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01. INTRODUÇÃO
● O Sistema Endócrino é responsável por:
○ Funções sexuais e de reprodução
○ Gravidez, parto e amamentação
○ Crescimento e desenvolvimento
○ Metabolismo dos carboidratos
○ Metabolismo ósseo (cálcio e fósforo)
○ Resposta a situações de emergência (catecolaminas, aumentam durante o estresse)
○ Osmolaridade plasmática e urinária
○ Equilíbrio hidromineral
● As glândulas produtoras de hormônio sofrem estímulo do neuroeixo hipotálamo-hipófise até as
glândulas alvo. A falta ou excesso desses hormônios podem levar a algumas patologias
● Na adeno-hipófise:
○ Prolactina → age na glândula mamária estimulando a produção de leite
○ Gonadotrófico (TSH e LH) → age nas gônadas
○ Tireotrófico → age na tireoide, estimulando a secreção de T3 e T4
■ Se TSH está muito elevado, isso quer dizer que a glândula está lenta, o que traduz
um quadro de hipotireoidismo.
■ Se há um aumento da produção de T3 e T4, então os níveis de TSH ficam mais
baixos, com quadro de hipertireoidismo e exacerbação da atividade de vários órgãos
○ Adrenocorticotrófico → age na adrenal e tem várias implicâncias, que vai desde o
hipercortisolismo, com alteração do próprio ACTH, e outros órgãos que ficam envolvidos
na liberação de outros hormônios/eletrólitos
■ Síndrome de Cushing, feocromocitoma (tumores da adrenal produtores de
catecolaminas), hiper e hipoaldosteronismo (relacionado com a cadeira
renina-angiotensina, na regulação da pressão)
○ Somatotrófico → atua no osso estimulando o crescimento e está relacionado a patologias
envolvendo o crescimento e o metabolismo ósseo
● Neuro-hipófise:
○ Ocitocina → age na glândula mamária, ajudando no período expulsivo do leite e também
age no útero proporcionando as contrações que vão culminar com o período expulsivo do
parto.
○ Hormônio antidiurético → age nos néfrons e auxilia no balanço hidromineral
■ Diabetes insipidus nefrogênico; alguns pacientes que passam por trauma ou cirurgia
na região da hipófise, ou mesmo AVC, podem alterar a liberação de ADH e causar
uma síndrome com grande poliúria, que é possível de correção
03. BÓCIOS
● Palpação da tireóide → bócio: qualquer aumento da tireóide, seja nodular ou difuso (sem nódulos,
aumento geral)
○ Normalmente palpa-se por trás, mas pode palpar pela frente
○ Primeira manobra: hiperestender o pescoço e observa a loja tireoidiana - tireóide tem
forma de borboleta e abraça a traqueia
■ Se for um paciente sem ter pescoço alado ou muita gordura no pescoço, então é
possível palpar os anéis cartilaginosos
○ Quando pede para o paciente deglutir, é o autoexame. Já é possível com a visualização ver
um um aumento, o que facilita a palpação
○ Tamanho, superfície e consistência (se está irregular e apresenta nódulos)
■ O tamanho tem como parâmetro a polpa digital = 2 cm
■ O aumento pode ser geral ou local, devido à presença de nódulo. Deve-se ver se o
nódulo está tomando todo o lobo da tireóide
■ Sentir a superfície com o toque: se está irregular e se apresenta nódulos
■ A consistência (firme, elástica ou fibro-elástica) é avaliada quando pede-se para o
paciente deglutir, e a tireóide desliza então sob a falange
● O tecido da tireóide lembra plástico bolha, cujas bolhas são os folículos. Um
nódulo também apresenta sua própria textura - pode ser mais duro ou pode
ter a mesma textura do tecido tireoidiano
● A partir da análise da consistência é possível perceber se trata de um
processo agudo ou crônico. Dentro dos processos agudos, há a tireoidite
aguda, que produz dor, aumento rápido do tamanho e alteração hormonal
● Ultrassom da tireoide → determina o tamanho de cada lobo (com 3 medidas) e presença de cistos,
nódulos e suas características. O uso de Doppler avalia a presença de vascularização, seja de
forma externa ou interna desses nódulos (o que classificaria como maligno ou benigno) e também
mede a velocidade da circulação nas artérias tireoidianas, principalmente nos bócios maiores, em
que se suspeita de hipertireoidismo
● Quando for medir nódulos, tem que vir com 3 medidas (largura, altura e
espessura/profundidade), assim quando for medir o lobo (largura, altura e
espessura, e então calcula o volume total da tireóide)
● Bócios muito grandes não são mais comuns de aparecer. Apareciam mais
quando não havia suplementação de iodo no sal
● Os bócios crescem para frente, para as laterais ou em direção ao mediastino (bócio mergulhante)
○ Quanto mais tende a ir ao mediastino, mas estruturas acomete - comprime e desvia a
traquéia e pode dar alterações respiratórias, disfagia, tosse e rouquidão (já que o nervo
laríngeo recorrente passa paralelo à tireóide; então, sempre que há um bócio grande ou
nódulo próximo, o paciente se queixa de rouquidão)
○ Sinal de Pemberton → pesquisa desse sinal em casos de bócio mergulhante, tumor ou
compressão da região cervical dos grandes vasos da base
■ Pede-se para o paciente elevar os braços. Por conta da compressão, apresenta
