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COAGULOPATIAS

Prof. Dr. Alexandre Torchio Dias


2021
HEMOSTASIA

Sangue: líquido dinâmico preparado para ém, qualquer situação de trauma -


tamponar local da lesão.

➤ Plaquetas
➤ Fatores de coagulação
➤ Agentes fibrinolíticos

1)Vasoconstrição
2)Formação de um tampão plaquetário
3)Formação de um coágulo sanguíneo
4)Crescimento de um tecido fibroso
5)Fibrinólise
COLETA IDEAL

➤ Citrato de sódio
➤ Coleta não traumática com mínimo tempo de garrote
➤ Tubos com correta proporção de anticoagulante(>90%)
➤ Transporte em T.A.
➤ Tempo máximo de 1 hora entre coleta e análise
PROVA DO LAÇO
PROVAS DE HEMOSTASIA

➤ Tempo de sangramento

➤ Mede o mecanismo vaso-plaquetário (doença de Von


willebrand ou doença vascular primária)

➤ Valor normal:1 a 3minutos


TEMPO DE COAGULAÇÃO

➤ É o tempo necessário para que o sangue total forme um


coágulo firme á temperatura de 37ºC> quando em contato
com uma superfície de vidro

➤ Valor normal: 4 a 10 minutos


TTPA

Tempo de tromboplastina parcial ativado

Teste de triagem para o mecanismo intrínseco

Mede todos os fatores exceto VII e XIII

Tempo que o plasma demora para formar coágulo de fibrina


após mistura com cefalina (substituto do fator plaquetário)

Prova utilizada para monitorar terapia anticoagulante


TTPA
➤ Somente o TTPA prolongado
➤ Deficiência nas etapas iniciais da via intrínseca:
➤ fatores XII, XI, IX ou VIII.

➤ TTPA está prolongado com o TP:


➤ Defeito comum da coagulação (fatores X, V e II).
TP

➤ Tempo de protrombina

➤ Mede o mecanismo extrínseco da coagulação

➤ Tempo necessário para que o sangue coagule na


presença de fator tecidual e cálcio

➤ Fator tecidual + fator VII + cálcio  ativa fator X


TP

➤ Aumentado nas deficiências dos fatores da via extrínseca:


➤ Doenças hepáticas, deficiência de vitamina K

➤ Usado para monitorar terapia com anticoagulante oral

➤ Valor normal:12 a 15 segundos


TP

➤ Índice internacional normalizado (INR)

➤ A Organização Mundial de Saúde preconizou o uso do


índice internacional normalizado (INR ou IIN) para padronizar
mundialmente o resultado obtido durante o teste.

➤ O INR nada mais é do que o TP corrigido a padrões mundiais.


O uso de anticoagulantes orais é avaliado somente pelo
INR.
FIBRINOGÊNIO E PLAQUETOGRAMA

➤ Dosagem de fibrinogênio

➤ Valor normal: 200-400 mg/dl

➤ Contagem de plaquetas
EX.: HEMOFILIA

➤ TTPA/dosagem de fator VIII: alterados

➤ TP, TT e TS normais
PRÉ-OPERATÓRIO
INTERPRETANDO OS
PRINCIPAIS TESTES
HORMONAIS

Prof. Dr. Alexandre Torchio Dias


2021
INTRODUÇÃO
➤ Ensaios
➤ Mais confiáveis, específicos e sensíveis

➤ Diagnósticos mais precoces

➤ Melhoria das intervenções terapêuticas.

➤ Métodos diagnósticos
➤ Bioensaios
➤ Ensaios bioquímicos
➤ Imunoensaios
➤ Espectrometria de Massas
HORMÔNIOS SEXUAIS
➤Andrógenos

➤Testosterona – Andrógeno mais potente e abundante – Secretada pelas células de Leydig


dos testículos
Funções: Diferenciação da genitália externa masculina na vida fetal; Maturação sexual de
meninos na puberdade; Início e manutenção da espermatogênese; Controle do
comportamento sexual masculino na vida adulta

➤Estrógenos - Estradiol – Estrógeno mais potente e abundante – Secretado pelas células da


granulosa dos folículos ovarianos e também pelo corpo lúteo
Funções : Indução de caracteres sexuais secundários em meninas na puberdade;
Crescimento do útero; Proliferação do endométrio na 1.a metade do ciclo menstrual

➤Progestágenos - Progesterona – Principal progestágeno secretado pelo corpo lúteo dos


ovários e pela placenta
Funções : Indução da secreção e decidualização do endométrio; Implantação do ovo e
manutenção da gravidez; Inibição das contrações uterinas; Desenvolvimento glandular das
mamas
AMOSTRAS DE PACIENTES PARA DOSAGEM
DE HORMÔNIOS SEXUAIS

