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o Após a entrada na célula-alvo, T3 se liga aos receptores nucleares de HT (TR, thyroid hormone
receptor), com função de fator transcricional, intermediando a ação nuclear do HT na regulação da
expressão gênica. Ou seja, os receptores ativados iniciam o processo de transcrição e formam um
grande número de RNAm diferentes que, após minutos ou horas, são traduzidos nos ribossomos
citoplasmáticos e formam centenas de novas proteínas intracelulares.
o Após a entrada na célula-alvo, T4 poderá ter dois desfechos: (i) transformar-se em T3, perdendo
um iodo, pela ação da desiodase, para então gerar os mesmos efeitos nucleares supra descritos,
cabendo observar que no fígado e no rim, por abundância de desiodase, há produção de T3 para
consumo interno e, ainda, para liberação de excedentes de T3 na corrente sanguínea; ou (ii) a
presença de T4 no citosol, por si só, já é suficiente para estimular a atividade das mitocôndrias,
aumentando a produção de ATP.
EFEITOS DOS HT
• SOBRE O CRESCIMENTO
Os HT provocam efeitos gerais e específicos sobre o crescimento, sobretudo em crianças. Com
efeito, crianças que apresentam hipotireoidismo podem apresentar crescimento retardado,
enquanto crianças com hipertireoidismo podem apresentar crescimento esquelético excessivo.
Assim, há uma ação sinérgica entre o GH e as somatomedinas na formação óssea.
FISIOLOGIA 1 – A2
Elaine Belon Silvério
Tanto a síntese quanto a degradação proteicas são estimuladas pelo HT. O estímulo da síntese pode
ser responsável por parte do efeito termogênico do HT, sendo certo, ainda, que o crescimento
normal está diretamente relacionado com a promoção dessa síntese proteica.
CLÍNICA
Hipertireoidismo: aumenta o consumo de oxigênio e a produção metabólica de calor. Devido ao
calor interno gerado, os pacientes têm pele quente e suada, podendo se queixar de intolerância ao
calor. Ademais, o excesso de hormônios da tireoide aumenta o catabolismo das proteínas e pode
causar fraqueza muscular, bem como perda de peso. Sobre o sistema nervoso, verifica-se reflexos
hiperexcitáveis e transtornos psicológicos. Há, ainda, influência nos receptores beta adrenérgicos do
coração, levando a batimentos rápidos e aumento da força de contração. A causa mais comum de
hipertireoidismo é a doença de Graves, em sede da qual o corpo produz anticorpos (imunoglobulinas
estimuladoras da tireoide) que mimetizam a ação do TSH, ligam-se aos receptores de TRH na
tireoide e causam hipertrofia da glândula (bócio), bem como os sintomas clássicos do excesso de HT.
O hipertireoidismo pode ser decorrente de doenças na própria tireoide (hipertireoidismo primário)
ou de doenças na hipófise, como tumores nas células produtoras de TSH (hipertireoidismo
secundário). Uma forma de determinar o tipo de hipertireoidismo é através da dosagem de TSH: no
caso da doença primária, a produção de T3 e T4 passa a ser independente da regulação do hormônio
tireotrófico, e as taxas elevadas de hormônios tireoidianos realizam feedback negativo intenso na
hipófise (altos níveis de T3 e T4 e baixos níveis de TSH). Já no caso da doença secundária, o tumor na
hipófise faz com que as células produtoras de TSH fiquem irresponsivas ao feedback negativo dos
hormônios tireoidianos, hiperestimulando a tireoide de forma contínua (altos níveis de TSH).
Hipotireoidismo: diminui o consumo de oxigênio e a taxa metabólica, de modo que os pacientes se
tornam mais
intolerantes ao frio pela baixa produção de calor interno. Com a baixa produção de proteínas, as
unhas se tornam quebradiças, ocorre perda de cabelo e a pele se torna fina e seca, podendo ocorrer
mixedemas (bolsas abaixo dos olhos). A alteração cardiovascular primária e a bradicardia.
Assim como no hipertireoidismo, o hipotireoidismo pode ser decorrente de doenças na própria
tireoide (hipotireoidismo primário) ou de doenças na hipófise (hipotireoidismo secundário). Uma
forma de determinar o tipo de hipotireoidismo é através da dosagem de TSH: no caso da doença
primária, a produção de T3 e T4 fica comprometida por problemas na tireoide, independentemente
dos níveis de TSH. Por isso, a baixa quantidade de hormônios tireoidianos circulantes estimula a
hipófise de forma contínua, o que acarreta altas taxas de TSH no organismo. Já no caso da doença
secundária, há deficiência na produção de TSH em quantidades normais mesmo com baixo feedback
negativo (baixos níveis de TSH), o que faz com que a tireoide não seja estimulada o suficiente para
produzir e secretar os níveis fisiológicos de hormônios tireoidianos.
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DOS HT
O controle da secreção dos HT segue o padrão hipotalâmico-hipofisário-glândula endócrina
periférica. O hormônio liberador de tireotrofinas (TRH) do hipotálamo controla a secreção do
hormônio adenohipofisário, a tireotrofina, também conhecida como hormônio estimulador da
tireoide (TSH). O TSH, por sua vez, atua na glândula tireoide para promover a síntese de HT, que
geralmente atuam como sinal de retroalimentação negativa para evitar a hipersecreção.