Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TIREOIDE
INTRODUÇÃO AO HIPERTIREOIDISMO
FISIOLOGIA DA TIREOIDE:
Feedback positivo (+): HIPOTÁLAMO →→ Hormônio liberador de tireotrofina (TRH) →→ HIPÓFISE →→
Hormônio estimulador da tireoide (TSH) →→ TIREÓIDE →→ Produz →→ T3 / T4 (circulação)
TSH
o Faz hipertrofia da glândula tireoidiana
o Síntese hormonal
o Liberação hormonal
NA TIREOIDE:
- TSH liga-se a receptor na glândula tireoidiana
- O FOLÍCULO TIREOIDEANO: Produz tireoglobulina
- NA CIRCULAÇÃO: Iodo
- Tireoperoxidase (TPO) → enzima que “reúne” a tireoglobulina + iodo para formar hormônio (T3 e T4)
Há uma maior produção de T4 (melhor formato para circular no sangue; maior meia vida)
T3 mais potente (menor meia vida)
o Quanto T4 entra na célula alvo, ele é transformado em T3
CONSUMO DE IODO:
- O consumo de iodo aumenta a recaptação na tireoide? Se a tireoide estiver saudável, NÃO
Efeito Jod-Basedow
o Aumento da produção hormonal
o Situação de que a glândula ficou muito tempo em deficiência de iodo; Doença de Graves; nódulo
tóxico
MACETE: Jod-BasedON
Efeito Wolff-Chaikoff
o A tireoide não está avida (não quer iodo) – Problema funcional
o Redução da produção hormonal
o Anti-TPO (+), drogas antitireoideana (DAT)...
MACETE: Wolff-ChaikOFF
HIPERTIREOIDISMO
- Tireoide produzindo (primário) muito OU → mais comum
- Hiper estímulo pelo hipotálamo ou hipófise (secundário / central) → raro
AUMENTO de T3 e T4
SECUNDÁRIO: AUMENTO de TSH
PRIMÁRIO: SUPRESSÃO de TSH
CAUSAS:
- Hipertireoidismo → Aumento da produção de T3 e T4 pela tireoide
Doença de Graves
Bócio multinodular tóxico
Adenoma tóxico (Doença de Plummer) – nódulo único hiperfuncionante
- Tireotoxicose → Aumento de T3 e T4 circulante
Tireoidite subaguda
Tireotoxicose factícia – pct toma hormônio tireoideano propriamente dito
Medicamentos – principalmente: amiodarora
**Sempre que tem hipertireoidismo, você terá tireotoxicose. Mas o contrário não é verdadeiro
DOENÇA DE GRAVES
- Doença autoimune que cursa com síntese e secreção excessivas de hormônio tireoideano
- Autoanticorpo → TRAb (anticorpo contra o receptor de TSH) → ao contrário do esperado, o TRAb ativa o receptor
- De onde surge o TRAb? Própria glândula tireoidiana, por atuação de linfócitos B
EPIDEMIOLOGIA:
- Mulher 10: 1 Homem
- Fatores predisponentes:
- Predisposição genética
- Exposição viral
- Tabagismo
- Estresse
CLÍNICA:
- Bócio + Tireotoxicose
Gerais: insônia, agitação, sudorese, calor, hiper defecação, perda de peso
Cutaneomucoso: pele quente e úmida
Oftalmológico: retração palpebral e lid-lag (pálpebra superior atrasa em acompanhar o movimento de “olhar
para baixo”)
Cardiovascular → aumento da expressão de receptores beta adrenérgicos: Hipertensão sistólica, taquicardia
sinusal
o Beta 1 → coração: Aumenta a FC; Aumenta a PAS (aumenta débito cardíaco)
o Beta 2 → vasos periféricos: Diminuição da PAD (vasodilatação)
Pressão divergente
CUIDADO: Apatia em idosos
DIAGNÓSTICO:
- Tireotoxicose (LABORATÓRIO) + Achado específico (CLÍNICA)
LABORATORIO:
- Aumento de T3 e T4 + Diminuição de TSH
CLÍNICA:
- Oftalmopatia, dermopatia e acropatia
E se houver dúvida?
- Dosagem de autoanticorpo
→ Dosagem de TRAb
- USG de tireoide
→ Bócio difuso (muito vascularizado, ao doppler)
- Cintilografia
→ Hiper captação difusa do iodo
- RAIU de 24 horas
→ Capitação de iodo > 35%
TRATAMENTO:
Sintomáticos: todos
o Beta-bloqueador
Drogas antitireoideanas (DAT) → Inibem a TPO
Fazem efeito imunomodulador da glândula tireoidiana com o tempo (remissão da doença)
Efeitos adversos: Hepatite e agranulocitose
Se houver febre e faringite, suspender tto e ir para hospital
Propiltiouracil (PTU)
Inibe Desiodase tipo 1 (conversão periférica de T4 em T3)
Preferência em: crise tireotóxica; gestante em 1º trimestre (somente se precisar)
Metimazol (MMZ)
Melhor tolerado, menos efeitos adversos, dose única diária
Radioiodoterapia
o “Queima’/ Destruição da glândula tireoideana → pode haver aumento transitório dos hormônios e
TRAb sérico (pode levar a oftalmopatia)
o Quando?