➤ Data da última menstruação

➤ Medicamentos em uso

➤ Coleta
➤ Período – Colher nos primeiros 7 dias do ciclo menstrual (fase folicular) ou no
21° dia (fase lútea)
➤ Preparo – Jejum de 4 horas – Repouso antes da coleta: recomendado em
alguns casos de dosagem de prolactina
➤ Material – Soro: 25 µL para cada dosagem - AutoDELFIA
SEXO FEMININO
SEXO MASCULINO
DOSAGENS
Métodos manuais :

➤ Radioimunoensaio

➤ Enzimaimunoensaio

➤ Métodos automatizados

➤ Fluorimetria por tempo resolvido (AutoDELFIA)

➤ Quimioluminescência
Ex.: AutoDELFIA hLH Spec
➤ Ensaio imunofluorométrico não competitivo com dois
anticorpos monoclonais anti- βLH
DISTÚRBIOS DA FUNCÃO GONADAL

➤ Hiperfunção
➤ Puberdade precoce
➤ Hiperandrogenismo

➤ Hipofunção
➤ Puberdade retardada
➤ Hipogonadismo
FUNÇÃO TIREOIDIANA
➤ Pequena glândula - +- 5 cm de diâmetro - localização: pescoço

➤ Não pode ser visualizada normalmente e dificilmente palpada.

➤ Exceção: Aumento de volume (bócio)

➤ Secreta os hormônios tireoidianos

➤ Taxa metabólica

➤ Estimulação nos tecidos para síntese protéica

➤ Necessário: Iodo (elemento nos alimentos e na água)

➤ À medida que os hormônios tireoidianos são utilizados, parte do iodo neles contido
retorna à tireóide e é reciclado para produzir mais hormônios tireoidianos.
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS
- Hipotálamo (localizado no cérebro, logo acima da hipófise): secreta TRH HORMÔNIO LIBERADOR DA
TIREOTROFINA - hipófise: produz o hormônio estimulante da tireóide.

- Feedback negativa.

- A tiroxina (T4) - No fígado e em outros órgãos: convertida na forma metabolicamente ativa - a triiodotironina (T3).

Esta conversão produz aproximadamente 80% da forma ativa do hormônio.

- 20% restantes são produzidos e secretados pela própria tireóide.

- A maior parte de T4 e T3 encontra-se firmemente ligada a determinadas proteínas do sangue e os hormônios

somente são ativos quando não se encontram ligados a essas proteínas.


COMPARATIVO
Hipertireoidismo (excesso de hormônios Hipotireoidismo (falta de hormônios

tireoidianos) tireoidianos)

Aumento da freqüência cardíaca


Pulso lento
Hipertensão arterial
Voz rouca
Pele úmida e aumento da sudorese
Fala lenta
Agitação e tremores
Face edemaciada
Aumento do apetite e perda de peso
Queda das sobrancelhas
Insônia
Pálpebras caídas
Olhos protuberantes, avermelhados,
Ganho de peso
edemaciados
Pele áspera, espessa, escamosa, seca
Sensibilidade dos olhos à luz
Confusão mental
Olhar fixo constante
Depressão e Demência
Confusão mental
HIPERTIREOIDISMO

➤ Tireóide encontra-se hiperativa


➤ Produz excesso de hormônios.

➤ Etiologia:

➤ Reações imunológicas (possível causa da doença de Graves)

➤ Tireoidite (inflamação da tireóide) - período de hipertireoidismo.

➤ Pode lesar a glândula - do hiper ao hipo.

➤ Nódulos tireoidianos tóxicos (adenomas) - podem produzir hormônios tireoidianos


em grandes quantidades.
HIPOTIREOIDISMO
➤ Tireóide encontra-se hipoativa - a produção de hormônio tireoidiano é baixa (muito
grave: mixedema).

➤ Tireoidite de Hashimoto

➤ Causa mais comum de hipotireoidismo

➤ A tireóide freqüentemente encontra-se aumentada e o hipotireoidismo


comumente manifesta-se anos mais tarde, pois as áreas funcionais da glândula
são destruídas gradualmente.

➤ Segunda causa mais comum: tratamento do hipertireoidismo.

➤ Tratamento com iodo radioativo quanto a cirurgia tendem a produzir


hipotireoidismo.
TIREOIDITE DE HASHIMOTO
➤ A tireoidite de Hashimoto (tireoidite auto-imune) é o tipo mais comum de tireoidite e é a
causa mais comum de hipotireoidismo.

