Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Sempre que falarmos em adenoma significa que estamos falando em um tumor na
adenohipófise, ou seja, não envolve a neurohipófise.
Sabendo que a adenohipófise possui várias células diferentes e produz vários hormônios
diferentes, é válido dizer que podemos ter um adenoma de qualquer uma dessas células.
ADENOMAS LACTOTRÓFICOS
Introdução
É o adenoma mais comum!
São chamados de prolactinomas → Vão levar o paciente a uma síndrome clínica de
hipersecreção de prolactina → HIPERPROLACTINEMIA;
o Lembrando que a prolactina é continuamente inibida pelo fator inibidor de prolactina
hipotalâmico que nada mais é que a dopamina;
Dentro desse contexto, temos situações que podem acabar estimulando a
secreção prolactina como, por exemplo:
⬆ TRH (hormônio estimulador do TSH)
o Esse hormônio estará aumentado em situações de
hipotireoidismo primário, onde a tireoide está doente, ou
seja, não está produzindo T3 e T4 → a carência de feedback
vai ⬆ TRH (hipotálamo) → p/ ⬆ TSH (adenohipófise).
Se corrigir hipotireoidismo → prolactina volta ao normal.
Serotonina:
o Drogas inibidoras da receptação de serotonina
O prolactinoma é um tumor adenohipofisário das células lactotróficas que vai cursar com o
aumento da secreção de prolactina (hiperprolactinemia);
o Porém é válido destacar que o pct não vai chegar logo de cara c/ a história do tumor.
Ele vai chegar com uma clínica de hiperprolactinemia → devo dosar a
prolactina desse doente → como resultado temos uma prolactina ⬆
Por isso, é importante definir diagnósticos diferenciais.
o Existem diversas causas de hiperprolactinemia que não
sejam relacionadas ao tumor da hipófise (adenoma);
Compressão da haste
o As vezes, esses tumores são clinicamente NÃO FUNCIONANTES, ou
seja, não produzem síndrome clínica de hipersecreção hormonal,
Macroadenomas CNF (pseudoprolactinomas)
porém como estão comprometendo a haste hipotalâmica-hipofisária
→ dopamina não chega nas células lacotróficas → ⬆ prolactinas
3) NEUROGÊNICA
4) DOENÇAS SISTÊMICAS
OBS: é importante destacar que a hiperprolactinemia não se divide em primária e secundária, porque a prolactina vai atuar
sobre a gândula, mas não tem produção de hormônio na mama para pensarmos em alterações primárias ou secundárias.
Quando falamos em hiperprolactinemia devemos pensar que o problema estará no eixo.
KAINÃ MANDÚ
A secreção excessiva de prolactina gera um estímulo direto na mama para a produção a leite.
o Com isso, temos que o principal sintomas é:
GALACTORREIA (saído de leite fora do período da amamentação).
A prolactina elevada vai inibir o GnRH hipotalâmico. Esse hormônio é responsável por estimular
a adenohipófise a produzir FSH e LH → que por sua vez atuam sobre as gônadas para produzir
seus hormônios específicos como já sabemos.
o Ao inibir GnRH vai cair tudo: cai FSH, LH, TESTOSTERONA, PROGESTERONA e ESTROGÊNIO
Com isso, temos que a hiperprolactinemia leva ao hipogonadismo!
Com isso o paciente vai ter um quadro de hipogonadismo:
o Na mulher: amenorreia, infertilidade;
o No homem: infertilidade, disfunção erétil.
Essa queda dos hormônios sexuais faz com que a SHBG (globulina transportadora dos
hormônios sexuais) fique elevada:
o Isso faz com que haja um aumento dos androgênios;
Lembrar que esses hormônios também são produzidos pelas suprerrenais.
Isso significa que mesmo que a gônada não esteja funcionando, existe o
androgênio adrenal e tem muito SHBG para circular esses androgênios:
Isso leva ao hirsutismo (⬆ de pelos, principalmente em árias não pilificadas).
Diagnóstico
Dosar a prolactina!
o Hiperprolactinemia acentuada: >150ng/ml de sangue:
Sugere Prolactinoma → TC ou RNM da sela turca para confirmar diagnóstico
Porque de todas as causas de hiperprolactinemia, as causas que não
são o verdadeiro prolactinoma acabam cursando com níveis mais
leves/moderados de prolactina!
o Hiperprolactinemia leve ou moderada:
Anamnese, exame físico, usao alguma droga? não usa?
Dosagens para avaliar função adrenal
Dosagens bioquímicas (uréia, creatinina, albumina etc)
Teste de função tireoideana e adrenal
Esse tumor deveria ter uma prolactina muito elevada, porém se esse
paciente não tiver essa alteração muito elevada, é porque estamos
diante de um pseudoprolactinoma.
o É importante diferenciar esses dois, porque o prolactinomas
possuem tratamento clínico enquanto que outros tumores
o tratamento é cirúrgico.
Obs: nunca colocar o exame de imagem na frente do diagnóstico clínico e laboratorial, porque
a gente pode se perder → Corremos grandes riscos de encontrar incidentalomas!
o São tumores benignos/malignos que são descobertos incidentalmente.
Muitos tumores desses são benignos!
Às vezes é melhor nem diagnosticar por conta de todo conflito
psicológico que esse diagnóstico pode desenvolver no paciente!
Tratamento
Depende da causa
o Induzida por drogas = suspensão da droga (se for possível)
o Hipotireoidismo= levotiroxina → LT4
o Pseudoprolactinomas= cirurgia
o Idiopática= agonistas dopaminérgicos (AD= cabergolina, bromocriptina, quinagolina)
PROLACTINOMA:
o 1ª opção = é o tratamento clínico com AD (acarretam inibição da PRL de maneira
similar à dopamina hipotalâmica → inibem a secreção de prolactina pelas células
lactotróficas. Além disso, possuem potencial de reduzirem o tamanho tumoral);
Efeito colateral: náusea, vômito, leve hipotensão.
