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Conceitos:
● Tireotoxicose: manifestação (clínica) bioquímica e fisiológica de quantidades excessivas dos
hormônios tireoideanos.
- Não necessariamente precisa ser por uma doença
- O paciente pode estar ingerindo T4 sem ter uma doença tireoidiana e isso leva ao
aumento dos hormônios tireoidianos (ex: uso para emagrecimento)
● Hipertireoidismo: quando a superprodução de hormônio é causada pela própria tireoide.
Variedades da tireotoxicose:
● Doença de graves (principal causa)
● Bócio multinodular tóxico
- Tireóide com vários nódulos produzindo hormônios tireoidianos
● Adenoma tóxico (Síndrome de Plummer Vinson)
- 1 nódulo > 2cm quente/hipercaptante/hiperativo - fazendo a produção de hormônios
tireoidianos
● Induzida por iodo (Jod-Basedow)
● Tumor trofoblástico
- Tumor que pode aparecer por exemplo no útero e produzir hormônios tireoidianos
● Aumento da secreção TSH (tumor produtor?)
Sem hipertireoidismo associado:
● Tireotoxicose factícia (tomar T4 sem indicação)
● Tireoidite subaguda
- Devido a inflamação na tireóide o colóide que armazena os hormônios tireoidianos
vai ser liberado
● Tireoidite com tireotoxicose transitória
● Tecido tireoidiano ectópico (struma ovarii, CA metastático funcionante de tireoide).
É caracterizada por
● Bócio difuso - Devido o estímulo da proliferação celular
- Pode ser assimétrico ou lobular, com volume variável. Em alguns pacientes, há
frêmito e sopro sobre a glândula, produzidos por um notável aumento do fluxo
sanguíneo, sendo esse achado exclusivo da doença.
● Tireotoxicose - Devido o estímulo da produção hormonal
- O excesso de hormônios pode resultar em nervosismo, insônia, emagrecimento
(apesar da polifagia), taquicardia, palpitações, intolerância ao calor, sudorese
excessiva com pele quente e úmida, tremores, fraqueza muscular e hiperdefecação
● Orbitopatia e oftalmopatia infiltrativas (proptose, inflamação da conjuntiva, olho seco)
- O TRAb além de ter tropismo pelo receptor de TSH ele também se liga ao músculo
ocular e quando se liga e estimula o músculo retro orbitário a crescer o olho do
paciente fica protuso (se exterioriza)
- Espessamento dos músculos extraoculares e aumento da gordura retrobulbar, o
que leva a um incremento da pressão intraorbitária. Como consequência, podem
ocorrer protrusão do globo ocular (proptose ou exoftalmia) e diminuição da
drenagem venosa, resultando em edema periorbital, edema da conjuntiva
(quemose) e hiperemia conjuntival
● Dermopatia infiltrativa - Lesão em pele que acontece principalmente em MMII
- Consiste no espessamento da pele, particularmente na área pré-tibial, devido ao
acúmulo de glicosaminoglicanos. As lesões são apresentadas em placas e, nelas, a
pele está bastante espessada, com aspecto de casca de laranja e coloração violácea
OBS: oftalmopatia ou dermopatia + laboratório com hiper = Confere o diagnóstico de graves
Bócio tóxico difuso (lembrar que nem todo bócio é graves, pode ser endêmico)
Oftalmopatia de graves:
● Músculos e tecido adiposo extra-oculares ficam intumescidos pelo acúmulo de
glicosaminoglicanos, na matriz extracelular
● Glicosaminoglicanos são secretados por fibroblastos sob influência de citocinas produzidas
pelos linfócitos locais
● Acúmulo promove desarranjo e comprometimento da função muscular.
- Acaba empurrando o globo ocular para frente
● Etiologia e fisiopatologia:
- Os receptores do TSH expressam-se também em diversos tecidos extratireoidianos,
sobretudo nos retro-orbitais. Os Fibroblastos orbitais são particularmente mais
sensíveis a estímulos inflamatórios e diretamente estimulados pelo TRAb e por
células T (por meio de citocinas), deflagrando:
➔ Produção excessiva de matriz extracelular formada de glicosaminoglicanos,
principalmente o ácido hialurônico. Isso provoca acúmulo de líquido, já que
essas moléculas são altamente hidrofílicas
➔ Adipogênese (diferenciação de fibroblastos em células adiposas com elevada
expressão de receptor do TSH).
- A combinação desses dois mecanismos provoca:
➔ Aumento de volume da musculatura ocular extrínseca, causando estrabismos
e diplopia, com acometimento preferencial dos músculos reto inferior e
medial
➔ Acúmulo de gordura retro-ocular, resultando em proptose (exoftalmia)
➔ Inflamação e/ou fibrose do músculo de Müller, levando à retração palpebral
● TC de órbita auxilia no diagnóstico
- Possível ver músculos edemaciados e globo ocular expostos pra frente
● Tecidos retro-orbitais expressam mais TSHr (receptor de TSH) do que outros locais
- O TRAb também se liga a esses receptores
● É mais provável que linfócitos T específicos para antígenos no tecido orbital
desempenhem papel principal na iniciação do distúrbio
● Anticorpos não têm papel patogênico primário mas são marcadores da inflamação dos
músculos extra-oculares, e o nível se correlaciona com a gravidade da doença ocular.