Por razões desconhecidas, o corpo volta-se contra si próprio em uma reação auto-imune,
produzindo anticorpos que atacam a tireóide. Este tipo de tireoidite é mais comum em
mulheres idosas e tende a ocorrer em famílias.

Oito vezes mais freqüentemente em mulheres que em homens

Freqüentemente, a tireoidite de Hashimoto começa com um aumento indolor da tireóide ou


com uma sensação de plenitude no pescoço. Quando o médico palpa a glândula, ele
comumente percebe um aumento de volume da mesma, não dolorosa à palpação.
TIREOGLOBULINAS
➤ Glicoproteína produzida por células acinares da tireóide.

Os níveis séricos correlacionam-se com a funcionalidade da tireóide.

ELEVADO: processos inflamatórios, infecciosos, neoplásico, hipertireoidismo e após


manipulação.

PRINCIPAL INDICAÇÃO DE DOSAGEM: Acompanhamento do carcinoma da tireóide


pós-cirúrgico.

VR.: 2 – 70 ng;dL para indivíduos adultos


Em indivíduos que extraíram a tireóide: abaixo de 2 ng/dL
ANTICORPOS ANTITIREOGLOBULINAS
➤ Identifica e quantifica os anticorpos antitireoglobulina.

Importante no diagnóstico da Tireoidite auto-imune de


Hashimoto.

Altos títulos em 70 – 90% dos pacientes

“Anda junto” com a pesquisa e quantificação dos Anticorpos


antiperoxidase (em 30% dos casos apenas um dos anticorpos
está presente)

Pacientes com bócio nodular simples, tireoidite subaguda e


carcinoma da tireóide podem produzir este anticorpo

VD.: Iguais ou superiores a 40 U/mL


ANTICORPOS ANTIPEROXIDASE
➤ Tireoperoxidase é específica e atua na produção de
hormônios tireoidianos.

Participa na patogênese da doença auto-imune

VR.: até 60 U/mL


ANTICORPOS ANTIRECEPTOR DE TSH

➤ Doença de Basedow-Graves e Doença de Hashimoto

➤Presença de anticorpos anti-receptor de TSH (TRAB)


no soro.

Doença de Graves – atuam como agonistas do TSH


hiperestimulando a tireóide – Hipertireoidismo
TSH
➤ Hormônio secretado pela hipófise que atua na tireóide
estimulando sua atividade de produção hormonal (T3 e
T4).

É estimulado ou inibido por estes hormônios e pelo TRH


hipotalâmico

Melhor exame para avaliar funcionalidade da tireóide e


suas respectivas disfunções

VR.: 0,3 a 5 mU/L adultos


RN – até 10 mU/L
T3T E T3L
1/3 do T3 total é sintetizado e liberado desta forma.
2/3 é gerado a partir do T4 nos tecidos.

Triiodotireonina – circula ligado a proteínas albumina, Pré-albumina e TBG

Principal teste para identificação do hipertireoidismo

Hipotireoidismo – 30% dos casos apresenta resultados com valores dentro das referências

Pode estar diminuído com uso de alguns medicamentos e jejum prolongado

Alterações nas proteínas carreadoras – altera o valor do T3 total e por isso T3 total - Está caindo em desuso por
este motivo!

VR.:

Até 5 anos: 105 – 269 ng/dL


6 – 12 anos: 94 – 241 ng/dL
13 – 20 anos: 72 – 214 ng/dL
21 – 50 anos: 70 – 200 ng/dL
Acima de 50 anos: 40 – 180 ng/dL

T3 livre – 0,25 a 0,45 ng/dL


T4T E T4L
➤ Tireoxina – tetraiodotireonina - circula ligado a proteínas albumina, Pré-albumina e TBG

Pequena porção circula na forma livre

T4 total está sendo substituído pelo livre com o TSH – avaliação da função tireoidiana

Aumento do T4 total – alguns medicamentos, anticorpos anti-T4 e com hipertireoxinemia familiar

Diminuição do T4 total e livre – portadores de doenças sistêmicas graves

Alterações nas proteínas carreadoras – altera o valor do T4 total e por isso: T4 total - Está caindo em desuso por este
motivo

VR.:

Primeira semana: 15 mcg/dL


Até um mês: 8,2 – 16,6 mcg/dL
2 – 11 meses: 7,2 – 15,6 mcg/dL
1 – 5 anos: 7,3 – 15,0 mcg/dL
6 – 12 anos: 6,4 – 13,3 mcg/dL
Acima de 12 anos: 4,5 – 12,0 mcg/dL

T4 livre – 0,8 a 1,5 ng/dL


TSH E T4L
➤ TSH e o T4L - rotina na avaliação da função tireoidiana e no
seguimento do tratamento do hiper e do hipotireoidismo.