Pedir ao paciente para fazer uso a noite!
A droga AD + utilizada é cabergolina: possui meia vida tão longa que é
administrada 2x/semana.
É muito cara, mas é liberada pelo governo do Estado.
Em 3 meses de tratamento → nova RNM → tumor ⬇ de tamanho.
ADENOMAS SOMATOTRÓFICOS
Introdução
É o adenoma da célula somatotrófica → É chamado de somatotropinoma
Relembrando o eixo hipotálamo-hipofisário:
o O GHIH (inibidor) é a somatostatina
o Hipotálamo libera o GHRH → atua na adenohipófise secretando o GH
Para que o GH atue nas placas de crescimento, ele precisa passar pelo fígado
e se transformar em IGF-1, ou seja, o GH não atua diretamente na placa.
Paciente com doença hepática → pode ter problema no crescimento
o Esse problema não é pela falta do GH e sim porque ele não
está sendo convertido em IGF-1.
KAINÃ MANDÚ
Adenoma secretor de GH
o Esse adenoma vai levar o paciente a desenvolver acromegalia.
Quando ela ocorre antes do fechamento das epífises = gigantismo
o Acromegalia:
É uma doença resultante da produção excessiva do GH, geralmente por um
tumor hipofisário (98% dos casos) que levará ao crescimento do esqueleto,
alargamento das partes moles e se acontecer depois do fechamento das
epífises, não há a possibilidade da pessoa desenvolver o gigantismo.
Nesse contexto, o que vai crescer?
o Partes moles, órgãos internos (coração, fígado),
extremidades (fácies acremegálica).
Etiologia
Adenoma produtor de GH (98% casos)
Há relatos na literatura de Tumores extra-hipofisários que secretam GH
Excesso de secreção de GHRH – central (tumor hipotalâmico) ou periférico (tumores extra-
centrais como: tumor de pâncreas, carcinoide brônquico que secretam GHRH).
Fisiopatologia
Quadro clínico
Depende da secreção excessiva do GH e do IGF-1 (ambos estarão altos)
Achados nesse paciente:
o Antes do fechamento das epífises: crescimento linear acentuado (GIGANTISMO)
o Após o fechamento das epífises:
Alterações faciais: espessamento do couro cabeludo, protusão frontal,
aumento da cartilagem do nariz e ouvidos, lábios espessados, macroglossia
(aumento da língua), prognatismo (aumento da mandíbula);
Aumento do tecido subcutâneo
Aumento de tecidos moles (dedos dos pés, mãos → nº do calçado muda)
Que também gera comprometimento do sistema osteoarticular.
O interessante aqui é que essas alterações ocorrem lentamente e, por isso, em muitos casos
nem o paciente e nem a família percebe que há essa alteração.
KAINÃ MANDÚ
HAS;
Hipertrofia septal/ventricular → Predispõe o pct a arritmias cardíacas
CARDIOVASCULARES:
Cardiomegalia;
Cardiomiopatia;
Espessamento da pele/hipertricose;
Alterações ósseas:
Espessamento das extremidades;
Alargamento de sinus.
Proganatismo → leva a uma mal oclusão dentária;
Os dentes ficam afastados = diastema
Artralgia;
Osteoartrite acelerada
Câncer do cólon (> risco) e outras neoplasias;
TECIDO CONECTIVO:
Porque o GH é o hormônio do crescimento. Com isso, pode acabar
gerando neoplasias, tanto benignas quanto malignas.
o Por isso, é necessário pedir colonoscopia anual em
pacientes acromegálicos para rastrear câncer de cólon.
o O adenoma é um tumor benigno, mas é possível haver
tumores hipofisários malignos (muito raros, e somente são
diagnosticados com a presença de metástase).
o O adenoma é benigno, mas a acromegalia é uma doença
maligna, por conta de todas essas alterações que citamos.
Diagnóstico
O GH é secretado em picos
o Com isso, temos que o GH BASAL tem secreção pulsátil → Não serve para diagnosticar
excesso e nem deficiência.
Toda vez que eu desconfiar que o paciente tem acromegalia, antes de fazer o exame padrão-
ouro para o diagnóstico → Solicitar um exame que é como se fosse um screening/rastreio:
o Dosagem do IGF-1 (é uma molécula + estável ao longo de 24h): estará ⬆ em 100% dos casos
Essa dosagem serve para separar os pacientes que não têm a doença
daqueles que podem tê-la ou não.
Se o IGF-1 vier normal ou baixo: tenho que pensar em outros
diagnósticos diferenciais.
Se o IGF-1 estiver alto → ainda não é suficiente para fechar o
diagnóstico → Por isso, é necessário prosseguir com a investigação.
KAINÃ MANDÚ
o Obs com a aula anterior: quando investigo deficiência de GH: solicito TESTE DE
ESTÍMULO (exercício, clonidina, glucagon, insulina) injetados insulina na veia →
causamos hipoglicemia → adenohipófise, quando normal, faz o pico de GH).
Tratamento
O tratamento é cirúrgico e não é clínico;
Podemos usar de forma adjuvante à cirurgia, ou seja, antes da cirurgia, medicamentos que são
análogos à somatostatina que é o GHIH que vai diminuir a secreção de GH;
o Esses análagos são OCTERIOTIDE ou LANREOTIDE
o Como ação secundária: diminui, mesmo que discretamente, o tamanho do tumor.
Nos casos não curados com a cirurgia → indicar radioterapia → hoje em dia: radiocirurgia (para
tentar ser o mais preciso)