● Fatores de risco:
- Não há evidência de risco genético isolado ou distinto
- 2 fatores de risco diferenciados:
➔ Tabagismo: anóxia ou inflamação direta
➔ Radioiodo: acentua a oftalmopatia
→Primeiro trata a oftalmopatia para depois encaminhar para o radioiodo
● Sinais clínicos:
- O início do quadro é, em geral, insidioso, com sintomas de irritação ocular, sensação
de corpo estranho, fotofobia, lacrimejamento, dor no globo ocular à movimentação
dos olhos, em um contexto de vermelhidão do olho e/ou pálpebras.
- Alargamento das fissuras palpebrais
- Graus desiguais de oftalmopatia
- Edema de pálpebra
- Retração palpebral
- Paralisia do músculo reto lateral
- conjuntiva irritada + quemose + oftalmopatia
● Classificação das alterações oculares: NOSPECS e Escore de atividade clínica da OG: CAS
(não precisa saber)
● Tratamento:
- Metas:
➔ Aliviar os sintomas
➔ Suprimir o processo mórbido (inflamatório)
➔ Diminuir a massa dos músculos oculares
➔ Restaurar a contratilidade da musculatura ocular
➔ Melhorar a aparência
➔ Dar qualidade de vida
➔ Eliminar fatores de risco (para tabagismo)
- Correção da função tireoidiana
- Terapêutica local: (leve à moderada)
➔ Fotofobia = óculos escuros
➔ Dor, sensação de areia nos olhos = Colírio de Metilcelulose
➔ Sensação de corpo estranho (devido a má lubrificação) = Lágrimas artificiais
➔ Pressão ocular elevada = colírios betabloqueadores
➔ Lagoftalmo (não fecha os olhos) = Oclusão noturna dos olhos (ajudar o
paciente a fechar os olhos durante a noite para não danificar o olho)
➔ Diplopia leve = lentes prismáticas
➔ Edema periorbital e conjuntival = Levantar a cabeceira do leito à noite,
diuréticos, dieta hipossódica.
- Terapêutica: (GRAVE)
➔ Tratamento estabelecido:
➢ OG ativa: Glicocorticoides (orais, IV, locais), Radioterapia orbitária,
Esteróides + ciclosporina.
➢ OG inativa: Cirurgia de reabilitação, descompressão orbitária,
cirurgia dos músculos, e das pálpebras. (paciente já saiu da fase de
dor, edema e desconforto)
➔ Tratamento não estabelecido: Não é usado
➢ OG ativa: Análogos da somatostatina, Imunoglobulinas intravenosas,
Plasmaferese, Azatioprina, ciclofosfamida, metotrexato, Colchicina,
antioxidantes (selênio), Inibidores de TNF-alfa (tentar diminuir a
inflamação)
➢ OG inativa: Pentoxifilina
● Profilaxia da oftalmopatia para pacientes que farão o tratamento com iodo 131:
- Não é recomendado a radioiodoterapia para os casos de OG grave em que há
ameaça à visão, devendo sempre nessa situação fazer opção por tratar com
medicação.
- Extravasamento antigênico
- O hipotireoidismo pós-RAI pode ser igualmente deletério para OG
➔ Primeiro trata a OG para depois fazer radioterapia
- Diferentes esquemas de corticoterapia tem sido propostos
➔ Prednisona 0,4 – 0,5 mg/kg/dia administrada a partir do segundo ou terceiro
dia após RAI e mantida por 30 dias, desmame da dose por 2 meses
posteriores.
➔ Prednisona 0,2 mg/kg/dia iniciadas 1 dia após RAÍ e continuada por 6
semanas, também foi eficaz.
- O uso precoce de LT4, começando 2 semanas após RAI também é benéfico para
minimizar a exacerbação da OG
Bócio multinodular tóxico:
Histopatológico = adenoma.
Epidemiologia:
● Em geral ocorre após os 50 anos.
● Predomina sexo feminino, em pacientes com bócio multinodular atóxico por muito tempo
(bócio que não é hiperfuncionante), porém os mecanismo que desencadeam o
desenvolvimento da autonomia ainda não foram esclarecidos.
- Quando tóxico indica que é hiperfuncionante - produz hormônios tireoidiano
● Mais comuns em áreas carentes de iodo.
O tecido da glândula está todo normal, mas ela criou 1 nódulo (geralmente >2cm) que é
hiperfuncionante (nódulo quente - hiperprodutor de hormônios tireoidianos)
Sintomas de tireotoxicose.