➤ T4L
➤ Não é suscetível às alterações nas proteínas transportadoras de
hormônio tireoidiano e possui uma variação intraindividual muito
pequena

➤ T3
➤ Baixa acurácia para o diagnóstico de hipotireoidismo, já que a
conversão aumentada de T4 para T3 mantém concentração
sérica de T3 nos limites normais até o hipotireoidismo se tornar
grave.
INTERPRETANDO OS PRINCIPAIS TESTES
IMUNOLÓGICOS E SOROLÓGICOS –
HEPATITE B E COVID-19

Artigo: https://www.scielo.br/j/ress/a/tdp58qj9X5WC6VfbQ3pxJpS/?format=pdf&lang=pt
HEPATITE B
COVID-19

Para COVID: não há cálculo


de carga viral
NZYTECH, 2021
Curvas de detecção

Solgent, 2021
RT-LAMP

 RT-LAMP: reação química durante a amplificação isotérmica libera cátions hidrogênio,


que diminui o pH e deixa o meio ácido e leva à mudança de cor

CEGH IB USP
RT-LAMP com saliva

Alves et al., 2021


ID NOW - ABBOTT

 Amplificação isotérmica para o gene RdRp


 Detecção qualitativa rápida e precisa – Positivo ou negativo
 Influenza A e B; vírus respiratório; Streptococcus

Alves et al., 2021


Doenças infecciosas
Testes moleculares com ampla amplicação:

Existem painéis respiratórios


 Hepatites (Influenza A, Influenza B, H1N1,
 Fator V da coagulação Parainfluenza 1, 3 e 4,
Metapneumovírus, Adenovírus,
 Citomegalovírus Bocavírus e Vírus Sincicial
 Toxoplasmose Respiratório...)

 Herpes Vírus
Saliva
 Carga viral de HIV
Sangue
 Agentes causadores de DSTs
Plasma
 HPV
Medula
 Zika vírus
Líquor
 Chikungunya
Entre outros
 Dengue
FAPESP - Vasconcelos, 2020
NGS para SARS-CoV-2
 30 kb de tamanho do material genético viral

Investigação da
origem do SARS-
CoV-2

Andersen et al., 2020


De Maio et al., 2020
Classificação de variantes e definições
 CDC e US government SARS-CoV-2 Interagency Group (SIG) – 06/07/2021

 Variant of interest (variantes de interesse)


 Variantes com marcadores genéticos associados a mudanças no sítio-receptor, redução de
neutralização por anticorpos gerados por infecções anteriores ou vacinação, redução da
eficácia de tratamentos, potencial impacto diagnóstico, previsão de aumento de transmissão
ou severidade da doença

 Variant of concern (variantes de preocupação)


 Variante com evidência de aumento na transmissibilidade, doença mais grave (aumento de
hospitalizações ou mortes), redução de efetividade ou de neutralização por anticorpos
gerados por infecções anteriores ou vacinação ou falhas de detcção diagnóstica

 B.1.1.7 (Alpha, Reino Unido), B.1.351 (Beta, África do Sul), B.1.617.2 (Delta, Índia) e P.1 (Gamma,
Amazonas): Variantes de preocupação
Variantes surgem no mundo
todo e simultaneamente E484K

ZHOU E WANG, 2021


Detecção de variantes – kits comerciais

 XGEN Variantes SARS-COV-2 RT-PCR (RUO)


 Variante britânica (linhagem B.1.1.7) com identificação específica, variante sul-africana
(linhagem B.1.351) e variante brasileira (linhagem P.1)

 Allplex™ SARS-CoV-2 Assay - Seegene


 capaz de detectar a COVID-19 através de 4 genes alvo (RdRP, S e N específicos para o SARS-
CoV-2 e E para todos os Sarbecovírus, incluindo SARS-CoV-2)

 Abbott ID NOW COVID-19


 Abbott molecular and antigen assays effectively detect B.1.1.7, B.1.351, and P.1 variant
infections and Abbott serologic assays detect B.1.1.7 antibodies

 EURORealTime SARS-CoV-2
 Teste PCR para detecção específica da SRA-CoV-2, incluindo as variantes VOC*202012/01
(linhagem B.1.1.7), 501.V2 (linhagem B.1.351) e 501Y.V3 (linhagem P.1)
DÚVIDAS?

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