Recidiva, contraindicações ou reações ao PTU / MMZ
o Contraindicações:
Gravidez, grandes bócios, oftalmopatia grave
Cirurgia
o Tireoidectomia total ou subtotal (resultados são melhores com a total)
Por que algumas pessoas fazem subtotal?
Não há melhora de qualidade de vida
Benefício é quando há uma parte da tireoide ligado ao nervo laríngeo recorrente
(controla adução e abdução de cordas vocais)
o Quando?
Gestante refratárias a DAT, bócio muito grande ou oftalmopatia grave (refratários)
o Preparo cirúrgico:
1º → DAT
Para fazer controle da produção hormonal e do hipertireoidismo
2º → IODO (Lugol)
Inibição do efeito wolff-charcov (?)
Intoxicação da glândula tireoidiana com iodo, para que pare sua produção por
completo
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS:
Hematoma cervical
o Hematoma no pescoço é tenso → Aumenta pressão, comprime circulação local e diminui a drenagem
venosa de todas as estruturas do pescoço (faringe, laringe, cordas vocais)
o Pode evoluir com edema de glande → Leva a insuficiência respiratória (devido a diminuição da
drenagem venosa)
o Mais temida
o Poucas horas após a cirurgia
Conduta:
Abrir a ferida
Traqueostomia
Hipoparatireoidismo
o Transitório → tende a melhorar em até 6 meses
o Solicitar cálcio após cirurgia
Hipocalcemia
Parestesias (principalmente perioral)
Tetania
Chvostek → microcontrações da musculatura facial ao fazer compressões
(batidinhas) no nervo facial (altura do arco zigomático)
Trousseau → Espasmo carpopedal (contração da mão) a insuflação do esfigmo
20mmHg acima da PAS do pct por 3 min
o Sintomático: Repor cálcio venoso
o Assintomático: Repor cálcio VO
FISIOPATOLOGIA:
- Automatismo (passam a secretar hormônio tireoidiano de forma autônoma) → mutação no receptor TSH
CLÍNICA:
- Bócio multinodular (não é lisinho, é multinodular e difuso)
- Tireotoxicose leve
DIAGNÓSTICO:
- Laboratório + cintilografia (nódulos quentes)
- Aumento de T3 e T4 + Diminuição de TSH
- Hipercaptação multinodular (não é hipercaptação difusa, como Graves)
TRATAMENTO:
- Tendência a cirurgia
DOENÇA DE PLUMMER
- Nódulo solitário (> 3cm) e autônomo
- Antes de tudo, afastar malignidade (na doença de Plummer, há secreção hormonal)
FISIOPATOLOGIA:
- Mutação pontual e somática no receptor de TSH → Ativação constitutiva
(constantemente ativados – secreção hormonal
recorrente – estímulo trófico – vai crescendo)
CLÍNICA:
- Nódulo palpável
- Pacientes oligoassintomáticos
DIAGNÓSTICO:
- Laboratório + cintilografia (nódulo único e “quente”)
TRATAMENTO:
- Cirurgia (sem preparo, pode ou não) ou Radioiodoterapia (preferencial)
USG
CINTILOGRAFIA
CRISE TIREOTÓXICA
TEMPESTADE TIREOIDIANA
EPIDEMIOLOGIA:
PRINCIPAL ETIOLOGIA:
Infecção
Cirurgia
Radioiodoterapia
CLÍNICA:
- Tireotoxicose + disfunção orgânica
- Índice de Burch-Wartofsky
Fator precipitante: SIM ou NÃO
Febre: >37,2ºC
SNC: agitação, delirium, convulsão e coma
Cardíaca: taquicardia, FA ou IC
Gastrointestinal: diarreia, náusea, vômito e icterícia
o ≥ 45 pontos = Crise tireotóxica
o 24-44: Crise tireotóxica iminente
o < 25: Tireotoxicose não complicada
TRATAMENTO:
1º) DAT → Propiltiouracil preferencialmente
2º) Iodo (1 hora após início do PTU) → Lugol 10 gotas 8/8h
o 1º bloqueia, depois faz o iodo (intoxica a glândula para diminuir de forma brusca produção hormonal)
3º) Propranolol → 40-60 mg a cada 6h
4º) Glicocorticoide → Dexametasona ou Hidrocortisona