coloração escura na região do pescoço
● Paratireóides → Presentes nos pólos superiores e inferiores da tireoide. Existem 4 paratireóides
○ Responsáveis pela produção de PTH (lembrando que calcitonina é produzida pelas células
parafoliculares da tireóide), associado ao metabolismo de cálcio
■ Se em uma cirurgia, essas paratireóides são retiradas junto com a tireóide, é
provável que o paciente vá apresentar hipocalcemia pós-operatório, com quadro de
contração muscular, com tetania, às vezes convulsão
■ Um cirurgião de cabeça e pescoço quando faz a tireoidectomia e notar presença de
paratireóide, faz a ressecção, macera e implanta na face interna do antebraço para
ver se ela consegue voltar a funcionar (quando é a retirada de só uma, às vezes não
acontece nada)
04. EXOFTALMIA
● Trata-se de uma proptose ocular diante de uma alteração a nível dos olhos. Faz parte da avaliação
da doença de Graves (quadro de hipertireoidismo, com produção excessiva desses hormônios),
como quadro de oftalmopatia de Graves, causada por espessamento dos músculos oculares
● A doença de Graves é uma doença autoimune, proporcionada por autoanticorpos contra os
linfócitos B, causando hiperplasia da glândula, mixedema pré-tibial, que pode ser na região do
tornozelo, mas no joelho ou no olho, e esse mesmo mecanismo atinge a musculatura do olho,
proporcionando a proptose, abertura maior das pálpebras e levando a exoftalmia
● A exoftalmia é bilateral
○ Causas de exoftalmia unilateral, sem bócio: lembrar de tumor comprimindo o quiasma ou
mesmo tumor retro-orbitário
○ Apresenta 6 faces de grau - 1a paciente queixa de ressecamento ocular e dificuldade de
lubrificação, causando sinal de lid lag (paciente pisca muito o olho); 2° alteração da esclera,
com coloração; olho entre aberto pode fazer com que haja um quadro de ceratite ou
ceratose, com lesão de córnea, e à medida que o quadro vai piorando, aumentando a
fotofobia, paralisando os músculos retro-oculares, levando progressivamente à fixação do
olhar; e na face 6, pode haver aumento da pressão com explosão do globo ocular
● Ela pode persistir após tratamento do hipertireoidismo
03. MIXEDEMA
● É a principal complicação do hipotireoidismo. Associado à fácies
mixedematosa: arredondado, com macroglossia (por deposição de GAGs),
alteração das pálpebras, produzindo enoftalmia, queda e ressecamento
dos cabelos, pele ressecada e anasarca (não responsivo a antidiurético)
○ OBS: Coma mixedematoso
02. HIRSUTISMO
● É tanto um sinal clínico, quanto um diagnóstico
● Presença de pelos com características androgênicas em locais incomum no gênero feminino,
como a região do bigode, submentoniana, linha inter mamária, região periareolar, linha alba,
braços e antebraços (de forma que não é hipertricose), a distribuição pilosa pubiana deixa de ser
um triângulo com a base para cima e passa a ser losangular, etc.
● Tabela de Ferriman e Gallwey
○ Pontua a presença de pelos
○ Somatório dá acima de 8 → diagnóstico de hirsutismo
○ Pelo grosso, escuro e, quando começa a depilar com gilette, há piora do quadro, com
crescimento mais rápido e pelo mais grosso
05. VITILIGO
● Faz parte da anamnese dentro da endocrinologia. Não existe uma fisiopatologia conhecida para o
vitiligo. Em geral, os pacientes vão primeiro para o dermatologista para então ir para o endócrino
● Pacientes com vitiligo normalmente tem outras doenças autoimunes junto, sendo muitas vezes
doença da tireoide
● O início das lesões acrômicas não segue uma localização específica, não tem alteração de
sensibilidade ou dor. As lesões aparecem, aumentam e se espalham pelo corpo
○ O estresse está associado com o aparecimento da lesão
● O tratamento é uma pomada a base de corticóide, em que o paciente passa no local e vai para o sol
○ Porém, esse tratamento não é utilizado
10. HIPOCALCEMIA
● Disfunções das paratireóides
● Pesquisa de 2 sinais:
○ Sinal de Chvostek (“tchevosteki”) → percutir abaixo da articulação temporomandibular o
ramo facial do trigêmeo, causando fasciculação com desvio da rima bucal par ao lado da
estimulação
○ Sinal de Trousseau → coloca o manguito e insufla até 140 mmHg e deixa por 1 minuto.
Antes de 1 min, a paciente apresentará contração dos dedos da mão, dor e começa a fazer
rotação - tetania em virtude de compressão do plexo
■ É um sinal de doloroso
11. OUTRAS PATOLOGIAS
● Galactorreia
○ Presença de secreção mamária tipo leite fora do período de amamentação
○ Provocada pelo aumento da prolactina
○ Pode ser por um adenoma produtor de prolactina, uso de medicamentos
(benzodiazepínicos; encontra muito em pacientes psiquiátricos)
○ Não há dor; o paciente normalmente se queixa que está molhando o sutiã. Ao examinar a
mama, com o dedo indicador e polegar, pode haver extravasamento de leite; caso não,
pode-se pedir para a paciente fazer a compressão e mostrar
● Baixa estatura → deficiência de GH
● Hipogonadismo → pode ocorrer por deficiência de vários hormônios