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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA- UNINTA

BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

FISIOLOGIA ANIMAL – T26

HELENA MARIA OLIVEIRA SOUZA

OLFATO DOS CANÍDEOS

SOBRAL

25/06/2020
Introdução

O sistema olfatório dos vertebrados capta moléculas dispersas no ar, podendo


até perceber sinais químicos distantes do indivíduo, de forma particular, os
cães possuem uma especial aptidão para detecção de odores, sendo um dos
animais com maior capacidade olfativa, devido a sua cavidade nasal
particularmente desenvolvida, essa aptidão é diferente de sua respiração
normal, que se interrompe na presença de um odor, direcionando-o para uma
cavidade óssea específica no compartimento nasal esse processo armazena
as moléculas de odor nessa cavidade, e assim facilita um reconhecimento mais
específico do cheiro, cerca de 1/3 do cérebro do cão é voltado ao olfato, por
isso são capazes de detectar odores em concentrações cem milhões de vezes
menores que os humanos. Os cães além de apresentarem uma zona olfatória
no cérebro mais desenvolvida, possuem uma superfície epitelial na cavidade
nasal 40 vezes maior e contêm mais células olfatórias. Em algumas raças de
cães, devido ao tamanho da cavidade nasal e ao número de dobras do epitélio
olfativo na concha etmoidal a superfície epitelial olfativa chega a atingir até 150
cm². A utilização de cães na identificação de odores corporais foi pela primeira
vez descrita em 1887, quando foi relatada a capacidade dos cães em identificar
pessoas através de seus cheiros específicos, mesmo na presença de outros
odores externos, em diferentes condições ambientais e distantes de seus
alvos, naturalmente os cães aperfeiçoaram esse sentido para conferir uma
vantagem adaptativa em relação à caça principalmente, e nos últimos anos,
junto ao homem esse sentido vem sendo aprimorado e utilizado em diversas
áreas. Ainda se faz necessários estudos nessa área a fim de avançar e
explorar os mais diversos campos, principalmente no que se diz respeito à área
da saúde, onde recentes pesquisas apontam que o olfato desses animais torna
possível identificar doenças em humanos e outros animais, como por exemplo,
o câncer, auxiliando na descoberta da doença mais cedo e assim facilitando as
chances de cura. Iremos abordar os pontos fisiológicos e anatômicos do
sistema olfatório dos cães para um melhor entendimento de como é possível
um auxílio tão relevante no cotidiano, que se melhor estudado, poderá auxiliar
ainda mais.
- Desenvolvimento

Anatomia e Fisiologia do sentido olfatório dos cães

O sistema olfativo possui uma importante conexão e ajuda na regulação de


várias funções que possibilitam uma melhor adaptação ao meio e um bom
funcionamento do organismo, fazendo com que este corresponda às
exigências para uma melhor condição de vida, como o controle homeostático,
respostas emocionais, reprodução e comportamento social. O processamento
do odor realiza uma conexão com o sistema límbico que consiste em ser uma
unidade cerebral localizada na superfície medial dos mamíferos, associado à
experiência e expressão das emoções e comportamento social. Esse
processamento também está ligado ao hipocampo, que se relaciona com o
armazenamento da memória, isso auxilia no armazenamento de alguns odores
específicos. O sistema olfativo em mamíferos é composto por narinas pares
(externas), coanas (narinas internas), cavidades nasais, células receptoras,
nervos e bulbo olfativo. Os ossos da face, mais conhecidos como ossos
turbinados, encontram-se nas laterais da cavidade nasal, onde cada osso
forma uma estrutura diferente, as chamadas conchas. A concha dorsal é
formada pelo osso nasoturbinado, a concha ventral, pelo osso maxiloturbinados
e a concha etmoidal, pelo osso etmoidal. Todas essas estruturas possibilita
uma maior intensidade para os odores e também uma memorização dos
mesmos, como já citado anteriormente. Recentemente os estudos, apesar de
serem poucos, a cerca dessa área possibilitou muitos avanços em diversas
áreas que colaboram na sociedade, esse fato não exclui a interferência
negativa do homem quanto às modificações genéticas que ocorre em algumas
raças, que diminuem drasticamente a qualidade da vida dos cães e o
funcionamento do seu organismo, alterando toda sua fisiologia normal.

Fisiologicamente de forma normal, um neurônio sensorial olfatório não


estimulado tem uma diferença de potencial através de sua membrana. Nesse
potencial de membrana, a maior parte desses neurônios gera potenciais de
ação (impulsos nervosos). Quando o odor ativo parte para receptor olfatório e
causa a entrada de íons sódio no meio intracelular, o potencial de membrana
se torna menos negativo, isso é, sofre despolarização, aumentando a
frequência de produção de potenciais de ação. Além disso, quanto maior o
número de moléculas odorantes ligadas às proteínas receptoras na membrana,
maior será a despolarização, e maior a frequência de potenciais de ação de um
dado neurônio receptor. Todo esse processo nos cães é muito maior do que
acontece normalmente nos humanos, e isso já sendo de conhecimento, vêm
sendo utilizado: Médicos têm tentado com sucesso treinar cães para identificar
pacientes portadores de alguns tipos de câncer, como melanoma maligno,
câncer de pulmão, próstata e mama.
- Conclusão
O sistema olfatório dos cães tem uma enorme utilidade para um maior
desenvolvimento em várias áreas da sociedade, desde a saúde até a
segurança, visto que os cães mostram uma mucosa olfatória maior, com um
número maior de receptores olfatórios, os quais se projetam para um bulbo
olfatório de maior tamanho, de onde as informações alcançam outras áreas do
SNC, e em todas essas regiões o número de células para o processamento
das informações olfatórias é maior. Adicionalmente, o dobramento interno da
cavidade nasal, as narinas alongadas e o ato de farejar devem contribuir para a
maior sensibilidade olfatória dos cães. Se faz assim necessário, um maior
estudo a cerca desse sentido para assim melhor contribuir em diferentes áreas.

-Referências

GENELHOUD, Gustavo. O USO DE CÃES NA ÁREA FORENSE PARA


IDENTIFICAÇÃO DE ODORES HUMANOS. 2017. 30 f. Monografia (Especialização) -
Curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017.
Disponível em: https://core.ac.uk/reader/288178748. Acesso em: 23 jun. 2020

MICHELETTI, Márcio Henrique; DE MELO, Cristiano Barros. Cães de detecção: uma


breve revisão sobre o uso do nariz canino. Brazilian Journal of Veterinary Medicine,
v. 38, n. 4, p. 387-392, 2016.

LOURENÇO, Fernanda Daiani; FURLAN, Maria Montserrat Diaz Pedrosa.


SENSIBILIDADE OLFATÓRIA EM HOMENS E CÃES: UM ESTUDO
COMPARATIVO. Arquivos do Museu Dinâmico Interdisciplinar, v. 11, n. 2, p. 14-
19, 2007.

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