitarismo lismo:
hiperprodu- dosagem de
ção cortisol
੦ dosagem de basal
FSH, LH e
testosterona

(VILAR, 2016)
IMAGEM

RM de sela túrcica

(VILAR, 2016)
ADENOMA NÃO
FUNCIONANTE
RASTREIO HORMONAL

੦ mesmo rastreio hormonal do incidentaloma


hipofisário
੦ a grande maioria expressa os receptores
gonadotróficos
• mas não produtores
੦ 25-30% dos adenomas hipofisários
੦ déficit geralmente segue a seguinte ordem:
• LH/FSH> GH > TSH > ACTH > PRL

(VILAR, 2016)
#IMPORTANTE

Compressão de haste diminui todos os hormônios


hipofisários pela falta dos fatores liberadores à
exceção da prolactina, que passa a ser produzida
em maior quantidade​.

(VILAR, 2016)
TRATAMENTO CIRÚRGICO

Técnica de escolha: Indicações: Considerar cirurgia:


੦ cirurgia ੦ comprometimento visual, ੦ progressão tumoral
transesfenoidal neurológico ou ੦ hipopituitarismo (este
compressão de quiasma não é a principal
੦ apoplexia com indicação pois a
comprometimento visual recuperação não é
੦ hipersecreção hormonal certa e a cirurgia pode
nos incidentalomas até agravar o quadro)
(exceto no prolactinoma) ੦ lesão próxima ao
quiasma em paciente
que quer engravidar
(risco de crescimento
tumoral)
੦ cefaleia refratária

(VILAR, 2016)
TRATAMENTO

Sintomas neurológicos/expansão, risco de apoplexia:


cirurgia transesfenoidal

Assintomático(a): seguimento com RM​

Déficit hormonal: cirurgia (?), repor hormônio da


glândula deficitária

(VILAR, 2016)
SÍNDROME DE SHEEHAN

Necrose da hipófise após parto complicado


੦ quadro clínico:
• hipotireoidismo
• insuficiência adrenal
• CESSA O LEITE​
੦ tratamento:
• reposição de hormônio
› levotiroxina
› glicocorticoide
• cirurgia
HIPERPROLACTINEMIA
ETIOLOGIA

Fisiológico: Fármacos: Patológico:


੦ gestação ੦ estrógeno (estimula gene ੦ prolactinoma
੦ lactação PRL) ੦ DRC
੦ estresse ੦ antagonista dopamina ੦ insuficiência hepática
੦ exercício (risperidona, olanzapina, ੦ Addison
੦ estímulo mamário Haldol®, metildopa, ੦ lesão de haste
opioide)
੦ sono ੦ tumor cossecretor GH e
੦ fenitoína PRL
੦ inibidor seletivo do ੦ lesão de parede torácica
receptor de serotonina
੦ macroprolactinemia *
੦ tricíclicos
੦ alprazolam
੦ verapamil
੦ domperidona, Plasil®,
cimetidina, ranitidina

(VILAR, 2016)
#PEGADINHA

MACROPROLACTINEMIA
੦ maioria das pessoas tem 85% da prolactina
circulante na forma monomérica
੦ algumas pessoas tem aglomerados de prolactina
(não funcionantes, mas mensuráveis)​
੦ prolactina de 200 ng/mL → PEG → 20 ng/mL​
੦ CONDIÇÃO NÃO PATOLÓGICA​
EFEITO GANCHO

੦ incomum nos ensaios atuais

੦ acontece com prolactina > 5.000 ng/mL,


resultado vem como 20-200 ng/mL
੦ solução: diluição
HIPERPROLACTINEMIA

> 200 ng/ml →


100-200 ng/ml → < 100 ng/ml →
macroprolactinoma
micro ou desconexão pseudoprolactinoma
(250 pela Endo
de haste ou outras causas
Society)
QUADRO CLÍNICO

Hipogonadismo
hipogonadotrófico: Galactorreia
੦ irregularidade
menstrual
੦ infertilidade Acne/hirsutismo
੦ redução de libido
੦ oligospermia
੦ osteoporose Sintomas compressivos

Ganho de peso Cossecreção: 30% com GH


e 10% com cortisol

(VILAR, 2016)
PROLACTINOMA

੦ tumor mais comum da hipófise (40%)


੦ 60% microadenoma
੦ mulheres de 20-50 anos
੦ homens, a maioria é macro

(VILAR, 2016)
TRATAMENTO

único tumor hipofisário em que a primeira


linha de tratamento é medicamentoso:

agonistas dopaminérgicos:

cabergolina bromocripitina

queda da prolactina em 2-3 semanas e


diminuição do adenoma em meses

avaliar após 1 mês de terapia

(VILAR, 2016)
ACROMEGALIA
#IMPORTANTE

GIGANTISMO:
Excesso da produção de GH e IGF-1 na criança ou
adolescente
ACROMEGALIA:
Excesso da produção de GH e IGF-1 no adulto
ETIOLOGIA

98%: 2%: Genética:

੦ adenoma ੦ secreção ੦ 90% esporádicos


hipofisário secretor hipotalâmica de ੦ 10% síndromes
de GH GHRH genéticas
(somatotropinoma) ੦ secreção ectópica
• 80-90%: de GH ou GHRH
macroadenomas

Síndromes
associadas:
੦ NEM-1, McCune-
Albright,
complexo de
Carney,
somatotropinoma
familiar isolado
QUADRO CLÍNICO

Aumento do
Aumento das
Macrognatia​ nariz e osso Lombalgia
mãos e pés
frontal

Sudorese​ (sinal
Insuficiência
de atividade da DM Artropatia
cardíaca
doença)

