Clinicamente, temos o desenvolvimento da síndrome de Cushing (que será detalhada junto com as
doenças das suprarrenais). Sempre que a síndrome de Cushing for provocada por secreção
aumentada de ACTH pela hipófise (como nesses adenomas, por exemplo), o processo é designado
doença de Cushing.
A.5 OUTROS ADENOMAS HIPOFISÁRIOS
Os adenomas gonadotróficos são neoplasias hipofisárias produtoras de LH e FSH.
Comumente, esses adenomas não são funcionantes e seus sintomas estão relacionados aos efeitos de
massa do tumor. Às vezes, paradoxalmente pode haver deficiência de LH, produzindo uma
disfunção gonadal.
Os adenomas tireotróficos são neoplasias hipofisárias muito raras e produtoras de TSH. Essa
condição é uma causa rara de hipertireoidismo (nesse caso, secundário).
Os adenomas hipofisários não funcionais representam uma parcela significativa dos adenomas
hipofisários. As células neoplásicas, frequentemente, até pertencem a uma determinada linhagem,
mas não produzem hormônios suficientes para tornar o adenoma funcional. Os macroadenomas não
funcionais tendem a produzir sinais e sintomas relacionados aos efeitos de massa e podem culminar
com o desenvolvimento de hipopituitarismo.
B. HIPOPITUITARISMO
O hipopituitarismo é caracterizado pela produção diminuída de hormônios tróficos por parte
da hipófise. O problema pode estar na hipófise ou no hipotálamo. A presença de hipopituitarismo
associado ao diabetes insípido central (problema localizado na neuro-hipófise) é sugestivo de que o
hipopituitarismo é secundário à doenças hipotalâmicas.
Tumores ou outras lesões expansivas localizadas na sela túrcica (incluindo os adenomas
hipofisários), lesões cerebrais traumáticas e hemorragias subaracnóideas (HSA), retirada de tumores
na hipófise (pode se estender ao parênquima hipofisário normal), apoplexia hipofisária (é uma
condição rara, caracterizada por hemorragia em um adenoma hipofisário, que pode levar ao óbito
em pouco tempo e é considerada uma emergência neurocirúrgica), necrose isquêmica da hipófise
(pode ocorrer no pós-parto imediato), cisto da fenda de Rathke, síndrome da sela vazia (pode ser
por herniação das meninges e do líquor em direção à hipófise ou por retirada cirúrgica de um
macroadenoma hipofisário), defeitos genéticos, lesões hipotalâmicas (craniofaringiomas ou
metástases de carcinomas da mama e do pulmão) e distúrbios inflamatórias e infecciosos
(sarcoidose e meningoencefalite tuberculosa) são as possíveis causas de hipopituitarismo.
As manifestações clínicas dependem do (s) hormônio (s) específico (s) que estão faltando. A
deficiência de GH provoca nanismo hipofisário em crianças. A deficiência de LH e FSH provoca
uma disfunção gonadal (parecida com aquela que ocorre nos adenomas gonadotróficos). A
deficiência de TSH provoca hipotireoidismo secundário. A deficiência de ACTH provoca
hipoadrenalismo. Além disso, o paciente pode desenvolver palidez cutânea por deficiência do
hormônio melanotrófico (MSH).
C. DIABETES INSÍPIDO CENTRAL
Essa doença caracteriza-se por secreção inadequada de ADH por parte da neuro-hipófise.
TCE, tumores locais e distúrbios inflamatórios e infecciosos podem precipitar o desenvolvimento
de diabetes insípido central. Essa doença manifesta-se com poliúria (grandes volumes de urina, mas
com a densidade diminuída), polidipsia, hipernatremia e, às vezes, desidratação. As manifestações
clínicas são exatamente às mesmas do diabetes insípido nefrogênico, onde há uma incapacidade
primária de concentração da urina por parte dos rins.
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