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Fechamento do

Caso Clínico
Ana Helena Neris Campos
Eike Ezequiel de Brito Fernandes
Icaro Torres Barbosa
Joaquim Máximo da Silva
Lara Pinheiro Pessoa Rabelo
Caso Clínico
Paciente M.S.F, sexo feminino, 75 anos, comparece à consulta na UBS relatando
tremor, sudorese, nervosismo e emagrecimento de 5 kg nos últimos 3 meses sem
mudança na alimentação. Paciente informa desconhecer qualquer alergia
medicamentosa. A mesma relata ser portadora de hipertensão arterial sistêmica
(HAS), contudo, diz não fazer acompanhamento médico para controle de tal doença.
Desconhece outras comorbidades. Atualmente em uso de hidroclorotiazida 25mg
01 comprimido pela manhã e losartana 50mg 01 comprimido de 12/12 horas. Nega
etilismo e tabagismo. Ao exame físico: exoftalmia, PA 160x90 mmHg; FC108 bpm;
FR 19 irpm; Sat. O2 95%; Temp. 36.7°C; Peso: 80,7 kg. Na palpação percebe-se um
nódulo, fixo, indolor, de consistência fibroelástica, localizado mais à esquerda da
região cervical. Durante ausculta de tireóide não se observa sopros. Aparelho
respiratório, aparelho cardiovascular, aparelho digestivo e sistema nervoso sem
alterações ao exame. Foi solicitado exames de glicemia em jejum, hemograma,
creatinina, lipidograma, ionograma, EAS e dosagens séricas de TSH, T3, T4 livre e
TRab . Acrescentou-se propanolol 40mg 01 comprimido de 12/12 horas aos anti-
hipertensivos que a paciente já tomava.
Resultados dos Exames
T4 livre com valores acima do normal
TSH com valores abaixo do normal
Sem alteração de TRab
Solicitada complementação procedêutica com
exames de imagem da região cervical.
US com doppler certificou nódulos na região
da tireóide
Diagnóstico de...
Hipertireoidismo
Fisiopatologia
Disfunção da glândula tireoide.
Produção excessiva dos hormônios tireoidianos pela
glândula tireoide.
1. Triiodotironina (T3).
2. Tiroxina (T4).
Níveis de T3 superiores aos de T4.
- ↑ secreção de T3.
- ↑ deiodinase periférica.
Hipertireoidismo
Fisiopatologia

Toxicose por T3.


Doenças associadas:
1. Doenças de graves - anticorpos contra o receptor de
TSH (TRAb).
2. Tireoidites.
3. Nódulos tireoideanos.
Sintomas
Hiperatividade, irritabilidade Exoftalmia
Intolerância ao calor e sudorese Taquicardia sinusal ao repouso
Palpitações Eritema palmar, onicólise
Fadiga e fraqueza Bócio
Perda de peso apesar do aumento Fraqueza muscular, miopatia
do apetite proximal sem fasciculações
Diarreiras e hiperdefecação Agitação, nervosismo
Poliúria
Oligomenorreia, perda de libido,
disfunção erétil
Insônia, dificuldade de
concentração
Sintomas
Causas possíveis do HIPERTIREOIDISMO
. Doença de Graves .Tireoidite Destrutiva
Autoimune Inflamação da tireoide
descartada pelos níveis normais de TRab descartada pois é de caráter doloroso
.Defeitos Congênitos
. Tumor Hipofisário
-Cisto Tireoglosso
Diagnóstico pensado posteriormente
-Tireóide Ectópica
ao se avaliar os exames de imagem da Mais comum em crianças
tireoide Geralmente não causam aumento de T4
Descatado pois tenderia a aumentar os
níveis de TSH
. Bócio Multinodular Tóxico
Crescimento de nódulos fibroeásticos no interior da glândula
Indolor
Maiores chances devido ao exame clínico
Diagnóstico Diferencial

.Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)


-Treamor, Sudorese, Nervosismo,
-Medir T4 livre e TSH
Tratamento - Farmacologia

Fármacos antitireoidianos, cirurgia (tireoidectomia


subtotal) ou radioablação com I¹³¹.
Fármaco de escolha: Metimazol ➔ Tioamidas
Mecanismo de Ação: Bloqueio da Tireoperoxidase
Bloqueio da Tireoperoxidase
Impede a oxidação do iodeto
Consequente não-iodinação das
tirosinas
↓ Hôrmonios tireoidianos
Metimazol
3 - 4 semanas para fazer efeito
Tratamento com duração de 1 - 2 anos
Posologia escolhida para a paciente: 10mg uma vez ao dia
Efeitos adversos: náuseas e desconforto gastrointestinal, exantema
pruriginoso, hipotireoidismo, hipoprotrombinemia, hepatotoxicidade
grave
Betabloqueadores
Bloqueia a deiodinase-1
↓ Manifestações adrenérgicas da tireotoxicidade
Propanolol - 20-40mg de 6/6h
Epidemiologia
Prevalência global Bócio uninodular tóxico
Variável maioria 30 a 60 anos
Difícil comparação entre países mais comum no sexo feminino (6:1
Iodo a 15:1)
regiões com dieta pobre em iodo
Doença de Graves
80% dos casos
3% das mulheres e 0,5% dos homens Bócio multinodular tóxico
5-10 vezes mais comun em mulheres alta prevalência
do que em homens regiões com carência de iodo
pico de incidência: 30 a 60 anos maioria dos casos são mulheres
mais comum na raça branca acima dos 60 anos
Epidemiologia
Doença de Graves na infância
rara em crianças (1 a 5% dos casos)
mais frequente no sexo feminino
incidência aumentou nas últimas décadas
principal causa de hipertireoidismo
pico na adolescência

Hipertireoidismo na gravidez)
0,1 a 1% das gestações
Referências
BRAUNSTEIN, Glenn D. Hipertireoidismo. Manual MSD Versão Saúde para Profissionais da Saúde, 2022.
Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-hormonais-e-metabólicos/distúrbios-da-
tireoide/hipertireoidismo>. Acesso em: 25 out. 2023.

BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. Elsevier. Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

VILAR, L. Endocrinologia clínica, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020.

Taylor PN, Albrecht D, Scholz A, Gutierrez-Buey G, Lazarus JH, Dayan CM, Okosieme OE. Global epidemiology
of hyperthyroidism and hypothyroidism. Nat Rev Endocrinol. 2018 May;14(5):301-316. doi:
10.1038/nrendo.2018.18. Epub 2018 Mar 23. PMID: 29569622.

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