Hipertrofia do
Apneia do
HAS ventrículo Neoplasias
sono
esquerdo
DIAGNÓSTICO

੦ dosagem de GH e IGF-1
• ambos elevados confirma
੦ se IGF-1 elevado e GH normal:
• teste oral de tolerância à glicose
੦ RM de hipófise
AVALIAÇÃO DE COMPLICAÇÃO

Avaliação Cálcio (excluir


Campo visual hormonal de NEM-1) Polissonografia
outros eixos

USG abdome USG tireoide se


ECG Ecocardiograma
(visceromegalia) nódulo palpável

Colono (inicial e de 5/5 anos se pólipo ou


IGF-1 alto e de 10/10 anos se ausência de
DMO pólipo e IGF-1 normal), mamografia,
colpocitologia oncótica, PSA
TRATAMENTO

੦ cirúrgico:
• ressecção transesfenoidal
• padrão-ouro
੦ tratamento medicamentoso
• análogos de somatostatina:
• agonistas dopaminérgicos
• pegvisomanto (antagonista do receptor do
GH)
੦ RT estereotáxica: refratários
MEMORIZE

NEM 1
੦ "3 Ps"
੦ paratireoide – hiperparatireoidismo primário
( ~ 100%)
੦ pâncreas (30-70%): não
funcionante, gastrinoma, insulinoma
੦ pituitária - adenoma de hipófise (~20%)
HIPOFISITE
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA

੦ infiltração linfocítica (linfócitos B e T) da glândula


hipofisária
੦ prevalência: 0,24-0,88%
੦ incidência anual:
• 0,4% das cirurgias hipofisárias
• 2,4/10 mm, em casos cirúrgicos e não
cirúrgicos
#CAI NA PROVA

CLASSIFICAÇÃO
੦ localização anatômica
• adeno-hipofisite (F > M, gestação e puerpério)
• infundibuloneuro-hipofisite (F= M)
• pan-hipofisite (F < M)
੦ aspecto histopatológico
• linfocítica
• granulomatosa
• xantomatosa
• necrosante
• associada a IgG4
• mistas (linfogranulomatosas,
xantogranulomatosas)
#CAI NA PROVA

CLASSIFICAÇÃO
੦ causa
• primária:
› inflamação isolada da hipófise
• secundária
› doenças selares (germinoma, cisto de
bolsa de Rathke, craniofaringioma,
adenoma hipofisário)
› doenças sistêmicas (granulomatose de
Wegener, tuberculose, sarcoidose, sífilis)
› fármacos imunomoduladores
(ipilimumabe, nivolumabe e
pembrolizumabe)
QUADRO CLÍNICO

Efeitos de Diabetes
massa selar Insipidus

Alteração do Hiperprolactinemia
Cefaleia (50%) Náusea Vômito
campo visual
Pan-
hipopituitarismo

Compressão do
nervo óptico

Compressão
dos pares
cranianos (III, IV
e VI)

ACTH>TSH≥LH/FSH>PRL>GH
(VILAR, 2020)
(FUKUOKA, 2015)
(FAJE, 2016)
QUADRO CLÍNICO

੦ hipogonadismo 60-80%*
• *depende do estudo
੦ hipocortisolismo 71%
੦ DI 72%
੦ hipo/hiperprolactinemia é frequente

(ANGELOUSI et al, 2018)


QUADRO CLÍNICO

ASSOCIAÇÃO COM DEMAIS DOENÇAS


AUTOIMUNE
੦ tireoidite de Hashimoto
੦ vitiligo
੦ síndrome poliglandular tipo 2
੦ doença de Graves
੦ lúpus eritematoso sistêmico

(VILAR, 2016)
TRATAMENTO

Farmacoterapia: Cirurgia Radioterapia


estereotáxica
Glicorticoide: Compressão de
Prednisona quiasma e Gamma Kniffe®
(≥10mg/dia) confirmação ou fracionada
diagnóstica
Azatioprina
Resistência a
Recidiva ou cirurgia ou
Metotrexato medicamentoso
resistência ao
corticoide
Ciclosporina A

Micofenolato Redução do volume: 84%


Recuperação do eixo: 45%

(FAJE, 2016)
FRENTE AO QUADRO DE
INCIDENTALOMA
HIPOFISÁRIOS, QUAIS AS
DOSAGENS HORMONAIS A
SEREM REALIZADAS?
REFERÊNCIAS E CITAÇÕES

IMAGENS
੦ MOLINA, Patricia E. et al. Fisiologia Endócrina . 5 ed. AMGH, 2021.
੦ Disponível em: https://unsplash.com/photos/N5GCRjEMboQ. Acesso em: 30 nov 2021.
੦ Disponível em: http://oftalmologiapassofundo.com.br/exames/campimetria-computadorizada-em-passo-
fundo/. Acesso em: 16 nov. 2021.
੦ Disponível em: https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/acp-medicine/6242/neuroftalmologia.htm.
Acesso em: 16 nov. 2021.

CONTEÚDO
੦ MOLINA, Patricia E. et al. Fisiologia Endócrina . 5 ed. AMGH, 2021.
੦ VILAR, Lúcio. Endocrinologia clínica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
੦ ANGELOUSI, A. et al. Clinical, endocrine and imaging characteristics of patients with primary
hypophysitis. Hormone and Metabolic Research. v. 50, nº 04, 2018.

੦ GRÁFICOS
੦ VILAR, Lúcio. Endocrinologia clínica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
੦ FAJE, A. Hypophysitis: evaluation and management. Clinical diabetes and endocrinology, v. 2, nº 1, 2016.

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